sexta-feira, 30 de abril de 2021

400.000 muito negativos

Ontem o Brasil alcançou o ainda mais trágico número de 400.000 mortos por Covid-19. Esse número é terrível porque sabemos que, tivéssemos nós um governo minimamente preocupado com as condições do povo brasileiro, e ele teria sido muito menor.

Sim, porque por mais que um governo se importe, se comprometa, e tome as ações necessárias para o enfrentamento do problema, um número mínimo de infectados e mortos haveria. Imaginemos nós que esse número seria relativamente considerável no Brasil, pelo seu tamanho, pelas dificuldades de impor isolamento em extensas regiões, e pelas dificuldades econômicas que uma população muito pobre tem de se manter em isolamento. Acontece que tudo isso foi muito agravado pela atitude irresponsável, e em muitos momentos talvez até criminosa, do Governo Bolsonaro, a começar do líder supremo, mas passando por vários de seus colaboradores, sejam eles mais próximos, ou mais abaixo na cadeia hierárquica.

A extensão desse desastre tem seu ápice nas mortes, que jamais serão substituídas nas vidas de familiares e amigos que perderam a companhia de seus entes queridos, mas também afeta a credibilidade do país, o respeito, cria fissuras nas relações bi e multilaterais com outros países e blocos político-econômicos, problemas com grupos econômicos, que se afastam do país devido ao caos econômico-sanitário, e receio de represálias em outros países do mundo ao se submeterem a um governo dessa estirpe.

Como eu já disse aqui, a CPI  da Covid dificilmente dará resultados concretos a ponto de termos o encerramento prematuro do (des)governo, mas certamente ajudará a minar ainda mais seu apoio, fazendo com que chegue a 2022 sem chances de reeleição.

E o Brasil precisa pensar com profundidade, se vai optar por manter o atual desastre, se vai retornar ao modelo que se desenvolveu e nos trouxe a esse desastre, ou se vai buscar um caminho diferente.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Dependência tecnológica do Brasil: quem está ganhando?

Mais do que o problema de depender quase que totalmente do estrangeiro num setor tão sensível quanto o da saúde, esse mesmo setor é fundamental para o reequilíbrio de nossa balança comercial. 

Mas ele não é o único.

Nos últimos anos temos visto vários setores industriais inteiros serem desmontados e/ou sucateados, enquanto os vemos florescer em outros países. Isso não é acaso das forças do "Deus Mercado", mas a pura e simples falta de planejamento estratégico do país, e do incentivo correto ao empresariado nacional, com o necessário financiamento e garantia de compra mínima de produção, mas também com as contrapartidas obrigatórias, como índice de nacionalização dos produtos, empregos, etc, etc.

A pandemia mostrou nossa vulnerabilidade no setor de saúde com o desmonte da indústria nacional, e a inação do governo com políticas públicas industriais. Vamos ficar aguardando outros setores entrarem em colapso pelos memos motivos, ainda que com provocações diferentes, ou vamos tratar de nossos interesses, e  tornar conta de nossos destinos?

quarta-feira, 28 de abril de 2021

300.000 positivos

O Blog dos Mercantes ultrapassou hoje a marca dos 300 mil acessos.

Agradeço a todos e todas que acessaram, leram, participaram, e tornaram esse número real.

Um forte abraço virtual a todos e todas!

Miséria avança no Brasil

Reportagem da Folha de São Paulo mostra o retrocesso de uma parte muito significativa da população brasileira, que deixou de ter uma renda pequena, mas que lhes proporcionava alguma dignidade, para voltarem à miséria e a passar enormes dificuldades em suas vidas.

O fenômeno não é motivado pela pandemia, como a reportagem tenta fazer crer, mas já vinha em curso no país desde o final do Governo Dilma, quando vários equívocos levaram a economia a perder o rumo, e retroceder cerca de 7% em apenas dois anos. O remédio foi o golpe parlamentar, e uma guinada ainda mais neoliberal, que acabou por levar o país ao quadro de estagnação econômica, e dependendo do ponto de vista até mesmo a uma recessão relativa, quando a economia cresce menos que a população.

Os descalabros econômicos vindos dos dois anos de Governo Bolsonaro, junto com a pandemia fizeram apenas agravar ainda mais esse quadro que já era trágico, que nos fechava indústrias e comércio todos os dias, que já tinham levado o país ao maior desemprego e subemprego da história, e que colocam as condições de vida de milhões e milhões de brasileiros cada vez mais longe da dignidade.

Por isso os fatos narrados na reportagem da Folha não são exatamente mentirosos, mas são tendenciosos quando atribuem as causas e soluções desse problema aos fatores errados. Não foi a intervenção estatal, ou o fato de termos empresas estatais na economia que nos levou à nossa longa e aparentemente sem fim crise, mas justamente a falta de intervenção em alguns setores, a saída progressiva do Estado da economia, e o descontrole das ações empresariais nos trouxeram ao atual quadro de calamidade econômico-social.

Claro também é que a solução não é uma estatização geral da economia, muito menos uma intervenção total do Estado na mesma. Essas ações também já se mostraram ineficazes, e se não causaram o caos social que vemos no Brasil atual, geraram atraso e estagnação econômica aonde o modelo foi aplicado.

A solução já foi encontrada há tempos, e é aplicada em todos os países que logram ultrapassar o atual estágio brasileiro, e é uma ação combinada entre Estado e iniciativa privada, em que o primeiro toma as rédeas de planejar, através de amplo estudo e debate com a sociedade, os rumos principais da economia e dos indicativos sociais a serem alcançados. Ao segundo ator, a iniciativa privada, cabe executar e consolidar o projeto.

Claro que isso tudo não é fruto de uma reunião de amigos de final de semana. Isso é fruto de arranjos políticos, de muita discussão, persuasão, e determinação.

E tudo isso tem um custo, ainda que lá na frente venha a dar muitos lucros a todos. Por isso é preciso definir desde sempre quem financia, e as responsabilidades dos que entram nesse projeto, além de correções através do tempo, porque muitas vezes o que se projeta não é possível de ser realizado.

Não é fácil, dá muito trabalho, mas é a única maneira de o Brasil ultrapassar as atuais dificuldades que tem. Nenhum país do mundo o conseguiu de forma diferente. O Brasil também não vai conseguir, e quanto mais se afastar de realizar tal tarefa, mas difícil e dura será realizá-la.

Fenômeno dos anos Lula, classe C afunda aos milhões e cai na miséria

Mais de 30 milhões deixam classificação; perspectiva para 2021 é de mais perda de renda nas classes D e E



terça-feira, 27 de abril de 2021

Ministério Barrichello?

Desculpe Rubinho, mas foi impossível não fazer o trocadilho.

Após mais de um ano começada a pandemia, após mais de um ano da primeira morte por Covid-19 em solo brasileiro, e eis que finalmente o Ministério da Saúde recebe os primeiros protocolos para o enfrentamento à doença.

Percebam a sutileza da situação. O que todos os países do mundo descobriram passados poucos meses do início da doença, o Brasil percebeu mais de um ano depois. O que todos os países do mundo fizeram durante boa parte do último ano, que foi se prepararem para a vacinação de sua população, campanhas de prevenção da doença, e ações para evitar o contágio, o Brasil começa a pensar em fazer agora. A vacinação anda por ação de governador e prefeitos, porque até há pouco tempo, o Ministério da Saúde agia para atrapalhar toda e qualquer iniciativa de vacinar a população.

