Mais uma vez o primeiro debate entre os dois pretendentes a Presidir o Brasil pelo período de 2023 a 2026, ou talvez nenhum dos dois queira isso. Não bastassem as bizarrices que saem todos os dias nas duas campanhas, que dão a impressão de que estão concorrendo para não ganhar, ainda trazem esses absurdos para o debate em rede nacional.
Vamos explicar, algo que já havia sido previsto por Ciro Gomes, e que eu corroboro completamente, e é o fato de que, caso os dois preferidos das pesquisas fossem enviados ao segundo turno, teríamos um show de horrores em que as discussões seriam: "eu sou muito corrupto", ao que o outro reponde, "eu sou muito mais corrupto que você", ou "teu pai não é mulher", onde é retrucado, "não, tua mãe é que não é homem".
E entre aberração seguida de aberração tivemos o DND (debate não debate) mais ridículo, patético e despolitizante da história. Propostas para resolvermos os problemas do Brasil não tivemos nenhuma, fugas ridículas e escrachadas das perguntas feitas foi a tônica dos dois. Acusações de más companhias, desvios, roubos, etc foi uma enxurrada.
Mas tivemos propostas. Lula propôs abrirmos a Amazônia para a pesquisa estrangeira, porque isso será revertido em avanços para o povo do mundo e do Brasil. Um lunático. O conhecimento técnico científico é usado como arma de dominação geopolítica. O único caso de transferência de tecnologia e conhecimento científico foi o caso do caça Gripen, que a SAAB sueca fez com o Brasil. Talvez com eles pudéssemos fazer tal tipo de acordo. Mas porque fazer isso com todos os que nos negam acesso a seus conhecimentos desde sempre? Não há motivo, e um gesto desses jamais será visto como um aceno de boa vontade, mas tão somente de submissão. O problema é que isso condiz com a personalidade desse candidato. Basta ver quantas declarações do mesmo que demonstram sua índole submissa.
Do outro lado não tivemos nada.
Temas seríssimos, problemas em praticamente todas as áreas. Os 30 anos de neoliberalismo nos trouxeram ao maior caso de desindustrialização de um país da História, sucateamento profundo em praticamente todos os ângulos da vida brasileira. Educação, Saúde, Segurança, Transporte, Economia, aqui incluído o brutal empobrecimento de uma população já pobre em sua imensa maioria.
Ninguém fala de temas como a inserção do país no contexto internacional. Como iremos nos relacionar com nossos vizinhos, com grandes potências, com o contexto global que passa por profunda mudança? Iremos manter nossa sempre frágil soberania, ou vamos assumir de vez nosso papel de neocolônia?
Nada do que é importante foi dito, foi discutido, foi trazido ao debate. Ao contrário, quando os jornalistas fizeram suas perguntas ambos fugiram das respostas, e falaram de coisas absolutamente desconexas com o perguntado. Isso aconteceu entre eles também.
Pobre Brasil!
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