terça-feira, 22 de agosto de 2023

Milei, a Argentina, e o Brasil

Javier Milei foi o vencedor das prévias das eleições presidenciais argentinas. Para quem não sabe, a eleição presidencial na Argentina se realiza em 3 turnos. As prévias, que ocorreram agora e que servem para os partidos ajustarem suas campanhas e definirem candidatos. O primeiro turno, que aí já vale eleição, e se algum candidato alcançar 45% dos votos, ou 40% e estiver mais de 10% a frente do segundo colocado, então ele estará eleito. Se isso não ocorrer os dois melhores colocados vão ao segundo turno.

Pois bem, o que Milei ganhou foram as prévias, e muita coisa pode ocorrer até as eleições argentinas, mas as prévias têm servido para correções de rota, rearranjos políticos, e até trocas de candidatos. Com esse quadro nada está decidido, embora o vencedor das prévias saia sempre em vantagem na corrida eleitoral.

E o terror que tomou conta do mundo político com a possibilidade de eleição de Milei. Isso porque o candidato, tido como de extrema-direita, tem alguns posicionamentos muito peculiares. A venda de órgãos humanos, crianças, entre outras coisas, estão entre os temas mais polêmicos defendidos por Milei. Para completar o quadro ele defende a liberalização total da economia, a dolarização da Argentina, e com isso transformará o país platino num vassalo completo dos norte-americanos.

E diferente do que muitos pensam, a destruição final da Argentina como nação soberana não significa a entrada do Brasil nesse espaço deixado, já que o mesmo processo corre no Brasil - apenas está mais atrasado porque o Brasil é um país maior e mais complexo - e o grande beneficiado deverá ser os EUA mesmo, com alguma sobra para os europeus.

No fundo, para os brasileiros não interessa a destruição da Argentina, porque apenas deixará o Brasil ainda mais na mira de desestabilização e destruição também.

Mas a verdade nessa história toda é muito simples de ser encontrada. Em todo o espectro da política atual - esquerda, centro e direita - o projeto é sempre o mesmo. Neoliberalismo na veia, destruição do tecido produtivo industrial, regados com pinceladas de auxílios governamentais para anestesiar as sequelas deixadas por essas políticas.

O resultado é o aparecimento dessas aberrações.


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