sexta-feira, 18 de junho de 2021

Precisamos melhorar a qualidade de nossos postos de trabalho

A bagatela de 70% dos postos de trabalho no Brasil são dados em setores de baixa produtividade e investimento tecnológico. A propósito, o investimento em tecnologia nesses setores costuma desempregar pessoas. São setores que exigem pouquíssimo conhecimento técnico. Um exemplo disso é a limpeza. No Brasil empregam-se 10 ou 15 trabalhadores para a limpeza de beiras de estradas ou mesmo de ruas. Na Europa e EUA são dois, às vezes 3, e uma enorme máquina que faz o serviço operada por um trabalhador, enquanto os outros dois apenas organizam a segurança da operação e orientam o operador. Ou seja, o investimento nesses setores leva à redução de empregos. Se levarmos em conta os empregos no segundo setor de mais baixa complexidade tecnológica, aí esse número cresce para quase 80% dos postos de trabalho no país. Mas leiam o artigo abaixo, que lá está tudo explicado, e vamos nos ater ao fato de que temos esses 80% de emprego da mão de obra nacional, e apenas 0,2% da empregabilidade nos setores de mais alto rendimento.

E é essa distribuição de renda ruim, provocada pela oferta de empregos de baixíssima qualificação, e por pouquíssima oferta nas profissões que oferecem melhores remunerações, que impede o Brasil de decolar. Acontece que a mudança desse quadro não se dá por voluntarismo, ou desejo do mercado, mas com trabalho, com pesquisa, com um Estado que oriente, financie, e estabeleça metas a serem alcançadas. Ou seja, precisamos de um projeto, que deve ser debatido, e onde devem ser dadas as condições de implementação, e cobrados os resultados.

De resto é ladeira abaixo, porque sem essa alteração do quadro, a tendência é que ele piore.


Sete em cada dez empregos no Brasil estão em setores com baixo conteúdo tecnológico

Essas ocupações pagam 40% abaixo da média e são as mais afetadas pela pandemia

SÃO PAULO

Praticamente sete em cada dez empregos no Brasil estão em setores com baixo conteúdo tecnológico, considerando o valor dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento feito por essas empresas. Essas mesmas ocupações possuem salários 40% inferiores à média nacional.

Os dados são parte de estudo elaborado pelo economista Nelson Marconi, professor da Escola de Administração de Empresas da FGV (Fundação Getulio Vargas).

A classificação dos setores por nível de conteúdo tecnológico segue metodologia da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que considera a relação entre investimentos em P&D (pesquisa & desenvolvimento) e valor adicionado ao PIB (Produto Interno Bruto).


https://www1.folha.uol.com.br/amp/mercado/2021/05/sete-em-cada-dez-empregos-no-brasil-estao-em-setores-com-baixo-conteudo-tecnologico.shtml



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