Leiam o artigo abaixo. O jornalista econômico Fausto Oliveira foi extremamente feliz em pontuar alguns pontos que avalizam o voto em Ciro Gomes, e em pontuar o porquê de não votar nos outros candidatos que pleiteiam o cargo máximo do país.
O resumo disso eu te dou aqui. Ciro não é esquerda, no sentido pleno do termo. Como o próprio Ciro diz, ele está mais para o sentido de social democrata criado na Europa pós 2ª Guerra Mundial, quando o gigantesco risco de o Velho Continente se voltar ao comunismo fez com que a aristocracia europeia aceitasse abrir mão de nacos de sua acumulação capitalista em troca de manter seus privilégios. Foram-se uns poucos anéis, mas mantiveram-se a maioria, e o mais importante, todos os dedos, a ponto de terem podido manipular fortemente as condições locais e mundiais com muita força, principalmente logo após a queda da União Soviética.
Mas a meu ver Fausto comete um deslise em sua análise. No 12ª parágrafo ele afirma que "as políticas de desenvolvimento soberano de países periféricos são, necessariamente, contrárias ao interesse dos capitais transnacionais. A redistribuição de renda por meio de compensações não é." Esse deslise é que sua redação dá a entender que esse fenômeno social se aplica apenas a Estados periféricos, mas não, esse fenômeno se aplica também aos centros do poder do financismo transnacional. Isso fica claro quando politiqueiros, irresponsáveis e subservientes a essa elite financeira transnacional dos EUA e UE, dizem a seus povos que eles passarão frio, terão seus empregos fechados, suas vidas destruídas, em troca de uma compensação financeira para não morrerem de fome, para que se lute pela preservação dos ganhos estéreis do setor rentista. O setor produtivo nisso já desapareceu, já que a grande maioria das empresas industriais, hoje, está cotada em bolsa, está intimamente ligada ao setor financeiro, e é diretamente controlada por esse setor. Esse processo é bem mais profundo, mas seu lado social pode ser resumido nisso.
De resto Fausto, a meu ver, foi absolutamente certeiro, inclusive no que ele diz no final, de que quer ver Ciro fazer, caso eleito. Claro, isso é o que todos queremos, porque o papel, como diz o ditado, aceita tudo. Ciro tem seu plano, mas uma coisa é ter seu plano, suas estratégias, suas táticas, outra coisa é colocá-las em prática, ainda mais quando o adversário está absolutamente estabelecido e forte, a ponto de seu maior opositor ser ele mesmo.
Fausto Oliveira: “Por que eu voto em Ciro Gomes?”
Por que eu voto em Ciro Gomes – Primeiramente, advirto que só vou responder quem me abordar direito. Ofendeu, lacrou etc, ignorarei solenemente.
Quero começar pela hipótese “ou é Lula ou é golpe”. Já expus minha visão no programa Café Canhoto mais de uma vez. Não acredito em golpe tout court. Vejo, contudo, golpismos em sequência já em andamento, e a figura do Lula por si só não foi nem é vacina contra isso.
Portanto, não me sinto obrigado a votar no Lula para evitar a continuação do Bolsonaro. É claro que, se assim se afunilar a eleição, votarei contra o Bolsonaro.
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