Semana passada eu postei aqui que teríamos alguns pontos de pressão na inflação. O primeiro deles é parte de alimentos, que será pressionada sobretudo pelo fim do chamado acordo de grãos na Ucrânia. Para mais informações sobre ele basta clicar aqui. Mas como eu disse no próprio texto publicado, os alimentos não serão o único ponto de pressão na inflação. Vamos vê-los a partir de agora.
Outro fator que, sem dúvida, voltará a elevar a inflação no Brasil é o preço dos combustíveis. Inclusive eu esperava que levasse ao menos mais uns dias para que a Petrobras majorasse seus preços, e eu publicasse esse post antes disso, mas ela já o fez. Os percentuais são pesados, tendo a gasolina aumentado 16,2% e o diesel em 25,8%. Ora meus caros leitores, vocês podem apostar que isso terá impacto já no curto prazo, uma vez que o aumento é bastante expressivo.
Esse aumento se dá por dois vieses distintos. O primeiro é que o dólar no Brasil resiste à queda, e perdeu valor em escala muito menor que em outros países, já que a elite brasileira segue apostando na moeda norte-americana. Até faz sentido, uma vez que ela coloca parte substancial de suas reservas nessa moeda, e uma queda grande as afetaria substancialmente.
Mas o outro é geopolítico, e tem a ver com a Rússia também. A OPEP costuma ser conhecida por quem acompanha política e geopolítica. Pois bem, agora existe a OPEP+, que inclui a Rússia. Nos últimos tempos, e devido a queda no valor do petróleo nas bolsas internacionais, a Rússia vem trabalhando junto ao clube dos produtores do chamado ouro negro para que reduzam suas produções. Eles o fizeram, e com destaque para a Arábia Saudita. Ela agora renovou o prazo em permanecerá com sua produção reduzida, e isso tem pressionado os preços para cima. Como o final da PPI foi uma grande falácia do atual governo, o Presidente da Petrobras já estava reclamando da contenção dos preços dos derivados, e agora repassou ao menos parte desses aumentos.
Esses são os dois grandes fatores que deverão pressionar o aumento de preços no Brasil, também conhecido como inflação. Mas eles não são os únicos. A quebra de algumas cadeias de abastecimento internacionais também deverão pressionar o aumento de preços em alguns setores pontuais, ainda mais em um país que tão candidamente abre mão de ter alguma autonomia, no próprio abastecimento.
E inflação retornando haverá imediatamente a desculpa de se aumentar juros aparecerá instantaneamente. Ela será acrescida da desculpa de que esses juros precisam estar ainda acima dos 13,75% que eles dizem ter sido o responsável (não foi) por domar o surto anterior de inflação, e a Selic deve ultrapassar esse patamar. Não deverá demorar a acontecer.
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