terça-feira, 14 de março de 2023

As contradições na frente ampla

Vejam bem, quando eu denunciei várias vezes a "Arca de Noé" desarrazoada que Lula armava em sua tragetória para o 3º mandato presidencial, não era por não querer um amplo entendimento, mas justamente por entender que esse entendimento precisa ser feito sobre coisas palpáveis, diretas, efetivas, e não sob temas etéreos, ou de entendimento que não se sobrepõe às necessidades básicas do país, e muito menos da Nação.

Isso fica muito claro quando vemos Lula fazendo o papel ridículo de oposição ao próprio governo, ao atacar a política de preços da Petrobras e não fazer nada de efetivo para mudá-la, ou quando toma a mesmíssima atitude quanto a questão dos juros praticados pelo Banco Central. A situação piora quando é contestado pelos auxiliares nomeados por ele mesmo, ou quando não tem pulso ou autonomia para limpar quadros enrolados em escândalos de corrupção.

O fogo cruzado que vemos no atual governo seria até entendível se viesse da coligação que incluiu políticos de correntes e posicionamentos éticos tão díspares em nome de uma defesa absolutamente etérea da "democracia". Só que esse fogo cruzado ultrapassa a coligação e se entranha pelo partido do próprio Presidente, que mais do que lobos sobre a carne fresca, parecem mais com abutres sobre a carniça, já que me parece em disputa são os espólios desse, que deve ser o último governo Lula, e a liderança do lulopetismo após sua despedida das grandes disputas políticas.

Sim, o que está em jogo não é este governo, mas o próximo. Esse Lula debilitado e de coleira não mostra nenhuma condição de colocar essas disputas em prol de seu governo, e não do crescimento pessoal de seus "colaboradores".

O petismo autofágico

O governo Lula oficialmente começou. Depois do presente dado pela intentona bolsonarista – que promoveu o governo à guardião máximo da democracia – as contradições saíram do armário, juntamente com as disputas públicas. Diversas figuras chave da esplanada ministerial experimentaram o bafo quente dos que sentiram-se prejudicados na divisão do quinhão.

Ainda no começo do mês passado, o Ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi vítima da ação orquestrada do ministro Rui Costa, que a com ajuda dos insuspeitos editoriais de jornalões paulistas, resolveram virar artilharia ao trabalhista – que apenas defendeu as sabidas posições históricas de seu partido. Ora, se o governo não concordava com o trabalhismo de Lupi nas questões previdenciárias, por qual motivo o colocaram ali?



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