segunda-feira, 6 de março de 2023

Quais os erros que acabaram nos 3% de Ciro?

Texto muito interessante escrito por Gustavo Castañon. Aconteceram erros na campanha de Ciro, óbvio, aconteceram erros em todas as campanha, óbvio também. Isso simplesmente porque somos humanos, e falíveis. Apesar disso eu vou repetir o que já disse para alguns: Ciro não terminou com 3% devido seus erros, mas por condições absolutamente alheias ao seu controle.

Bem, para início de conversa já iniciamos a campanha com uma base em torno de 5%, enquanto que Lula começou com uma base de uns 30% e Bolsonaro com cerca de 20%, o que é uma diferença considerável, ainda mais se pensamos em toda a sequência de condições contra Ciro, e nisso não me restrinjo às ações contra Ciro, mas também às condições da própria campanha.

Além das condições listadas por Castañon, me permito colocar algumas que são próprias da política, ainda mais como ela tem sido levada no Brasil nos últimos 35 anos.

As alianças externas não terem se consolidado devido duas condições principais. A primeira é que todos gostam de Ciro, mas ninguém o quer chefiando o país, até pelo seu posicionamento bastante radical quanto ao acesso às contas públicas. A segunda é que era muito mais fácil se aliar com alguém que também tivesse chances, mas que não tivesse esse posicionamento sobre os cofres públicos. Mas claro, se ele chegasse a um certo patamar por conta própria, lutando contra duas forças bem mais a frente, que tinham muito mais estrutura e recursos, aí sim, ele se colocaria com chances reais de ser eleito, e é melhor estar próximo ao poder ainda que de forma restrita, do que estar alijado dele e ter que negociar tudo.

Outro ponto que indico com bastante ênfase foi o fato de o partido ter rachado bem antes da eleição. Ciro chegou ao dia do pleito com apoio do próprio partido em poucos estados, e mesmo em seu estado de origem houve racha interno. Ou seja, além de todos os ataques externos, ainda tivemos o boicote, e em alguns casos, ataques interno do próprio PDT.

O resto basta ler o texto de Castañon, que não é longo, mas é bastante abrangente, e como ele mesmo diz, algumas coisas precisam ser debatidas dentro do próprio partido. Saberemos se elas foram debatidas e se as lições foram aprendidas se houver mudança de rumo.


Claro que houve erros na campanha do Ciro. Acabamos com 3%. O problema é que, do se pode falar em público, qualquer “análise” que deixe de levar em consideração as diferenças em relação a 2018 abaixo é pura desonestidade ou serviço petista. Tivemos esse resultado porque:

1) Enfrentamos os dois maiores líderes populares da redemocratização, ambos ex-presidentes, um sentado na máquina do governo e o outro na máquina da mídia, do judiciário e do sistema financeiro, com toda a esquerda por trás. Em 2018, era um folclórico Bolsonaro e o poste.


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