quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A verdade inventada

Na verdade o tema não é atual. A fofoca já faz isso há milênios, e Goebbels levou isso ao nível da técnica elaborada na Alemanha nazista, e sua frase mais célebre é a de que "uma mentira dita mil vezes torna-se uma verdade.

Pois bem, acredito que Eric Andriolo tenha total conhecimento disso, mas há um outro fator subjetivo, e que atinge a todos, que é a necessidade de acreditar em algo, e quando você acredita em algo, tudo que venha dessa fonte você tende a aceitar como verdade, a relativizar ou, no mínimo, justificar. Por isso a pós verdade sempre teve essa força de nos fazer agir como eles querem.

Outro ponto importante é que, por vários motivos, as pessoas tendem a não se aprofundarem nas informações que recebem, principalmente se elas vierem de fontes fidedignas. Ou seja, se alguém que você simpatiza lhe diz algo, você tende a acreditar naquilo, ou se alguém que tenha boa reputação disser algo terá o mesmo efeito.

Fora isso sugiro a leitura no texto de Eric Adriolo, e lembro que as instituições que nos deram o mundo atual estão em cheque. Mudanças no cenário tecnológico e geopolítico põe muitas de suas bases sob suspeita. Elas provavelmente não acabarão, mas precisarão se reinventar para seguirem existindo. Esse processo já começou.

Pós-verdade de esquerda

Por Eric Veiga Andriolo – Quando publiquei o livro a partir de minha dissertação de Mestrado, eu tinha motivo para fazê-lo. Era necessário falar contra as concepções rasteiras da pós-verdade e os diagnósticos rasos que circulam nas livrarias sob a pena de jornalistas, juristas e outros que se escandalizaram com as fake news o suficiente para demonizar os eleitores das direitas, mas não o suficiente para questionar suas próprias pressuposições sobre o estado da democracia.

Pós-verdade não tem campo político. É sintoma de uma crise estrutural do pensamento político do Ocidente em um mundo que evolui cada dia no sentido de destruir as ficções que sustentam a nossa institucionalidade.



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