sexta-feira, 25 de abril de 2025

Europa pressiona por antagonizar Rússia, e pode levar a seu próprio fim

Pessoal, segundo o jornal britânico The Guardian vários países da União Europeia estariam seriamente considerando a aplicação da cláusula 7ª do Tratado da União Europeia à Hungria, caso esta venha a vetar novos boicotes à Rússia. Essa cláusula é a que retira o poder de voto de um Estado membro por não cumprimento dos princípios da União. Aqueles que falam de democracia, direitos humanos, liberdade de expressão, voto, direitos de minorias, etc. 

Não vou tocar aqui no ponto de serem ou não princípios justos, ou se a UE os aplica efetivamente ou não. Cada um que julgue o que ocorre. Mas quando você quer fazer uma união do tipo proposta pela Europa, então você precisa realmente aprender a conviver com diferenças, inclusive as que você não gosta. Outro ponto é que as ameaças se esvaem na própria forma e motivo de tal punição, ou seja, votar e consequentemente vetar ações da UE. Ora, ou você está violando os princípios ou não está, e caso esteja, aí você precisa ser punido, de outra forma não. O fato de votar contra propostas vindas de Bruxelas ou outro Estado membro é um direito democrático legítimo, ou ter opinião diferente e direito a veto deixaram de ser direitos pelo próprio tratado? 

E vejam, Orban e a Hungria não são o único Estado que vem resistindo aos avanços da Europa Ocidental rumo a um conflito maior. E essa pressão sem sentido é um dos fatores que podem levar à fragmentação da UE. Seria péssimo à grande maioria dos cidadãos europeus, mas não se pode dizer que seria inesperado.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

EUA proibe entrega de mísseis Taurus alemães

Duas empresas do EUA, através do Departamento de Estado estadunidense, informaram o governo alemão de estas proíbem a transferência de mísseis Taurus alemães para os ucranianos, como prometido pelo govermo alemão. O motivo é que existem peças e equipamentos americanos sensíveis nesses mísseis e os contratos de comercialização dão esse poder de veto a essas empresas. Mas não se enganem, quase 100% de chance de que a decisão do boicote tenha saído do próprio departamento de estado, e não das diretorias das empresas. E sim, a Alemanha poderia transferi-los e usá-los, mas as empresas não forneceriam novas peças para a manutenção e fabricação de novos mísseis. É assim que funciona o mundo entre detentores e não detentores de tecnologia.

Por isso é imprescindível o domínio tecnológico de ponta, porque se isso é feito com a Alemamha, que domina tecnologia muito avançada, imaginem com o Brasil? 

E sim, isso já foi feito com o Brasil, que teve um lote de supertucanos boicotado pelo EUA em venda embargada para a Venezuela. Sim, difícil dominar tudo, mas os russos estão em fase final de desenvolvimento de um avião de passageiros com tecnologia toda própria, se eles podem, então o Brasil também pode, mesmo que estejamos ainda atrás no desenvolvimento tecnológico. 

Mas mesmo que não fabriquemos tudo, ao menos que o façaomos para as partes mais importantes, e deixemos para importar itens facilmente substituíveis. Isso é questão de soberania.

domingo, 20 de abril de 2025

Feliz Páscoa com cessar-fogo

Pessoal, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou um cessar-fogo de Páscoa unilateral, que teve início ontem, 19 de abril às 18h00 e terá fim à 00h00 de amanhã, 21 de abril. Por outro lado o chefe do serviço de contra-informações da Ucrânia diz que os russos não cessaram os combates em nenhuma frente. O problema é que o serviço de contra-informações ucraniano é conhecido por... divulgar desinformação.

Quanto à iniciativa, é claro que isso é absolutamente insuficiente para parar as hostilidades, mas é um passo. Sim, sei que é muito difícil que isso aconteça, há um excesso de interesses, tanto de elites quanto pessoais para que o conflito siga vivo, mas só haverá novamente crescimento e avanço civilizacional no continente europeu quando o conflito principal e suas repercussões em vários países do continente cessarem.

O que espero é que essa iniciativa possa ser o início da volta à normalidade e que todos os países da região possam voltar a prosperar e oferecer bom padrão de vida a seus habitantes.

Uma Boa Páscoa a Todos!

sábado, 19 de abril de 2025

Chance para salvar Avibras

Pessoal, o Exército Brasileiro está para comprar um novo drone capaz de levar ao menos 4 mísseis com um peso total de 600kg. A ideia não é dar a descrição das características requeridas para a compra do novo drone, mas mostrar os erros da política econômica, de defesa, e também industrial brasileira. O Brasil tem ao menos duas empresas capazes de desenvolverem um equipamento deste tipo, a Embraer e a Avibras. A Avibras, por acaso, precisa ser economicamente recuperada, já que se encontra em situação pré-falimentar. Por que não juntar as duas, e ao invés de ir ao mercado buscar estes equipamentos fora do país, exportando divisas, empregos e sedimentando tecnologia em países estrangeiros, o governo brasileiro, através do Exército, não faz uma encomenda interna? Uma junção dessas duas empresas promoveria desenvolvimento de tecnologia nacional, mais um produto de alta tecnologia para possível exportação, salvaria a Avibras e ainda promoveria ótimos empregos no pais. De quebra o Brasil ainda dominaria uma tecnologia com alto potencial de desenvolvimento futuro, com os consequentes ganhos em tudo isso que citei anteriormente.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

China mostra fraquezas do EUA

Na teça-feira, 15 de abril, circulou a informação de que a China teria cancelado a compra de algo em torno de 180 aviões da Boeing, o maior fornecedor da empresas aéreas do gigante asiático. A informação foi replicada por vários canais confiáveis, mas em tempos de guerra nada é exatamente confiável, e isso não por má intenção, mas muitas vezes por desinformação plantada. 

A notícia tinha base para ser real, dado o nível horroroso das relações sino-americanas no momento. E sim, há uma guerra comercial pesada entre EUA e China, e que foi iniciada pelo governo Trump. Ocorre que na quarta-feira, 16 de abril, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse desconhecer essa ação do governo chinês, mas aproveitou para elogiar a brasileira Embraer. 

Bem, para voos regionais a Embraer tem condições de fornecer aeronaves, mas para voos mais longos a empresa brasileira não tem produtos a oferecer. De qualquer forma, tanto a circulação da notícia sobre a Boeing, quanto a menção à brasileira Embraer tem todo o jeito de ser uma ação de desinformação que serviu como um recado direto aos estadunidenses, e é “parem com a insanidade, porque vocês têm mais a perder do que nós”.


quinta-feira, 17 de abril de 2025

Lula, o traidor? Popularidade "na chón".

Dificilmente Lula se importe com trabalhadores, e muito menos com o povo brasileiro. São alguns testemunhos interessantes que mostram apenas um espertalhão subserviente aos interesses dos mais ricos e de forças estrangeiras que atuam no pais. 

Não sou eu quem digo. Como coloquei logo de inicio, são testemunhos de gente que conviveu diretamente com ele, como Mario Garanero e Romeu Tuma, que escreveram livros mostrando o lado patronal do grande líder dos trabalhadores, que sempre negociou migalhas aos trabalhadores, enquanto os patrões ficavam com enorme e abastados banquetes. E ele se orgulha disso, dessa subserviência vergonhosa que mostra aos donos do dinheiro.

Mas eu tenho meu próprio testemunho da ação despolitizadora, demagoga e danosa de Lulanda Silva. Há muitos anos, ainda no final de seu 1º governo, talvez início do 2º, durante evento de lançamento dume um navio encomendado pela Petrobras ao estaleiro Mauá, então de propriedade do multinacional Germán Efromovich (não sei quem é o dono agora e não importa), Lula presente, junto com seu enorme séquito, e iniciou-se a leitura de um discurso. Letras garrafais em quase uma resma de papel para que fosse lido sem óculos, o discurso iria bem, já que se encaminhava para falar da importância da indústria naval e Deus sabe mais o quê? Sim, porquê Lula colocou o discurso de lado, dlse virou única e exclusivamente para os operários que estavam ao lado da área pruncipal do evento e iniciou palavras diretamente a eles. 

Lula iniciou uma fala que pode até afagar a alma e o ego de pessoas mais humildes, mas no fundo era despolitizante e demagógica. Falou em possibilidade de levarem um franguinho para o Natal em casa, na benesse dada pelo govermo de poderem trabalhar, e foi sempre por esse caminho lamacento e lodoso. Fora as bobagensbde sempre, como se estivesse numa mesa de boteco.

Não é de espantar que o Brasil esteja na atual situação, já que o João, o amigo do Dirceu, hoje não consegue encobrir as atrocidades políticas de Lula. Sim, as redes sociais estão aí para escancará-las.  Quando as atrocidades são compensadas por melhoras sócio-económicas, passa. Quando tal não acontece, popularidade "na chón!"




terça-feira, 15 de abril de 2025

A tresloucada política de Trump

Pessoal, as ações de Trump, ainda que girem em torno do mesmo tema, ou seja, a taxação de comércio exterior, elas são erráticas, desproporcionais, mal pensadas, e tal qual as mais de 15 mil sanções que já impuseram à Rússia, tendiam a ser completamente inúteis contra a China, além de refletirem muito negativamente no próprio EUA. Vamos entender o porquê disso.

Bem, precisamos começar nosso argumento conhecendo e entendendo alguns dados e fundamentos. Começamos dizendo que as ações do governo estadunidense têm sido erráticas, absolutamente sem critério e têm dado um retorno muito inferior àquele que os atuais detentores do poder político do gigante norte-americano imaginavam. De início não imaginavam que teriam tantas reações, principalmente de alguns locais de onde não esperavam, como Canadá e alguns países europeus. Na continuação não esperavam tantas reações adversas internas, incluindo no próprio governo. Para se ter ideia, o próprio Elon Musk já criticou as tarifas indiscriminadas de Trump e como eu disse quando analisei as possibilidades do governo que começava, alguns deputados e senadores do próprio partido do governo já se posicionam contra este, inclusive votando contra algumas propostas do governo no congresso.

