quarta-feira, 21 de setembro de 2022

A Nova Resistência e o PDT

Texto interessante de Gustavo Castañon no site disparada. E não, ele não é coordenador da campanha de Ciro Gomes, ainda que milite bastante por ela. Também sugiro que entrem no link abaixo e leiam todo o texto dele (2min apenas), porque vale a pena.

Quanto ao cerne dessa questão, que é a relação PDT-NR, eu já havia ouvido falar do movimento suprapartidário, mas não o conhecia bem. Então fui me informar um pouco mais e facilmente cheguei a seu manifesto. Interessante, e também vale a pena dar uma lida, ainda que leve mais do que os 2min e que eu vá traçar um comentário aqui. O manifesto é uma amalgama de várias vertentes políticas e filosóficas, tendente a um socialismo nacionalista, mas que mistura conceitos antagônicos, e desconsidera que o ser humano não é uno, como a maioria dos manifestos do gênero. Por isso existe política, História, e por isso elas não são eternas num ponto, mas dinâmicas em seu desenvolvimento. O próprio manifesto da NR é um ato político válido, e que merece reflexão (não é nosso propósito aqui).

Mas o problema não é a NR em si, mas uma possível chamada dupla militância. Pois bem, o caso aqui é diametralmente oposto ao de Tabata Amaral e de outros ex-Dep. Pedetistas, que contrariaram decisão do partido e votaram contra decisões do partido na Câmara (Tabata não perdeu seu mandato numa decisão estranhíssima da Justiça).
 
A situação não é idêntica por dois motivos principais. O primeiro é o fato de não termos candidatos do NR pelo PDT. O segundo é que, ainda que o NR apoie candidatos contra candidatos do PDT, os afiliados do partido que são conhecidos não o fazem (ao menos eu não vi).

E aí vem a questão mais crucial de todas: o que é dupla militância?

Pois bem, a dupla militância não é você ser parte de outro grupo que não seja o partido. A dupla militância é você defender publicamente posições fechadas do partido, ir contra essas decisões publicamente, como foi o caso dos Deputados acima. Mas mesmo internamente você pode tentar demover o partido de sua posição. O nome disso é democracia.

E se não fosse assim teríamos que expulsar quase todos os filiados do partido, porque todos têm participações em Igrejas, clubes, associações de classe, associações estudantis, empresas, que podem ter posições contrárias as do partido. Eles não são expulsos porque, quando o partido fecha uma decisão, eles as seguem, mesmo que existam críticas internas. O mesmo vale para o NR. Mas se vão contra é direito do partido expulsá-los, como é direito dos clubes expulsá-los, das empresas demiti-los, etc.

O resto, como diz o texto de Castañon, é a mais pura propaganda, que visa minar e desarticular o PDT, o único partido que faz algum tipo de oposição a esse rolo compressor e danoso que se tornou a política brasileira. E na nota emitida pelo presidente do partido, Carlos Lupi, também é bem claro que o que o membro do partido não pode fazer é colocar a pauta da NR sobre a do partido. Caso ocorra será expulso.



Eu nunca vi tamanho crime da imprensa em todos esses anos contra o PDT, nem no tempo do Brizola.

Essa matéria da UOL sobre a NR é puro banditismo. Quando você espreme, vê que só conseguem determinar um único caso de filiado da NR ao PDT, o tal André “Bicho Solto”.

Eles falam que ele foi candidato em 2020, só se esquecem de dizer que TEVE A CANDIDATURA CASSADA e FOI EXPULSO DO PARTIDO antes mesmo de seu passado de simpatias antisemitas ter vindo a tona.





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