terça-feira, 8 de junho de 2021

Os desdobramentos da CPI da Covid

Na última semana tivemos alguns depoimentos da CPI da Covid, que é conduzida exclusivamente pelo Senado. Os grandes movedores de opinião da semana foram os depoimentos de duas mulheres. O primeiro foi o da Dra. Nise Yamaguchi, e o outro da Dra. Luana Araújo, isso após o mais do que polêmico depoimento da Dra. Mayra Pinheiro, onde ficaram nítidos vários desvios ocorridos na condução do combate à pandemia, principalmente pelas discrepâncias entre as ações efetivas, e o depoimento da Dra. Mayra Pinheiro.

Bem, essas discrepâncias se materializaram de vez nas discrepâncias no depoimento da Dra. Nise Yamaguchi. Várias de suas afirmações foram rapidamente desmentidas por fatos, e também por alguns vídeos, que foram publicados pelo site Metropoles, inclusive com a participação da própria Dra Nise, e que são do chamado Ministério da Saúde Paralelo (ou sombrio, como preferem alguns). Entre essas e outras a depoente se enrolou e enrolou o (des)Governo junto.

Assim como o depoimento da Dra Luana Pinheiro também enrolou o (des)Governo. Apesar de ter passado apenas 10 dias à frente da Secretaria Especial de Enfrentamento à Covid, quando foi anunciada, mas não chegou a ser nomeada oficialmente, a Médica foi cirúrgica em criticar fortemente a política de enfrentamento à pandemia implementada pelo governo, o chamado Kit Covid, etc. Bem, ela disse não saber porque não chegou a ser nomeada oficialmente para o cargo, mas alguém tem alguma dúvida do motivo?

Com tudo isso, e o início de críticas mais duras quanto a composição dos membros da própria CPI, que se formou exclusivamente por homens, aí começamos a ver ataques mais duros aos trabalhos e à própria finalidade da CPI - parece que a solução meia boca de revezar Senadoras para participar não foi bem recebida por alguns grupos. De minha parte eu preferia que tivessem colocado Katia Abreu como relatora.

Mas também mostra que a CPI foi esvaziada de seus objetivos desde seu nascimento. A ideia era, em princípio, criar provas e deteriorar o (des)Governo Bolsonaro a ponte de permitira abertura de um processo de impeachment, ou mesmo de um processo criminal conta o líder supremo, e assim abreviar a presença de Bolsonaro no posto mais alto do país. O problema é que rapidamente isso foi, e está sendo, desidratado, e a CPI deverá apenas servir para desidratar o (des)Governo a ponto de impedir sua reeleição. ´

Esse é o plano de quem trabalhou para desvirtuar o objetivo original da CPI, e isso já foi dito até mesmo por seu relator. Mas é ái que pode vir o grande erro, porque se errarem na mão, e tudo indica que irão errar, aí a coisa pode simplesmente abrir espaço para o fortalecimento de uma terceira via. Os indicadores nas pesquisas já indicam esse espaço, já que os dois principais candidatos atualmente são também os dois mais rejeitados. Cabe agora à terceira via se consolidar como politicamente viável, e talvez isso seja sua tarefa mais difícil.





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