segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Lula Presidente

Lula foi eleito para seu terceiro mandato no Brasil, na eleição mais apertada da História, ao menos pós-redemocratização. Antes de tudo parabéns ao Presidente Eleito, e que ele tenha muita sorte em seus próximos 4 anos, porque vai precisar.

Ele vai precisar, porque as políticas neoliberais dele não serão suficientes para superar a destruição do tecido produtivo brasileiro, fenômeno que os governos petistas incentivaram e que hoje cobra seu preço em termos de empregabilidade, qualidade das vagas ofertadas, e massa salarial.

Mas com a "arca de noé" tupiniquim, que Lula juntou para tentar mostrar união em torno de seu nome, será muito difícil que ele consiga empreender as reformas necessárias que o país precisa para retomar seu desenvolvimento.

E não se engane, porque entre o povo e a elite, Lula já mostrou muitas vezes que está do lado da elite.

Só que nem tudo são problemas. Apesar de que fará um governo ruim, e que na minha modestíssima opinião entregará mais um naco do patrimônio público (provavelmente a Caixa), o próximo governo Lula deverá oferecer algumas melhoras, como uma comunicação mais fluida com a sociedade e nas relações internacionais do país, e uma melhor atenção a temas atualmente sensíveis, como o meio-ambiente e o armamentismo entre a população civil.

O problema é que esses melhoramentos darão uma sensação de avanços no início, já que a situação atual é muito ruim, mas essa sensação não terá grande longevidade, porque não irá resolver os problemas mais graves da população, que hoje estão concentrados no baixíssimo rendimento, pouquíssimas oportunidades laborais, e praticamente nenhuma perspectiva de um mínimo de dignidade futura, num país que precisa de reformas profundas para sair do mar de destruição que está metido, e que é muito pior que aquela herdada por Lula em sua primeira passagem no governo.

Sorte é o que ele vai realmente precisar, ou então muda radicalmente e faz aquilo que dizia que faria antes de ser preso, peita os sistema e põe o povo na jogada. Se não a situação mudará muito pouco.

P.S. O país amanheceu literalmente dividido. A governabilidade será algo difícil para o futuro governo, já que oposição feroz virá de setores importantes da sociedade, e também de instituições.

domingo, 30 de outubro de 2022

Hoje tem eleições?

Hoje não vai ter ciência, nem mesmo a astronomia que tanto gosto. Hoje vai ter 2º turno. E sobre isso é o post de hoje.

Após o lamentável show de horrores que foi aquilo que algum maluco resolveu chamar de debate e que ocorreu na última sexta-feira, finalmente chegamos ao dia de o brasileiro ir novamente às urnas. Mas eu ainda não sei que eleição é essa. Os dois lados têm projetos semelhantes, com apenas alguns pontos de discordância.

Entre os pontos de semelhança estão a manutenção de algum grau de auxílio aos mais pobres, mas sobretudo a manutenção do atual sistema, em que o Estado é apropriado totalmente ao acúmulo de riqueza na ponta superior da pirâmide.

Entre as pouquíssimas diferenças está o respeito presente no discurso de um, e o absoluto conflito gratuito no discurso do outro.

Mas vejo isso como muito pouco para realmente justificar votos num lado ou no outro.

Por isso acho que essa eleição já está perdida. Está perdida para o Brasil, e está perdida para seu povo. 

O problema é que foi o próprio povo que optou por isso.

E a opção do povo foi por não ter opção. Entenda, eleição não é escolha de nome e personalidade, mas de visão de mundo e de projeto de país. O povo já optou pelo projeto, e a visão de mundo é muito pouco diferente entre os dois, o nome que vai tocar esse projeto pouco importa.

Por isso volto a perguntar: hoje tem eleições?

sábado, 29 de outubro de 2022

Que coisa deprimente

Foi por isso que me afastei de acompanhar a "campanha" do segundo turno das eleições desse ano. Que coisa deprimente, tanto a campanha dos dois candidatos durante todo o segundo turno, como foi deprimente o debate de ontem.

Propostas? Análises da situação atual? Sugestões para solução dos problemas?

Nada.

Mas um monte de acusações estúpidas?

Isso sobrou.

Mas isso é porque não há nenhuma intensão, seja de um lado, seja de outro, em mudar o país.~

Sim, verdade que um terá uma visão um pouco mais social, enquanto o outro será mais ligado a entregar os interesses dos mais ricos sem nenhuma consideração pelos mais pobres. Mas isso não muda a essência dos dois, que no final beneficiarão os mais ricos muito mais do que aos mais pobres.

Dua Lipa - Don´t Start Now

Música bem atual. Dua Lipa em um de seus sucessos. A cantora britânica apareceu em 2015, mas alcançou o sucesso mundial em 2017 com New Rules. Desde então é uma máquina de fazer sucesso, todos com um ritmo dançante e atual.



 

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O TSE e as decisões polêmicas

Na verdade as decisões não têm nada de polêmicas, e explico porquê, apesar de desagradar a gregos e troianos, ou seja, a lulopetistas e a bolsonaristas, as decisões têm sido tomadas com base em evidências concretas e com bom senso. 

As duas que criaram as maiores polêmicas nos últimos tempos foram as decisões contra a rádio Jovem Pan e, a mais atual, o problema das inserções das propagandas eleitorais no Nordeste.

Sobre a primeira eu já discorri algumas vezes aqui no Blog dos Mercantes, e tem a ver com a questão de que o "direito de se manifestar livremente" não é absoluto. Quando você faz isso de forma leviana, quando você faz isso de forma irresponsável, quando você faz isso de forma a criar uma mentira sobre alguém, isso deixa de ser um direito e passa a ser um crime. Se isso é cometido de forma repetida por um veículo de comunicação (e de concessão pública), aí é um caso de que a Justiça atue, até porque no caso de uma eleição isso pode gerar um prejuízo impossível de ser mensurado, e/ou compensado, que é o fato de um candidato perder votos, e até as eleições devido esse tipo de atuação.

