terça-feira, 20 de julho de 2021

CPI de férias?

E a CPI da Covid, como todo o Congresso Nacional, entrou em recesso, e só retomará suas atividades normais em 03 de agosto. Pelo menos em suas sessões presenciais, porque nos bastidores os trabalhos prosseguem a todo o vapor, e sete grupos de trabalhos estão sendo criados, para o aprofundamento da análise dos documentos obtidos até o momento, dos depoimentos, etc. A CPI também passa a contar com o apoio de um grupo de juristas, que assessorará os trabalhos para o enquadramento dos crimes que, por ventura, venham a ser apurados ao final dos trabalhos.

Isso tudo até agora é técnico e, logicamente, importante. Mas a CPI precisa manter viva a questão política durante esses dias de suspensão de seus trabalhos públicos, e talvez esse seja o ponto crucial de sua atuação durante o recesso parlamentar, já que a verdade é que a grande imprensa brasileira é contra Bolsonaro, mas não muito, já que economicamente ele atende a todos os seus instintos mais básicos.

E se a CPI conseguir superar o desafio de se manter politicamente relevante durante esse período, então poderemos ter algumas situações bastante explosivas após sua volta às atividades normais, porque dos sete pontos que os Senadores separaram para aprofundamento (Empresa Precisa, Empresas intermediárias, Cloroquina e Kit Covid, Divultação de informações falsas, Empresa de Logística, Instituto Força Brasil) ao menos os 5 primeiros têm fortes indícios de ligação direta com o Planalto, atingindo diretamente o Presidente Bolsonaro, e também a Primeira Dama.

Conjugados com outras ações, como a investigação do assassinato de Gabriele Franco, denúncias do ex-Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witsel, investigações sobre rachadinhas,  etc, e o aumento das pressões populares pelo impeachment, a situação do bloco que ocupa o poder pode se tornar insustentável.

Só que como já coloquei em outro post, a queda do apoio a Bolsonaro é devida principalmente à calamitosa situação econômica dos mais pobres, e ou derrubam Bolsonaro antes do fim do mandato, ou a situação pode se complicar muito, tendo Bolsonaro as chaves do cofre, e sendo ele candidato à reeleição.

É com isso que certas forças que se dizem esquerda estão brincando, porque até mesmo a direita democrática já luta pela derrubada do Governo.

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