Enquanto no Brasil o partido de "extrema esquerda", o PT, abre mão de taxar milionários, grandes fortunas e lucros e dividendos na tão necessária reforma tributária e acaba por transformá-la apenas numa mal feita faxina no sistema, na Itália a "extrema-direita" de Georgia Meloni decide taxar em 40% os lucros extras dos bancos devido ao aumento das taxas de juros do Banco Central Europeu.
Isso é o resumo, mas também precisamos lembrar que o continente europeu não é aquele em que o socialismo venceu, mas sim aquele em que o individualismo exacerbado se sobrepõe, em grande medida, às necessidades mais gerais, e muitas vezes urgentes da sociedade. E isso se dá apesar da propaganda contrária, que diz ser um continente onde as sociedades são defendidas.
Então o fato de Lula e seu Governo abrirem mão de aplicar uma política de contenção dos ganhos excessivos do setor financeiro, e também dos maiores setores do grande capital nacional e internacional no país apenas comprovam que nada têm de esquerda, e que estão ainda mais à direita do que um governo considerado de extrema-direita na Europa.
E compreendam, não há essa relativização que tentam impor para a análise de fenômenos sociais. A classe média não é universal, mas alguns elementos que a compõem são universais, e entre eles estão uma capacidade financeira razoável para a aquisição de bens de consumo duráveis, casa própria, alguns produtos de luxo, viagens, etc. O fato de seu país ter um enorme contingente de pessoas na faixa da extrema pobreza não transforma a classe média em ricos. Esse é um exemplo, porque nem tudo na vida é relativo, como uma corrente hoje em dia defende.
Governo diz que a medida ocorre porque os bancos italianos não estão repassando aos clientes com dinheiro na poupança os lucros obtidos com as altas nas taxas de juros na zona do euro.
Por Bruna Miato*, g1
A Itália anunciou um novo imposto único de 40% sobre os lucros extraordinários dos bancos do país na noite desta segunda-feira (7). A medida pode gerar uma receita de até 3 bilhões de euros por ano para o governo de extrema-direita da ministra Giorgia Meloni, segundo estimativas do Bank of America.
A decisão veio em meio a um forte crescimento nos lucros dos bancos italianos no último ano, que têm se beneficiado das altas nas taxas de juros promovidas pelo Banco Central Europeu (BCE) para conter o avanço da inflação na zona do euro. Atualmente, a principal taxa do continente está em 3,75% ao ano, maior patamar em 22 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário