A reportagem veiculada no site yahoo é de 2021, e já mostrava um número bastante preocupante. Não que empresas multinacionais não entrem e saiam de países todos os dias, mas a quantidade e velocidade com que isso vem acontecendo no Brasil.
Agora os bolsonaristas atacam o recém empossado governo Lula porque algumas outras empresas estão deixando o país. Bem, da lista que recebi de um deles, a maioria eu já sabia, e suas saídas foram no governo Bolsonaro, outras nem me dei ao trabalho de pesquisar se saíram ou não do país.
Mas a questão não é ataque e defesa ao governo Lula, mas simplesmente o fato de que, se Lula seguir com a direção que indicou nas eleições e no seu primeiro ano de governo, não me admirará absolutamente nada que outras empresas venham a deixar o Brasil, além da milhares de empresas nacionais que fecharam as portas de 2016 para cá.
Isso porque teve um sujeito que difundiu um segredo de polichinelo, e que apesar disso a submissão ao sistema financeiro ocidental não deixa que se tome providências contra isso. O Capitalismo moderno se baseia no consumo de massas, e o consumo de massas depende de uma população bem remunerada. Qualquer nação que queira se desenvolver precisa se voltar par seu mercado interno, e ter o externo como extra, como forma de disputar influência, melhorar relações com outros países, e aumentar divisas internacionais. Ou seja, o mercado interno tem prioridade sobre o externo. No Brasil de Temer, de Bolsonaro, e de Lula essa lógica está invertida.
Com esse quadro, qualquer empresa que precise de consumo para sobreviver deixa o país. Porque o Brasil está destruindo o pequeno mercado consumidor (para o tamanho do país) que tinha conquistado ao fim do primeiro governo Dilma. Esse mercado foi conquistado, apesar da distorção aplicada durante todo esse período. Isso porque o mundo viveu momentos absolutamente inéditos em termos de desenvolvimento.
Isso não acontece agora.
Ou Lula dá um cavalo de pau em seu governo, ou realmente essas empresas começarão a deixar o país sob sua direção.
Além da Ford, confira empresas que deixaram o Brasil desde que Bolsonaro assumiu
Ana Paula Ramos 3 de março de 2021
No início do ano, a Ford anunciou a saída do Brasil, alegando que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
Duas fábricas da montadora já foram fechadas, em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), e uma em Horizonte (CE) será fechada no final do ano. Em outubro de 2019, a Ford já havia fechados as portas em São Bernardo do Campo (SP).
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