Dos últimos Ministérios indicados por Lula dois dos nomes mais esperados eram Simone Tebet e Carlos Lupi. Bem, Lupi não era assim tão esperado, mas alguém do PDT sim, e para algum Ministério importante. E pode não parecer, mas a Previdência é um dos Ministérios mais importantes do governo, não apenas pelo orçamento, como pelo alcance social que a pasta pode ter.
Mas comecemos com Tebet no Planejamento. É um Ministério importante, com muito potencial, e muito ligado à economia, mas que pode ter um alcance social também. O Planejamento costuma contar ainda com um orçamento importante dentro do governo, e é fundamental na estruturação dos investimentos públicos, além de atuar como um coordenador da gestão pública. Com isso tem um papel vital na administração. Ainda contava com o Banco do Brasil e a Caixa sob seu guarda-chuva, mas o PT tirou os dois bancos públicos da Pasta. De qualquer forma Tebet pode ter um papel importante dentro do governo, e pode pavimentar uma eventual candidatura em 2026, a depender de como desempenhe suas atividades à frente desse Ministério.
Já Lupi foi para a Previdência. Um dos maiores orçamentos da República devido as aposentadorias, pensões e prestações sociais pagas através do Ministério. Mas também é um dos Ministérios mais atacados nos últimos 6 anos, justamente por seu enorme orçamento, que os neoliberais querem liberar para pagar juros para os parasitas da nação. No processo de destruição do Ministério assumido por Lupi estão a Reforma da Previdência, que coloca idades absurdas para a aposentadoria num país como o Brasil, a falta de estrutura e as politicagens internas, que causam filas e tempos de espera enormes para a saída das aposentadorias, pensões e prestações sociais. Esse é o principal alvo a ser atacado por Lupi.
Além disso Lupi pode tentar apresentar a reforma da Previdência proposta pelo próprio PDT, e que é muito mais justa, e por isso mesmo muito melhor do que a aprovada no (des)governo Bolsonaro. Difícil passar, difícil o próprio PT aceitar, mas seria um grande avanço para o Brasil.
Já para o PDT mesmo eu discordo de sua presença no governo que assumiu ontem. Acredito que Ciro não se candidate mais, mas os trabalhistas têm um projeto de país que difere bastante do projeto petista. Enquanto os seguidores de Lula buscam implementar políticas econômico-sociais quase que puramente neoliberais, e se negam a rever qualquer avanço da ideologia que vem sendo colocada em xeque por todo o mundo, o trabalhistas propõem soluções que se aproximam mais das chinesas, dando um enfoque muito maior à pesquisa científica, Educação, Saúde de Base, e inovação tecnológica e produtiva. Tudo isso induzido pelo Estado.
Por isso acredito que é um erro do PDT, porque deixará de ser uma oposição ao governo Lula, deixando esse papel quase que exclusivamente ao bolsonarismo, que sofreu duro golpe após a fuga de Bolsonaro, e o pronunciamento de Mourão, que foi recheado de mentiras, distorções, mas que ao menos reconheceu a derrota e colocou seu campo na oposição responsável ao novo governo.
Talvez o PDT ainda possa se posicionar como o União Brasil, que apesar de ocupar 3 Ministérios no novo governo ainda assim não se põe automaticamente como base de apoio ao lulopetismo. Seria ótimo para a democracia brasileira, porque sem um partido desenvolvimentista eu e muitos outros nos vemos absolutamente sem representação. Mesmo que de forma relutante, o PDT cumpria esse papel nos últimos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário