quinta-feira, 3 de junho de 2021

Vou resumir

 O crescimento que se observa no PIB não é sustentável, porque baseado na velha armadilha do aumento do preço das commodities no mercado internacional. Isso "maquia" a balança comercial, porque dá a impressão de que o país está exportando mais, e o PIB, porque dá a impressão que estamos produzindo mais.

Por que tudo é impressão?

Porque tudo é baseado no aumento esporádico do preço das commodities, e porque não cria empregos no país, não criando base para aumento da produção voltado ao mercado interno, salários, etc.

Já vimos esse filme várias vezes.

Vejam abaixo o que disse Nelson Marconi, Prof. da FGV, 


VÔO DE CRUZEIRO OU VÔO DE GALINHA? O IBGE divulgou hoje o resultado do PIB do 1º trim, cresc. de 1,2% sobre o trim anterior, 1,0% sobre o 1º trim 2020 e -3,8% no acumulado dos ult 12 meses. O que ele demonstra sobre a econ brasileira? Explico a seguir
O setor que mais se destacou no resultado foi o agropecuário e as suas exportações. Como já ocorreu em outras vezes, com a falta de dinamismo do restante da economia, esse setor se sobressai e, com demanda externa alta, preços elevados, câmbio desvalorizado, puxa o PIB para cima
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Porém, como já sabemos, esse movimento não é capaz de sustentar um crescimento consistente da economia. E nem dos empregos; não é à toa que a taxa de desemprego é a maior da história. No curto prazo, estimula as exportações, um pouco a taxa de investimento, mas é só
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Ao final do ano, o PIB deverá apresentar uma taxa positiva de crescimento, em função da base de comparação baixa (2020) e dos efeitos das exportações agrícolas. O resultado também dependerá do combate à pandemia, criminoso como sabemos, e será influenciado pela crise hídrica
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Chamam a atenção ainda dois fatos: o primeiro é a tendência da taxa de investimentos. O IBGE precisa, com urgência, explicitar impacto das importações de plataformas de petróleo já existentes por parte da Petrobras e outras empresas, seguindo as normas do chamado Repetro
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Replying to
Certamente a taxa de investimento está muito inflada por essa prática das empresas de petróleo. Ok, há um impacto positivo das máq agrícolas, mas dado o comportamento dos indicadores da construção e da indústria, não há como termos uma alta tão expressiva da taxa de investimentos
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E, por último, vale notar a mudança na composição da demanda que ocorreu desde o início da pandemia: o consumo das famílias reduziu sua participação no PIB, entre 2019 e os 4 trim acum até mar/21, de 64,8% para 61,7%; o investimento+var estoques passou de 15,4% para 17%;
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O consumo do governo ficou praticamente estável, em torno de 20%, enquanto as exportações passaram de 14,1% para 17,7% e as importações, de 14,4% para 16,5% (infladas pelo Repetro)
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Fica claro o papel das exportações nessa alta. Pena que sejam primordialmente de produtos agrícolas; antes que joguem as pedras, explico que a taxa de câmbio competitiva não consegue, sozinha e nem tão rápido, ajudar uma indústria prejudicada há tantos anos.

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