O segundo caso também já foi tratado aqui no Blog dos Mercantes, e tem a ver com a questão da prova. A vizinha fofoqueira da esquina não é prova para nada. Os olhos enganam, os interesses idem. Então está certo o tribunal que se nega a receber uma prova vinda de um "aplicativo", e por depoimentos. No máximo pode ser pedida uma investigação sobre as empresas envolvidas, e acusadas de favorecerem um partido e não o outro. Mas aí o órgão correto não é o TSE, mas o Ministério Público Eleitoral.

O que a campanha bolsonarista tenta fazer com isso é simplesmente criar narrativas. São métodos nazi-fascistas de atuação. 

E o fato de falarmos desses problemas não significa que o outro lado não tente cometer fraudes, ou influir no processo de forma abusiva. Só que o fazem de maneira mais inteligente. Eles ficam no limiar entre a fraude e o aceitável, o que torna tal atuação mais difícil de ser impedida.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Não é burrice, é método

Não, não é burrice de Bolsonaro, é método. Isso não significa que Bolsonaro seja um sujeito inteligente, porque o aproveitador não é necessariamente inteligente, apenas não tem escrúpulos. E esse é Jair Bolsonaro, um sujeito que não tem nenhum escrúpulo.

O vídeo abaixo é mais um caso desses, já que não há prova alguma de que tenha havido desvios, mas há evidências suficientes de que se quer criar um problema.




quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Roberto Jefferson e perguntas a serem respondidas

O ex-Deputado Federal e apresentador de TV Roberto Jefferson foi levado ao cárcere mais uma vez no último domingo. No momento de sua prisão ele estava em PRISÃO domiciliar, e teve ordem de ser levado à cadeia novamente após ter violado várias obrigações que tinha que cumprir durante sua reclusão em casa.

Só que o maior problema não foi esse, mas a forma como recebeu os policiais federais que tinham se dirigido a sua residência para levar a ordem da Justiça a cabo. Tiros, e até granadas, foram lançados contra os policiais federais envolvidos na ação, e ao menos uma agente foi ferida na tresloucada decisão do político.

Roberto Jefferson está envolvido com muita coisa que não presta, e não é de hoje. E algumas perguntas se fazem necessárias depois dos eventos do último domingo. Como alguém com prisão domiciliar decretada mantinha armas (incluindo um fuzil e granadas) em casa? Por que demoraram tanto a ordenar seu retorno ao cárcere, já que ele desrespeitava condições de sua prisão domiciliar há algum tempo? Por foram mobilizados tantos recursos para evitar uma tragédia, enquanto com outros cidadãos a força é sempre a primeira opção? Finalmente, porque a Justiça resolveu proibir que se comente a clara e conhecida ligação entre Roberto Jefferson e o atual Presidente, que chegou a ordenar o deslocamento do Ministro da Justiça para intermediar o caso?

São todas perguntas que precisam ser feitas; e respondidas.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Europa sendo sabotada

A Europa está sendo sabotada, e isso é nítido demais. O difícil é definir quem mais sabota o Velho Continente, se são os próprios líderes europeus, ou se são líderes de outros países. E vamos listar aqui uma série de sabotagens que foram cometidos nestes últimos meses.

- Problema na Ucrânia, onde a Europa ao contrário de buscar uma solução, joga gasolina nesse fogo há meses, mas não faz isso sozinha;

- Opção por produção de energia limpa e renovável. Óbvio que isso é o ideal, mas para isso as tecnologias precisam estar consolidadas, algo que ainda estamos distantes. Não se pode abrir mão das fontes atuais sem que as novas e ambientalmente amigáveis estejam prontas e com condições de uso massivo. Elas ainda não estão, e essa opção precipitada não apenas vai criar problemas econômicos sérios, como já está criando problemas ambientais ainda mais sérios;

- Suporte à Ucrânia sem motivação para isso, salvo atacar os russos por tabela;

- Provocar inflação sem necessidade, já que nada justifica os erros que se cometem contra o próprio povo e economia;

- Destruição de infraestrutura crucial para o recebimento de gás russo. Não se sabe quem cometeu os atentados contra os gasodutos alemães, mas quem fez isso também age contra a Europa;

- Compra de gás liquefeito transportado por navios, sem que o continente tenha a infraestrutura para descarga e armazenamento desse gás. O resultado são filas nos portos e nenhuma garantia de resolver o problema de desabastecimento, ainda mais num inverno que se aproxima rápido;

- Agora destruição de cabos submarinos entre a Europa e a África.

Algumas situações nitidamente são de autosabotagem, cometidas principalmente por líderes políticos e tecnocratas alinhados ideologicamente a alguns setores sócio-econômicos em detrimento de seus povos. Outras podem vir de fora, e esses líderes políticos e tecnocratas as assumem acriticamente, devido ao alinhamento ideológico.

A Europa precisa se libertar, ou tende a retroceder forte e rapidamente.

Cabos submarinos europeus de comunicações foram cortados nesta quarta-feira

Múltiplos cabos submarinos no sul de França foram cortados durante a noite na passada quarta-feira, tornando o acesso à Internet pouco fiável ao nível mundial. Os engenheiros repararam as ligações perdidas e as investigações ainda estão em curso. Os dedos foram apontados para os submarinos russos devido ao conflito na Ucrânia, mas os investigadores ainda não encontraram provas que sustentem esta suposição.

A resposta cada vez mais frutífera da Ucrânia à invasão da Rússia e o apoio do ocidente às forças ucranianas poderão agora estar a servir de pretexto para retaliações nas infraestruturas de comunicação, depois dos ataques aos gasodutos Nord Stream.


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

A Pior Campanha da História?

Bem, difícil dizer que essa seja a pior campanha da História, mesmo se reduzirmos a História à do território brasileiro. No passado tivemos muitos assassinatos e tentativas de assassinatos, tivemos Jânio Quadros com sua vassourinha, tivemos as baixarias de Carlos Lacerda, os abusos de poder em diversas ocasiões, inclusive com o uso de órgãos de Estado, como a Polícia Federal fazendo buscas nas casas de potenciais candidatos à Presidência às vésperas do início da corrrida, etc.

Mesmo com tudo isso acima eu me arrisco a dizer que esta é a pior campanha de toda a história, ao menos da História brasileira.

Isso porque o advento da internet e das redes sociais levou todas as baixarias às casas das pessoas. Temas que eram divulgados em jornais, e atingiam apenas uma parcela da população  que tinha acesso a jornais, revistas, e condições de ler (lembrem-se que a maioria era analfabeta ou semi-analfabeta há até poucas décadas atrás), agora são amplamente divulgados, e com muito mais gente com condições de ler.

