Ontem o Brasil alcançou o ainda mais trágico número de 400.000 mortos por Covid-19. Esse número é terrível porque sabemos que, tivéssemos nós um governo minimamente preocupado com as condições do povo brasileiro, e ele teria sido muito menor.
Sim, porque por mais que um governo se importe, se comprometa, e tome as ações necessárias para o enfrentamento do problema, um número mínimo de infectados e mortos haveria. Imaginemos nós que esse número seria relativamente considerável no Brasil, pelo seu tamanho, pelas dificuldades de impor isolamento em extensas regiões, e pelas dificuldades econômicas que uma população muito pobre tem de se manter em isolamento. Acontece que tudo isso foi muito agravado pela atitude irresponsável, e em muitos momentos talvez até criminosa, do Governo Bolsonaro, a começar do líder supremo, mas passando por vários de seus colaboradores, sejam eles mais próximos, ou mais abaixo na cadeia hierárquica.
A extensão desse desastre tem seu ápice nas mortes, que jamais serão substituídas nas vidas de familiares e amigos que perderam a companhia de seus entes queridos, mas também afeta a credibilidade do país, o respeito, cria fissuras nas relações bi e multilaterais com outros países e blocos político-econômicos, problemas com grupos econômicos, que se afastam do país devido ao caos econômico-sanitário, e receio de represálias em outros países do mundo ao se submeterem a um governo dessa estirpe.
Como eu já disse aqui, a CPI da Covid dificilmente dará resultados concretos a ponto de termos o encerramento prematuro do (des)governo, mas certamente ajudará a minar ainda mais seu apoio, fazendo com que chegue a 2022 sem chances de reeleição.
E o Brasil precisa pensar com profundidade, se vai optar por manter o atual desastre, se vai retornar ao modelo que se desenvolveu e nos trouxe a esse desastre, ou se vai buscar um caminho diferente.
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