Começamos falando como se usam tarifas de importação e exportação, para que servem e se devem ou não serem usadas. Tarifas podem e devem ser usadas, mas são usadas para proteger, desenvolver e melhorar a competitividade de determinados setores de seu país quando estes estão iniciando a jornada rumo ao domínio de mercado e tecnologia de ponta deste setor, não de forma indiscriminada como tem sido feito pelos estadunidenses neste momento. E para se aplicar estas tarifas é necessário haver um plano de ação. Algo desenvolvido, pensado, estudado, com alternativas e metas intermediárias e finais bem definidas. O EUA está longe de ter qualquer coisa nesse sentido. Enquanto isso, todas essas coisas sobram na China.

Mas entre as idas e vindas das tarifas estadunidenses, e que na última volta estava em uma “moratória” de 90 dias para o mundo, enquanto chegava a 145% à China, e com ação imediata. Já a China, que vem aplicando a reciprocidade e amentando suas tarifas aos estadunidenses à medida que estes aumentam à China, chegou aos 125%. Autoridades chinesas, ao anunciarem o último aumento, disseram que essa guerra tarifária já virou piada, e que o país irá ignorar qualquer outro aumento por parte do EUA. Disse que o atual nível das tarifas já tornou totalmente impraticável a comercialização na China dos produtos americanos afetados por elas, e que o país segue aberto a negociações, desde que sejam feitas de forma respeitosa e em igualdade de condições. O país também passou a buscar outros fornecedores.

Outro ponto que precisamos observar é a importância das exportações chinesas para cada um dos países. Aqui os números divergem um pouco entre várias fontes, então vou apresentar uma média, porque o importante é como os números variam, não o volume exato deles. Em 2005 as exportações chinesas para o EUA significava cerca de 9% do PIB da nação asiática. No ano passado essas exportações significaram cerca de 4%. Ambos podem ser um pouco acima ou abaixo, mas o fundamental é que esse comércio perdeu peso, perdeu importância no PIB chinês, ainda que em termos absolutos de valor tenham aumentado, ou seja, são mais dólares envolvidos, mas com menos importância geral na composição do PIB chinês. Isso se dá por dois motivos principais. O primeiro é um crescimento do mercado interno chinês, e o segundo é uma ampliação dos parceiros comerciais dos chineses.

Alguns outros pontos importantes a serem analisados são que a China já trabalha para aumentar ainda mais seu mercado interno e aprofundar e aumentar as relações comerciais com os atuais parceiros e também com novos. Isso já objetivando substituir as exportações ao EUA por novas fontes de demanda por seus produtos, e também para dar mais solidez à própria economia chinesa. Como os chineses disseram em seu anúncio do último aumento de suas tarifas, quem se isola com isso é o EUA, que ataca o mundo inteiro numa ação midiática, mas nem por isso menos danosa, tanto à própria economia, quanto à própria imagem. Cito por último a declaração do vicepresidente chinês, Han Zheng, que afirmou que se o EUA quiser, que siga com essa política destrutiva. Se quiser não importe mais dos chineses. Os chineses estão aí há cerca de 5.000 anos, viram muitas civilizações surgirem e acabarem, na maior parte do tempo não existia EUA, mas eles continuam por aqui, e esperam permanecer, com ou sem EUA.

Esse é o quadro da guerra tarifária iniciada por Trump. Seu recuo, talvez apenas temporário, foi principalmente por pressões internas, inclusive do próprio governo e de colaboradores bem próximos como falei no início. Mas não podemos abortar pressões externas, já que Trump anuncia uma enxurrada de países implorando por negociações bilaterais, só que isso não ocorreu exatamente assim. Dos cerca de 190 países do mundo, apenas cerca de 20 já haviam solicitado negociações, enquanto muitos estudavam e preparavam ações de reciprocidade, alguns preparam entrada na moribunda Organização Mundial do Comércio, e muitos simplesmente ignoram as iniciativas de Trump, já que suas relações com os americanos não são tão importantes assim. A própria posição chinesa foi bem clara da situação. O nível das tarifas já impostas ao EUA já tornou totalmente proibitiva as importações vindas do país norte-americano, e justamente por isso não há sentido nenhum em seguir com aumentos.

No EUA, as ações truculentas mal pensadas e intepestivas de Trump devem, ao final, ter exatamente o mesmo efeito que as sanções impostas à Rússia tiveram na UE. Inflação, perda de poder aquisitivo da população e queda no padrão de vida que já está bem abaixo do esperado em um país que diz ter a maior economia do mundo.

Enquanto isso, quanto as ações que os estadunidenses deveriam tomar para voltar a se industrializar e crescer, seguem fazendo ao contrário. A infraestrutura do EUA está, de modo geral, sucateada, e sua mão de obra está absolutamente defasada em relação a outros países do mundo. Das grandes potências é seguramente o pior deles. Tudo isso se reflete em custos de produção, e justamente por isso as grandes empresas pensam em várias opções para driblar as ações de Trump, mas produzir em solo estadunidense não é uma delas. Lembrando que exceção não é regra. Podemos também citar o fato de que o EUA depende muito de produtos chineses, e terão certa dificuldade em substituí-los em curto prazo e mesmo em médio prazo, e ainda mais no custo em que os conseguem, enquanto os chineses terão muito menos dificuldades em substituir o que importam do EUA. Não a toa houve uma corrida de estadunidenses a substituir uma série de utensílios e objetos de suas casas.

A verdade é que as ações de Trump foram absolutamente antipáticas ao mundo, têm baixíssima possibilidade de dar certo, alta probabilidade de dar errado e ainda trazer problemas agregados que rapidamente minariam o atual governo, como inflação, desabastecimento, piora das condições de vida e agravamento das dificuldades econômicas em si, além de acelerar a queda da hegemonia do país.

Mas mesmo que houvesse uma reviravolta total e o EUA começasse a investir pesado em educação e infraestrutura levaria muito tempo para se recuperar. Bem, eles estão ao menos 35 anos atrasados. Em meados dos anos 90 do Séc. XX já se falava do erro da globalização indiscriminada, e da transferência de indústrias, tecnologias e empregos para a Ásia. O resultado foi a decadência geral do Ocidente e a incapacidade de uma reação em curto ou médio prazo. Vejam, não é impossível uma reação, mas isso exigiria erros sucessivos dos antagonistas da hegemonia do EUA e nenhum erro dos Ianques, mas nenhum erro relevante ocorreu até o momento e nem os Ianques pararam de errar. Ao contrário, acertos importantíssimos vieram de seus concorrentes.

Com mais esse erro enorme, o governo Trump caminha para acabar prematuramente. Não, ele não deve cair, mas perder governabilidade e capacidade de ditar os rumos do EUA. Sim, porque a questão das tarifas se soma a alguns outros equívocos, como as dificuldades enfrentadas nas negociações sobre o conflito russo-ucraniano, reações de alguns países europeus sobre suas ações em relação a interesses desses países, dificuldades com os Houtis, e mesmo alguns países menores que mostram ações rumo a mais soberania.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Recuo de Trump é derrota interna e externa

Pessoal, Trump recuou. Após ter anunciado tarifas crescentes para as importações que o EUA recebe da China com estardalhaço, ele recuou. E as tarifas foram crescentes porque a China aplicou a reciprocidade. No último aumento a China informou que já não aumentaria mais suas taxas, justamente porque os produtos estadunidenses já não tinham mais qualquer competitividade no mercado chinês, e tomou ações para substituir essas importações. Além disso houve enorme pressão interna, além da reação inesperada de vários países. 

Certamente Trump e seu governo não esperavam uma situação dessas. Seu secretário do tesouro chegou a dizer que não era para a China aplicar a reciprocidade, mas pedir por negociações. 

Um misto de arrogância, ignorância e um planejamento totalmente enviesado e mal embasado levou ao final a aventura tarifária de Trump, e colocou seu governo e país numa situação vexatória. Some-se a isso alguns contratempos inesperados nas negociações sobre o conflito ucraniano, e vemos um início de governo mais do que errático. É um início mal planejado, mal pensado, e fora da realidade planetária. Ao analisar suas primeiras ações eu disse que ele queria levar o mundo aos anos 60 do Séc. XX. O mundo parece não aceitar isso, e os americanos podem enfrentar momentos do final dos anos 80 do Séc. XIX, mas sós.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Realmente um "Jênio"

O texto de Wellington Calasans, que foi divulgado no 'X'/twitter, vai na mosca no que concerne aos efeitos das tresloucadas medidas do presidente estadunidense, Donald Trump.  A falta de discernimento, de credibilidade, w de bom-senso deixam claro que Trump, e seu governo, tem um objetivo, mas não fazem a menor ideia de como chegar nele.

Esse caso das tarifas é emblemático, mas não é o único. Impõe algumas tarifas a alguns países e blocos, volta atrás em vários casos, depois estende essas tarifas a todo o planeta, de forma indiscriminada e pouco inteligente, depois adia tudo por 90 dias, como se todos fossem correr a implorar por seu beneplácito. Intensifica uma guerra comercial tarifária com alguns países, mas seu objetivo principal é a China, país que hoje é bem mais forte que o EUA.

Ameaça nações e povos sem o menor critério. Bombardeia civis, tenta impor cessar-fogo e estabelecer acordos em algumas partes que ele sabe serão logo rompidos, e pior, com seu apoio. Um claro caso é a situação na Palestina, em que obrigou em cessar-fogo (nunca respeitado por Israel), que tinha o claro objetivo de liberar os reféns que ainda estavam em poder do Hamas. A obtusidade da própria liderança israelense impediu que o objeto fosse totalmente cumprido. Trump alegremente se une a Israel num ato abominável. Agora, junto com os israelenses, ameaça existencialmente ao Irã. 