E essa história de que o neopentecostalismo é responsável por isso é uma grande bobagem, já que eles apenas ocuparam um espaço que a Igreja Católica deixou de ocupar. Não custa lembrar que, um dos grandes apoiadores de 1964 foi a CNBB e ampla parte do clero nacional.

Isso tudo leva o país a uma busca frenética por superação, não dos problemas nacionais, mas sim de fabricação de verdades e pós-verdades, sempre com um pé na realidade, mas o corpo inteiro na manipulação e na deturpação.

Esse quadro leva a própria campanha de péssimo nível, baseada em preconceitos e ataques mentirosos de parte a parte à desestruturação das instituições nacionais. O Congresso que tenta governar, o Judiciário que tenta legislar e governar, e um Executivo que apenas busca não cair.

Não há país que sobreviva por muito tempo num equilíbrio distópico e fracionário que vemos hoje no país. Diferente do que os dois lados falam, o mundo não é assim, e todas as vezes que isso realmente ocorre as coisas se tornam catastróficas, até que um equilíbrio que atenda a maioria das forças se estabeleça.

O Brasil não é diferente, e deveria buscar esse equilíbrio urgentemente, porque o acirramento da situação pode levar a ainda mais retrocessos, muitos deles poderão ser desastrosos para o país.

domingo, 23 de outubro de 2022

Chuva de meteoros: ainda dá tempo de ver

Todos os anos a atmosfera terrestre é bombardeada por fragmentos deixados pela passagem do Cometa Halley. Isso acontece quando a Terra passa pelo espaço em que o próprio cometa passou, e é chamada de Orionidas.

Acesse o link para a reportagem abaixo, e saiba mais como observar o fenômeno.

AO VIVO: Chuva de Meteoros Orionidas 2022


Observe do quintal de casa e assista ao vivo a chuva de meteoros Orionidas 2022

Mais um evento astronômico está prestes a acontecer - o pico da chuva de meteoros Orionidas 2022. E teremos transmissão ao vivo mostrando o melhor da chuva de meteoros Orionidas 2022!

sábado, 22 de outubro de 2022

November Rain - First to Eleven

Grandes música merecem ser sempre ouvidas. November Rain é uma dessas músicas, dessa vez na interpretação de First to Eleven, e na voz de Audra Miller.




sexta-feira, 21 de outubro de 2022

PDT definirá seu destino

O artigo do G1 abre alguns dos caminhos  que  serão discutido no PDT sobre o futuro do partido, mas o mais importante, o rumo dessas discussões serão definidas pela postura de Ciro Gomes quanto a seu futuro. O 4 vezes candidato à Presidência da República tem 2 caminhos que poderá trilhar. O primeiro é uma "aposentadoria" política, e se dedicar apenas a treinar novos quadros para o partido, e o segundo é entrar com força na oposição ao futuro governo com o objetivo de uma 5ª candidatura em 2026. 

De minha parte eu acredito que possa haver dois outros caminhos para Ciro. O primeiro é Ciro se dedicar a treinar novos quadros e fazer a forte oposição ao governo, mas sem ser ele o candidato do PDT. O segundo seria ele exercer o mesmo trabalho, e ele mesmo ser o candidato, o que acho mais improvável e mais difícil de ser executado.

Também discute-se a possibilidade da formação de uma federação, possivelmente com o PSB. O problema é que o PSB pode estar na vice-Presidência da República a partir do próximo ano, e esse fato atrelaria o PDT a apoios a um possível futuro governo Lula. Como fazer oposição estando no governo?

No momento o PDT é o único partido, com alguma projeção, que preserva valores reais (mas já infiltrado) com relação a proteção de trabalhadores, desenvolvimento nacional e nacionalismo. Um desvio desse caminho apenas levará a um hiato de representatividade nesses valores, que são fundamentais para que se possa ter um país livre e soberano. 


PDT definirá futuro após a eleição

Sigla quer se fortalecer para 2024

As principais lideranças do PDT vão se reunir após o fim das eleições 2022  para definir quais caminhos seguirão, visando as disputas municipais de 2024. Na avaliação de uma ala pedetista, acredita-se que a sigla poderia ter saído maior se tivesse feito alianças em diversos estados, como São Paulo e Ceará.

A derrota no estado cearense foi um baque para a legenda. No fim do ano passado, todos tinham certeza que conseguiriam ter o controle da região. Porém, o término da aliança com o PT frustrou os planos e ainda desencadeou numa briga entre os irmãos Gomes.


quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Que entrevista foi essa, Lula?

E Igor, do Flow Podcast, está muito feliz, não só porque realizou um sonho, como também porque o programa já teve mais de 8 milhões de views, o que parece ser um recorde brasileiro. Após muitos anos tentando ele conseguiu levar o pré-candidato Lula a lhe dar uma entrevista, que no final foi fraca (para mim), principalmente pela duração. Num programa que costuma ter conversas de pelo menos 3 horas, Lula esteve por cerca de uma hora e meia, muito pouco na minha opinião. Isso porque muitos temas não foram tratados, outros foram mal tratados.

Sim, Lula mal tratou alguns temas, seja pela superficialidade com que trata coisas importantes, seja porque não domina e começa a tirar informações mentirosas de algum lugar e vende como verdade. Lamentável, mas veja você mesmo.



quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A verdade inventada

Na verdade o tema não é atual. A fofoca já faz isso há milênios, e Goebbels levou isso ao nível da técnica elaborada na Alemanha nazista, e sua frase mais célebre é a de que "uma mentira dita mil vezes torna-se uma verdade.

Pois bem, acredito que Eric Andriolo tenha total conhecimento disso, mas há um outro fator subjetivo, e que atinge a todos, que é a necessidade de acreditar em algo, e quando você acredita em algo, tudo que venha dessa fonte você tende a aceitar como verdade, a relativizar ou, no mínimo, justificar. Por isso a pós verdade sempre teve essa força de nos fazer agir como eles querem.

Outro ponto importante é que, por vários motivos, as pessoas tendem a não se aprofundarem nas informações que recebem, principalmente se elas vierem de fontes fidedignas. Ou seja, se alguém que você simpatiza lhe diz algo, você tende a acreditar naquilo, ou se alguém que tenha boa reputação disser algo terá o mesmo efeito.

Fora isso sugiro a leitura no texto de Eric Adriolo, e lembro que as instituições que nos deram o mundo atual estão em cheque. Mudanças no cenário tecnológico e geopolítico põe muitas de suas bases sob suspeita. Elas provavelmente não acabarão, mas precisarão se reinventar para seguirem existindo. Esse processo já começou.

Pós-verdade de esquerda

Por Eric Veiga Andriolo – Quando publiquei o livro a partir de minha dissertação de Mestrado, eu tinha motivo para fazê-lo. Era necessário falar contra as concepções rasteiras da pós-verdade e os diagnósticos rasos que circulam nas livrarias sob a pena de jornalistas, juristas e outros que se escandalizaram com as fake news o suficiente para demonizar os eleitores das direitas, mas não o suficiente para questionar suas próprias pressuposições sobre o estado da democracia.

Pós-verdade não tem campo político. É sintoma de uma crise estrutural do pensamento político do Ocidente em um mundo que evolui cada dia no sentido de destruir as ficções que sustentam a nossa institucionalidade.



terça-feira, 18 de outubro de 2022

Falta de Fies fecha cursos de graduação

A revolução educacional de Lula está sendo desmontada por Bolsonaro e Paulo Guedes. Na verdade nunca houve tal revolução, acho difícil que um "social liberal" tenha conseguido ser o "melhor Ministro da Educação da História".

Explico a situação. Foi investido um monte de dinheiro na criação de novas universidades e campus, e isso é verdade. Só que esses investimentos, como sempre, a maioria desses investimentos foram feitos onda não interessava à iniciativa privada investir. Onde havia tal interesse foi usado amplamente o Fies, o que endividou uma parcela enorme da juventude brasileira.

Além disso, temos que observar a qualidade dos cursos oferecidos nessas universidades privadas, incluindo aí a infraestrutura de ensino. Até pouco tempo atrás tínhamos universidades privadas sendo cobradas por não terem equipe docente qualificada, bibliotecas adequadas, etc.

Se formos levar em conta o retorno em termos de desenvolvimento do conhecimento, aí é que a coisa fica feia, porque mais de 90% das investigações científicas são feitas em universidades públicas, o restante, obviamente, pelas privadas, mas essas se concentram assustadoramente nas universidades de origem religiosa, como as PUC. 

Ou seja, em mais um setor brasileiro houve enorme repasse de verbas para o setor privado, enquanto o Estado se encarrega de manter investimento em áreas que não são de interesse privado.

Para coroar esse processo, o governo fez muito esforço em atrair investimentos estrangeiros, de grandes grupos econômico-financeiros e pouco em desenvolver empresas genuinamente nacionais, o que fez com que os investimentos se retraíssem rapidamente e não houvesse a absorção dessa mão de obra de alta escolaridade de forma adequada. Tirando a política das "campeãs nacionais",  a tônica foi essa. E mesmo a política das "campeãs nacionais" teve o problema de que essas são empresas, em sua imensa maioria, ligadas a setores que não estão na ponta do desenvolvimento técnico-científico.







segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Que Debate Deprimente!

Mais uma vez o primeiro debate entre os dois pretendentes a Presidir o Brasil pelo período de 2023 a 2026, ou talvez nenhum dos dois queira isso. Não bastassem as bizarrices que saem todos os dias nas duas campanhas, que dão a impressão de que estão concorrendo para não ganhar, ainda trazem esses absurdos para o debate em rede nacional.

Vamos explicar, algo que já havia sido previsto por Ciro Gomes, e que eu corroboro completamente, e é o fato de que, caso os dois preferidos das pesquisas fossem enviados ao segundo turno, teríamos um show de horrores em que as discussões seriam: "eu sou muito corrupto", ao que o outro reponde, "eu sou muito mais corrupto que você", ou "teu pai não é mulher", onde é retrucado, "não, tua mãe é que não é homem". 

E entre aberração seguida de aberração tivemos o DND (debate não debate) mais ridículo, patético e despolitizante da história. Propostas para resolvermos os problemas do Brasil não tivemos nenhuma, fugas ridículas e escrachadas das perguntas feitas foi a tônica dos dois. Acusações de más companhias, desvios, roubos, etc foi uma enxurrada. 

Mas tivemos propostas. Lula propôs abrirmos a Amazônia para a pesquisa estrangeira, porque isso será revertido em avanços para o povo do mundo e do Brasil. Um lunático. O conhecimento técnico científico é usado como arma de dominação geopolítica. O único caso de transferência de tecnologia e conhecimento científico foi o caso do caça Gripen, que a SAAB sueca fez com o Brasil. Talvez com eles pudéssemos fazer tal tipo de acordo. Mas porque fazer isso com todos os que nos negam acesso a seus conhecimentos desde sempre? Não há motivo, e um gesto desses jamais será visto como um aceno de boa vontade, mas tão somente de submissão. O problema é que isso condiz com a personalidade desse candidato. Basta ver quantas declarações do mesmo que demonstram sua índole submissa.

Do outro lado não tivemos nada. 

Temas seríssimos, problemas em praticamente todas as áreas. Os 30 anos de neoliberalismo nos trouxeram ao maior caso de desindustrialização de um país da História, sucateamento profundo em praticamente todos os ângulos da vida brasileira. Educação, Saúde, Segurança, Transporte, Economia, aqui incluído o brutal empobrecimento de uma população já pobre em sua imensa maioria.

Ninguém fala de temas como a inserção do país no contexto internacional. Como iremos nos relacionar com nossos vizinhos, com grandes potências, com o contexto global que passa por profunda mudança? Iremos manter nossa sempre frágil soberania, ou vamos assumir de vez nosso papel de neocolônia? 

Nada do que é importante foi dito, foi discutido, foi trazido ao debate. Ao contrário, quando os jornalistas fizeram suas perguntas ambos fugiram das respostas, e falaram de coisas absolutamente desconexas com o perguntado. Isso aconteceu entre eles também.

Pobre Brasil!

sábado, 15 de outubro de 2022

CARUSO - Benedetta Caretta & Marc-André

Uma das mais belas músicas italianas, na belíssima voz de Benedetta Caretta, e o acompanhamento de Marc-André no baixo.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

O agro mandando no país?

Discordo um pouco do artigo abaixo, de Mathias Alencastro. Claro, o Brasil não é uma bolha fora do planeta e da mesma forma que influencia é influenciado. Na verdade, pelo nível neocolonialista de nossas "elites" econômicas, e boa parte de nossa elite intelectual e política, é mais influenciado do que influencia, mas não acredito que tenha sido a economia global que tenha criado a tendência de mudança na geografia política brasileira.

Explico. É claro que o mundo precisa comer e o Brasil é "naturalmente" um grande produtor de alimentos, capaz de auxiliar na alimentação de parte considerável do planeta. Grande quantidade de terras aráveis, chuvas regulares, clima propício a várias culturas e, em boa parte do país, possibilitando mais de uma colheita ao ano, ou seja, temos muito para sermos uma potência agrária e burrice seria não explorarmos esse potencial.

Como também temos potencial mineral, dado a grande quantidade e variedade de minérios que temos no país, e não a toa somos grandes exportadores de vários minérios.

Quanto a desindustrialização, esta não se deu por um processo natural, já que a economia não é algo natural como muitos acreditam, mas artificial, já que ela depende da intervenção humana. Na verdade a desindustrialização foi um processo em que o governo simplesmente virou as costas ao setor, e deixou que este se deteriorasse, enquanto em outras partes do mundo os governos dão importância e investem em seus setores industriais.

Mas se tem algo que é "natural" é que não há vácuo no poder. Até meados do Séc. XX o Brasil era muito mais agrário do que urbano. Lembremos que o poder estava nas mãos dos grandes proprietários de terras, e se tínhamos algumas indústrias no país, estas eram sempre voltadas a bens de consumo, e não tínhamos a indústria de base que nos possibilitaria maiores voos. A famosa política do café com leite não era dominada pela burguesia industrial, mas pelos chamados "coronéis", via de regra todos grandes proprietários de terra, com mais ênfase aos cafeicultores, produto de maior valor econômico no período. Em 1930 o golpe dado por Getúlio Vargas inaugura uma era em que o país passa a buscar uma industrialização mais intensa, mas não custa lembrar que o próprio Vargas era um estancieiro gaúcho, como também o foram alguns de seus sucessores.

Mas como tudo foi um processo. Apenas nos anos 50 a burguesia industrial assume as rédeas do país, mais precisamente no período Juscelino Kubitschek, quando começam a entrar com força as grandes multinacionais no país, e a burguesia nacional se fortalece principalmente na esteira dessas multinacionais.

Só que indústria necessita de muita atenção de qualquer país. É imperioso que este setor esteja disputando na ponta do desenvolvimento tecnológico, e isso só os governos podem prover, já que as pesquisas que proporcionam essa condição são cada vez mais caras, e nem sempre têm retorno garantido.

E porque tudo isso para dizer que isso sim é um processo natural. A burguesia mercantil tomou o Estado para suplantar a nobreza, a industrial o tomou para suplantar a mercantil. Todos esses processos ocorreram quando economicamente as respectivas burguesias já tinham suficiente importância para pleitear as rédeas do Estado. No Brasil tivemos um momento em que a burguesia financeira tinha mais importância, mas o desenvolvimento dos últimos 30 anos catapultaram a burguesia agrária, que hoje já tem tanto, ou talvez mais poder que a Faria Lima. Nada mais natural que eles deixem de lutar por benesses setoriais e tentem se apoderar do Estado diretamente, tal qual no início do Séc. XX, e possam eles mesmos comandar os destinos do país.

O único problema nisso tudo é que não estamos mais em uma época em que o campo é a unidade produtora mais importante. Um país do tamanho do Brasil, e com a população que o Brasil tem, não pode se dar ao luxo de não ter uma indústria de ponta e poderosa, porque os processos cada vez mais mecanizados do campo podem gerar PIB, mas são incapazes de gerar distribuição deste PIB.






 




quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O PT não dobra Ciro

Quinta-feira eu costumo postar um vídeo, seja ele de minha autoria, ou de outros, e que eu considere importante para abrir o leque de opções e discussão político-econômico-social. Mas a baixaria generalizada que se tornou o 2º turno, e a falta de qualquer discussão interessante me levou a fazer um texto, que creio ser interessante.

Após a decisão popular do 1º turno, que decidiu amplamente pela polarização eleitoral entre o péssimo e o horroroso, e numa campanha em que Ciro Gomes claramente se tornou o alvo petista, o político cearense se recolheu a sua casa e praticamente desapareceu da discussão política nacional. Para não dizer que foi abduzido ele gravou um vídeo em que dizia que seguia a recomendação de seu partido o PDT, e que apoiava a candidatura de Lula, e ontem, dia de Nossa Senhora Aparecida, e dia das crianças, postou em suas redes um apelo a nossa padroeira, para que interceda e proteja nossas crianças.

Nas redes o assédio petista para dobrar Ciro prossegue, e do sistema também. Única candidatura com um mínimo de quebra com o sistema que ora manda e desmanda no país, o cearense resiste e simplesmente ignora os apelos e ataques que recebe para que suba efetivamente no palanque de Lula, o que simplesmente acabaria com todo o trabalho de construção de uma via verdadeiramente social-democrata que o cearense trabalhou arduamente para construir nos últimos anos. 

Mas uma coisa é muito clara. Em seu estado, que sempre foi um bastião para Ciro tentar voos mais altos, houve uma reviravolta importante, e Ciro perdeu apoios importantíssimos, o que significa dizer que boa parte de seus colaboradores mais diretos o abandonaram. Isso se refletiu imediatamente no resultado das eleições estaduais, onde o candidato apoiado por Ciro ficou em 3º lugar.

Apesar de não parecer, o posicionamento de Ciro é mais do que simplesmente rancor ou mágoa, mas um posicionamento político importante e claro, e que chega a ultrapassar as fronteiras nacionais. Vou explicar.

