quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Qual Imprensa?

Antes de tudo confirmo o que falei anteriormente, ou seja, os protestos bolsonaristas perderam força, ainda que no último dia 15 de novembro tenhamos tido grandes manifestações, incentivadas pela data cívica e pelo feriado.

Também reitero que essas manifestações não têm nada de expontâneas, e tem gente pagando alto, principalmente para uma turma mais arruaceira, e esse é uma fato que não se apaga pela mobilização de muitos voluntários, que são movidos por ideologia e alimentados por distorções baratas dos fatos.

Nada disso também apaga o fato de que as regras do jogo foram colocadas antes poderiam ter sido mudadas pelo "Mito", já que pagava regiamente parte considerável do Congresso e tinha apoio ideológico de outra parte, nas nada foi feito além da divulgação de bravatas, distorções de fatos e mentiras. Isso terminou com o jogo sendo jogado com as regras que temos há mais de 2 décadas.

Como eu já disse, acredito que precisamos atualizar as regras, mas isso tem que ser feito no período entre eleições, não como forma de contestar um resultado que não me agrada, ou para virar o jogo de forma golpista.

E aqui chegamos ao ponto que gostaria de salientar, porque a grande imprensa, de modo geral, tem ignorado solenemente as manifestações, como se elas não existissem. A imprensa, que vive "arrotando" e cobrando democracia, agora perde a chance de cobrar por mais transparência no processo democrático, e saliento que cobrar mais transparência não é ser golpista.

Para mais análise sobre o caso em si, sugiro o texto de Madeleine Lacsko no UOL, que comenta o discurso da Dep. Estadual por São Paulo, Janaína Pascoal. Aproveite para entender mais um processo de impeachment, que no fundo no fundo, é apenas político no Brasil. Se povo for para a rua, ótimo, sustenta a narrativa, ainda que a outra metade do país seja contra a retirada puramente política de um Presidente. 

Mas nesse processo a política é a única coisa que importa. O motivo jurídico, se não houver, inventam, como no caso da Dilma. Já o povo na rua, como eu disse acima, dá sustentação, mas como disse o Dep. Federal Rodrigo Maia, que assumiu a Presidência da Câmara na sequência do (des)governo Termer e na primeira parte do governo Bolsonaro, o Congresso não está ali para atender os anseios do povo. Ora, fica claro que eles estão ali atendendo os próprios interesses, e os de seus padrinhos financeiros. O povo é apenas coadjuvante em todo o processo.

Já a imprensa segue sendo porta-voz dos mesmos padrinhos financeiros dos políticos. Da mesma forma que a tal democracia há muito foi cooptada, nossa imprensa já tinha sido ainda antes, seja ela a grande mídia, seja ela a dos novos canais alternativos. E aí vemos exacerbações com direito a todo tipo de fake news de todos os espectros políticos, e uns pouquíssimos realmente independentes fazendo análises sérias, mas com pouquíssimo alcance.

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