quarta-feira, 16 de junho de 2021

EUA - Europa: uma reaproximação?

A entrevista abaixo é bem mais longa do que o trecho que transcrevi, mas vale a pena uma visita ao site do Diário de Notícias para a leitura completa. Nela Ana Isabel Xavier analisa a atual volta de Biden à Europa, e as reuniões de cúpula que o mandatário americano já teve e terá nos próximos dias. Temas como meio-ambiente, tecnologia, defesa, comércio, saúde e interesses de cada um dos atores estão em pauta nesse momento.

E eu não concordo com tudo o que ela fala, nem da entrevista. Um exemplo é a forma como trata China e Rússia, como se fossem dois vilões que querem destruir o Ocidente. A coisa não é bem assim. Na verdade é justamente o Ocidente que ataca esses países. A Guerra do Ópio, ou o longo boicote à antiga URSS são mostras disso. Não que esses atores internacionais sejam bonzinhos, mas não ser bonzinho não significa ser vilão. A vida não é assim tão bicolor.

Por último uma análise de Ana Xavier que concordo plenamente: a Europa não deve se alinhar rápida e definitivamente a nenhum dos lados dessa disputa (EUA x China/Rússia). E isso é válido para outros países e blocos econômicos também devem aguardar os desdobramentos dessa disputa, e claro, tirar os proveitos que puderem dela. A disputa é por hegemonia e poder, e para alguém se estabelecer assim precisa de alianças, e também partilhar parte desse poder com seus aliados. Basta saber jogar esse jogo. Não é com um aparvalhado, que se alinha automática e incondicionalmente a um dos lados que se consegue vantagens para seu país ou bloco.


"Biden ainda não nomeou embaixadores para a UE e NATO. Isso denuncia um certo 'desleixo'"

Com Joe Biden na Europa, Ana Isabel Xavier, professora e investigadora universitária, fala na diferença de estilo para Trump, na pressão o presidente dos EUA que vai manter sobre a UE em relação a Rússia e China e sobre o encontro de "velhos conhecidos" com Putin.

Esta é a primeira visita de Joe Biden ao estrangeiro desde que foi eleito. Ter escolhido a Europa é sinal de uma reaproximação entre EUA e o Velho Continente depois dos anos de tensão com Donald Trump?
É sinal do retorno ao normal e de uma necessária renovação de votos entre amigos especiais pautada por um desejo de reaproximação recíproco. Mas sejamos pragmáticos: não há um retraimento da Ásia-Pacífico em prol de um "Europe first". Os EUA de Biden vão continuar a insistir na necessidade do velho continente se autonomizar na sua segurança e defesa, para que seja mais resiliente às ameaças da Rússia e da China. Os próximos anos podem não ser de tensão, mas serão claramente de pressão. Uma pressão para resultados mais tangíveis e para uma promoção ativa da democracia que inclui também o Japão, a Coreia do Sul e a Índia que, em conjunto, representam 60% da economia mundial.




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