Mas Trump e o EUA não entenderam que o mundo mudou. Aquele mundo em que podiam tomar essas ações impunemente estão no passado. Não é um passado muito distante, mas como todo passado, é totalmente inatingível.


ATUALIZAÇÃO - GUERRA COMERCIAL EUA X CHINA Tive 

Tive a preocupação de pesquisar alguns economistas norte-americanos (Republicanos) que já vinham avisando que as "tarifas" de Trump seriam um desastre político e econômico para os EUA. 

Vejamos: 

"Um país sem dinheiro, com uma base produtiva esgotada, uma economia baseada em derivativos e um dos piores sistemas educacionais entre os países desenvolvidos, inicia uma guerra comercial com um país que é completamente oposto a ele em relação às características acima. Quem vencerá essa guerra comercial?" 

"Os Estados Unidos são um império em declínio, agora governado por uma caquistocracia que acredita ter encontrado nas tarifas a arma para reverter sua perda de competitividade em relação à China e a outros países. Pode ser cedo demais para determinar o resultado, mas o que a guerra comercial dos EUA contra o mundo inteiro conseguirá é que outros países fortaleçam seus blocos regionais (especialmente a ASEAN) e reduzam sua dependência política e econômica de Washington, que deixou de ser um parceiro confiável para eles."

TRUMP NAS REDES SOCIAIS - O BLEFE DENTRO DO BLEFE

Trump escreveu em sua conta no Truth Social:

Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. 

Em algum momento, esperançosamente num futuro próximo, a China perceberá que os dias de explorar os EUA e outros países não são mais sustentáveis ​​ou aceitáveis. 

Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos , incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos ao Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação de Moeda e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não, por minha forte sugestão, retaliaram de nenhuma maneira, formato ou forma contra os Estados Unidos, ...

...Autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. 

Obrigado pela sua  a este assunto! 

COMO A CHINA REAGIU A ISSO? 

A China já havia avisado mais cedo que irá responder a todas as tarifas ou práticas que fossem pelos chineses vistas como uma tentativa de prejudicar o país. 

Os chineses costumam cumprir o que prometem e já deram provas inequívocas disso. 

NOTA DESTE OBSERVADOR DISTANTE 

A minha tese de que este festival de asneiras de Trump era uma decorrência natural da derrota da OTAN na Ucrânia está confirmada. 

Considerando que a Alemanha tem experiência na reconstrução pós-guerra, acompanhei os movimentos econômicos dos alemães. Veja bem o que vi: 

"A Alemanha tenta repatriar a grande quantidade de ouro que atualmente armazena em Nova York em meio a preocupações com as políticas tarifárias imprevisíveis do presidente dos EUA, Donald Trump." 

A China não depende dos EUA para bancar operações com dólares norte-americanos. De quebra, ao lançar títulos da dívida no mercado, enfraquece ainda mais a moribunda economia do império em declínio. 

Trump é um "Jênio"! Ele conseguiu enfraquecer o dólar e perder a confiança até mesmo para guardar o ouro de alguns países. A Alemanha não é o primeiro e nem será o último a pedir de volta o ouro que guarda nos EUA. 

The end!

quarta-feira, 9 de abril de 2025

A importância da indústria bélica

A Rússia comemorou e anunciou o lançamento se um novo submarino nuclear, o "Arcanjo". Nome sugestivo, ainda mais que o nome batiza também a nova classe de submarinos Yassen modificados, e é capaz de carregar os mais modernos mísseis do arsenal russo. Lembrando sempre que embarcações são plataformas capazes de transportar e operar armas.

E sim, o submarino significa importante acréscimo à capacidade de defesa e ataque russo, mas ele significa muito mais que isso. Seu desenvolvimento implica o desenvolvimento, domínio e aplicação de várias tecnologias, boa parte delas desenvolvidas por empresas, que em algum momento as aplicarão em soluções para usos civis, aumentando a competitividade do país em escala global. Com este pensamento o "pacifista" Trump chegou à Casa Branca prometendo muitos bilhões se dólares para o Desenvolvimento de um sistema nacional de defesa antiaéreo e de um novo caça de 6ª geração (F47). Ele sabe que o EUA perdeu a supremacia bélica, e maia que isso, perdeu a supremacia técno-científica.

Enquanto isso o governo brasileiro segue brincando de gerir país, gasta um monte de dinheiro em aquisição de novos "equipamentos", mas deixa uma empresa estratégica como a Avibras ser sucateada e destruída. Mesmo a obrigação contratual qur o Exército Brasileiro colocou na licitação de novos drones de tecnologia não dependente da estadunidense se dá por razões pontuais, e não pelo entendimento de que precisamos desenvolver nossa própria tecnologia. Na verdade nem precusaríamos estatizar a empresa. Bastava que parte dos recursos que vêm sendo mal usados realizassem encomendas de armas e pesquisa na empresa, ações de inserção internacional da mesma no comércio internacional, e ela se salva sem ferir a visão "privatista" de nossos governos dos últimos 35 anos.

Mas para isso é preciso vontade política, planejamento e soberania. Em poucos momentos de nossa História tivemos tudo isso reunidos ao mesmo tempo. Quem sabe as "tarifas de Trump" não criem um pouco mais de visão estratégica em nossos dirigentes?


‘Arcanjo’: Silencioso, com alcance ilimitado e capaz de lançar mísseis dhttps://executivedigest.sapo.pt/noticias/arcanjo-silencioso-com-alcance-ilimitado-e-capaz-de-lancar-misseis-de-cruzeiro-conheca-o-novo-submarino-nuclear-da-russia/e cruzeiro. Conheça o novo submarino nuclear da Rússia

Por Pedro Zagacho Goncalves 17:19, 15 Jan 2025

A Rússia continua a expandir as suas capacidades militares, apesar das sanções e pressões internacionais lideradas pela União Europeia, Estados Unidos e outros aliados. A mais recente demonstração desse esforço é a entrega do submarino nuclear Arkhangelsk (Arcanjo, em português) à sua Armada. A cerimónia oficial, realizada nos estaleiros de Sevmash, no mar Branco, marca mais um avanço na modernização da frota submarina russa, sublinhando a importância estratégica deste tipo de armamento no contexto global.

O Arkhangelsk, batizado também em homenagem à cidade do norte da Rússia próxima à Finlândia, é o terceiro submarino da classe Yasen-M (Projeto 885M), uma versão modernizada dos submarinos nucleares Yasen. A cerimónia de entrega, que contou com a presença de altos representantes do Ministério da Defesa russo e líderes militares, ocorreu após o lançamento oficial da embarcação, em novembro de 2023.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Europa numa encruzilhada. Qual caminho seguir

O conflito entre russos e ucranianos, que no fundo se dá entre os russos e a NATO com os ucranianos dando apenas o pessoal para a linha de frente, parece estar chegando ao fim. Sim, a Rússia vem avançando dia a dia, e nem lançou ainda sua grande ofensiva de primavera, que vários analistas militares dizem que está sendo preparada. Ao mesmo tempo há um nítido confronto entre os dois grandes nomes da NATO, a UE e o EUA, para saber quem ficará com os espólios restantes das riquezas ucranianas. Isso porque os dois juntos investiram cerca de 450 bilhões de euros (ou mil milhões) e agora querem recuperar o investido. Só que as principais riquezas do território que a Ucrânia ocupava agora estão em mãos russas, e ainda que a Rússia esteja disposta a negociar, ela não está nada disposta a abrir mão de suas pretensões mínimas em nome de um acordo, ainda mais porque ela vem vencendo no campo de batalha, e nada indica que os inimigos conseguirão uma virada nesta área.

Aí o problema que se apresenta e dificulta bastante os avanços de qualquer negociação é a disputa entre os principais membros da NATO. Claro, as condições internas na Ucrânia também são um entrave, e elas vêm sendo utilizadas pelos europeus para dificultar essas negociações, mas essa resistência ucraniana deverá ser rapidamente ultrapassada a partir do momento em que os principais participantes do conflito cheguem a um acordo. Acontece que a própria Europa se vê em condições bastante díspares no momento, não apenas entre membros da NATO, mas também da UE, lembrando que a lista é bem semelhante, mas não é igual.

As idas e vindas nas posições, declarações e decisões colocam muitas dúvidas do futuro do Continente, e das próprias existências, tanto da NATO quanto da própria União Européia. Fissuras e interesses muito diversos, quando não diametralmente opostos, vêm fazendo estragos na amalgama criada para a união do continente e que mantém o status quo expresso em Bruxelas.

“Vamos rearmar a Europa”. 800€ bilhões (ou mil milhões) para tal tarefa. 500€ bilhões (ou mil milhões) na Alemanha para o mesmo fim. Mas ninguém diz exatamente de onde virá o dinheiro. Na cúpula política de Bruxelas os ataques às duas maiores entusiastas de tal projeto, Ursula Von der Leyen e Caja Callas. São eurodeputados, principalmente de países do Leste Europeu, mas também alguns eurodeputados escandinavos e de outros partes da União. Se a princípio tal ideia teve boa aceitação entre os membros da NATO e da União Europeia, agora alguns Estados já começam a demonstrar reticências a um plano armamentista tão ambicioso, e às contradições que tais valores aplicados em armas criarão com os anseios sociais de suas populações.

