terça-feira, 15 de junho de 2021

A CPI da Covid segue aprofundando. E daí?

Na semana passada tivemos alguns desdobramentos interessantes no âmbito da CPI da Covid. O pedido de quebra dos sigilos bancários de Pazuello, Mayra Pinheiro, e Araújo são, talvez, os mais importantes. Sigam o dinheiro, porque há claros indícios de coisa mais errada do que a simples ideologia.

Além disso mais alguns depoimentos em que as posições do (des)Governo são atacadas com números, método, forma, embasamento, e sem espaço para "achismos" de ocasião, como no depoimento da bióloga Natália Pasternak, que não deixou dúvidas quanto aos erros, propositais ou não, na condução do enfrentamento à pandemia.

Seu depoimento, junto com vários outros indícios, podem levar à ideia de que não era apenas a tentativa da chamada "imunidade de rebanho" que se perseguia, mas quem sabe também buscava-se vender um certo kit de medicamentos. Esse agora deve ser o caminho tomado pela CPI.

O outro caminho é o do desvio de recursos do combate à própria pandemia, como o caso de R$ 52 milhões desviados desses recursos, e usados com propaganda do (des)Governo. Esperto eles, acusando governadores de fazerem o que eles fazem - ainda que não me espantaria que sejam constatados desvios nos estados também.

Mas e daí?

Bem, e daí que isso vai minando a credibilidade do Presidente, o que no fundo no fundo, é o objetivo principal dessa CPI. Mesmo que se faça um relatório de primeiríssima, mesmo que o PGR pudesse ser coagido a tomar alguma ação contra o Presidente, fato é que ele segue blindado na Câmara dos Deputados, onde alugou uns 170 DF, e conta com o apoio explicito contra cassação de pelo menos outra centena deles. Com esses números não há processo no STF, não há impeachment, e teremos que conviver com ele pelo menos até o final de 2022.

Sim, mas minar sua credibilidade abre espaço para que nem para o segundo turno vá. Deve abrir espaço também para uma via que rompa com tudo o que vivemos nos últimos 30 anos, e é essa nossa esperança.

Quanto ao chefe supremo do (des)Governo, precisa finalmente pagar por todos os seus atos. Se o Exército falhou bisonhamente em puni-lo nos anos 80, cabe à Justiça fazê-lo após sua saída da Presidência. Crimes e provas para isso parecem não faltar. Como já disse outro dia, o Brasil precisa parar de tratar crimes como simples decisões políticas. Ou faz isso ou será eternamente um gigante de nada.

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