terça-feira, 22 de março de 2022

Federação de Barracos

Bem, não mais. Mas o artigo abaixo mostra os problemas que uma possível federação do PSB como PT criavam para o partido sem se consolidar, e eu fico imaginando o que ocorreria caso tivesse se realizado? Sim, porque como o artigo deixa bem claro existiam conflitos sérios entre os interesses pessoais de alguns dos membros do partido - a maioria recém-chegados -  e a visão mais ideológica de outros. 

O problema é que isso tudo não era apenas uma questão de embates pessoais e ideológicos, mas do que o próprio PSB se tornou ao longo do tempo, com posições frequentemente conflitantes com a ideologia que baseia a fundação de um partido que se diz socialista.

E foi isso que fez com que o PSB aceitasse vários novos membros em suas fileiras, entre eles a liberal que se diz de esquerda Tabata Amaral, o ex-juiz que se diz comunista Flávio Dino, o identitário Marcelo Freixo, e agora o neoliberal Geraldo Alkimin, além de seus quadros mais antigos, que já juntavam suficientes incongruências.

Não que outros partidos não as tenham. O PT tem, o PDT tem, os PSDB, o agora União Brasil as tem de sobra, mas no nível que vemos no PSB eu não vejo em nenhum outro partido. O normal é você ter alguma dissidência dentro da própria proposta ideológica do partido, mas não de ideologias tão díspares como ocorre com os chamados socialistas.

A dúvida é o que ocorrerá com esse, que é um dos partidos mais tradicionais do campo progressista do país. Mas nada do que ocorrer será sem a colaboração da própria cúpula socialista, que tem descaracterizado o partido em nome de elegibilidade há anos. Algo que o PT fez com sucesso, e que os socialistas sofrem em aplicar.

Veremos no que dará essa política partidária do PSB.

Ah sim, a "federação de barracos" é porque a coisa esquentou várias vezes dentro do próprio partido, chegando a ponto de interesses pessoais minarem os interesses do partido e de possíveis aliados.

Telefone na cara, “infiltrado” e traições: aliança com PT bagunça PSB

Negociações por uma federação com o PT desencadeiam brigas em série no PSB e expõem a fragilidade dos laços que unem a esquerda no Brasil

A negociação para criar uma federação entre o PT e o PSB para a eleição deste ano rachou o PSB em dois grupos e mergulhou o partido numa crise de brigas e dedo na cara entre alguns dos principais atores que fazem oposição ao bolsonarismo.

O movimento favorável à federação no PSB é liderado pelos governadores Paulo Câmara, de Pernambuco, e Flávio Dino, do Maranhão, e por deputados federais, entre eles um que é pré-candidato a governador, Marcelo Freixo, do Rio de Janeiro. Integrantes do partido receosos de que o PSB vire um satélite do PT dizem que os três estariam mais preocupados com seus projetos pessoais, vinculados ao sucesso de Lula nas urnas neste ano.



https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/telefone-na-cara-infiltrado-do-pt-e-caos-no-rio-o-colapso-do-psb

Nenhum comentário:

Postar um comentário