“Vamos enviar tropas de paz à Ucrânia”. Os maiores estimuladores de tal procedimento são Macron, da França e Starmer, do Reino Unido. Mas mesmo os alemães têm ressalvas quanto ao envio de tropas europeias à Ucrânia, a Itália disse que enviaria apenas com anuência russa, e vários Estados afirmaram que não enviariam tropa alguma ao Leste europeu. O próprio Starmer já reviu sua posição, após as claras ameaças de Putin a essas ideias. Mesmo os poloneses, tão verborrágicos quando a ideia de se contrapor aos russos já mostraram aversão a essa ideia. Apenas Macron (que desfila em revista às tropas com ares de um Napoleão moderno e alguns Estados menores seguem defendendo tal ação. E não sabemos se teremos ou não tropas oficiais da NATO na Ucrânia, mas sabemos que as teremos na Lituânia, já que a Alemanha anunciou que manterá uma brigada com 5.000 homens no país para a “proteção” do país.

Esses são os maiores pontos de tensão entre os membros europeus de ambas as alianças, mas essas tensões não param por aí. Fontes de energia e de recursos naturais também são fontes de discussões acaloradas entre os membros. Aonde e como conseguir tais recursos, já que o continente europeu é bastante carente deles, é a maior discussão. A Rússia, desde a época Soviética, fornecia muitos desses recursos a preços bastante interessantes para os europeus, mas as sanções e o afastamento total da Rússia que Bruxelas e a NATO tentam impor aos Estados membros vêm gerando grandes rachas entre eles. Se os grandes Estados já enfrentam dificuldades com tais medidas, com grande quantidade de indústrias fechando e procurando outros locais para produzir (normalmente a China, mas o EUA também se beneficia em muito menor escala com isso). Essa perda de empresas e consequentemente de empregos, não se limita ao setor industrial, mas também já afeta algumas empresas do comércio e serviços.

É aqui que entramos na situação da Europa. Desde a reconstrução advinda com o Plano Marshall após o final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha conquistou e consolidou uma liderança na Europa. Ela vinha principalmente de sua economia extremamente industrializada, dinâmica e que se projetava por todos os países do continente e várias partes do mundo. Não a toa ela era chamada de Locomotiva da Europa, mas com a crise a economia alemã descarrilou, sua liderança já não é mais tão clara, e isso abriu espaço para que o Reino Unido, e principalmente a França, venham desafiar mais uma vez essa liderança, que nunca foi muito bem aceita por esses parceiros de União Europeia. Sim, o Reino Unido já saiu do acordo, mas segue tentando influenciar Bruxelas, e a França também sempre desafiou essa liderança.


Ao mesmo tempo temos o problema da NATO, que vem tendo dificuldades para produzir armamentos e munições para abastecer a Ucrânia, e ainda mais para repor seus estoques esvaziados pelo conflito no Leste europeu. As cobranças por investimentos cada vez mais altos para a segurança tem levado vários países da Aliança a se manifestarem contra essa posição armamentista e a indicarem que não têm condições de entregar os percentuais de PIB que a NATO, e também Bruxelas, cobram para o rearmamento da Aliança. Ao mesmo tempo volta à cena a possibilidade de um exército europeu, algo que também é contestado por vários Estados membros.

Com esse quadro vários analistas vêm vaticinando o final da aliança atlântica e o final do sonho de união europeia. Eu acho que é muito cedo para afirmar suas quedas iminentes. Claro que ambas as organizações apresentam fissuras e discordâncias internas importantes; se durante décadas a liderança europeia foi contestada de forma relativamente sutil, hoje há uma disputa aberta por liderança, tanto pela parte europeia da NATO, quanto da União Europeia; as decisões sobre o futuro de ambas as organizações estão em disputa aberta também.

Com isso uma série de perguntas precisarão ser respondidas. O que fazer com a NATO e a União Europeia? Para qual fim, e como organizá-las? Quanto e como investir nelas ? Quem tomará as decisões executivas, e como elas serão cobradas dos e pelos membros? Todas são questões que estão em discussão no momento, além de outras. Essa discussão ocorre devido a derrota que ocorreu nas planícies do Leste Europeu e a debacle econômica que veio com ela, mas são questões que já estavam latentes há pelo menos três décadas, ou seja, desde que o Império Soviético ruiu e as relações internacionais tomaram uma nova dinâmica. As respostas a essas perguntas é que definirão o futuro de ambas as organizações. Se os interesses que unem esses Estados em ambas as organizações no momento serão maiores ou menores que as dissidências e diferenças de visão de mundo e interesses na participação nesses organismos é o que irá decidir o futuro delas. Quanto a tropas na Ucrânia, a escalada contra a Rússia, ou um confronto direto com eles, isso acredito que não veremos, mas as movimentações que alguns Estados europeus estão tomando é de um conflito direto no futuro, e não é um futuro tão distante assim. Mas sós esses Estados não serão capazes de enfrentar os russos, mas outros Estados não querem entrar por este caminho tortuoso. A verdade é que no momento o que aparecem são essas fissuras e dissidências, mas isso não significa que esses Estados não serão capazes de suplantá-las e manterem-se unidos. Se haverá acerto ou se haverá cisão, a ver.

sábado, 5 de abril de 2025

Tarifaço de Trump põe o mundo em chamas

Pessoal, essa semana o Presidente do EUA, Donald Trump, finalmente anunciou seu “tarifaço” geral e irrestrito. Necessário ressaltar que as taxas anunciadas não são cumulativas com taxas já existentes, e que elas são gerais. Tão gerais que ele taxou as ilhas Heard and Mcdonalds, onde vivem apenas pinguins e focas. Provavelmente isso irá acabar com a economia deles. 

Mas naquilo que precisamos levar em conta efetivamente são as tarifas, e estas vão entre 10% (vários países) a 50% (Lesoto e São Pedro e Miquelão). As reações são diversas, desde lamentações e declarações de estupor devido ao longo período de “amizade” em que se sentiam amparados, passando por retaliações imediatas, comissionamento de comissões de estudos da situação e chegando a pedidos imediatos de negociação. 

No Brasil temos uma das respostas mais inteligentes, apesar de alguns lacaios terem dito para o país apenas aceitar os ataques estadunidenses. Foi aprovada no Congresso brasileiro a chamada Lei da Reciprocidade, que já seguiu para sanção presidencial. Ela permite que, imediatamente, o governo brasileiro imponha tarifas que compense aquelas impostas pelo EUA. Além disso o Brasil promete ir à OMC contra tais medidas, e não está só nesta empreitada de pedir compensações no órgão internacional. 

Na cúpula política brasileira temos a brincadeira do policial bom e policial mau. Lula age com o fígado, pede a imediata reciprocidade e ida a OMC, enquanto o vicepresidente Geraldo Alkimin chama à calma e abertura de negociações. O Brasil não é o único que apresenta posição deste tipo, mas é um dos que mostra mais unidade na resposta, com a grande maioria da elite política unida em torno da defesa dos interesses nacionais. Se isso irá prosperar ou lograr êxito é outro ponto, e dependerá de muitos fatores, mas a unidade que essas questões criaram no Brasil, e no resto do mundo, contra o EUA, não lembro que tenha sido vista no planeta

segunda-feira, 31 de março de 2025

Rússia avisa das consequências perigosas se atacarem seu território profundamente

A reportagem abaixo é de outubro do ano passado, mas ela segue absolutamente válida. O problema é que ela segue absolutamente válida, e não só ao EUA, como também a outros atores do conflito na Ucrânia como o Reino Unido, como mostramos em nossa última postagem. 

O pronunciamento russo já tem alguns meses, mas dá conta da disposição russa em não aceitar a entrada direta de forças da OTAN, ou de armamentos mais avançados do Ocidente no conflito.

Já quanto a sanções, sim, os russos não gostam delas, mas já aprenderam a conviver com elas, assim como já não sobra nada considerável a ser sancionado. Dessa forma, a verborragia de Trump, de que irá sancionar a Rússia caso esta não aceite um cessar fogo, não tem nenhum efeito. O primeiro motivo já foi colocado acima, e o segundo é porque a Rússia já aprendeu a viver nessa situação, além de ter deslocado seu foco de atuação geo-econômica para o Oriente, o que torna novas sanções pouco efetivas, se não completamente inócuas.

Trump e outras nações Ocidentais fazem isso por alguns motivos. Trump o faz porque tem pressa e tem uma necessidade infantil de demonstrar uma força que ele não tem.

Os Ocidentais querem uma fatia dos despojos da Ucrânia, e nisso se equiparam a Trump, que também busca vantagens econômicas do país moribundo.

Nesse ponto chegamos ao entrave que atrapalha os interesses de todos nesse momento. Ele o faz muito mais por necessidades pessoais do que por preocupações com o futuro da Ucrânia e seu povo. Zelensky, apesar de às vezes apresentar um discurso em direção à paz, nunca coloca esses diacursos em prática, e constantemente apresenta discursos duvergentes desses, mostrando uma ambiguidade pouco producente na direção da paz, mas efetiva para postergar sua permanência no poder. Os 3 anos em o Ocidente coletivo demonstrou complacência e apoio às besteiras que ele divulgava e defendia agora cobram seu preço.

Nesse ponto as demandas de Putin para a deposição do ucraniano começam a tomar espaço nas cabeças do Ocidente Coletivo. Parece ser questão de tempo - e não muito - para que Zelensky seja substituído por alguém, ou algo, mais afável aos muitos interesses que ora cercam ao ex-Estado soberano da Ucrânia.

Quem o fará, e como o fará são as dúvidas. Mas essa mudança ocorrerá. 

E ela precisará ocorrer, porque as duas outras opções não são do interesse de todos os que seguem vivos nessa contenda. A primeira é um acirramento do conflito, a entrada direta da NATO no mesmo, e a possibilidade de ima guerra nuclear. 

A segunda é a vitória total dos russos no campo de batalha, a humilhação total da NATO, seu consequente esfacelamento, com a posibilidade de guerras fratricidas entem seus membros.

Nenhuma das hipóteses interessa aos diretamente envolvidos, e nem mesmo ao mundo.



Oct 07, 2024 at 5:00 AM EDT

The United States will face "dangerous consequences" if it presses on with growing military aid to Ukraine rather than backing a proposed Russian settlement that would see Moscow take over swathes of territory, the man serving as Russian President Vladimir Putin's top diplomat for 20 years said in exclusive responses to Newsweek questions.

Well over two and a half years after Putin ordered a "special military operation" against Ukraine, invading the country in what has become the deadliest conflict in Europe since World War II, Russian Foreign Minister Sergey Lavrov said the Kremlin offers a viable blueprint to end the bloodshed and revamp the security architecture of the continent. He accused the U.S.-led NATO military alliance of first sowing the seeds of war a decade ago and continuing to fan the flames. They accuse Russia of unprovoked agression and expansionism.


domingo, 30 de março de 2025

Putin parte para o ataque diplomático

Na última semana o presidente russo Vladimyr Putin participou do lançamento de um novo submarino nuclear russo com capacidade para os novos mísseis hipersônicos zyrcon. Na oportunidade o líder russo fez clara ameaça aos ingleses. A mensagem foi dada de forma indireta, já que foi dirigida ao antigo primeiro ministro britânico Boris Johnson, mas foi claramente para os novos governantes do arquipélago. Putin disse que ao se intrometerem e impedirem o acordo definido entre russos e ucranianos nos primeiros dias do conflito, claramente esqueceram-se que os russo têm tripulações e submarinos como os do evento, com capacidade nuclear, e bem superiores aos dos britânicos.

Esta semana Putin também voltou ao tema da substituição de Vladimir Zelensky na condução do Estado ucraniano. Segundo ele é aceitável um governo de transição que convoque eleições e inicie as conversações de paz, adiantando um acordo para ser assinado pelo próximo presidente do país e que teria as legalidade e legitimidade que os russos consideram necessárias para a assinatura de tal acordo.

Claramente os russos já começaram a trabalhar para por fim ao conflito e em condições ainda mais favoráveis a eles. A questão agora é saber se conseguirão realmente seus intentos e/ou quando o conseguirão.


sábado, 29 de março de 2025

EUA e Irã aumentam o tom

Pessoal, nos últimos dias o presidente do EUA, Donald Trump, enviou uma carta à liderança iraniana em que urgia a nação persa a entrar em um acordo sobre a questão nuclear, se vai ou não desenvolver armas nucleares, deu um prazo de 2 meses para mudarem sua posição, e ameaçou de ações militares contra o país, caso não aceite um novo acordo nuclear. Esta carta foi respondida ao estadunidense através do Sultanado de Omã e nela os iranianos afirmam alguns pontos importantes listados aqui.

1. A reafirmação de que não irão negociar diretamente com o EUA, ainda mais debaixo da política de pressão máxima característica de Trump, e rejeitam tal tipo de aproximação;

2. O Irã também diz que não negocia em nome de nenhuma potência regional, ou grupos estrangeiros, incluindo os Houthis do Iêmen;

3. Eles asseguram que não aceitarão condições irreais e as demandas estadunidenses são tão amplas que eles não as consideram nem de forma hipotética;

4. A liderança iraniana afirmou, de forma clara, que qualquer ação militar ou hostil tomada pelo EUA, ou seus proxies, serão respondidas, incluindo as instalações militares do EUA no Oriente Médio.

Lembrando que a posição de Putin de não armamento nuclear dos persas não significa falta de apoio a eles, que a China já se posicionou, junto com a própria Rússia em apoio ao Irã e a seu programa nuclear pacífico e qualquer ação violenta do EUA pode conflagrar um acirramento militar na região que seria um enorme transtorno ao planeta. A ver os desdobramentos, mas me parece que uma das coisas em negociação entre estadunidenses e russos é uma intermediação dos russos para se chegar a um acordo com o Irão, e as bravatas trumpistas são isso, só bravatas.

quinta-feira, 27 de março de 2025

Europa perde mercado

150 milhões de pessoas do mercado potencial russo foram perdidos pela Europa e EUA depois da estupidez do apoio irracional à Ucrânia num conflito sem sentido com a Rússia. O buraco euro-Eua é mais fundo do que eles pensam.

Sim, a crise produtiva europeia, e a do EUA também, é mais profunda do que eles acreditam. Vai além da queda na produção, ela atinge também o acesso a mercados, o controle de transições financeiras internacionais, manutenção de reservas internacionais de outros países em seus sistemas bancários, a corrida tecnológica, e acesso a mercados, seja pela estupidez diplomática, seja pela estupidez do preconceito e arrogância. 

O que agora acontece na Rússia e parte da Ásia já começa a se espalhar pela África. Empresas e produtos europeus e americanos começam a ser rechaçados pelas lideranças políticas de outros países, mas pelas próprias populações. Sim, a Rússia talvez seja o caso mais nítido, mas não é o único.

Mas isso tem solução, apesar de difícil. Para isso o Ocidente Coletivo precisa abandonar sua egrégora impositiva, belicosa, imperial e colonialista, e passar a negociar e cumprir acordos com outras Nações. O tempo de conquistas militares e de impor vantagens para apenas um lado é passado, e agora é iniciado o tempo de todos ganharem.

Não é fácil mudar uma mentalidade tão arraigada na mentalidade a tanto tempo, mas é a forma do Ocidente começar a voltar a ser realmente respeitado e se inserir no novo mundo que emerge.

Do contrário, o resultado é esse aí abaixo.




quarta-feira, 26 de março de 2025

Vazamento de chat do governo americano foi recado claro aos europeus

Chat de grupo do governo americano vazou e mostrou o planejamento do bombardeio ao Iemen. Mas esse bombardeio é meio que trivial na conjuntura estadunidense no Oriente Médio, não é o primeiro, e provavelmente não será o último. O fato maior é o diálogo transcrito abaixo, que mostra de forma crua o pensamento que os estadunidenses têm sobre os europeus, e que a administração Trump tem expressado de forma “diplomática”.

JD Vance- Eu simplesmente odeio socorrer a Europa de novo.

Pete Hegseth- Eu compatilho totalmente sua aversão ao parasitismo europeu. É patético.

Vance- Vamos garantir que nossa mensagem seja concisa. E O motivo mais forte para fazer isso é...enviar uma mensagem.

As perguntas: Os americanos desprezam os Houthis como ameaça? O bombardeio foi apenas uma mensagem? E conversaram essas coisas em um aplicativo não criptografado, e com um jornalista acidentalmente colocado no grupo?

As respostas: A questão aqui não são os Houthis. Os americanos sabem que precisarão lidar com eles a seu tempo.

O recado foi dado claramente aos europeus, sem os amortecedores diplomáticos.

E a presença de um jornalista, Jeffrey Goldberg, no grupo não foi acidental, mas premeditada. A ideia era um recado claro aos europeus.

Qualquer coisa fora disso seria o maior desastre geopolítico do século. E vamos combinar, alguém acredita que se coloca um jornalista num grupo desses e depois fazem essas colocações por equívoco ou descuido?

sábado, 22 de março de 2025

Oriente Médio segue em convulsão

Vamos lá, vou deixar Irã e Israel por último, ainda que ambos serão citados durante o texto. E vamos começar ali pela entrada do Mar Vermelho, onde os Houthis voltaram a fechar a passagem para navios que tentam ingressar no mar vermelho, seja para os portos da região, seja para acessar o Canal de Suez. Navios chineses, russos, e algumas outras poucas bandeiras estão fora de perigo, desde que não tenham carga para Israel, ou viaje para seus portos. E eles começaram afundando um navio que eles alegam ser de bandeira de Israel. Também já entraram em confronto com o EUA, tendo tido a capital, Sanaã, e algumas outras localidades bombardeadas. Em represália afirmam que derrubaram mais um drone e atacaram a frota americana. O porta-aviões USS Harry Truman teria sido atacado e atingido, e uma fragata de escolta também teria sido atacada. Além disse atacaram com um míssel uma base aérea israelense e ameaçam o aeroporto Ben Gurion, de Tel Aviv, incluindo os voos comerciais. Além de nitidamente os Houthis contarem com uma tecnologia impensável para um grupo do porte que apresentam, eles têm muito apoio do Irã e dizem, da Coréia do Norte, que provavelmente abastecem os Houthis com armas e equipamentos, além de estarem entrincheirados nas montanhas e é muito difícil tirá-los ou achá-los em suas posições, para isso seria necessária uma invasão em grande escala aconteça ao território. Especialistas militares estimam de 400 a 700 mil homens para um assalto desse tipo, o que teria um custo financeiro, social e político gigantesco. Um problema muito difícil de se resolver pela força. Além disso uma ação desse tipo pode trazer enorme risco à economia global, porque os Houthis já mostraram que têm capacidade para atingirem, por exemplo, os campos petrolíferos da Arábia Saudita, e talvez até mesmo causarem enorme destruição desses campos. Isso catapultaria uma gigantesca alta do dólar, levando o mundo a uma profunda recessão.

Um pouco mais acima temos os Palestinos. Atualmente temos parte em diáspora, parte confinada em Gaza, e outra parte na Cisjordânia. O frágil e nunca cumprido cessar-fogo entre eles e Israel foi quebrado de vez. Israel já volta a bombardear civis e instalações de infraestrutura, e o Hamas responde com alguns mísseis e foguetes em direção ao território israelense. As condições do cessar-fogo não foram totalmente cumpridas porque os Hamas acusa Israel de ter quebrado o acordo várias vezes, e de ter se recusado a completar a troca de “prisioneiros” entre eles. Cada vez mais as ações tomam ares de horrores, enquanto o mundo assiste sem tomar uma atitude séria para impedir sua escalada.