Por sinal, o Presidente da República, ele mesmo, segue atrapalhando e boicotando tudo o que pode em relação a pandemia.

E tem gente que ainda diz que o CPI da Covid-19 é só porque querem tirar o Bolsonaro do governo.

Ministério da Saúde recebe primeiros protocolos para tratamento da Covid-19, sobre oxigênio e intubação

Pasta receberá material sobre toda a linha de cuidados, incluindo o pós-coronavírus, até o meio de maio





segunda-feira, 26 de abril de 2021

A profissão prisioneiro

Em princípio não deveria ser assim, em princípio deveria ser apenas mais uma profissão, em que o empregado cumpre sua parte, sua jornada, realiza seu trabalho, e depois vai para casa. 

Mas com navios isso não ocorre.

Nun navio o trabalhador cumpre sua jornada, e depois permanece a bordo, não só pela impossibilidade física de se ausentar do navio, mas também por legislações várias, que exigem tripulação mínima para a operação do navio, e que são aplicadas pela quase totalidade dos armadores como forma de reduzir os custos com mão-de-obra. Então, muitas vezes, mesmo atracado num porto, os tripulantes não podem deixar seus navios. Tudo isso, junto com longos períodos de embarque, que normalmente alcançam entre 6 e 9 meses, transformam as embarcações em prisões, provocando o afastamento dos tripulantes de seus familiares, amigos e de uma vida em sociedade.

Claro que o caso abaixo foi um exagero, mas ele não é único, e não é tão raro.

Em meu tempo na ITF acompanhei vários casos semelhantes, e enquanto empregados pagam com confinamento, sem salários, e uma quase total reclusão da sociedade (sem serem criminosos), seus irresponsáveis empregadores seguem suas vidas normalmente, e não raro voltam a armar outros navios, enquanto abandonam navio e tripulação à própria sorte longe de seus portos de origem, e de auxílio oficiais.

Enquanto isso, entidades que buscam auxiliar tais trabalhadores, como a ITF, e algumas ONGs ligadas a Igrejas, são vistas como problemáticas e frequentemente vêm tentativas de limitação de suas ações por parte de armadores, terminais, e agentes portuários.

Acontece que pelo mar passam cerca de 90% das riquezas mundiais. O mundo precisa voltar seus olhos a esses trabalhadores anônimos, e tratá-los com mais respeito. Tripulantes não são donos de nenhum navio, e não podem ser punidos pelos erros de seus patrões.

Mohammed Aisha disse que se sentia como se finalmente fosse deixar uma 'prisão', após quatro anos num navio abandonado no Mar Vermelho do Egito. Ele chegou a pensar em tirar a vida quando soube que a mãe morreu, enquanto estava 'preso' na embarcação.

Por BBC

 


"Alívio. Alegria. Como me sinto? Como se finalmente tivesse saído da prisão. Finalmente vou me reencontrar com minha família. Vou vê-los novamente".

Foi essa a mensagem que Mohammed Aisha enviou à BBC do avião na pista do aeroporto do Cairo, no Egito, antes de decolar de volta ao seu país-natal, a Síria.

Terminava ali uma provação de quase quatro anos, iniciada em 5 de maio de 2017, que afetou seriamente sua saúde mental.

Inicialmente, não seria algo difícil de resolver, mas os operadores libaneses do navio não pagaram pelo combustível e seus proprietários, do Bahrein, estavam passando por dificuldades financeiras.

Com o capitão egípcio do navio em terra, um tribunal local declarou Aisha, o oficial chefe do navio, o guardião legal do MV Aman.


domingo, 25 de abril de 2021

Isso é sério

A reportagem abaixo é muito séria, e poderia provocar uma hecatombe na política brasileira. Em resumo, durante as investigações do chefe da milícia carioca, Adriano da Nóbrega,  o Presidente da República teria sido procurado por grupos de milicianos para instruções e com cobranças de repasses de dinheiro conseguido com os crimes praticados por esses grupos. 

Entre os imbróglios se o Ministério Público do Rio de Janeiro estaria ou não investigando (ilegalmente) o caso, ou se teria enviado tais indícios à Procuradoria Geral da República (como deveria acontecer no caso de serem verídicas as informações abaixo), o fato concreto é que começam a haver repercussões das acusações. além da reportagem do The Intercept (o mesmo da Vaza-Jato), o Dep. Fed. David Miranda pediu abertura de inquérito contra o Presidente Bolsonaro, e políticos de oposição fizeram posts sobre fatos que sugerem as ligações do Presidente com esses grupos criminosos, e sobre o caso Marielle Franco.

Pessoalmente não acredito que isso vá em frente. Até agora o bolsonarismo foi eficiente em se blindar de tais armadilhas, mas a atual acusação se junta a muitas outras, e junto com várias ações que vêm sendo tomadas contra o atual governo federal (como a CPI da Covid), podem ter o poder de corroer os últimos pontos de apoio do atual Presidente, e provocar uma derrocada antecipada de seu governo, além de seríssimas dificuldades jurídicas ao líder supremo.

Esperemos para ver os desdobramentos de toda essa ação que cerca Bolsonaro e seu séquito cada vez mais.

Intercept diz que Bolsonaro foi procurado por comparsas de Adriano da Nóbrega

Uma série de diálogos transcritos de grampos telefônicos sugerem que Jair Bolsonaro foi procurado por integrantes da rede de proteção do miliciano Adriano da Nóbrega. Reportagem de Sérgio Ramalho do The Intercept divulgada neste sábado (24) mostra que após a morte do chefe do "Escritório do Crime", cúmplices de Adriano fizeram contato com uma pessoa chamada por “Jair”, “HNI (PRESIDENTE)” - em letras maiúsculas - e “cara da casa de vidro”.

Ainda segundo a matéria, fontes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE)  ouvidas na condição de anonimato, apontam que o conjunto de circunstâncias permite concluir que os nomes fazem referência ao presidente da República. “O cara da casa de vidro” seria uma referência aos palácios do Planalto e da Alvorada, ambos com fachadas de vidro.


quinta-feira, 22 de abril de 2021

O dogma do teto dos gastos!

Entendam porque o teto de gastos atrapalha o crescimento de uma economia, e porque precisa ser removido.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Brazil Conference debate os desafios do Brasil

Excelente o debate no encerramento da Brasil Conference. O evento é organizado por estudantes brasileiros de Harvard e do MIT, que se unem para levar pessoas de relevância em suas respectivas áreas para debater o Brasil, e saídas para seus problemas e desafios.

No debate abaixo estão presentes, em ordem alfabética: Ciro Gomes (ex Governador do CE e ex-Ministro, Eduardo Leite (Governador RS), Fernando Haddad (Ex-Ministro) João Dória (Governador SP), Luciano Huck (apresentador de TV).

Vale muito a pena assistir.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Mantida anulação de condenações de Lula

O plenário do STF voltou  a dar uma decisão de acordo com as Leis e a Constituição brasileiras, e anulou as condenações do ex-Presidente Lula pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. As anulações vêm embasadas no fato de que a 13ª VJF estar destinada a receber apenas processos que tivessem relação com o chamado "petrolão", e portanto, que tivessem relação com a corrupção dentro da Petrobras. Não era o caso dos processos movidos contra Lula, e portanto eles foram considerados nulos.

Mas o julgamento ainda não terminou, porque eu já tinha dito aqui, que o juiz natural dos casos fica em São Paulo, mas há tentativa do Ministro Edson Fachin de levar os processos para Brasilia, e isso será decidido apenas na próxima semana. Se seguirem a ordem jurídica vigente, provavelmente irão mandar os processos para São Paulo.

Outro ponto que também deverá ser julgado na próxima semana é o da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. Ela é flagrante quando o ex-magistrado aceita e julga dois casos, os quais não deveriam ter sido enviados a ele, e por conseguinte ele não os deveria ter aceito, e muito menos julgado. Mas há mais envolvido nisso, como alguns abusos durante o próprio processo.

A verdade é que Lula não foi inocentado, mas as duas condenações às quais lhe foram imputadas não têm sustentação jurídica, ou mesmo probatórias. Gostar ou não do ex-Presidente não é justificativa para submetê-lo a uma justiça política e partidarizada. Como todo e qualquer cidadão, Lula tem direito a um julgamento justo e imparcial.

Muito tardiamente o STF vem trazendo esses temas para dentro do direito vigente no país, e muito poderia ter sido evitado, muita coisa poderia estar melhor, caso tivéssemos tido um posicionamento mais firme da Suprema Corte desde o início desse processo. Como eu já disse aqui no Blog, sérios indícios de desvios da Força Tarefa e do Juiz dos casos eram nítidos, e às vezes eram consolidadas pelos mesmos, e não precisávamos de Vaza-Jato para vermos isso.

Mas antes tarde do que nunca. Ao menos a a maioria dos envolvidos e prejudicados por esses abusos ainda estão vivos.

Por maioria, o STF (Supremo Tribunal Federal) manteve a decisão do ministro Edson Fachin que beneficia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foram oito votos a favor e três contra. O julgamento, porém, continua na próxima quinta-feira (22).

O plenário do Supremo começou hoje a discutir sobre o envio do Paraná para o Distrito Federal dos processos da Operação Lava Jato contra Lula. A maioria concordou com a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar Lula, mas não entrou em consenso sobre o destino dos processos: se o Distrito Federal ou São Paulo.


segunda-feira, 19 de abril de 2021

O Brasil pode fazer

O Brasil tem totais condições de desenvolver serviços e equipamentos engenharia de alta capacidade. O exemplo está aí embaixo, está na capacidade das grandes obras que executamos pelo mundo, está em algumas empresas que ainda persistem, e até mesmo prosperam, apesar de todo o descalabro e desmonte das estrutura e pontencialidade brasileiras de alta tecnologia.

O drone militar brasileiro dez vezes mais veloz do que o som


Modelo de laboratório do Vant 14-X. (Créditos da imagem: Léo Ramos Chaves).


A história se iniciou em 2006 com o mestrado do capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim, no ITA, em São José dos Campos. No trabalho, apresentava uma configuração chamada Waverider, no qual o avião hipersônico utiliza suas próprias ondas de choque como superfície de sustentação.

Logo após isso, o projeto foi iniciado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), da Força Aérea Brasileira, em parceria com a empresa Orbital Engenharia.

domingo, 18 de abril de 2021

Reinaldo Azevedo no Prerrogativas

Excelente a entrevista de Reinaldo Azevedo no Prerrogativas. Um pouco longa, mas vale muito a pena assistir.



sábado, 17 de abril de 2021

sexta-feira, 16 de abril de 2021

CPI da Covid

Semana passada o Ministro Luis Roberto Barroso mandou que o Senado abrisse a chamada CPI da Covid-19, que tem por finalidade a investigação de erros e omissões do Governo Federal na condução da pandemia no Brasil. A decisão foi monocrática, o que suscitou críticas do Presidente da República e de alguns de seus apoiadores, que atacaram o Juiz do STF, falando de moral, e cobrando uma decisão que, não apenas não cabe ao Ministro Brarroso tomar, como ainda seria ilegal e inconstitucional. Outra acusação é de que Barroso teria tomado uma decisão monocrática, quando ela deveria ter sido do pleno, ou ao menos da turma.

Mas e a decisão de mandar instaurar a CPI?

Bem, aqui a coisa é diferente, porque as condições para que se instale uma CPI são dadas pela Constituição (objeto primeiro de análise do STF) e, em resumo, obriga a assinatura de 1/3 dos Senadores, ter um objeto definido, ter tempo estipulado de investigação.

O pedido de CPI que foi originado pelo Senador Randolfe Rodrigues atende a todos essas obrigatoriedades, e não há nenhuma menção a uma decisão política do Presidente da Casa sobre sua abertura. Tendo sendo solicitada, e tendo essa solicitação atendido às condições mínimas estipuladas na Constituição, então o Presidente tem que dar início à CPI.

Quanto a segunda acusação, esta não se sustenta. Além disso Barroso já disse que ouviu os outros Ministros, e sua decisão foi tomada de acordo com as conversas que manteve com eles.

Claro que nenhum Governo gosta de ter uma CPI investigando suas ações, ainda mais quando essas ações têm muitos e variados indícios de crimes, abusos, e omissões. 

Mas Presidente e correligionários, vamos parar de mimimi, e trabalhem para acabar com a pandemia e reestruturar a economia, já que até agora os senhores só trabalharam para fazer a pandemia avançar, e a economia a piorar.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Política para saúde e indústria coligada

Excelente debate sobre a indústria da saúde, a importância de um país do tamanho do Brasil ter uma, como conseguir desenvolver essa indústria, e porque e como deve-se dar incentivos para o desenvolvimento desse setor, absolutamente estratégico num momento de pandemia, mas também para o futuro e o crescimento socioeconômico do país.



https://www.youtube.com/watch?v=9rRbW9v3IAA&t=2737s

quarta-feira, 14 de abril de 2021

As movimentações políticas rumo a 2022

Uma candidatura à Presidência não se constrói em 2 meses, e algumas das forças políticas já se articulam desde 2018 para tentar suceder Jair Bolsonaro. Além do próprio Bolsonaro, o PT nunca deixou sua articulação, Ciro Gomes também não, e alguns nomes também entraram nessa corrida, como Sérigo Moro, João Dória, Luciano Huck, e tardiamente Luiz Henrique Mandetta. Os dois últimos se alçaram a tal corrida, o primeiro pela popularidade que seu programa televisivo de gosto duvidoso lhe dá, e o segundo pela popularidade que sua atuação à frente do Ministério da Saúde no início da pandemia.

Primeiro vamos descartar alguns. João Dória é o mais forte dos descartáveis, porque tem amplo domínio no estado de São Paulo, o que lhe garante uma boa votação de saída, mas é bastante rejeitado no resto do país, ou mesmo desconhecido, ainda que tenha usado o Butantan (que ele quis privatizar no início de seu governo) para tal. Huck tem muita popularidade como apresentador, mas não tem conseguido refletir essa popularidade em intensões de voto, e surgem boatos de que está assinando um contrato milionário com a Globo, que o impediria de assumir um compromisso mais forte. Mandetta ficou conhecido e popular, mas traz consigo muita desconfiança por ter sido parte do (des)governo Bolsonaro, e ainda restringe muito sua influência ao Mato Grosso do Sul.

Agora os mais fortes candidatos. Começamos com Bolsonaro que, ocupando a Presidência, tem a máquina pública na mão, ampla atenção da mídia, e uma base ideológica de uns 20% consolidada na sua tentativa de reeleição. O problema é que suas ações durante a pandemia, que agravaram o problema, e a pífia gestão econômica de seu governo minam muito o apoio fora de sua base eleitoral cativa. Sua chance é um novo embate contra o PT, e desde que o oponente não seja Lula.

O PT com Lula é um, com Haddad é outro. Qualquer um dos dois deverá estar no segundo turno, mas com Haddad há muita desconfiança da população, já com Lula essa desconfiança diminui. Mesmo assim ambos têm grandes chances contra Bolsonaro.

O terceiro, que corre por fora, é Ciro Gomes e o PDT. O candidato e o partido têm menor rejeição que os dois primeiros, mas eles até agora não apresentaram apoio popular suficiente para estar no segundo turno. Se Ciro conseguir ultrapassar seu grande obstáculo, então ele terá grandes chances de vitória, seja contra Lula, mas mais ainda contra Bolsonaro.

O interessante é que tanto Bolsonaro, quanto Lula, não são descartados pela elite financeira do país, enquanto Ciro é pessoa absolutamente non grata a essas elites. Já entre a população em geral, Bolsonaro e Lula têm apoio maiores que Ciro, mas também têm rejeições muito maiores.

Com esse quadro Bolsonaro e Lula partem de bases mais sólidas, mas têm mais dificuldades para tornar suas candidaturas vitoriosas, enquanto Ciro tem uma base menos extensa, mas tem mais possibilidades de vencer, caso consiga melhorar sua base. Eleitos os dois primeiros terão mais condições de governar, até porque se dobram com facilidade às estruturas seculares vigentes no país. Já Ciro tem como proposta romper com essas estruturas, e isso pode tornar seu governo um grande barril de pólvora. Necessitará de muito apoio popular e muita habilidade política para impor seu PND, e fazer seu governo com a profundidade que busca.

Claro que isso pode sofrer alguma mudança, mas até o momento nada indica que isso ocorra. Primeiro porque a mídia tradicional perdeu bastante poder após a interminável campanha anti-PT; segundo porque algumas forças estão em discussões internas e têm seus apoios ainda oscilantes; terceiro porque a internet segue ganhando espaço no debate público, seja para um lado, seja para outro, e isso cria bolhas ainda mais intensas e fechadas; e quarto porque com a pandemia não temos grandes oportunidades de manifestações populares, e isso nos deixa a mercê das pesquisas de opinião, que nem sempre são fidedignas. Mas o quadro atual é o que indiquei acima.

terça-feira, 13 de abril de 2021

9x2

Semana passada foi julgado a ação movida pelo PSD, e que foi apoiada pelo AGU André Mendonça, pelo PGR Augusto Aras, e pela Associação Juristas Evangélicos (ANAJURE). Pessoalmente não perdi meu tempo assistindo as explanações dos dois Ministros que defenderam a abertura de igrejas, mas quem viu disse que o primeiro fazia um discurso religioso, e não técnico-jurídico, enquanto o segundo fez um misto de religioso e jurídico. 

O problema maior é que quando se buscou apoio jurídico para basear suas teses religiosas, esse apoio foi trazido de legislações e decisões judiciais estrangeiras, o que é o absurdo dos absurdos. Querem acabar com toda e qualquer soberania do Brasil, inclusive aplicando leis estrangeiras em território nacional. E essa turma tem a cara-de-pau de se dizer nacionalistas.

Nessa celeuma eu apostava em um 10x1, já que o Ministro Kassio já havia adiantado seu voto ao dar liminar que permitia a reabertura de templos, mas Dias Toffoli também resolveu se juntar ao indefensável, e deu seu voto a favor da aglomeração nos espaços sagrados.

Por fim esse (des)governo e seus apoiadores sofreram mais uma derrota, o que é bom.

Mas tem um lado ruim, porque a cada pedido estapafúrdio desses, a cada tentativa de desestruturar, perverter, destruir o atual ordenamento social e político do país, há um retrocesso, há uma perda no processo civilizatório do país.


segunda-feira, 12 de abril de 2021

Querem o tamanho do desastre?

O Brasil aumentou em pouco mais 4x acima da média o número de mortes anuais devido a pandemia do Covid-19. A média é de 1,9% de aumento anual, e o Brasil, ano passado, aumentou 8,3% o número de mortes. Se levamos em conta o ano a partir do mês em que a Covid-19 chegou ao país, então esse número sobe para 13,7%. E esses números, além de maquiados e subnotificados, foram referentes apenas à primeira onda da doença, que foi bem menos agressiva, e que realmente deu um "pequeno" refresco, mesmo com as ações absolutamente insuficientes de governos municipais e estaduais, e de todo o boicote e sabotagem a essas ações por parte do Presidente da República e seu (des)governo.

Já seria grave se tivéssemos ficado apenas nos números acima.

Mas não esses números se agravam ainda mais quando temos o início da segunda onda, que por total falta de ação das autoridades, pela persistência do Governo Federal em boicotar e sabotar as únicas ações eficazes contra a pandemia, e ter negligenciado a compra de vacinas, e temos números ainda piores, como os detalhados no artigo abaixo.

O Brasil não parou de ter mortes por outras doenças, mas certamente também teve um aumento delas, pela falta de UTIs e atendimento ambulatorial e nos pronto-atendimentos do país, devido a superlotação causada pela Covid-19. O resultado dessa política criminosa está refletido no artigo abaixo, e ainda responde à bobagem propagada pelo Presidente e seus fanáticos seguidores, de que não se morre mais no país por outras doenças.

Além disso ainda temos o trágico e seríssimo problema de que a população brasileira começa uma tendência a diminuir. Isso já é realidade em muitas cidades brasileiras, a ponto de já refletir nesse mesmo tipo de estatísticas das regiões Sul e Sudeste, mas que já se vê em outras cidades brasileiras, e que tende a ser uma realidade para todas as regiões do país. Ou seja, se Sul e Sudeste já apresentam decréscimo em suas populações, isso tende a se agravar, e ainda tende a ser um problema nacional.

Tudo isso é reforçado pelo fato de a pandemia ainda estar absolutamente fora de controle; de o Governo Federal só agora começar a tomar tímidas medidas para seu controle (não sem muita pressão de todos os lados); e que o próprio Presidente da República segue, pessoalmente, atrapalhando todas as iniciativas que se tomam, além de que o número de infectados, internados, e do que estão na fila para internação e UTI estarem muito altos, o que significa que deveremos ter, ao menos, algumas semanas ainda de mortes elevadas, e alta propagação do vírus. Isso mesmo com alguns locais dando leves sinais de regressão na taxa de contágio.

Triste a situação brasileira, pior a dos brasileiros.

Pela 1ª vez, mortes pela covid no país superam a soma das outras doenças

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

10/04/2021 04h00

O avanço da pandemia no Brasil fez com que a mortalidade pela covid-19 superasse, pela primeira vez, a soma de todas as mortes causadas por outras doenças em uma semana.

Os dados se referem à semana entre 28 de março e 3 de abril, quando os óbitos pela covid-19 responderam por 50,3% das mortes naturais no país, enquanto todas as outras doenças somadas responderam por 49,7%.

domingo, 11 de abril de 2021

Buraco negro

Algumas das observações que foram divulgadas há pouco mais de um mês sobre o primeiro buraco negro encontrado são surpreendentes. Menos pelo tamanho, mas principalmente pela velocidade de rotação do objeto, que chega próximo à velocidade da luz, e pela distância que ele se encontra da terra.

Não sou astrônomo, mas tem que ser uma força de gravidade realmente gigantesca para evitar a perda de massa com uma rotação dessas, e ainda por cima atrair mais massa.

Claro que isso tudo pode mudar, outras observações mais precisas podem ser feitas no futuro, e outras informações mais precisas podem ser conseguidas, mas que no momento isso é impressionante, disso não tenho dúvidas.


Primeiro buraco negro detectado é maior do que se pensava

Descoberta sobre o tamanho do Cygnus X-1 pode fazer com que alguns modelos astronômicos sejam mudados


Washington Luiz, colaboração para a CNN
24 de fevereiro de 2021 às 15:35

Considerado um dos primeiros buracos negros a ser descoberto, o Cygnus X-1 é maior do que se pensava. Estudo recente publicado pela revista Science afirma que ele tem um total de 21 massas solares, um aumento de 50% em relação às estimativas anteriores.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores utilizaram observações obtidas com o Very Long Baseline Array (VLBA), um sistema de dez radiotelescópios distribuídos nos Estados Unidos que operam juntos como se fossem um único instrumento. 



https://super.abril.com.br/ciencia/cygnus-x-1-o-primeiro-buraco-negro-encontrado-e-maior-que-se-pensava/

sábado, 10 de abril de 2021

MARIAH CAREY – All I Want For Christmas Is You (Cover by Lauren Babic)

A musica é um grande sucesso nos Natais dos Estados Unidos, é parte das trilhas sonoras de vários filmes, e tem uma versão interessante gravada por Lauen Babic.


sexta-feira, 9 de abril de 2021

O BNDES britânico

Enquanto no Brasil atacam o BNDES e outras instituições públicas voltadas para o financiamento e incentivo de projetos econômicos e sociais, no Reino Unido o governo está criando um banco público justamente com esse propósito.

O banco criado pelo governo britânico não será tão abrangente quanto o BNDES, já que  financiará apenas projetos de infraestrutura e energias renováveis, 

Mas o banco inglês não é o único, e se você pesquisar no site do Internacional Development Financial Club perceberá que países como Alemanha, França e Itália também têm bancos desse tipo, além do próprio Banco Europeu de Investimento, que financia projetos em linha com as políticas do continente.

O Brasil mais uma vez na contramão da História.

Reino Unido vai lançar banco público para financiar infraestrutura

O ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, anunciará na próxima quarta-feira a criação de um banco público que irá financiar projetos de infraestrutura para apoiar a economia com bilhões de libras, infomou a pasta.






quinta-feira, 8 de abril de 2021

Espionagem é assim, sem ficar bisbilhotando email dos outros..

Apesar da tosca tentativa de trocadilho e piada expressa no título, a verdade é que o caso é sério, e tem potencial para colocar ainda mais dificuldades na já conflituosa relação entre a Comunidade Europeia e a Rússia.

Mas também mostra que a geopolítica internacional não é brincadeira no parquinho, os Estados não são amiguinhos, e a desconfiança e busca incessante por vantagens econômicas, polícias, e militares estão sempre no cerne dessas relações, e inclusive se apelam a ações renegadas pelo "manual" da boa diplomacia internacional.

O caso dos emails bisbilhotados de Dilma foram a origem da tentativa de piada, e o tom mais "romanceado" da compra de documentos secretos é a "glamourização" de uma atividade licitamente ilícita.

Todos condenam, mas se você quiser jogar a sério nesse campo, então você tem que se defender disso, e atacar também.

Por fim o mais pessoal.: ah minha Itália, o que fazes? Nada contra boas relações com os russos, mas é triste ver italianos traindo o próprio país. Mas no fundo não é assim tão diferente daquilo que uma galera de Curitiba fazia. Ah Brasil, oque fazes contigo?

Como sempre o título da matéria leva ao conteúdo completo no site original.


O militar italiano, o oficial russo e os cinco mil euros de segredos da NATO

Autoridades apanharam em flagrante um capitão de fragata a vender informações à Rússia. Roma expulsou dois diplomatas de Putin, mas Moscovo parece querer desvalorizar.


Ainvestigação terá começado há uns meses e deu frutos na noite de terça-feira. Num parque de estacionamento de um centro comercial de Roma, um capitão-de-fragata da Marinha italiana foi apanhado em flagrante a vender por cinco mil euros informação classificada do Ministério da Defesa - incluindo documentos da NATO - a um oficial acreditado na embaixada da Rússia. Resultado: o capitão italiano foi preso por "crimes graves contra a segurança do Estado" e o oficial russo, que evitou a prisão por ter imunidade diplomática, foi expulso de Itália junto com o seu superior. Moscovo parece desvalorizar o caso.

"Um ato hostil de extrema gravidade." Foi desta forma que o chefe da diplomacia italiana, Luigi Di Maio, descreveu o caso na comissão das Relações Externas do Parlamento italiano. O embaixador russo em Itália, Sergey Razov, foi chamado de emergência ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo as autoridades italianas manifestado o seu protesto pelo ocorrido e comunicado a decisão de expulsar os dois oficiais russos.

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Os primeiros indícios da relação entre o italiano e o oficial russo surgiram há alguns meses, da parte da Agência de Informação e Segurança Interna. Desde então, terão sido dadas ordens de vigilância de ambos os suspeitos, que culminaram na operação que permitiu apanhá-los em flagrante esta terça-feira à noite. Além dos cinco mil euros em dinheiro, foi apreendida uma pen onde o capitão-de-fragata tinha colocado as fotos dos documentos secretos capturadas no seu ecrã de computados.

De acordo com o Corriere della Serauma análise do material apreendido no apartamento de Biot já terá permitido concluir que o capitão-de-fragata terá vendido informação secreta referente à NATO. "Não comentamos questões de inteligência", indicou um oficial da NATO, citado pela AFP, encaminhando qualquer pergunta sobre o tema para as autoridades italianas.

Já os russos, parecem tentados a desvalorizar a situação. Inicialmente, a embaixada em Itália confirmou que um dos seus adidos militares tinha sido parado pela polícia na terça-feira, dizendo que era "inapropriado comentar"

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Contudo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a presidência russa não tinha "informações sobre as causas e circunstâncias" do caso. E acrescentou: "Esperamos que o caráter positivo e construtivo das nossas relações permaneça e seja preservado."

Cavalo de Troia?

A Itália sempre foi vista como um dos principais aliados da Rússia dentro da União Europeia, sendo Roma por vezes apresentada como "o cavalo de Troia" de Moscovo. Além do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi ser um amigo pessoal do presidente russo, Vladimir Putin, os italianos levantaram obstáculos à introdução de sanções económicas contra os russos, depois da guerra na Ucrânia em 2014. E, em 2016, o então primeiro-ministro Matteo Renzi foi um dos primeiros líderes europeus a visitar o Kremlin depois da anexação da Crimeia.

Mais recentemente, Itália está entre os países europeus que está a pressionar para a aprovação da vacina russa contra a covid-19, tendo mesmo chegado a acordo com Moscovo no início de março para o fabrico da Sputnik-V no país. "A Rússia está a pressionar forte" para conseguir a aprovação da vacina por parte da Agência Europeia do Medicamento "e Itália já falou várias vezes nesse sentido a pedido dos russos", por isso arruinar as relações com Roma nesta altura "podia ser um gesto contraprodutivo", indicou a analista Eleonora Tafuro, especialista em temas russos no think tank ISPI, de Milão, à AFP.

O caso de espionagem russa em Itália é o segundo em menos de um mês a ser descoberto. A Bulgária, outro estado membro da União Europeia e da NATO, expulsou também dois diplomatas russos na semana passada, depois de seis pessoas terem sido detidas, incluindo vários oficiais do Ministério da Defesa, por suspeitas de espiarem para a Rússia.



quarta-feira, 7 de abril de 2021

Só pode ser piada

Dia 28 de março o grupo Parlatório, que reúne grande parte daquela turma de "economistas" e gestores financeiros signatários da carta que pedia ações contra a pandemia, e que eu critiquei aqui no Blog dos Mercantes, fez um encontro virtual. Esse encontro teve quatro convidados ilústres. Os ex-Presidentes, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, o Ministro (contra) o Meio Ambiente Ricardo Salles, e o Juiz Suspeito Sérgio Moro.

Traduzindo a coisa é assim: "somos a favor de ações mais efetivas contra a Pandemia, porque ela já começa a atrapalhar nossas trapalhadas, mas tudo aquilo que nos levou ao desastre pandêmico e econômico, e que nós apoiamos, seguimos apoiando, e queremos que se mantenham, ou voltem".

Esse pessoal não é sério, nem quer ser levado a sério.

Flávia Arruda aceno a Arthur Lira?

Muita gente da imprensa dizendo que a indicação da Deputada Federal Flávia Arruda foi um aceno de paz ao Presidente da Câmara Arthur Lira, que foi bem claro em ameaçar Bolsonaro de impeachment, caso não fossem tomadas medidas sérias contra a crise sanitária e econômica que assola o país.

Ora meus caros analistas da imprensa, Lira pede ações duras contra a pandemia e a crise econômica, a resposta de Bolsonaro é colocar uma correligionária de Lira numa Secretaria com status de Ministério, mas que tem pouco ou nenhuma ingerência nesses assuntos, mais que qualquer Ministério é subordinda direta a Bolsonato, isso tudo depois de ter esculachado Dra. Ludimila Hajjar, indicada pelo bloco pra o MS, e de vocês dizem que isso é aceno para acalmar? 

Esse aceno pareceu mais com uma banana a Lira, ou então Lira é daqueles de discurso duro e ações frouxas.

A propósito, usei o artigo da Folha, mas vi essa análise em vários lugares.

Bia Kicis denunciada ao STF

Após a trágica morte de um soldado da PM da Bahia, que surtou, atirou contra seus colegas, e acabou sendo morto na troca de tiros, a Deputada Federal Bia Kicis, Presidenta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, tentou promover um levante da PM baiana contra o governo estadual. Marcelo Freixo denunciou a DF ao STF, para que ela seja incluída no inquérito que apura atos antidemocráticos e de ataques às instituições, já que ela teria incorrido no mesmo crime que Daniel Silveira, que por sinal é crime.

Mas ela não foi a única a tentar obter ganhos políticos com o fim trágico do PM baiano. Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro também se manifestaram sobre o episódio, e tal qual Kicis, ambos também deturparam os fatos e os motivos, tentando transformar uma ação técnica da polícia, em decisão política do governo baiano contra a polícia militar.

Tem mais gente para ser denunciada.


terça-feira, 6 de abril de 2021

Requião precisa enxergar o Lula real

Mas Roberto Requião não é o único que precisa enxergar o Lula real. Tem muita gente que precisa enxergar quem realmente é Lula. Aí embaixo tem um texto que ele publicou na Facebook junto com o economista José Carlos de Assis. Com teor bastante parecido, Requião postou na Revista Piauí, mas tudo o que contém nesses dois textos, nada faz jus a Lula.

Por que nada disso faz jus a Lula? Simples, porque a história de Lula fala por si mesma. Ele é o cara da "Carta aos Brasileiros"; ele é o cara do Meirelles no Banco Central; é o cara que chegou a pagar 26,5% na taxa Selic, e a manteve por quase todo o seu período na Presidência acima dos 2 dígitos; é o cara que indicou Dilma, que colocou Joaquim Levy na Fazenda; o cara que foi fazer discurso para empresários e disse "eu sou de direita", e que "aos sessenta quem é de esquerda tem problemas". Lula é o cara que promoveu várias privatizações durante seu governo,  com a desculpa de que eram concessões; é o cara que indicou Haddad, que incluiu em seu projeto de governo a autonomia do Banco Central e se vangloriou de atingir grau de investimento na Prefeitura de São Paulo; é o cara que acena com abertura de capital de estatais absolutamente estratégicas para o Brasil; e também é o cara que deu migalhas ao povo brasileiro, enquanto a elite econômico-financeira se banqueteava com os fartos recursos que entraram no país na primeira década do Século XXI. Verdade que isso causou uma revolução no país, mas isso não mostra qualidade do governo de Lula, mas o grau gigantesco da miséria que ainda hoje assola o país, e que foi apenas minimizada por um curto período histórico.

Também diferente do que diz ser, Lula não é um bom negociador. Ele está sempre entregando os dedos para tentar garantir alguns anéis de bijuteria barata. Basta ver seu discurso, que diz querer fazer um governo bom para os trabalhadores, mas só oferece benesses aos mais ricos. Nem mesmo os abusos  e retiradas de direitos dos trabalhadores, que foram perpetrados nos últimos 4 anos, ele ameaça rediscutir, nada da entrega criminosa do patrimônio público, enfim, nada que possa realmente pudesse mudar a vida dos trabalhadores brasileiros de forma sustentável.

Mas não me parece que o errado seja Lula. A mim parece que os errados são aqueles que se deixam enganar por esse canto de sereia desafinado, porque esperam que Lula entregue algo que ele nunca quis entregar, já que se satisfaz com algumas migalhas, ou como ele mesmo disse em uma entrevista, um "chiclete usado".

Ficamos chocados com a sua afirmação de que estaria a favor de transformar empresas estatais, como a Caixa Econômica Federal, hoje totalmente controlada pelo Estado, em empresa de economia mista sob controle parcial privado. Também nos surpreendeu sua concordância com Lula é o Governo atual na estratégia de privatização da Eletrobrás, a qual, junto com a Petrobrás, é o eixo da independência energética brasileira.
Supomos que esteja sendo mal aconselhado na área econômica. Não há nenhum sentido em privatizar a Caixa, mesmo que parcialmente. É uma empresa que rende dividendos expressivos para a área assistencial do Governo, há mais de um século, e desempenha papel estratégico no desenvolvimento social do país. Privatizá-la significa efetivamente doar uma parte dela a particulares sem qualquer justificativa econômica ou moral.
No caso da Eletrobrás, estamos diante de um dos maiores riscos estratégicos para a economia brasileira, na medida em que um sistema energético integrado e bem articulado ficará sob a ameaça de injustificável desintegração. Além disso, é uma empresa monopolista em várias funções, não fazendo qualquer sentido que seja entregue ao setor privado com seu apetite por lucro e com o descaso na operação, conforme se viu recentemente em Rondônia.
Mais assustador ainda do que o que assinalam essas indicações privatistas – neste caso, tendo em vista o que propõe o próprio programa do PT recém-lançado – é o que ali se expressa como um compromisso com o equilíbrio macroeconômico. Isso é puro conservadorismo. É um compromisso, sim, com a recessão, pois uma economia que não tem desequilíbrios macroeconômicos, sobretudo a partir de recessão, jamais retomará o crescimento econômico.
Observe os Estados Unidos, o Japão, a União Europeia, a Inglaterra – ninguém faz mais equilíbrio orçamentário no mundo, pois sabe que se trata de um suicídio econômico e social. Equilíbrio macroeconômico é manter a demanda no nível da oferta, o que, num quadro de recessão, impede o investimento público deficitário, chave do keynesianismo. Os governos neoliberais inventaram, além disso, o absurdo do teto orçamentário, tão contraditório que o próprio Governo quer agora se livrar dele, sob protesto de economistas ortodoxos e conservadores. (Entretanto, enquanto subsistir o governo Bolsonaro, não somos contra o teto de gastos, pois sem teto ele teria carta branca para gastar.) Para o combate à covid, sim, é importante furar o teto de gastos; outros gastos deveriam ser vistos caso a caso.
Essas observações acentuam nosso alinhamento com a essência de seu projeto político. Contudo, não podemos estar de acordo com as questões políticas levantadas acima. Fazemos isso por lealdade ao próprio país. Pretendemos nos juntar a milhões de brasileiros que veem no senhor um projeto de mudança para o país. Estamos certos que a orientação macroeconômica do futuro governo que vier a chefiar repita a espetacular performance de 2010, quando saímos de uma depressão para um crescimento de 7,4%, graças, sobretudo, a investimento deficitário.
Grande abraço, Roberto Requião, advogado e político; José Carlos de Assis, economista.
Curitiba/Rio, 3 de abril de 2021

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Lula no O É da Coisa

Na última quinta-feira Reinaldo Azevedo fez uma boa entrevista com o ex-Presidente Lula. A entrevista repercutiu muito, mas muito mais pelo alcance mítico do entrevistado, e das posições ambíguas entre o que diz defender e o que efetivamente faz, do que pela genialidade do entrevistado em si. 

Explico: o alcance mítico é dado pelo que muitas pessoas acreditam ser Lula, e esquecem de ver quem realmente é Lula. Ele não é o defensor dos trabalhadores, ele sempre agiu, e continua agindo, como um defensor da Casa Grande, e em troca pede alguns pequenos agrados para o outro lado.

A ambiguidade entre o que diz e o que efetivamente faz se escancara em sua entrevista mesma. Ao mesmo tempo em que fala difusamente em defender o direito dos trabalhadores (vai fazer o que por nós?), ele fala objetivamente em como atender aos interesses do "mercado".

E mentiu.

A entrevista em si

O início foi aquele blah, blah, blah, que já passou da conta para quem acompanha. Ele dizendo como é honesto, que foi preso para provar isso e aquilo. Tudo balela, porque quem quer provar algo, esse alguém trata de ficar solto e ter voz para isso, ter como agir, e jamais se entrega a seus algozes. Mas vamos aceitar que ele pense assim. Também tivemos as loas entre entrevistado e entrevistador, que voltaram a ocorrer em outros pontos da conversa, ainda que tenham sido mais enfáticas no início. Mas metade do programa foi perdido nesse lengalenga.

Quando as perguntas se tornaram mais práticas, mais objetivas ele ou não respondeu, ou tergiversou. Ao falar da Petrobras e dos roubos e desvios ocorridos durante seu governo, desviou do assunto e minimizou o ocorrido. Atenção petroleiros, ele colocou a culpa em vocês, porque ele disse que só funcionários de carreira roubaram, quando se sabe que não foi assim. Além disso priorizou um "projeto político" na questão do petrolão, e passou ao largo dos roubos ocorridos.

Na sequência o jornalista falou das estatais, quando Lula se curvou tanto ao "mercado", que os fundilhos apareceram, e foram fundilhos sujos. Ao falar de tornar algumas empresas estatais em empresas de economia mista, ao falar de ser contra um governo empresarial, ele não só se curva a isso tudo, como abre espaço para o mesmo uso que se faz hoje da Petrobras, ou seja, mais um mecanismo para uma gigantesca transferência do resultado do trabalho do brasileiro para uma minoria já mais do que abastada.

Ainda sobre economia política, se vangloriou muito do "pleno emprego" alcançado no Governo Dilma, que claro é um grande feito, mas se esqueceu de dizer que esse pleno emprego era baseado em serviços de baixíssima qualificação técnica, em cargos mal remunerados, e não resistiu aos primeiros sinais de retrocesso nos preços internacionais das commodities, e no farto e caríssimo crédito que foi ofertado durante todo o governo petista. Se o PT levou 12 anos para chegar ao "pleno emprego", levou apenas 2 para fazer com que toda essa conquista desmoronasse.

É o Bolsonaro do outro lado: da mesma forma que o atual Presidente, usou uma relação pessoal entre sexos para tentar explicar uma decisão de economia política. Não só não explicou, como se complicou, porque Estado não precisa ter credibilidade para investimentos (salvo os financeiros), mas tem que ter uma política de compras e incentivos, que sirva para impulsionar a produção nacional, e que tenha contrapartidas além da pura entrega de mercadorias. É um programa, um projeto, não é uma relação de afeição, mas uma relação econômica com papéis bem delimitados e que precisam ser cobrados e fiscalizados.

Perguntado sobre os problemas econômicos causados pelo PT e Dilma, fugiu. Disse que teve pequenos erros nos preços da gasolina e da eletricidade, mas todo o resto foi só boicote do Congresso, foi má vontade para com ela, foi boicote e medo de o PT se manter décadas no poder.

Mentiras

A rusga com o PSDB: ele diz que o PSDB tem ciúmes porque o PT cresceu muito rápido e tirou os intelectuais do PSDB. A história diz que o PT foi fundado em 10/02/80, e o PSDB em 25/06/88. Interessante é que os tucanos chegaram à Presidência muito antes dos estrelados. Quem cresceu mais rápido? Claro, fizeram um governo tão ruim quanto o do PT depois que a enxurrada de dólares vindos do boom das commodities passou, mas a verdade é que os dois partidos são neoliberais, e disputam a mesma ideologia, ainda que com discursos e nuances distintos.

