segunda-feira, 14 de agosto de 2023

A extrema-direita italiana é mais esquerda que Lula e o PT

Enquanto no Brasil o partido de "extrema esquerda", o PT, abre mão de taxar milionários, grandes fortunas e lucros e dividendos na tão necessária reforma tributária e acaba por transformá-la apenas numa mal feita faxina no sistema, na Itália a "extrema-direita" de Georgia Meloni decide taxar em 40% os lucros extras dos bancos devido ao aumento das taxas de juros do Banco Central Europeu.

Isso é o resumo, mas também precisamos lembrar que o continente europeu não é aquele em que o socialismo venceu, mas sim aquele em que o individualismo exacerbado se sobrepõe, em grande medida, às necessidades mais gerais, e muitas vezes urgentes da sociedade. E isso se dá apesar da propaganda contrária, que diz ser um continente onde as sociedades são defendidas.

Então o fato de Lula e seu Governo abrirem mão de aplicar uma política de contenção dos ganhos excessivos do setor financeiro, e também dos maiores setores do grande capital nacional e internacional no país apenas comprovam que nada têm de esquerda, e que estão ainda mais à direita do que um governo considerado de extrema-direita na Europa.

E compreendam, não há essa relativização que tentam impor para a análise de fenômenos sociais. A classe média não é universal, mas alguns elementos que a compõem são universais, e entre eles estão uma capacidade financeira razoável para a aquisição de bens de consumo duráveis, casa própria, alguns produtos de luxo, viagens, etc. O fato de seu país ter um enorme contingente de pessoas na faixa da extrema pobreza não transforma a classe média em ricos. Esse é um exemplo, porque nem tudo na vida é relativo, como uma corrente hoje em dia defende.

Por Bruna Miato*, g1

A Itália anunciou um novo imposto único de 40% sobre os lucros extraordinários dos bancos do país na noite desta segunda-feira (7). A medida pode gerar uma receita de até 3 bilhões de euros por ano para o governo de extrema-direita da ministra Giorgia Meloni, segundo estimativas do Bank of America.


A decisão veio em meio a um forte crescimento nos lucros dos bancos italianos no último ano, que têm se beneficiado das altas nas taxas de juros promovidas pelo Banco Central Europeu (BCE) para conter o avanço da inflação na zona do euro. Atualmente, a principal taxa do continente está em 3,75% ao ano, maior patamar em 22 anos.




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