Interessante o texto de Dilhermando Campos. Não dá para dizer que é um texto que se resuma à questão Yanomami, à questão de mineração em terras indígenas, ou mesmo de exploração da Amazônia. A questão transcende mesmo o campo, que Dilhermando usa para contrastar com a visão simplista que a imensa maioria dos cidadãos citadinos e de nossa imprensa têm sobre os temas que são mais afins às regiões do Brasil profundo.
Sim, porque não é exatamente legislação que falta a todos esses temas, mas Estado. Dilhermando chega a detectar isso, mas passa muito rapidamente por isso, porque não há Exército presente, não há Legislação possível e aplicável, se o Estado é sistematicamente boicotado e enfraquecido por medidas que visam justamente possibilitar todas esses desmandos.
E não diga que isso só acontece no Brasil profundo, porque enormes áreas e uma parte imensa da população sofre do mesmo problema nas grandes e médias cidades brasileiras. Quase todas as favelas, adjacências e áreas mais pobres de todas essas cidades sofrem dos mesmíssimos problemas de falta de Estado, de abusos por grupos criminosos, roubos, assaltos, assassinatos.
O Brasil precisa urgentemente fortalecer seu Estado e fazer com que ele esteja presente em todos os locais do país, não como forma de tolher e impedir a livre iniciativa de seus cidadãos e o desenvolvimento de sua economia e do processo civilizatório, mas como forma de regular e impedir abusos e crimes, de dar mais e melhores oportunidades a todos, promovendo justiça social e a melhora sustentável das condições de vida da população brasileira.
Aldo Rebelo e a mineração em terras indígenas
Crescer no campo ou em alguma cidade interiorana é uma experiência muito marcante, especialmente nesse Brasil hiperurbanizado de hoje em dia. Diferentemente do que a cultura cosmopolita hegemônica dos grandes centros propaga, a vida no interior, em muitos aspectos, é altamente complexa e rica em termos de experiência e formação.
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