A história da terra seca sem peixe. Lula tinha sido Dep. Fed., em apenas um mandato, e só. Mesmo assim foi eleito Presidente. Da turma que assinou a tal carta pela democracia apenas Huck e Amoedo não têm nenhuma experiência administrativa, os outros, ou são, ou já foram Ministros, Governadores, Prefeitos. Ninguém ali é novato aventureiro, mas Lula era quando foi eleito. Para ele valia, mas para os outros, mesmo que com muito mais experiência, não vale.

Nesse momento também disse que Ciro Gomes foi para Paris e não votou. Bem, Ciro saiu do país durante o segundo turno, mas retornou e votou. Segundo o próprio Ciro, ele votou no Haddad, mas seria oposição qualquer que fosse o vencedor, e que nunca mais faria campanha com o PT.

Positivo

De positivo (e muito positivo) teve a postura em favor da ciência no combate à pandemia, assim como alguns ataques ao (des)governo de Bolsonaro. Ainda por cima disse para o Presidente calar a boca. Mas eu queria ver era ele pedir o impeachment, já que se não havia motivos jurídicos para o de Dilma, o que acabou por caracterizar um golpe branco, para o de Bolsonaro os temos de sobra. Mas falta a vontade política, inclusive a do próprio Lula, que espera mais uma vez polarizar com o Tenente, quando terá sua maior chance de vitória.


domingo, 4 de abril de 2021

Feliz Páscoa a Todos e Todas

Hoje não tem política. Hoje tem a comemoração do retorno Daquele que deu a vida para nos redimir, Daquele que veio nos dizer para amarmos uns aos outros, para respeitarmos uns aos outros, para ajudarmos uns aos outros, para sermos uma Nação mundial, porque ele disse para fazermos isso independente de cor, nacionalidade, ou qualquer outra característica que sirva para nos individualizar, a nos fazer um pouco diferentes dos outros.

E se você não acredita nele, tudo bem, mas acredite na mensagem, pense que foram pessoas sábias que divulgaram essas mensagens, e pense que elas podem melhorar a vida de todos nós, inclusive de você mesmo(a).

Feliz Páscoa a Todos e Todas Nós!

sábado, 3 de abril de 2021

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Ficção científica chegando

Cientistas ligados à NASA desenvolveram um protótipo de reator a fissão nuclear suficientemente forte para fornecer 10 kw de energia por cerca de 10 anos, ou alimentar várias residências por esse mesmo período. A ideia é que o reator possa fornecer energia para missões tripuladas à Lua, Marte, ou outros planetas do Sistema Solar,  missões de exploração robóticas que fossem além das fronteiras de nosso sistema, ou manter bases lunares ou em Marte.

Sim, cientificamente podemos falar nisso, mas também podemos falar de usos mais próximos de nós, aqui na Terra mesmo, como nas indústrias automobilística, aérea, áreas remotas como polos e regiões próximas, etc.

No momento está sendo criada tecnologia de ponta para a pesquisa espacial, mas logo essa tecnologia estará a disposição da indústria Norte-Americana, que saberá dar bom uso a ela, e auferir altos lucros com isso.

E não é demais lembrar que, mais uma vez, é o Estado quem proporciona os recursos que possibilitam tais pesquisas e avanços tecnológicos.

Como aconteceu com as pesquisas para desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19 também.


Novo e também incrivelmente poderoso, reator de fissão nuclear da NASA é testado

C

ientistas da NASA, juntamente com a Administração Nacional de Segurança Nuclear do Departamento de Energia dos Estados Unidos, criaram um novo sistema de reator nuclear de fissão que poderia permitir missões tripuladas de longa duração à lua, Marte e outras partes do sistema solar e além.

O experimento, chamado de “Kilopower Reactor Using Stirling Technology” (ou simplesmente KRUSTY), já foi testado com sucesso em laboratório.

Para podermos passar bastante tempo em qualquer local do sistema solar que não seja a Terra, precisamos de novas formas de produção de energia. Certo? O Kilopower é exatamente isso: um sistema de energia de fissão leve que pode alimentar missões robóticas, bases humanas e missões tripuladas de exploração.

Ele é capaz de gerar até 10 quilowatts de energia elétrica, o suficiente para várias residências serem alimentadas continuamente por até dez anos, ou para manter um posto avançado na lua ou em Marte.

“Energia segura, eficiente e abundante será a chave para futuras explorações robóticas e humanas. Espero que o projeto Kilopower seja uma parte essencial das arquiteturas de energia lunar e marciana à medida que elas evoluírem”, disse Jim Reuter, da Diretoria de Missão de Tecnologia Espacial da NASA, em um comunicado de imprensa.




https://engenhariae.com.br/tecnologia/novo-e-tambem-incrivelmente-poderoso-reator-de-fissao-nuclear-da-nasa-e-testado

quinta-feira, 1 de abril de 2021

A primeira parcela durou pouco

Muita gente disse que Jair Bolsonaro tinha comprado o centrão, e que com isso dominava o Congresso. Eu, e alguns outros, dissemos que não, que isso era apenas um aluguel, e que a conta tendia a ser bem mais alta. Pois bem, a primeira parcela do aluguel durou muito pouco.

Isso mesmo, porque rapidamente a situação do país deteriorou, e o próprio Congresso está sendo acusado de conivência com o que acontece no Brasil (o que não deixa de ser verdade). Com isso Arthur Lira já ameaçou o Presidente de forma bastante clara sobre um processo de impeachment e, além de pedirem medidas mais duras e corretas no combate à pandemia do Covid-19, também incluíram em suas reivindicações mais acessibilidade aos Ministérios, e claro, aos cofres públicos, com a indicação para cargos e liberação de verbas aos integrantes do heterogêneo bloco.

Mas não se preocupem, o cargo de Ernesto Araújo, alguns cargos de segundo e terceiro escalão, e a liberação de verbas são apenas mais uma parcela. Logo logo teremos outros Ministérios sendo solicitados, inclusive aqueles ocupados pela área puramente ideológica, e aqueles ocupados por militares. E Bolsonaro não terá ingerência sobre esses Ministérios, afinal de contas, a guilhotina estará sempre pronta a decapitar alguém.

Bolsonaro tenta ganhar tempo para não ceder ao centrão, que acumula desgastes com o presidente

Além de pressionar por troca de ministro, bloco reclama de distanciamento da equipe do presidente, até dos oriundos do Congresso

Depois de uma semana que definiu como bastante complicada, o Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem nos próximos dias a missão de contornar queixas do centrão enquanto ganha tempo para buscar soluções e não ceder de imediato à crescente pressão do bloco, que hoje lhe garante alguma estabilidade no Congresso.

A insatisfação da cúpula das siglas com o governo não se esgota no desejo de ver Ernesto Araújo fora do comando do Ministério das Relações Exteriores. Dirigentes desses partidos avaliam, sob reserva, que os ministros de Bolsonaro, até mesmo aqueles oriundos do Legislativo, estão distantes do dia-a-dia da Câmara e do Senado.