Um pouco mais acima temos o Líbano. O Hezbolah esteve em sério confronto com Israel, quando o mesmo cessar-fogo que terminou em Gaza se fez valer também para eles. Os confrontos já tinham deixado de ser à distância, e Israel buscava entrar no território libanês, mas enfrentava ferrenha defesa do Hezbolah e os avanços das forças israelenses foram pífios. Ainda que Israel tenha voltado a bombardear algumas áreas do Líbano, o confronto está longe de assumir o alcance que tinha antes do cessar-fogo.

Na Síria a coisa é bem diferente. O novo governo não consegue manter controle sobre as facções que formaram as forças que depuseram Assad, e temos vários problemas no país. Nas Colinas de Golan Israel completou a conquista e fixou posições, e mesmo que oficialmente o novo governo tenha afirmado que Israel deveria deixar o local, nada faz de efetivo para isso. Na região majoritariamente alauita fervilham vídeos de massacres e assassinatos de civis. As bases russas abriram as portas e têm aceitado refugiados. Também tem feito o transporte de muitos deles para a própria Rússia a fim de minimizar o problema. Mas a verdade é que essa é uma solução precária para milhões de pessoas. Ao norte os curdos estão se acertando com os Turcos, e já ameaçam o território. Como eu disse, próximo à fronteira com o Iraque as forças leais a Assad iniciaram uma contra-insurreição, e já dominam ao menos uma cidade e duas vilas. Nas montanhas os leais a Assad iniciaram um movimento de guerrilha, mas também tímido. Ou seja, o país está completamente dividido, e há grande probabilidade de ser partido em várias partes como resultado de todos esses embates. Mas os BRICS afirmaram que irão voltar suas atenções ao Oriente Médio e agir para resolver esses problemas assim que causas mais urgentes para eles estejam sanadas.

No Irã, ou Irão para os portugueses, as coisas estão um pouco mais controladas, mas não menos tensas. O mesmo sujeito que às vezes parece sofrer de dupla personalidade agora volta às suas. Sim, porque foi Trump quem se retirou do acordo de controle nuclear que havia com os iranianos em seu primeiro governo, e agora é ele quem quer assinar novo acordo. Os iranianos afirmaram que não assinarão nada, e Trump já os ameaçou, dando um prazo de 2 meses para que mudem de posição. A coisa complica porque apesar de Putin ter dito em seu telefonema com que não apoia uma bomba nuclear iraniana, Rússia e China disseram em uníssono apoiarem o programa nuclear dos persas, e garantiram apoio a seu principal aliado na região e membro dos BRICS. Os russos vêm armando o país e se Trump tentar partir para um solução violenta poderá enfrentar enormes dificuldades. Vale lembrar que os iranianos afirmam categoricamente que não estão desenvolvendo a bomba.

Em Israel a situação está ainda mais complicada do que no Irão. Isso porque os persas recebem pressão de fora, mas internamente não apresentam grande cisão. Mas em Israel a situação está complicada de várias partes. De fora vem a pressão de atores que já mencionamos acima, como os Houthis, Hezbolah, Hamas e Irão, ainda que contem com grande apoio do EUA, tanto financeiro, como material e até operacional, já que o Tia San vem mantendo uma frota pelo Mar Vermelho e garantido apoio aéreo a várias operações israelenses. Mas acontece que Israel tem uma enorme fratura interna. Os judeus ortodoxos têm se posicionado contra as guerras de conquista de Israel não é de hoje, mas eles estão mais ativos nesse momento. Para completar já se veem cisões políticas entre as instituições do Estado. O governo de Netanyahu está em guerra com a Suprema Corte do país, e o próprio governo está rachado. Outras instituições civis, como sindicatos e mesmo grandes empresas se colocam contra o governo e ameaçam paralisar o pais caso Netanyahu não reveja a demissão de Ronen Bar, chefe do serviço de segurança interna, que já foi revertida na Suprema Corte. Além disso, a não conclusão da troca de “prisioneiros” agitou a população, que tem protestado fortemente nas ruas. A situação está tão complicada internamente que alguns analistas falam de risco de uma guerra civil, e já vi ativista contra o governo chamando por tal ação. As guerras contra as populações árabes que ocupam as terras que os fundamentalistas que ocupam o governo de Israel dizem ser destinadas ao “Grande Israel” já não são suficientes para manter a coesão do Estado, e as ações do governo, que busca uma reforma Judiciária que levaria a uma concentração excessiva de poder nas mãos do Executivo foram o estopim para unir forças de oposição que estavam dispersas. O problema é que Netanyahu está com um grave problema pessoal, porque se segue com a guerra sua posição tende a se deteriorar mais e ele acabar efetivamente levando a uma cisão total do país, mas se ele recua tende a ser derrubado e as chances de ser processado e preso por abusos praticados são grandes.

Como vemos, e como falei no início, a situação segue muito complicada na região. Ações de força podem levar a resultados catastróficos, sejam econômicos, e com certeza humanitários. Ao mesmo tempo os BRICS precisarão agir para acalmar a região, porque ela é importante nas chamadas “novas rotas da seda” chinesas, e ao mundo multipolar e comercial que é parte fundamental da constituição dos BRICS. Aos próprios estadunidenses não interessa um agravamento que ponha em risco a economia mundial, e não será de todo estranho que ambos os lados se unam para acalmar as coisas por lá. Mas levará algum tempo ainda até que sejam tomadas ações que levem a região a uma paz, se não total, ao menos aceitável.


sexta-feira, 21 de março de 2025

Ucrânia terá 100 anos de servidão?

A informação aqui é importante, explica vários desdobramentos das negociações sobre a Ucrânia nas últimas semanas, mas não vi em nenhum lugar da mídia tradicional no Ocidente. Apenas alguns canais alternativos e/ou Orientais chegaram a falar sobre isso. 

Zelensky tinha assinado um tratado de 100 anos com Starmer, o Primeiro Ministro britânico, para a exploração de minerais, portos e outras riquezas ucranianas. Isso poucos dias antes da reunião na Casa Branca em que foi escorraçado por Trump. Daí a não assinatura anunciada do acordo na Casa Branca, e o “você não tem cartas” de Trump. Isso também explica algumas outras situações, como o abraço muito fraterno entre Zelensky e Starmer, a declaração do britânico após o encontro com líderes europeus em Londres, quando ele disse que o EUA é parceiro e que temos que explorar as riquezas ucranianas com eles. Também explica o desespero da Europa em expulsar os russos de Novorussia, já que lá estão os mais ricos depósitos minerais da região, e Alemanha e França seriam parceiros britânicos na exploração dessas riquezas.


Como eu já disse, a Ucrânia não é mais um país soberano. Uma neocolônia talvez, em que mantém um ar de autonomia, mas é totalmente subjugada e explorada por potências estrangeiras. Dificilmente entrará na UE, e ainda mais difícil de entrar na NATO. Isso não significa que a NATO não tentará manter tropas por lá, já que precisará defender suas riquezas e negócios.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Reino Unido aprofunda crise

O anúncio de contratação econômica no Reino Unido é, na melhor das hipóteses, um enorme balde de água fria no governo trabalhista de Keir Starmer, mesmo que a retraçao tenha sido mínima.

Sim, foi apenas 0,1% de queda registrada, só que o país vem com uma economia cambaleante já há alguns anos e para um governo que se constituiu prometendo retomar o crescimento econômico isso é um mau sinal. Se pensarmos que o governo ainda deve cortar gastos sociais para a adequação do orçamento, aí é que a coisa complica ainda mais.

Vamos lembrar que quando um país está em retração econômica, ou com uma economia cambaleante, que é o caso dos britânicos agora, então o governo deve aumentar os investimentos para acelerar a economia. O contrário também é verdadeiro, e quando um país apresenta uma economia extremamente aquecida, então o governo deve retirar investimentos de forma a diminuir um pouco o ritmo econômico e distorções que uma economia muito aquecida também pode apresentar.

Ou Keir Starmer e sua equipe revêem os cortes que pretendem fazer,  ou o mais provável é que joguem o país numa recessão séria, de onde será mais difícil sair, e mais um governo será trocado nas ilhas.

"É a economia, estúpido."

E não, o Brasil está longe de apresentar uma economia aquecida a ponto de causar distorções. Os problemas brasileiros são causados por distorções prévias, ligadas à falência produtiva do país, à excessiva dolarização da economia - maior parte do que se consome, ou vem de fora, ou está ligado à exportação, e a um leve aumento da ocupação dos trabalhadores, o que provoca aumento na massa salarial (não dos salários em si), expressão nas contas externas.

O remédio para o Brasil sair desses surtos de inflação sem demanda é investir no setor produtivo, colocando o financeiro em seu verdadeiro lugar de financiador da produção, não controlador dela.

Queda surpreendente do PIB britânico em janeiro intensifica pressão sobre o governo

Nos próximos dias, o governo deve anunciar vários cortes orçamentários, em particular na área social, para equilibrar as contas públicas.


 O PIB britânico registrou contração de 0,1% em janeiro, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira 14, o que intensifica a pressão sobre o governo trabalhista a poucos dias de anúncios de cortes orçamentários.

terça-feira, 11 de março de 2025

Guerra, às vezes inevitável, a solução negociável

A declaração dada por Sergey Lavrov abaixo é bastante clara e se resume no fato de os russos terem até sido aceitos pelo Ocidente em algumas mesas, mas jamais foram tratados como iguais ou ouvidos. Mesmo em temas absolutamente sensíveis, como os arranjos de segurança na própria Europa, e onde os Russos desempenham o papel mais importante,  eles foram solenemente ignorados. 

Essa situação veio do outro lado do Atlantico, mas os líderes europeus são absolutamente responsáveis pela atual situação, já que não apenas cúmplices passivos dos acontecimentos, mas efetivamente atuaram na direção deles.

Já vi vários analistas dizendo que a Europa não daria conta da Rússia, mas com a liderança direta do EUA, então o Ocidente venceria um até agora hipotemético conflito dessa monta. Outros, mais honestos, ou talvez, mais antenados, já veem a situação mais favorável aos russos.

De fato alguns sinais deixam isso claro. Primeiro é o fato de os americanos não conseguirem entrar na era dos mísseis hipersônicos. Segundo foi a atenção que Trump prometeu à defesa aérea estadunidense em sua posse, falando de um Iron Dome do EUA. Isso não é apenas para gastar dinheiro, mas porque ficou escancarada a ineficácia dos sistemas de ataque e defesa Ocidentais no conflito ucraniano. Hipersônicos como Kinzhal e iskander se mostraram imparáveis pelas defesas Ocidentais, que dirá do Oreshinik? E especialistas afirmam que os russos ainda têm ao menos 3 armas prontas, ou em fase final de desenvolvimento, e que seriam muito mais eficazes e letais que as citadas.

Juntamos tudo isso com a declaração de Putin, onde o presidente russo afirma que "não há sentido em um mundo sem Rússia", e vemos que a guerra não parece ser a solução para nossos problemas, até porquê ela não terá vencedores. O problema é que às vezes, pessoas absolutamente fora da realidade e acostumadas ao belicismo, acham que podem fazer isso com todos, aí a guerra se torna inevitável. 

Não vejo que chegaremos às vias de fato. As últimas ações russas no campo de batalha ucraniano tiveram um duplo objetivo. O primeiro de acelerar e consolidar os objetivos militares de Moscou no conflito.

O segundo foi um claro recado aos Ocudentais, incluindo o EUA: "nós dissemos que estávamos nos segurando, e estávamos".

Foi mais um recado claro, como o foi o "teste" do Oreshnik. Que esse recado seja ouvido.

Só há um caminho para se solucionar isso, a mesa de negociações. Podem todos sentar-se juntos, o que acho difícil. Para mim haverá uma negociação EUA-Rússia, depois uma UE-Rússia.

E a Ucrânia? Esta assinará o que e onde mandarem, porque ela já não existe como Estado Soberano. Foi isso que o canto da sereia e a estupidez do ódio fizeram ao antigo 2º maior Estado europeu.

Essa é uma lição que deveria ser aprendida, mas como diz o ditado, não há golpes novos, apenas otários novos.

🇷🇺SERGEY LAVROV:

"We were not blind.

As far back as 2007, at the Munich Security Conference, President of Russia Vladimir Putin warned that while we were working with NATO, the European Union, and the G7 (as a member of the G8 at the time), we should not be mistaken for naïve or unaware.

If we are to be treated as equals, then let us work as equals.

We continued our efforts.

In numerous meetings, Vladimir Putin patiently explained to each country and Western partner what he meant in Munich, in case there had been any misunderstandings.

Until the very last moment, we gave them a chance to avoid an open conflict.

In December 2021, we told them plainly: You are stalling on the Minsk Agreements and creating security threats for us.

Let’s sign a European security treaty that ensures stability without dragging anyone into NATO.

They ignored us.

Even in January 2022, I met with then US Secretary of State Antony Blinken.

He told me that NATO was none of our business and that the only assurance they could offer was some limitations on the number of intermediate-range missiles they would deploy in Ukraine.

That was it.

More hypocrisy, impunity, exceptionalism and a sense of superiority.

And where did it lead?

It is hardly surprising that at a major event last year, President Putin said that things will never return to how they were before February 2022.

He had hoped otherwise, even as he understood those hopes were in vain.

But he gave them every possible chance – urging them to come to the table and negotiate security guarantees, including for Ukraine, in a way that would not undermine our security.

It was possible to resolve all these issues.

Now, many politicians, former government officials, and public figures – speaking with hindsight – claim things should have been handled differently.

But what’s done is done.

Our goals are clear, and our objectives are set − just as they used to say in the Soviet Union."

segunda-feira, 10 de março de 2025

Rússia apressa cumprimento de seus objetivos

Com o início das negociações para o fim do conflito na Ucrânia,  a Rússia começa a apressar o cumprimento de suas metas militares. Quanto mais conquistas no campo de batalha, melhor sua posição na mesa de negociações. 




sábado, 8 de março de 2025

O conflito na Ucrânia se aproxima do fim, e novos arranjos vão sendo costurados

Após o malfadado encontro entre Zelensky e Trump na Casa Branca, Moscou não perdeu tempo e houve uma reunião de emergência com a participação de Putin e altos funcionários ligados à segurança russa. Nesta reunião foi dada a instrução ao Ministro da Defesa russo Andrey Belousov, para que todas as travas que seguravam o exército russo fossem retiradas. Sim, aqui já se falou algumas vezes que os russos estavam sendo muito comedidos com os ucranianos, e isso por diversos motivos.

Pois é, mas passaram a fazer parte da estratégia russa a destruição total dos sistemas de distribuição e geração de energia ucranianos, a liquidação de seus líderes (a princípio o próprio Zelensky não é alvo, mas apenas altos colaboradores), maior destruição da moral de militares e população ucranianos, forte ofensiva em várias direções (o que inclui a direção de Odessa, como eu disse no último vídeo), a tomada da estratégica cidade de Kharkiv, a cidade de Nikolaev também virou alvo (como eu disse, não era só Odessa).

O uso de guerra híbrida também é uma possibilidade, levando a uma guerra civil entre facções ucranianas. Isso é possível pelo que eu já falei, e é o fato de que Zelensky perde apoio. Sim, o apoio recebido de líderes europeus era efêmero, e se esvai a medida em que não há coesão no Bloco Europeu, e muito menos real capacidade técnica, militar e financeira para manter o conflito com os russos por longo período. Os próprios ucranianos também já mostram fortes sinais de esgotamento, tanto é que Zelensky já ensaiou um pedido de desculpas a Trump, mas no momento sem resposta efetiva. Trump tem pressa, mas ela não pode ser tanta a ponto de ser entendida como desespero.

Ao mesmo tempo Trump aprofunda sua retirada bélica da Ucrânia, e até o auxílio de inteligência é retirado. Sem as informações de satélite e o uso de sistema de orientação americanos a capacidade de muitos armamentos europeus se perde. O arsenal nuclear inglês, por exemplo, depende disso, além de mísseis de precisão dos 3 grandes estados europeus da NATO.

E os russos começaram a cumprir seus novos objetivos traçados. Não, os ataques ao campo de treinamento no Oeste da Ucrânia e ao navio cargueiro em Odessa não eram parte disso, mas apenas missões que os russos levam a cabo desde o primeiro ano de conflito. O cumprimento mesmo começou ontem, quando muitos bombardeiros e caças-bombardeiros levantaram voo, a frota do Mar Negro (não os barcos patrulha e os ucranianos atacavam) com seus navios e submarinos se posicionaram, além de baterias de mísseis hipersônico, Todos lançaram e uma grande frota de drones e mísseis varreram os céus da Ucrânia e terminaram por atingir seus alvos. Isso foi tão impactante a ponto de Zelensky pedir trégua.

Ao mesmo tempo uma sorridente Van der Leyen chegava a Bruxelas para anunciar um plano de 800 bilhões (ou mil milhões como se diz em Portugal) para o rearmamento da Europa. O provável novo primeiro ministro alemão fala em 500 bilhões da Alemanha, e Macron fez alguns caças-bombardeiros Rafale sobrevoarem a Alemanha com mísseis sob as asas, oferecendo com isso o guarda-chuva nuclear francês para a Europa Ocidental continental (os ingleses têm o próprio). Após o intenso bombardeio russo, Donald Trump também afirmou que estuda colocar novas sanções à Rússia. Trump também falou que se a Europa quiser armas para enfrentar os russos terá que pagar por elas, exatamente como eu disse que ele faria.

Com esse quadro chegamos ao final do dia de ontem. E ainda que eu já tenha feito algumas rápidas considerações enquanto falava, precisamos observar melhor alguns desses desdobramentos. O primeiro deles é muito óbvio, e é o fato de que os russos leram a confusão na Casa Branca e os passos dados pelas lideranças europeias exatamente como eu, ou seja, não há um final tão rápido para os conflitos à vista, e deram o passo que um bom estrategista dá, que é apertar ainda mais o inimigo quando ele mostra alguma fraqueza ou ponto vulnerável. Daí o aumento das ações militares. O que se esperava conquistar na mesa de negociações e com plebiscitos será buscado no campo de batalha, ficando os formalismos civis para depois. Também serve de alerta aos europeus, que falam em enviar tropas de paz à ucrânia, algo que foi mais uma vez violentamente rechaçado pelos russos, exatamente como eu falei que seria.

Quanto a Europa, esta busca uma nova organização interna. Devido a pujança econômica, a Alemanha há décadas era o grande líder do bloco europeu, mas sempre levemente contestada pela França e Reino Unido. O Reino Unido está fora da UE e a França se aproveita de um momento de extrema debilidade alemã, do fato de que nada indica que seu novo governo mudará os rumos disso, e da necessidade bélica que os Estados europeus têm demonstrado para tentar inverter as posições, passando ela a ser o grande líder, e deixando a Alemanha como contestadora. O problema é que a própria França não passa um momento econômico tão bom assim, seu poder militar é apenas médio e se encontra debilitado pelo apoio de 3 anos à aventura ucraniana, e o próprio Macron é um líder muito contestado dentro de casa. Tem pesquisa indicando uma popularidade de apenas 7% ao francês. Difícil levar um país a novos voos com esse nível de apoio interno. Na Itália uma Meloni indecisa não sabe se ruma para a nova ordem mundial ou se tenta se reposicionar dentro do Bloco Europeu de forma mais efetiva. O resultado é que seu discurso nem fica em cima do muro, e muito menos agrada os lados. É um emaranhado de contradições e soluções sem sentido propostas enquanto o país fica meio que a deriva nos acontecimentos.

