Agora todas as agruras, todas as negociações, todas as aberturas de espaço para parte fisiológica do Congresso se tornou um problema "exclusivo" do Governo Lula. E não é que o Governo de ocasião não enfrente esse problema, mas simplesmente tivemos um início e um prosseguimento muito ruins na chamada Nova República, em que ceder a chantagens de congressistas picaretas se tornou algo "necessário" à governabilidade. Esse processo apenas vem se intensificando a cada governo fraco e mal formado que se assenta no Planalto, e se torna cada vez mais rápido e escancarado a "faca no pescoço" desse novo governo empossado.
E como eu disse, não é que o Governo Lula não esteja enfrentando essa situação, mas nitidamente ela está ainda mais acirrada com ele, e provavelmente estará ainda mais para a próxima gestão. O que a politicamente horrorosa Constituição de 88 conseguiu foi tornar o Executivo refém dos outros poderes da República.
A Justiça pode se intrometer em ações de decisão "exclusivas" do Presidente da República com justificativas como "bem público", "transparência", etc, além da baboseira de que ela tem que ter a última palavra.
O Congresso tem o poder de derrubar um Presidente, e como aconteceu com Dilma, não é necessário que esse Presidente tenha acorrido em crime de responsabilidade, mas que simplesmente se indisponha com esse Congresso, ou as forças político/econômicas que têm a hegemonia no Legislativo.
Por último o discurso é de que o Presidente não pode lançar mão de órgãos que controla por serem esses órgãos de Estado, e não de Governo, o que mostraria uma ingerência em suas atribuições.
Acontece que o Presidente da República é Chefe de Estado também, e se tem alguém com a prerrogativa de manter o Estado unido, próspero, e defendê-lo de aproveitadores é justamente o Presidente da República, e para isso ele não só pode, como também tem o dever de lançar mão desses órgãos, solicitar investigações, promover, não caça às bruxas, mas a manutenção de um Estado saudável, tirando de circulação, pelos meios legais e constitucionais que estão a seu dispor, de pessoas que estejam tentando se aproveitar e desarticular esse Estado.
Só que para isso precisamos de um Presidente que tenha pulso, que tenha moral e que tenha coragem. O resto eu deixo para a conclusão de vocês.
Com articulação frágil no Congresso, governo Lula guarda 60 cargos para agradar a aliados
São secretarias, diretorias, departamentos e entidades espalhados nos ministérios. Enquanto articulação política patina, cargos seguem vagos
atualizado 27/05/2023 8:5
Em quase cinco meses de governo, mais de 60 postos espalhados pela Esplanada dos Ministérios seguem desocupados. São 39 cargos de segundo e terceiro escalão — entre secretarias, diretorias e departamentos dos 37 ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, e 27 entidades vinculadas (tais como empresas públicas, autarquias e outros).
Os números constam em levantamento realizado pela consultoria Ética Inteligência Política e obtido pelo Metrópoles.
Devido à relevância política ou ao orçamento robusto, as colocações atraem aliados e podem ser usadas para contemplar partidos do Centrão, por meio da indicação de afilhados políticos. As nomeações para esses postos estão sob análise do Palácio do Planalto, enquanto a articulação política do governo ainda patina dentro do Congresso Nacional.
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