Bolsonaro foi pedir as bênçãos do departamento de estado norte americano do partido republicano, Lula foi pedir as bênçãos do departamento de estado norte americano do partido democrata. Apoiar direta e enfaticamente qualquer dos lados é, tacitamente, se render a intervenção de um ou de outro em território nacional, algo absolutamente antagônico ao projeto de país mais autônomo advogado por Ciro. A coisa ultrapassa neoliberalismo, Keynesianismo, ou apenas um programa econômico, ela chega também ao grau de autonomia que o país tem e terá.

E acreditem, isso é muito importante para o desenvolvimento de um país. 

Como o próprio Ciro falou, ele não quer ser mais um. Ou ele vai para fazer História, ou não interessa a ele ir. Muitos podem não gostar disso, mas Ciro mantém sua coerência.

Ciro Gomes frustra campanha de Lula e submerge nas redes sociais

Ciro Gomes abandonou redes sociais desde que postou vídeo anunciando que acompanharia a decisão do PDT de apoiar Lula no 2º turno

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) frustrou a campanha de Lula (PT) e submergiu nas redes sociais após ficar em quarto lugar nas eleições presidenciais deste ano.



quarta-feira, 12 de outubro de 2022

O erro proposital nos juros

Ótimo texto de Arthur Silva. Sugiro fortemente o clique no link abaixo, e a leitura do artigo completo, porque é uma reflexão interessante e importante feita pelo autor. Mas antes faço algumas considerações que creio bastante pertinentes.

O primeiro é que sim, os juros estão fora da curva, e muito mais altos do que o necessário, ainda que fosse para apenas mantermos o nível de nossas reservas internacionais num momento de calma internacional. Acontece que esse momento é de enorme turbulência, e o fato principal é que, nestes momentos, os investidores buscam moedas mais fortes para se protegerem de processos inflacionários, algo que ora acontece no mundo todo.

Segundo que as taxas de juros são importantíssimo fator num processo de industrialização. O problema é que, um Brasil estupidamente rendido ao neoliberalismo, não pensa em industrialização. 

Terceiro é um pouco mais complexo. Verdade que as taxas de juros têm influência num processo inflacionário tradicional, por excesso de demanda, e esse claramente não é o nosso caso. Mas num país onde a desindustrialização tenha chegado ao nível que chegou no Brasil, e que nossos produtos industriais são quase todos importados, não teria efeito uma estabilização, ou até queda no valor das moedas de transação internacional no controle dessa inflação, que no nosso caso é importada?

Um quarto ponto é que sim, estou plenamente de acordo com Arthur Silva, e apesar de ter algum efeito no controle da inflação atual, é certo que é uma medida que contribui ainda mais pela desindustrialização do país, seja pelo fato de inibir possíveis investimentos, seja também por pressionar ainda mais os investimentos que persistem em sobreviver no país.

O projeto de dolarização total do país também é um fator a ser considerado, e que fatalmente será desastroso ao país. Nossa Nação tem características absolutamente distintas de pequenos países, que conseguem manter populações pequenas com um ou dois setores altamente rentáveis. Nosso país tem uma população grande, que precisa trabalhar efetivamente, e não há como sustentarmos tal população com projetos de assistência com uma  economia baseada no setor primário.

Por último a questão da taxa de câmbio e de juros, por si só, não são suficientes para uma reindustrialização do país, mas sem elas tal tarefa se torna impossível. E como eu disse no parágrafo acima, nossa população é grande, e sem um pensamento estratégico, como sugere Arthur Silva, não conseguiremos sustentar dignamente essa população. É mais do que passada a hora de tirarmos nosso país do colonialismo econômico, algo que nossas elites nunca aceitaram deixar.



Não é de hoje que o Banco Central capturado pelos interesses do rentismo financista vêm destruindo a economia brasileira. O aumento da Selic para 13,75% determinado na reunião do Copom desta quarta-feira (04/08), crescimento de 0,50 pontos percentuais, não é só mais um capítulo no suicídio econômico do Brasil: é um atentado contra nossa soberania.

Para todos os militantes trabalhistas que leram o livro de Ciro Gomes ou assistiram praticamente qualquer conteúdo do candidato nacionalista, o que aconteceu nos corredores opacos do Banco Central não é nenhuma novidade. Desde a consolidação do modelo neocolonial do tripé macroeconômico, a taxa básica de juros, a Selic, cumpre uma dupla função. Em primeiro lugar, assegura o apoio político dos grandes oligopólios de rentistas que dão “governabilidade” por meio do imenso poder de lobby – sobretudo o da embaixada de Washington. Em segundo lugar, mantém estável a taxa de câmbio ao atrair capital especulativo de curto prazo em busca de uma rentabilidade quase absurda em um mundo com taxas básicas de juros reais negativas.




terça-feira, 11 de outubro de 2022

O maior trouxa da eleição

Tivemos alguns grandes derrotados nessa eleição,  mas nenhum como o PSB. A união em torno do nada que é a candidatura Lula (quem quer ser tudo acaba sendo nada), pegando um tucano nada arrependido para colocar de vice numa chapa que não diz a que veio, fez com que o partido perdesse espaço enorme, e o principal foi na Câmara dos Deputados, onde caiu de uma representação de 32 deputados em 2018 para apenas 14 deputados na última eleição.

Mas não para por aí, porque também foi varrido nos estados, e mesmo em seu mais precioso curral, Pernambuco, conseguiu a proeza de não estar nem mesmo entre os 3 primeiros colocados. Menos mal para os socialistas que Flávio Dino conseguiu emplacar o Governador do Maranhão, e que o partido ainda disputará o segundo turno na Paraíba e no Espírito Santo, com grandes chances de ganhar nos dois estados.

Mas foi uma derrota considerável, para quem esperava um crescimento ao se aliar ao lulopetismo de forma quase acrítica.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Pesquisas indicam estabilidade nos votos e instabilidade no governo

As últimas pesquisas eleitorais continuam apontando uma margem de cerca de 6% de vantagem para Lula frente a Bolsonaro. Isso indica uma estabilidade dos votos que pode vir de três formas, A primeira é que a maioria dos que votaram em outros candidatos entendem que  os dois são horrorosos e pretendem anular o voto no segundo turno. A segunda forma é que esses votos estão se dividindo, mantendo assim a diferença de cerca de 6 pontos percentuais entre os dois candidatos. A terceira é um hibrido entre as duas primeiras.

