segunda-feira, 27 de junho de 2022

Mais um crime? Mais um?

Milton Ribeiro, Gilmar Santos e Arilton Moura. Os 3 têm algumas coisas em comum, todos são pastores, todos conversavam entre si, todos têm ligações diretas ou indiretas com o Palácio do Planalto e com o Ministério da Educação, e todos são investigados por desvios de verbas e corrupção dentro do Ministério da Educação. Semana passada os 3 também foram presos.

Mas a coisa não para por aí. Arilton Moura chegou a dizer que, caso os problemas chegassem a sua família, ele destruiria todo mundo. Bem, dificilmente, depois de você se envolver numa situação dessas, as consequências não cheguem à sua família, seja por pressão de conhecidos, amigos e familiares, seja por pressão da própria sociedade, que acaba por ver as famílias como coniventes dos crimes.

A situação se agrava quando aparecem sinais de que ele realmente tem coisas a contar, seja pelas 35 presenças de Santos e Moura (45 se contarmos individualmente) no Planalto, seja pelas presenças mais que constantes no MEC, seja por gravações interceptadas pela polícia, e que dão conta de contatos recentes do ex-Ministro Milton Ribeiro com o Planalto, ou mesmo pelo fato de que Jair Bolsonaro esteve com seu Ministro da Justiça no mesmo dia em que Ribeiro afirmou ter recebido informação sobre o caso diretamente do mandatário.

Seus passados os condenam, mas eu vou repetir duas coisas que já disse, mas que seguem sendo verdade, e seguem válidas também para este caso. A primeira é que há enorme distância entre culpa e condenação judicial. E é bom que seja assim, porque ainda que haja culpa, é necessário provar essa culpa cabalmente, sob pena de punir inocentes.

A segunda é que, ainda que a Justiça não consiga provar a culpa dessas pessoas, a verdade é que há muita coisa errada em toda essa história por parte dos protagonistas. É algo muito difícil de se inventar toda essa falcatrua, toda essa trambicagem, e imputar a essas pessoas sem que haja algum fundo de verdade nisso. Corroboram para isso uma série de ações, todas que levam a essa visão, ainda que nenhuma seja prova cabal de tal fato.

E como todos os acusados, eles também têm direito à "presunção de inocência", e devem ser tratados pela Justiça com tal premissa. E com isso as denúncias sem base material não têm validade (são apenas fofoca), as decisões judiciais devem ser baseadas nisso, e com isso seus direitos serem preservados.

Isso para eles e para qualquer um.

E se realmente são culpados nos desvios nos quais são investigados, que a investigação e o julgamento corram de forma a juntar as provas necessárias, da forma correta e de maneira a que sejam punidos por qualquer crime que tenham cometido.

Pastor preso pela PF disse que iria 'destruir todo mundo', mostra jornal

Do UOL, em São Paulo 24/06/2022 18h15Atualizada em 24/06/2022 18h46

O pastor Arilton Moura, apontado como um dos líderes do gabinete paralelo no MEC (Ministério da Educação), ligou para seus advogados logo após ter sido preso pela PF (Polícia Federal) e levado à sede da corporação no Pará. Na conversa, o religioso disse que iria "destruir todo mundo" se o caso chegasse a sua família, e pede que a equipe de defesa tranquilizasse a esposa.


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