domingo, 25 de abril de 2021

Isso é sério

A reportagem abaixo é muito séria, e poderia provocar uma hecatombe na política brasileira. Em resumo, durante as investigações do chefe da milícia carioca, Adriano da Nóbrega,  o Presidente da República teria sido procurado por grupos de milicianos para instruções e com cobranças de repasses de dinheiro conseguido com os crimes praticados por esses grupos. 

Entre os imbróglios se o Ministério Público do Rio de Janeiro estaria ou não investigando (ilegalmente) o caso, ou se teria enviado tais indícios à Procuradoria Geral da República (como deveria acontecer no caso de serem verídicas as informações abaixo), o fato concreto é que começam a haver repercussões das acusações. além da reportagem do The Intercept (o mesmo da Vaza-Jato), o Dep. Fed. David Miranda pediu abertura de inquérito contra o Presidente Bolsonaro, e políticos de oposição fizeram posts sobre fatos que sugerem as ligações do Presidente com esses grupos criminosos, e sobre o caso Marielle Franco.

Pessoalmente não acredito que isso vá em frente. Até agora o bolsonarismo foi eficiente em se blindar de tais armadilhas, mas a atual acusação se junta a muitas outras, e junto com várias ações que vêm sendo tomadas contra o atual governo federal (como a CPI da Covid), podem ter o poder de corroer os últimos pontos de apoio do atual Presidente, e provocar uma derrocada antecipada de seu governo, além de seríssimas dificuldades jurídicas ao líder supremo.

Esperemos para ver os desdobramentos de toda essa ação que cerca Bolsonaro e seu séquito cada vez mais.

Intercept diz que Bolsonaro foi procurado por comparsas de Adriano da Nóbrega

Uma série de diálogos transcritos de grampos telefônicos sugerem que Jair Bolsonaro foi procurado por integrantes da rede de proteção do miliciano Adriano da Nóbrega. Reportagem de Sérgio Ramalho do The Intercept divulgada neste sábado (24) mostra que após a morte do chefe do "Escritório do Crime", cúmplices de Adriano fizeram contato com uma pessoa chamada por “Jair”, “HNI (PRESIDENTE)” - em letras maiúsculas - e “cara da casa de vidro”.

Ainda segundo a matéria, fontes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE)  ouvidas na condição de anonimato, apontam que o conjunto de circunstâncias permite concluir que os nomes fazem referência ao presidente da República. “O cara da casa de vidro” seria uma referência aos palácios do Planalto e da Alvorada, ambos com fachadas de vidro.


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