Já os 800 bilhões (mil milhões) propostos por Van der Leyen, e que pode ser mais que isso são um outro problema, porque eles não existem. Bem, esse dinheiro não é para ser aplicado todo agora, mas ao longo de ao menos 4 anos. Vamos destrinchar isso. € 90 bilhões viriam do fundo de combate à covid não utilizado e que seria realocado para o rearmamento. Os Estados membros seriam autorizados a gastar 1,5% de seu PIB nessa rubrica, mas sem contar para as regras fiscais do bloco. Parte seria conseguido pelos países do bloco por empréstimos totalizando € 150 bi, O restante seria capitado ao longo dos próximos 4 anos. O que ela não fala é que muito provavelmente muitos países do bloco teriam que cortar de seus gastos sociais para conseguir esse 1,5% do PIB, e que esse empréstimo prometido seria conseguido a juros e provavelmente de impressão de dinheiro. Outro fato importante a ser considerado é que a capacidade industrial do continente ainda é grande, mas ela está muito fragilizada pelo enforcamento energético em que eles se meteram por livre vontade, e pelo fato de o continente não ter as matérias-primas necessárias à produção de armas em larga escala. Por último sempre há o risco de essas medidas minarem as condições da população europeia, e de que tenhamos nova rodada de quedas de governos no continente, governos estes que podem vir a fazer forte oposição a essas posições da tecnocracia burocrática de Bruxelas. Sobre a França e o vídeo recheado de inconsistências de Macron eu farei um comentário em outro vídeo.

Já Trump mostra apenas que ele segue sendo um boquirroto, e que não entendeu a situação atual do conflito. Sim, querer a paz é ótimo, mas ele não tem como impor boicotes mais duros à Rússia. Tudo o que poderia ser feito de mais duro nesse sentido já o foi, e apenas pequenas mordidas são possíveis nesse momento. Ao mesmo tempo Trump também afirmou que se os europeus quiserem defesa, entenda-se novas armas, terão que pagar por elas. Isso se aplica ao apoio que o dinheiro de Van der Leyen dará a Ucrânia, e ao próprio rearmamento europeu.

Como vemos temos muitos interesses em jogo, e muita coisa para ser arranjada antes que tudo venha a se acalmar na Europa. Sim, e a cada semana mais claros ficarão esses interesses. Macron sabe que a França e a Europa não têm condições de fazer frente aos russos, mas ele não pode perder a oportunidade que se apresenta de inverter a posição na Europa com os alemães, por outro lado os alemães tentam minar essa pretensão francesa. A tecno-burocracia europeia quer firmar ainda mais sua posição de poder sobre os Estados Nacionais da região. Trump quer se livrar de um enorme gasto, e se possível ainda sair com uma nova fonte de renda, seja em riquezas na Ucrânia, seja cobrando segurança aos europeus. Quem sabe os dois? Os russo querem unir todo seu povo sob o mesmo país novamente, afastar a ameaça Ocidental que já se apresenta há cerca de 200 anos, e poder virar ainda mais suas atenções à Ásia e o chamado Sul Global, onde as grandes oportunidades de negócio e desenvolvimento se apresentam hoje. Já a Ucrânia ainda se apresenta oficialmente como Estado, mas na prática ela não passa de uma marionete nas mãos dos grandes interesses geopolíticos. Ela já não tem mais forças nem para ser ouvida no terreno geopolítico. A catástrofe bélica minou todo o poder e importância que o país tivesse. Ter ouvido o canto da sereia ocidental levou os ucranianos às rochas e a um naufrágio catastrófico. 


quinta-feira, 6 de março de 2025

Geopolítica agitada ao pelo mundo

A geopolítica anda bem mais ativa do que no final do governo Biden, e sim, um dos maiores responsáveis por essa agitação é Donald Trump, que com seu jeito, digamos, peculiar de fazer política, tem agitado bastante a já complicada cena internacional.8

Na Ucrânia Trump encerrou todo o envio de armas, equipamentos e suprimentos para o país, mas apesar disso a coisa continua quente. Os russos informam que derrubaram 18 drones que tinham por territórios da Federação.

Em Odessa um navio mercante foi atacado e destruído no porto durante operações de descarga. Outro navio que estava atracado atrás sofreu danos. O navio alvo estava carregado de armas provenientes do Canadá, e tal fato leva a muitas especulações e acusações. A principal é que teriam sido fontes do governo Trump a informar os russos que tal operação ocorria no porto, mas também há suspeitas de que espiões russos, ou mesmo traidores ucranianos tenham conseguido/fornecido a informação.

Como já informei em vídeo anterior, o governo Trump encerrou todo o envio de armas, equipamentos e suprimentos para a Ucrânia. Mas em compensação países europeus garantiram que aumentariam seus envios e auxílios para o esforço de guerra para o exército ucraniano. O Reino Unido, por exemplo, garantiu que enviaria ao menos 5.000 mísseis antiaéreos para que os ucranianos pudessem se defender dos ataques de drones russos. O problema é que tais mísseis ainda serão produzidos, eles são muito mais caros que os drones que devem abater, e não se sabe se chegarão a tempo para auxiliar na defesa aérea da Ucrânia.

Como eu já havia decifrado no vídeo em que falei do encontro entre Rússia e EUA em Riade, as negociações entre os dois países só devem retornar quando as relações diplomáticas entre ambos estiverem firmemente restabelecidas. Essa informação vem de Dimitry Pescov, secretário de imprensa do Kremlyn.

Na guerra tarifária a China anunciou a aplicação de tarifas sobre produtos importados do EUA. São 15% para trigo, 10% para carnes, frutas, vegetais e produtos secos. As tarifas americanas contra a China passaram a ter efeito em 4 de março, e trump dobrou suas alíquotas de 10% para 20% após o anúncio chinês. Também anuncioubque será assim, se tarifarem o EUA, ele automaticamente dobrará dobrará as alíquotas que cobra. Em vista disso a China também entrou com uma queixa na Organização Mundial de Comércio devido a essa guerra tarifária iniciada por Trump.

Valerii Zaluzhnyi, General ucraniano que comandou as forças de seu país no início do conflito com a Rússia, e atual embaixador de seu país no Reino Unido foi nomeado representante permanente da Ucrânia na Organização Marítima Internacional. Alguns dizem que ele vem sendo treinado pelos ingleses para suceder Zelensky no comando da Ucrânia, e isso é parte de seu treinamento com esse objetivo.

O vicepresidente estadunidense J.D. Vance disse que Zelensky não retornará ao salão oval da Casa Branca até que ele esteja disposto a discutir um processo de paz em detalhes e a chegar a um acordo sobre isso. Já a Casa Branca afirmou que no momento Zelensky não tem motivação para celebrar a paz com os russo.

O Ministro das Relações Exteriores japonês acredita que a iniciativa do EUA sobre a paz na Ucrânia leva a um impasse, e solicita à comunidade internacional que se una para que as hostilidades terminem.


Como vemos a cena internacional anda bastante agitada, e mesmo países que tradicionalmente evitam opinar sobre as situações globais, como o Japão, agora o fazem porquê vêem os riscos ligados à falta de bom-senso que alguns dos lideres mundiais têm apresentado. 

Mas apesar de não parecer, algumas das iniciativas e objetivos de Trump estão corretos. O problema é a forma como tenta implementá-los, naquele estúpido estilo "cowboy", ou o teatral "you are fired" de seu "reality show".  Isso é para dar a impressão de que ainda comanda o país que dá as cartas na geopolítica mundial, tal qual o fazia na década de 90 do Séc. XX.

Só que a realidade é que comanda um país ainda rachado, que apesar da ótima votação que teve já mostra sinais de perder esse apoio, cujo país está quebrado, endividado, cuja produção está longe de espelhar esta grandeza, e que tende a piorar sua posição pela falta de um plano que condiga com sua atual situação. 

Claro,  ainda é um país forte e poderoso, mas hoje em dia é no máximo o terceiro. E o mundo sabe disso.

terça-feira, 4 de março de 2025

Reunião europeia sobre Ucrânia mostra fraturas


Pessoal, no último dia 02 de março, e na sequência do bate-boca entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, o Primeiro Ministro do Reino Unido, Keir Starmer recebeu líderes europeus em Londres para discutir a situação no Leste europeu. Além dele estiveram presentes líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia, o Ministro dos Negócios estrangeiros da Turquia e o Secretário Geral da NATO Mark Rutte. 

De efetivo saiu a decisão de que Reino Unido e França irão elaborar um plano de cessar fogo, que será apresentado a Donald Trump. O problema é que não há unanimidade nisso. Também há a proposta de se enviar tropas europeias ao Oeste da Ucrânia na intenção de se garantir a paz e a segurança do país. Seriam tropas da NATO, já que são todos países dessa organização, e até mesmo seu administrador estava presente à reunião. Que parte de que os russos não aceitam tropas da NATO na Ucrânia eles não entenderam, e que isso pode levar acirramento do conflito, além de isso ter dado início ao conflito? De qualquer forma já há rachas nisso também, porque algumas autoridades, ou futuras autoridades não concordam com esse envio de tropas. Já a França tenciona mover seus caças com capacidade nuclear para a Alemanha.

Enquanto isso, na contra-mão dessas ações, o EUA cortou todo apoio material, financeiro e logístico à Ucrânia, com exceção do material que já estiver em solo ucraniano, e tenciona retirar suas tropas dos países do Leste Europeu. Eles têm certeza que a plano era dividir a Rússia?