E é por isso que eu disse que a eleição estava praticamente decidida com o resultado do primeiro turno, e que o segundo só mudaria  esse resultado se tivéssemos uma hecatombe. Se a diferença fosse menor, ou se o número de votos a serem disputados fosse maior, aí Bolsonaro teria alguma chance, mas a diferença é grande suficiente, e o número de votos é pequeno o suficiente para que não tenhamos grandes surpresas na eleição de segundo turno.

Isso não significa que não tenhamos surpresas, e desagradáveis, no futuro governo Lula. A aliança que juntou lobos e cordeiros, leões e gnus, gatos e ratos, não tem como dar certo a médio prazo. Pode ter dado densidade para a eleição, mas não dará governabilidade, ainda mais com um Congresso mais bolsonarista do que nunca, onde cada vírgula terá que ser negociada com muita de$treza, e onde metade do futuro governo puxará as rédeas dessa carroça para um lado, e a outra metade para outro.

No momento não acredito que Lula seja derrubado, mas acho muito difícil que ele mantenha sua popularidade após seus 4 anos, principalmente porque já mostra claros sinais de decadência pela idade.

domingo, 9 de outubro de 2022

Boas notícias para a saúde

O estudo feito por cientistas sobre o controle dos músculos e o metabolismo abre enormes possibilidades para controle e cura de problemas de locomoção e obesidade. 

Mas claro, essa pesquisa é apenas embrionária para avanços na cura ou controle desses problemas, e esperamos que esse estudo prossiga e se desenvolva, porque esses são males que vêm atingindo cada vez mais pessoas no mundo moderno.


Cientistas descobrem como controlar o metabolismo e a contração muscular

Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 26 de Julho de 2022 às 15h30

Um estudo publicado na revista científica eLife revelou como o músculo esquelético se ajusta ao treinamento de alta intensidade, e como alterações nos mecanismos conseguem controlar o metabolismo e a contração muscular.

Segundo o artigo, o treino intenso aumenta o número de proteínas musculares esqueléticas cruciais para o metabolismo energético e contração muscular e altera quimicamente proteínas metabólicas importantes. As descobertas ajudam a entender como essa atividade física aumenta o metabolismo, e abrir as portas para mais pesquisas sobre a influência do exercício nesses processos.


sábado, 8 de outubro de 2022

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

As articulações para o 2º turno

Após abertas as urnas no último domingo, e ter sido confirmado o segundo turno entre Lula e Bolsonaro, começaram as articulações pelos apoios dos derrotados no primeiro turno. Lula conquistou os apoios, ainda que sob algumas ressalvas, de Ciro Gomes e de Simone Tebet, enquanto Bolsonaro recebe os apoios de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. 

Ou seja, os apoios serão aqueles que já se esperavam mesmo, mas os apoios de pouco servirão aos finalistas dessa corrida eleitoral. Os 48,43% conquistados por Lula, contra os 43,20% no primeiro turno praticamente selaram os rumos dessa eleição. Dificilmente Lula não conquistará seu 3º mandato, já que os eleitores de Ciro e Tebet têm por tendência majoritária migrarem o voto para Lula, ou nulo, e pouca coisa para Bolsonaro. E as primeiras pesquisas de 2º turno já apontam essa tendência. Somente um fato muito inusitado poderia inverter essa tendência dando a vitória a Bolsonaro.

E por isso dizíamos que qualquer um venceria Bolsonaro no 2º turno. O 2º turno é, acima de tudo, uma eleição de rejeição, não de simpatias (aqui entendidas como relacionadas aos programas e formas de governar), e Bolsonaro é o mais rejeitado de todos os candidatos.

Mas o que os brasileiros ainda não entenderam é que, entre esses dois, ganhe quem ganhar, o país seguirá dividido. Os assassinatos e brigas absolutamente estúpidas que vimos durante esta campanha mostram isso, e Lula não será capaz de reunir o país, porque o próprio Lula incentiva essas divisões, e até mesmo ações mais violentas, como ficou claro em alguns vídeos e entrevistas dele durante essa campanha. Bolsonaro então nem se fala, já que é a única coisa que sabe fazer.

Então é isso, só uma hecatombe tira essa eleição de Lula, mas sua eleição, assim como a de Bolsonaro, não será solução para o país, e apenas acirrará todas as tensões que já vivemos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Primeiro turno e o futuro do país

Ontem mais de 123 milhões de brasileiros foram às urnas, e pasmem, quase 33 milhões simplesmente ignoraram a eleição e ficaram cuidando de suas vidas. Claro, entre esses 33 milhões muitos que estão afastados de seus domicílios eleitorais por motivos de trabalho, ou saúde, mas a grande maioria não votou por opção mesmo, e isso já é um indicador importante desse primeiro turno, porque se somarmos com brancos e nulos, esse número da um percentual em torno de 25% do eleitorado que não optou por nenhum candidato, e mais de 20% nem mesmo quis votar.

O segundo ponto importante é que o Brasil foi bastante claro em optar por manter o modelo econômico que está levando o país ao completo desastre. Tínhamos dois sistemas principais em debate, o de Ciro, que propunha uma revisão do capitalismo brasileiro em moldes social democrata, e o dos outros 3 principais candidatos, que ofereciam exatamente o modelo que está aí, mas com leves nuances personalistas, e até de modelo, mas que não chegam, nem de perto, a descaracterizar o sistema vigente no país. Pois bem, Ciro teve apenas 3,04% dos votos, e foi tratorado pelo sistema.

O terceiro ponto é o fato de que Lula está eleito. O segundo turno, salvo uma reviravolta provocada por algum fato muito absurdo e inesperado, é apenas um proforma para a eleição do ex-Presidente. Mas sua vitória tende a ser sua maior derrota, e uma grande derrocada de seu partido. 

Para comprovar isso vamos analisar a nova composição do Congresso. Verdade que a bancada do PT cresceu de 56 para 68 deputados, mas a do partido de Bolsonaro cresceu de 77 para 98 deputados, tornando o partido o maior das últimas legislaturas. Além disso os partidos que apoiam Bolsonaro elegeram 185 deputados enquanto os que apoiam Lula apenas 125. Mais que nunca o centrão terá um cardápio variado e farto para que Alckmin não vire Presidente. No Senado a situação é pior, e mais de 2/3 da casa é bolsonarista ou reacionário. E com isso não vai ter picanha e cerveja, mas quem sabe não sobra uns pés de galinha pra uma canja rala?

