A viuva do ex-Capitão PM Adriano da Nóbrega, Julia Emilio Mello Latufo, está em negociação com promotores para a realização de uma delação premiada. Julia é acusada de ter herdado o comando das operações ilegais do ex-Capitão assassinado no interior da Bahia alguns meses atrás, e pode ter informações e provas importantes sobre alguns assassinatos no Rio de Janeiro, principalmente o de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Barros.
Mas uma delação de Julia Latufo pode não apenas colocar luz sobre vários assassinatos ocorridos em terras fluminenses, inclusive alguns políticos, mas também nas próprias bases do poder político central instalado no Planalto. E se já tivemos casos de assassinatos com tentativas de ligação ao poder central, esses tinham sempre a ação de forças de segurança e inteligência governamentais, mas pela primeira vez a suspeita da ligação do poder está estreitamente ligada ao submundo do crime organizado.
Não a toa já tivemos interferências e pressões externas no MPRJ, e as promotoras Simone Sibilio e Leticia Emile pediram exoneração de seus cargos, alegando justamente essas interferências e pressões como motivo.
A questão toda é quem irá assumir as investigações, e como isso será conduzido. Uma delação pode ter alcance desastroso para muita gente envolvida com o poder, a dúvida é até que ponto?
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