Ontem acabou o (des)governo Bolsonaro, hoje começa o governo Lula. Sim, sigo chamando o período Bolsonaro de (des)governo, porque sua única preocupação foi destruir o que tínhamos, e o resultado, mesmo que não tenha conseguido impor todas as suas metas, foi o caos que vemos hoje.
E ontem tivemos o final oficial do (des)governo com o discurso de Mourão, onde começou com um monte de mentiras e deturpações (basta dizer que as contas públicas estão destruídas, mas ele disse que estava tudo equilibrado), e terminou dando um murro na cara do ex-Presidente por ter perdido tempo com picuinhas e não ter dado atenção aos projetos de governo (quais eram?).
Mas sobre essas coisas falaremos um pouco mais para frente, inclusive bem mais detalhadas do que nesses dois rápidos parágrafos de introdução, porque hoje começa aquilo que o Brasil optou há 2 meses, que é o 3º governo Lula. Os dois primeiros não foram essa maravilha toda que vendem. Sim, verdade que tivemos avanços, verdade que as condições de muitas pessoas melhoraram, mas também é verdade que poderíamos ter feito muito mais, e a subserviência dele em troca de esmolas fez com que essa janela de excepcional oportunidades fosse perdida. Enquanto a China e outros países cresciam a taxas robustas, e criavam uma verdadeira classe média, o Brasil distribuía esmolas e deturpava números, forjando uma classe média inexistente.
Por isso digo que esse terceiro governo Lula não será nenhuma maravilha. Sim, espero algumas melhoras, mas nada que chegue a mudar efetivamente os rumos do país, e muito menos do povo. Se quando teve oportunidade ele não deu andamento nas reformas necessárias para que o país pudesse evoluir efetivamente, imaginem agora que o planeta passa por uma séria crise econômico-social, e que as estruturas de poder no mundo estão em franca mudança, enquanto no Brasil seguimos com a maior parte da população e dos políticos defendendo um status quo que ora desmorona. E são nesses momentos que se pode evoluir, que se pode progredir. No Brasil querem regredir.
Mas apesar de não esperar grandes mudanças do governo que ora começa, não posse deixar de entender que deveremos ter alguma melhora. A base dos governos petistas é o que Magabeira Unger chama de "nacional consumismo", porque é baseado no aumento do poder aquisitivo das camadas mais baixas da população, mas não é acompanhado num aumento da capacidade produtiva local (com capital local). A produção ou é importada de outros países, ou, em sua maioria, é feita por multinacionais instaladas no país. Com isso os resultados têm prazo de validade.
E Lula parece que vai tentar reeditar o que já fez em sua primeira passagem pelo governo. Tomara que ele mude os rumos, mas até agora nada indica isso.
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