O quarto ponto eu já iniciei acima, e é o desastre que tende a ser a administração econômica do próximo governo, e não importa se ele será de Lula ou de Bolsonaro. O país precisa de profundas mudanças, e nenhuma delas é a ampliação de políticas neoliberais, mas é isso que, tanto Lula, quanto Bolsonaro farão. Um pela mais pura rendição ao sistema, o outro porque não se importa mesmo. E essas políticas apenas aprofundarão as contradições brasileiras, e a miséria da população.

Além disso as condições que permitiram a ampliação do crédito e a melhoria de algumas políticas públicas por parte do primeiro governo Lula não existem mais, e absolutamente nada indica que elas voltarão. Para piorar o próprio agronegócio brasileiro, o grande campeão da atualidade, tende a tomar uma grande rasteira, porque seu grande cliente já busca outros fornecedores, e, soja é soja, seja ela plantada no Brasil, ou...na África.

Por último o mundo passa por um momento muito delicado. As movimentações que veem acontecendo no leste da Europa, na Ásia, e pressões que começam a se fazer sobre o sempre explosivo Oriente Médio, e as muito influenciáveis África e América Latina deixam claro que o país precisava de uma liderança mais esclarecida, porque é a hora de o país obter avanços em diversas áreas. Mas os dois que passaram ao segundo turno tendem a se alinhar sem muitas exigências. E apesar de o Itamaraty ser muito capacitado, muito técnico, muito ágil e pronto a defender os interesses do país pelo mundo, há a necessidade de o Chefe de Estado ter condições de aproveitar melhor essas qualidades da diplomacia brasileira. Basta ver os desastres que Temer, e principalmente Bolsonaro, provocaram ao redor do mundo, a ponto de o país estar desacreditado internacionalmente. Lula tem a memória de um passado não tão distante a seu favor, mas isso tende a ser rapidamente superado se ele começar a soltar as pérolas que tem soltado nos últimos anos, e não foi apenas aqui dentro. Isso tudo se resume ao fato de ambos nossos valentes finalistas terem pedido as bênçãos do Departamento de Estado dos EUA.

A pressa em definir um voto útil quando o momento era de definir grupos de poder minaram a única força política que tentaria por freios nesse quadro.

Com todo esse quadro, não importa muito o eleito, porque o futuro governo não será muito diferente de um pro outro. Claro, os personalismos que cada um imporá ao próprio governo, e algumas tendências de leitura do modelo serão detectáveis, mas o neoliberalismo seguirá seu caminho firme e forte, e as condições da população brasileira seguirão se deteriorando. 

Mas isso é uma análise feita em cima do momento atual, das alianças que cada um dos candidatos apresentou, e pelas condições de futura governabilidade que a despolitização da campanha nos impos. Veremos o que dela se realiza, ou o que não se realiza.

Comentário do primeiro turno mais tarde

Mais tarde comentarei o resultado do primeiro turno. O texto já está meio estruturado na minha cabeça, mas é um pouco longo e levará algum tempo para torná-lo real. Por isso que o post de hoje demorará um pouco a sair.

domingo, 2 de outubro de 2022

Hoje não falaremos de avanços científicos

Hoje, excepcionalmente, não falaremos de avanços científicos. Apesar de eu gostar muito de acompanhar esses avanços, e imaginar resultados práticos para nossas vidas, a eleição se sobrepõe a esse gosto pessoal.

Então um bom voto a todos, e lembrem-se que voto útil é aquele que você dá no candidato ao qual você acredita nas ideias, e compartilha o entendimento de país da forma mais ampla possível, não no menos pior, ou contra alguém.  Essa opção de menos pior ou contra alguém você deixa para o segundo turno.

sábado, 1 de outubro de 2022

A hora é de Ciro Gomes?

Carlos Sávio Teixeira dá alguns motivos para que se vote em Ciro Gomes nesse 2 de outubro. Todos esses motivos são válidos, e podem convencer alguns a votar no candidato do PDT, mas eu vou mudar um pouco o objetivo, e vou perguntar se a hora é do Ciro.

Sim, e não pergunto isso baseado em pesquisas, porque não acredito em nenhuma delas. Minha descrença não é derivada em possíveis fraudes, embora elas sejam possíveis, mas no fato de que as parcelas da sociedade pesquisadas são muito pequenas para se fazer uma projeção fidedigna da sociedade brasileira, além de se utilizarem dados defasados, e de as pesquisas não serem suficientemente amplas no território nacional para refletir o verdadeiro anseio eleitoral do brasileiro.

E minha pergunta se dá porque a grande e verdadeira pesquisa é a das urnas. Redes sociais, mesmo as físicas, costumam ser bolhas, e não servem de reflexo de toda a sociedade. Nós não nos relacionamos com tantas pessoas, e muito menos com pessoas de todos os seguimentos sociais, e o que vejo é um monte de gente que jamais falou ou cogitou votar em Ciro declarando voto. Esses votos não são declarados em redes sociais virtuais, mas nos contatos diretos.

Pode ser um bom indicativo. Talvez não seja hora de Ciro, mas o político cearense cumprir sua promessa de não voltar a se candidatar, qualquer que seja o resultado das urnas, provavelmente deixará sua carreira eleitoral com o mais importante trabalho de recuperação de um partido que tendia ao ostracismo.

Isso explica todos os ataques do sistema à candidatura do ex-Governador. Talvez até seja a hora dele, então esses ataques serão muito mais fortes, muito mais selvagens. Para o sistema só existe democracia se quem manda no país são eles.

Amanhã as urnas dirão.



Belíssima interpretação

A inglesa Lucie Silvas nos presenteia com uma belíssima interpretação de You Are Always On My Mind. A música fez enorme sucesso na voz do Rei do Rock, Elvis Presley. Por sinal, este é um nome que nunca passou por aqui, e nós precisamos reparar esse erro logo.

A propósito, não é a primeira vez que Lucie nos empresta sua belíssima voz.