sexta-feira, 2 de setembro de 2022

O debate da Band

Maria Cristina Fernandes foi por um caminho diferente daquele que eu tomei em minha análise do debate da Band no meu nascente canal de Youtube. Sim, porque enquanto eu me preocupei em analisar as boas e más atuações de cada um no embate, ela se preocupou muito mais em entender a queda de Lula. Ao menos é o que transparece em seu artigo.

Mas eu vou me preocupar em colocar alguns pontos baseado em seu próprio artigo. O primeiro vai logo na cara, porque Lula não se impos moralmente a Bolsonaro porque ele não pode. O atual Presidente anda agarrado com o Centrão, Lula também. Escândalos de corrupção com participação do atual Presidente são abafados, no de Lula esses escândalos também são abafados pelos petistas. Os programas de renda mínima são usados como moeda eleitoral pelo atual Presidente, Lula e o PT também usaram e abusaram desse expediente. E as similitudes são muitas, não param por aí.

Sim, o combate a fome teve efeito importante nos governos petistas, mas também foram usados eleitoralmente, e jamais foram realmente institucionalizados, de forma a impedir seu uso de forma desvirtuada, ou de ser destruído sem muito esforço. E o petista não tem como responder a essas críticas.

O que ela chama de treinamento para o Jornal Nacional parece ter sido a intervenção de assessores durante as respostas, algo que não pode ocorrer durante o debate eleitoral. Verdade que eles acorrem em apoio aos candidatos durante os intervalos, mas eles não têm como intervir nas respostas das perguntas no exato momento em que ocorrem. Assim, não chega a ser impossível a correção de um dado citado durante o debate, mas jamais se passarão as respostas esperadas ao candidato na exata hora de responder as perguntas.

Interessante a denúncia da jornalista sobre o desmonte na Controladoria Geral da União, que segundo ela, começou no governo de Dilma Roussef, por pressão do Centrão, a quem Lula cansou de ser explícito ao pedir aproximação, inclusive durante o Governo Dilma.

Quanto a questão de dependência ou não do Centrão ela ultrapassa o fato eleitoral. A verdade é que FHC iniciou um processo de desmonte da Presidência da República, e esse desmonte veio sendo aprofundado governo após governo, até chegarmos ao ponto de atualmente termos um fantoche na Presidência da República, que apenas se submete aos interesses desse naco de poder, enquanto toma conta de temas absolutamente secundários na vida nacional.

No fim Maria C. Fernandes relembra o fatídico debate de 1989, quando Lula foi engolido por Collor, e pela edição criminosa feita pela Globo. Lula não aprendeu nada, Lula não evolui. E isso me leva àquela famosa definição de Einstein sobre loucura (que muitas vezes pode ser confundida com burrice).

Apesar disso Lula não é burro nem louco, apenas não é o gênio político que muitos vivem dizendo que ele é, que muitos querem fazer dele.





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