sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Duro mas certeiro

Gustavo Castañon divulgou um texto duro no portal Disparada. Duro mas correto. Sim, porque se por um lado os juros são sempre usados em períodos inflacionários (independente do que causa a inflação), por outro o argumento de Castañon de que aumento de juros num país onde consumo é tradicionalmente reprimido é tiro n'água, ou seja, algo absolutamente ineficaz.

Mas o argumento de Castañon não é o único válido, ainda que ele atinja o centro do alvo ao indicar o principal motivo para tal taxa de juros no país. Quando digo isso é porque há um outro motivo que também influencia na taxa de juros, e é a atração de divisas, ainda mais quando o mundo passa por um período de alta de juros. Essa necessidade vem, principalmente, devido ao fato de o Brasil ter se desindustrializado fortemente nos últimos anos. Com isso o Brasil precisa importar a imensa maioria de seus insumos com maior valor agregado, e mesmo a maior parte dos produtos industrializados que consome. Para isso precisamos de divisas para pagar a conta, caso contrário a inflação no Brasil seria ainda maior.

Com isso não quero justificar essa taxa de juros insana, que ainda que precisemos atrair os tão necessários dólares, está bem acima do razoável, mas tão somente alertar para o fato de que precisamos nos reindustrializar o mais rápido possível, porque estaremos protegidos dessas variações internacionais, não teremos a mesma necessidade de divisas, e ainda estaremos aumentando a quantidade e a qualidade dos empregos oferecidos aos brasileiros. Entre outras coisas.


Se pagar bem eles dizem até ‘Eu te amo!’

Aumento de juros no Brasil não é pra conter inflação, nunca foi. 95% da população não poupa, ninguém deixa de consumir pra poupar mais porque os juros subiram 1%, aqui não é Europa. Juros no Brasil é pra remunerar o capital de uma burguesia que não investe mais e vive de renda.

Os mentirosos neoliberais remunerados dos telejornais dizem que o “corte forçado” de juros de Dilma resultou em “descontrole inflacionário” em 2013, a famosa “inflação do tomate”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário