Bem, difícil dizer que essa seja a pior campanha da História, mesmo se reduzirmos a História à do território brasileiro. No passado tivemos muitos assassinatos e tentativas de assassinatos, tivemos Jânio Quadros com sua vassourinha, tivemos as baixarias de Carlos Lacerda, os abusos de poder em diversas ocasiões, inclusive com o uso de órgãos de Estado, como a Polícia Federal fazendo buscas nas casas de potenciais candidatos à Presidência às vésperas do início da corrrida, etc.
Mesmo com tudo isso acima eu me arrisco a dizer que esta é a pior campanha de toda a história, ao menos da História brasileira.
Isso porque o advento da internet e das redes sociais levou todas as baixarias às casas das pessoas. Temas que eram divulgados em jornais, e atingiam apenas uma parcela da população que tinha acesso a jornais, revistas, e condições de ler (lembrem-se que a maioria era analfabeta ou semi-analfabeta há até poucas décadas atrás), agora são amplamente divulgados, e com muito mais gente com condições de ler.
E essa história de que o neopentecostalismo é responsável por isso é uma grande bobagem, já que eles apenas ocuparam um espaço que a Igreja Católica deixou de ocupar. Não custa lembrar que, um dos grandes apoiadores de 1964 foi a CNBB e ampla parte do clero nacional.
Isso tudo leva o país a uma busca frenética por superação, não dos problemas nacionais, mas sim de fabricação de verdades e pós-verdades, sempre com um pé na realidade, mas o corpo inteiro na manipulação e na deturpação.
Esse quadro leva a própria campanha de péssimo nível, baseada em preconceitos e ataques mentirosos de parte a parte à desestruturação das instituições nacionais. O Congresso que tenta governar, o Judiciário que tenta legislar e governar, e um Executivo que apenas busca não cair.
Não há país que sobreviva por muito tempo num equilíbrio distópico e fracionário que vemos hoje no país. Diferente do que os dois lados falam, o mundo não é assim, e todas as vezes que isso realmente ocorre as coisas se tornam catastróficas, até que um equilíbrio que atenda a maioria das forças se estabeleça.
O Brasil não é diferente, e deveria buscar esse equilíbrio urgentemente, porque o acirramento da situação pode levar a ainda mais retrocessos, muitos deles poderão ser desastrosos para o país.
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