Como é de amplo conhecimento, o Chanceler russo, Serguei Lavrov esteve no Brasil há coisa de 15 dias, e apesar de ter sido uma visita rápida, temas importantes foram tratados. Talvez o principal tenha sido o fornecimento de combustível nuclear para o submarino brasileiro que está em fase de desenvolvimento pela Marinha do Brasil junto com algumas empresas privadas, e que foi postergado (e quase inviabilizado) devido as indevidas e irresponsáveis interferências da Lava-jato no processo.
Além disso a conclusão de Angra 3 (usina nuclear), fornecimento de fertilizantes, de óleo díesel, entre outros temas foram tratados.
E apesar de o Brasil já dominar o ciclo de enriquecimento de urânio para reatores nucleares, o país ainda necessita cumprir algumas etapas para produzir o próprio combustível. Além disso a Rússia está muito mais avançada nesse campo (talvez seja o país mais avançado do mundo), o que pode facilitar e ajudar o Brasil a superar etapas, enquanto já se beneficia do uso de tal tecnologia.
Quanto às outras o país precisa pensar grande. Boa parte são tecnologias de pleno domínio brasileiro, o Brasil detém matérias primas para suas produções, e necessitamos apenas de interesse político para deixarmos de depender de importações nesses campos.
Num mundo cada vez mais conflagrado, a autonomia não é um luxo, é uma necessidade. Quanto antes a alcançarmos, melhor.
Combustível para submarino e Angra 3 estiveram na pauta de Lavrov; G7 faz plano contra domínio russo no mercado
Igor Gielow
Folha e São Paulo
19 Abril 2023
SÃO PAULO
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou o interesse brasileiro no setor de energia nuclear da Rússia, abrindo assim uma nova possibilidade de atrito futuro com países ricos liderados pelos Estados Unidos, já que o G7 acaba de divulgar um plano para tentar quebrar o domínio de Moscou neste mercado.
O tema foi conversado durante a visita do chanceler russo, Serguei Lavrov, a Brasília, onde ele foi recebido na segunda (17) por Lula e pelo chanceler Mauro Vieira, o que foi objeto de duras críticas dos EUA e da Ucrânia, país invadido pela Rússia.
Não foi o centro das conversas, que giraram mais em torno da guerra, na qual o Brasil quer ser mediador, de oportunidades comerciais e da retomada de diálogo bilateral.
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