terça-feira, 31 de maio de 2016

O País Está Demorando a Aprender

O texto abaixo foi transcrito na íntegra da revista Carta Maior, e merece uma lida com muita atenção. Além do que Antonio Lassance coloca, ainda podemos acrescentar que graças à "providencial" intervenção militar no governo brasileiro, problemas sérios foram apenas procrastinados, e voltam a eclodir neste momento, talvez com ainda mais força.

O país em si, jamais esteve ameaçado de tornar-se uma república comunista, mas a única forma de a Nação evoluir humana e economicamente, é integrando seriamente o imenso percentual da população que historicamente é alijada de muitos dos direitos mais básicos de um ser humano.

Os governos petistas apenas arranharam levemente a casca dessas necessidades. O tucano ainda menos.

Não é hora de perdermos o pouco que avançamos devido a absoluta falta de tolerância com o diferente. A hora é de buscarmos soluções, e aprendizado com a história, não tão longínqua assim.


09/03/2014 - Copyleft
Antonio Lassance


Sete lições que já deveríamos ter aprendido sobre o golpe de 1964 e sua ditadura


Há 50 anos, o Brasil foi capturado pela mais longa, cruel e tacanha ditadura de sua história. Meio século é tempo suficiente para aprendermos algo sobre isso.




Há 50 anos, o Brasil foi capturado pela mais longa, mais cruel e mais tacanha ditadura de sua história.

Meio século é mais que suficiente tanto para aprendermos quanto para esquecermos muitas coisas.

É preciso escolher de que lado estamos diante dessas duas opções.


1ª. LIÇÃO: AQUELA FOI A PIOR DE TODAS AS DITADURAS

No período republicano, o Brasil teve duas ditaduras propriamente ditas. Além da de 1964, a de 1937, imposta por Getúlio Vargas e por ele apelidada de "Estado Novo". 

A ditadura de Vargas durou oito anos (1937 a 1945). A ditadura que começou em 1964 durou 21 anos. 

Vargas e seu regime fizeram prender, torturar e desaparecer muita gente, mas não na escala do que ocorreu a partir de 1964.

Os torturadores do Estado Novo eram cruéis. Mas nada se compara em intensidade e em profissionalismo sádico ao que se vê nos relatos colhidos pelo projeto "Brasil, nunca mais" ou, mais recentemente, pela Comissão da Verdade.

Em qualquer aspecto, a ditadura de 1964 não tem paralelo.


2ª. lição: QUALIFICAR A DITADURA SÓ COMO “MILITAR” ESCAMOTEIA O PAPEL DOS CIVIS

Foram os militares que deram o golpe, que indicaram os presidentes, que comandaram o aparato repressivo e deram as ordens de caçar e exterminar grupos de esquerda.

Mas a ditadura não teria se instalado não fosse o apoio civil e também a ajuda externa do governo Kennedy.

O golpismo não tinha só tanques e fuzis. Tinha partidos direitosos; veículos de imprensa agressivos; empresários com ódio de sindicatos; fazendeiros armados contra Ligas Camponesas, religiosos anticomunistas. Todos tão ou mais golpistas que os militares.

Sem os civis, os militares não iriam longe. A ditadura foi tão civil quanto militar. Tinha seu partido da ordem; sua imprensa dócil e colaboradora; seus empresários prediletos; seus cardeais a perdoar pecados.


3ª. LIÇÃO: NÃO HOUVE REVOLUÇÃO, E SIM REAÇÃO, GOLPE E DITADURA

Ernesto Geisel (presidente de 1974 a 1979) disse a seu jornalista preferido e confidente, Elio Gaspari, em 1981:

"O que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções fazem-se por uma ideia, em favor de uma doutrina. Nós simplesmente fizemos um movimento para derrubar João Goulart. Foi um movimento contra, e não por alguma coisa. Era contra a subversão, contra a corrupção. Em primeiro lugar, nem a subversão nem a corrupção acabam. Você pode reprimi-las, mas não as destruirá. Era algo destinado a corrigir, não a construir algo novo, e isso não é revolução".

Quase ninguém usa mais o eufemismo “revolução” para se referir à ditadura, à exceção de alguns remanescentes da velha guarda golpista, que provavelmente ainda dormem de botinas, e alguns  desavisados, como o presidenciável Aécio Neves, que recentemente cometeu a gafe de chamar a ditadura de “revolução” (foi durante o 57º Congresso Estadual de Municípios de São Paulo, em abril de 2013).

Questionado depois por um jornal, deu uma aula sobre o uso criterioso de conceitos: “Ditadura, revolução, como quiserem”.

A ditadura foi uma reação ao governo do presidente João Goulart e à sua proposta de reformas de base: reforma agrária, política e fiscal.

4ª. LIÇÃO: A CORRUPÇÃO PROSPEROU MUITO NA DITADURA

Ditaduras são regimes corruptos por excelência. Corrupção acobertada pelo autoritarismo, pela ausência de mecanismos de controle, pela regra de que as autoridades podem tudo.

A ditadura foi pródiga em escândalos de corrupção, como o da Capemi, justo a Caixa de Pecúlio dos Militares. As grandes obras, ditas faraônicas, eram o paraíso do superfaturamento.

Também ficaram célebres o caso Lutfalla (envolvendo o ex-governador Paulo Maluf, aliás, ele próprio uma criação da ditadura) e o escândalo da Mandioca.

5ª. LIÇÃO: A DITADURA ACABOU, MAS AINDA TEM MUITO ENTULHO AUTORITÁRIO POR AÍ

O Brasil ainda tem uma polícia militar que segue regulamentos criados pela ditadura.

A Polícia Civil de S. Paulo, em outubro de 2013, enquadrou na Lei de Segurança Nacional (LSN) duas pessoas presas durante protestos.

A tortura ainda é uma realidade presente, basta lembrar o caso Amarildo.

Os corredores do Congresso ainda mostram um desfile de filhotes da ditadura - deputados e senadores que foram da velha Arena (Aliança Renovadora Nacional, que apoiava o regime).

6ª. LIÇÃO: BANALIZAR A DITADURA É ACENDER UMA VELA EM SUA HOMENAGEM

Há duas formas de se banalizar a ditadura. Uma é achar que ela não foi lá tão dura assim. A outra é chamar de ditadura a tudo o que se vê de errado pela frente.

O primeiro caso tem seu pior exemplo no uso do termo "ditabranda" no editorial da Folha de S. Paulo de 17 de fevereiro de 2009.

Para a Folha de S. Paulo, a última ditadura brasileira foi uma branda (“ditabranda”), se comparada à da Argentina e à chilena.

A ditadura brasileira de fato foi diferente da chilena e da argentina, mas nunca foi “branda”, como defende o jornal acusado de ter emprestado carros à Operação Bandeirantes, que caçava militantes de grupos de esquerda para serem presos e torturados.

Como disse a cientista política Maria Victoria Benevides, que infâmia é essa de chamar de brando um regime que prendeu, torturou, estuprou e assassinou?

A outra maneira de se banalizar a ditadura e de lhe render homenagens é não reconhecer as diferenças entre aquele regime e a atual democracia. Para alguns, qualquer coisa agora parece ditadura.

A proposta de lei antiterrorismo foi considerada uma recaída ditatorial do regime dos “comissários petistas” e mais dura que a LSN de 1969. Só que, para ser mais dura que a LSN de 1969, a proposta que tramita no Congresso deveria prever a prisão perpétua e a pena de morte.

O diplomata brasileiro que contrabandeou o senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil comparou as condições da embaixada do Brasil na Bolívia à do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), a casa de tortura da ditadura.

Para se parecer com o DOI-CODI, a Embaixada brasileira em La Paz deveria estar aparelhada com pau de arara, latões para afogamento, cadeira do dragão (tipo de cadeira elétrica), palmatória etc.

Banalizar a ditadura é como acender uma vela de aniversário em sua homenagem.


7ª. LIÇÃO: JÁ PASSOU DA HORA DE PARAR COM AS HOMENAGENS OFICIAIS DE COMEMORAÇÃO DO GOLPE

Por muitos e muitos anos, os comandantes militares fizeram discursos no dia 31 de março em comemoração (isso mesmo) à “Revolução” de 1964.

A provocação oficial, em plena democracia, levou um cala-a-boca em 2011, primeiro ano da presidência Dilma. Neste mesmo ano também foi instituída a Comissão da Verdade.

A referência ao 31 de março foi inventada para evitar que a data de comemoração do golpe fosse o 1º. de abril – Dia da Mentira.

A justificativa é que, no dia 31, o general Olympio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar, em Minas Gerais, começou a movimentar suas tropas em direção ao Rio de Janeiro.

Se é assim, a Independência do Brasil doravante deve ser comemorada no dia 14 de agosto, que foi a data em que o príncipe D. Pedro montou em seu cavalo para se deslocar do Rio de Janeiro para as margens do Ipiranga, no estado de São Paulo.

A palavra golpe tem esse nome por indicar a deposição de um governante do poder. No dia 1º. de abril, João Goulart, que estava no Rio de Janeiro, chegou a retornar para Brasília. Em seguida, foi para o Rio Grande do Sul e, depois, exilou-se no Uruguai  mas só em 4/4/1964. Que presidente é deposto e viaja para a capital um dia depois do golpe?

O Almanaque da Folha é um dos tantos que insistem na desinformação:
“31.mar.64 — O presidente da República, João Goulart, é deposto pelo golpe militar”. Entende-se. Afinal, trata-se do pessoal da ditabranda.

O que continua incompreensível é o livro “Os presidentes e a República”, editado pelo Arquivo Nacional, sob a chancela do Ministério da Justiça, trazer ainda a seguinte frase:

“Em 31 de março de 1964, o comandante da 4ª Região Militar, sediada em Juiz de Fora, Minas Gerais, iniciou a movimentação de tropas em direção ao Rio de Janeiro. A despeito de algumas tentativas de resistência, o presidente Goulart reconheceu a impossibilidade de oposição ao movimento militar que o destituiu”.

De novo, o conto da Carochinha do 31 de março.

Ainda mais incompreensível é o livro colocar as juntas militares de 1930 e de 1969 na lista dos presidentes da República.

A lista (errada) é reproduzida na própria página da Presidência da República como informação sobre os presidentes do Brasil.

Nem os membros das juntas esperavam tanto. A junta governativa de 1930 assinava seus atos riscando a expressão “Presidente da República”.  

No caso da junta de 1969, o livro do Arquivo Nacional diz (p. 145) que o Ato Institucional nº. 12 (AI-12) "dava posse à junta militar" composta pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Ledo engano.

O AI-12, textualmente: “Confere aos Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar as funções exercidas pelo Presidente da República, Marechal Arthur da Costa e Silva, enquanto durar sua enfermidade”. Oficialmente, o presidente continuava sendo Costa e Silva.

Há outro problema. Uma lei da física, o famoso princípio da impenetrabilidade da matéria, diz que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo – que dirá três corpos. 

Não há como três chefes militares ocuparem o mesmo cargo de presidente da República. Que república no mundo tem três presidentes ao mesmo tempo?

O que os membros da Junta de 1969 fizeram foi exercer as funções do presidente, ou seja, tomar o controle do governo. O AI-14/1969 declarou o cargo oficialmente vago, quando a enfermidade de Costa e Silva mostrou-se irreversível. 

Os três comandantes militares jamais imaginaram que um dia seriam listados em um capítulo à parte no panteão dos presidentes. A Junta ficaria certamente satisfeita com a homenagem honrosa e, definitivamente, imerecida.

Que história, afinal, estamos contando?

Uma história que ainda não faz sentido.

Uma história cujas lições ainda nos resta aprender.


(*) Antonio Lassance é cientista político.

sábado, 28 de maio de 2016

Alice In Chains - Would?

Um dos grandes representantes do Rock n'Roll mundial, a banda norte-americana Alice in Chains é ótima pedida. Aqui um de seus grandes sucesso: Would?




sexta-feira, 27 de maio de 2016

Desespero de causa

O editorial de O Globo já começa com uma grande falácia. É verdade que Temer recebeu os votos na hora em que Dilma foi eleita, mas a eleita foi ela, não ele. Na verdade ele veio num pacote muito indigesto a qualquer eleitor do PT, diria até que indigesto à grande maioria dos eleitores do país. Sua popularidade de 1% acho que embasa bem o que estou dizendo.

E os conselhos no editorial do jornal sãoé fruto não de uma opção pela superioridade do governo interino, mas pelo desespero em ver que o golpe é falho, que o discurso ético-moral que embasou toda a campanha golpista se esvai como um castelo de cartas, junto com a falácia da incompetência intrínseca ao governo petista, e na busca de implantar uma agenda neoliberal, que vem sendo derrotada há 4 eleições seguidas pelas urnas, que aos poucos políticos e Ministros do STF revêm suas posições, o que acaba por enfraquecer as perspectivas nefastas dos golpistas. A opção em fingir que não há reação ao golpe também é parte da estratégia.

Mas não fiquem por demais preocupado com o que está ocorrendo, porque o que está em jogo são a democracia e os seus direitos. Até agora os deles estão todos protegidos, inclusive a impunidade. Precisamos mudar isso.

Editorial: A hora de Temer

 
 
 
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NÃO SE DISCUTE a legitimidade do governo interino de Michel Temer, eleito pelos mesmos votos que mantiveram a presidente Dilma no Planalto, hoje afastada à espera do julgamento do seu impeachment.
TEMER, porém, precisa entender a delicadeza do momento político e econômico, que lhe exige ações duras, rápidas, sem tergiversações. Na economia, a partir da qualidade da equipe que tem conseguido montar e das análises já feitas em público, o governo parece bem encaminhado.
NA POLÍTICA, nem tanto. Entende-se que Temer necessita de sólido apoio no Congresso para conseguir aprovar reformas imprescindíveis, sem as quais o país não superará a crise fiscal. Mas tudo tem limites.
COMO É O CASO DA REVELAÇÃO, feita pela “Folha de S.Paulo”, de diálogos do braço-direito do presidente, o senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento, com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, gravados por este.
O CONTEÚDO do que foi revelado, e não desmentido pelo ministro em entrevista coletiva, torna inviável a sua permanência no governo. O presidente interino pode inviabilizar sua gestão caso decida manter Jucá.
O MINISTRO dá explicações clássicas, reclamando de que frases estão fora de contexto e assim por diante. Mas fica translúcido que Jucá e Machado, dois apanhados nas malhas da Lava-Jato — o ministro ainda sendo investigado —, tramavam barrar a Operação num eventual governo Temer. O contrário do que o próprio presidente se comprometeu a fazer ao assumir. Os diálogos, portanto, também atingem Temer.
ATÉ PARA NÃO DAR RAZÃO aos lulopetistas que denunciam uma trama contra a Lava-Jato por trás do impeachment de Dilma, o presidente não pode demorar para afastar o auxiliar. Ou o próprio Jucá deve entregar o cargo, para poupar Temer de mais dissabores. O tempo corre contra o governo.




quinta-feira, 26 de maio de 2016

Sugestão para a imprensa

E essa sugestão é para a imprensa em geral; para a grande imprensa envolvida até o pescoço no golpe, mas que agora parece estar, timidamente, mudando algumas posições e vendo que sua ideia não foi assim tão boa. 

Mas como é uma sugestão geral, serve também para a imprensa séria, que vem denunciando os bastidores do golpe há tempos, que vem acompanhando toda a teia que armaram para tirar o poder das mãos do povo, algo que nossa plutocracia retrógrada e preconceituosa jamais aceitou, mesmo que tenha alcançado enormes ganhos durante os últimos 14 anos.

Por favor, parem de dizer que o ministro disso, ou o secretário daquilo é envolvido com alguma ladroeira, ou é representante direto de um poderoso seguimento econômico do país, como bancos, planos de saúde, etc.

Porque é muito mais simples dizer quem não está envolvido com alguma falcatrua ou não representa interesses de poderosos nesse governo golpista. A lista deve ser mínima, se é que ela existe.

Petrobrás Segue Encolhendo

Afetada pela Lava-jato e por todos os escândalos políticos que vêm acometendo o Brasil, a Petrobrás segue seu plano de desinvestimento e adequação aos novos tempos de menor demanda por petróleo, e de queda nos preços da commodity.

É sempre bom recordar que isso se dá por dois motivos principais. O primeiro é que o mundo ainda patina na grande crise de 2008, que finalmente resolveu fazer seu tsunami chegar ao Brasil (não mais a marolinha). Isso também passa a refletir em economias que apresentavam forte expansão, como as chinesas e indiana, que têm colocado o pé no freio, e acabam por diminuir a pressão sobre o preço de commodities.

O segundo motivo também é mundial, e tem a ver diretamente com o valor do petróleo em si. Além dos problemas econômicos, outras fontes mais baratas da commodity vêm sendo exploradas nos últimos anos, além do retorno ao mercado de alguns países que passavam por problemas internos, e uma certa "implosão" da OPEP, que não mais controla o preço do ouro negro como fazia antigamente. Isso faz despencar o preço do produto do último ciclo econômico brasileiro.

Tudo isso provavelmente é passageiro, mas que vem fazendo estragos, ninguém pode negar.





‘Nova Petrobrás’, mais enxuta, terá mudanças a partir de março

Antonio Pita e Fernanda Nunes

Estatal extinguiu área de Gás e Energia, que será incorporada à diretoria de abastecimento, e gerências serão extintas

RIO - Desenhada desde que Aldemir Bendine assumiu a presidência, a “nova Petrobrás” começará a mudança em seu perfil administrativo a partir de março. Uma das principais transformações é a extinção da área de Gás e Energia, que passará a ser incorporada à diretoria de Abastecimento. A previsão é que até fevereiro o conselho de administração aprove os últimos detalhes da reestruturação da estatal, com o enxugamento de 30% das gerências executivas e intermediárias e mudanças na estrutura de governança.

Comandada por Hugo Repsold, a área tem sido alvo prioritário dos desinvestimentos da estatal, a exemplo da venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui, referente à participação em distribuidoras estaduais de gás. Também estão na lista de ativos em negociação com investidores a Transportadora Associada de Gás (TAG), além de três Fábricas de Fertilizantes (Fafens), que produzem insumos para a agricultura. A diretoria também responde por uma extensa malha de gasodutos e usinas térmicas.

O segmento perdeu relevância para a companhia que busca enxugar custos e focar na produção de petróleo – deixando de lado a estratégia de atuar como empresa integrada de energia. Outra mudança em “fase avançada” de análise é a incorporação da secretaria executiva, que hoje está ligada à presidência da petroleira, pelo conselho de administração. O tema será discutido na próxima reunião do colegiado, dia 27.

“A ideia é eliminar a redundância”, disse um executivo a par do plano de reestruturação. Serão extintas cerca de 1,8 mil gerências executivas e intermediárias, de um total de seis mil funções gerenciais existentes hoje. Os cortes devem repercutir também nas subsidiárias da estatal, como a Transpetro. O processo foi iniciado em novembro na empresa responsável pelos serviços de logística da petroleira. Cerca de 100 funções gerenciais foram extintas, com a expectativa de economia anual de R$ 35 milhões.
Novas áreas. Na esteira da reestruturação, foram criadas duas novas gerências executivas na subsidiária, nos segmentos de comercialização e novos negócios ligados à frota marítima e de terminais logísticos. Internamente, o movimento foi visto como um passo para a subsidiária buscar novos clientes e negócios para depois ser vendida, conforme anúncio feito na sexta-feira passada pelo diretor financeiro Ivan Monteiro.

Com a extinção de gerências e áreas de negócio, os funcionários já estão sendo realocados internamente, o que gerou desconforto. Funcionários operacionais especializados, como na área de perfuração e extração, teriam sido deslocados para atividades administrativas após a desmobilização de sondas de perfuração, paradas com a redução da busca de novos poços produtores. Entre os trabalhadores, também há o temor de que a reestruturação afete benefícios e a jornada de trabalho, como proposto no último acordo coletivo da empresa.

O tema ainda é discutido em grupos criados após a greve dos petroleiros. Os temores quanto às mudanças levaram a diretoria a encaminhar comunicado interno, em dezembro, esclarecendo a reestruturação em curso. Procurada, a Transpetro não comentou as mudanças. A Petrobrás confirmou que o processo de reestruturação está em curso, mas não deu detalhes sobre o novo perfil da empresa.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Bom dia e, primeiramente, Fora Temer!

Eu até sentiria pena da Globo, se ela merecesse algum sentimento além de desprezo. Quanto a seus repórteres, o sonho da grande maioria é trabalhar por lá, então, que aguentem.

Não servia para Dilma, mas serve para os golpistas

Mais uma prova de que o que vivemos não passa de um golpe parlamentar, até o momento aceito pelo judiciário, e incentivado pela mídia. O governo Dilma vem tentando tomar as medidas necessárias para colocar o país nos eixos já há algum tempo, mas vem sendo sistematicamente boicotada no Congresso Nacional, mais enfaticamente na Câmara Baixa.

Agora o que não servia para o governo Dilma, foi reempacotado e reenviado ao Congresso pelo governo provisório, e deverá ser aprovado sem muitos questionamentos.

Enquanto Dilma era sabotada, a imprensa dizia que a culpa era dela. Como Renan Calheiros que disse que a culpa do impeachment era de Dilma, que não o impediu.

Mas essas medidas vêm em hora tardia, levarão mais tempo para surtir os efeitos necessários, se é que alcançarão.

E você achando que a vida é o que a grande mídia te passa.



No rombo do Temer (R$ 170 bi) cabe tudo

Barbosa: isso é marquetagem do Meirelles

bessinha desvalidos
O Conversa Afiada reproduziu agudo artigo do Fernando Brito sobre o rombo do Temer.

Quem percebeu o tamanho do buraco foi o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco que, estranhamente, não fez parte da equipe de salvação nacional...

Numa entrevista ao Estadão, em comatoso estado, Franco, que afundou o Brasil com a super-valorização do Real e foi sumariamente demitido pelo FHC, chegou ao ponto de encontro com o Cerra: um rombo desse tamanho só se corrige com a venda de ativos!

Passar tudo nos cobres!

A preço de banana como o Cerra e o Fernando Henrique fizeram com a Vale.

Como o Malan e o Fernando Henrique que, além da Petrobrax, prometeram ao FMI vender o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa!

(É o que se lê, no trepidante "O Quarto Poder", nas págs. 418 e 419, no capítulo de titulo "FHC entregou a Petrobras - ao FMI e ao Citibank - antes de eleito".)

Recomenda-se a leitura do texto do Nelson Barbosa, ministro da Fazenda da Dilma (que nos poderia ter poupado o Levy...) sobre a marquetagem do Meirelles:


Sobre a Revisão da Meta Fiscal

(*) Nelson Barbosa

A equipe econômica, ao definir a nova meta de resultado primário para
2016, manteve, na sua essência, a estratégia de política fiscal
anunciada no início do ano e encaminhada ao Congresso Nacional por
meio do PLN01/16.
De forma idêntica ao anunciado em março, o governo em exercício
novamente solicitou ao Congresso espaço para acomodar frustrações
de receita, pagar investimentos e manter ações emergenciais. As
estimativas e parâmetros que fundamentaram a decisão foram
novamente atualizadas pelas equipes técnicas do Tesouro Nacional,
Receita Federal e Secretaria de Orçamento.
O valor dos recursos a serem descontingenciados na proposta do
governo provisório é o mesmo apresentado em março: R$ 21,2
bilhões. Também é igual o valor destinado ao PAC (R$ 9 bilhões), à
Defesa (R$ 3,5 bilhões), à Saúde (R$ 3,0 bilhões) e às transferências
da Lei Kandir (R$ 1,95 bilhão).
A apropriação da proposta do PLN01/16 pelo governo interino
evidencia a necessidade de flexibilização da meta de resultado
primário no curto prazo para que se mantenham os investimentos
públicos, as despesas essenciais do governo e a acomodação das
frustrações de receitas que têm se mostrado crescentes em função da
queda do nível de atividade econômica.
Em relação a proposta anunciada em março, as principais
modificações da proposta anunciada na sexta, 20 de maio, estão
concentradas em três pontos:
1) A revisão dos parâmetros macroeconômicos, que afetou as
projeções de receitas e despesas, faz parte dos trabalhos
normais de revisão da programação fiscal realizado
periodicamente pelas equipes técnicas dos ministérios da
Fazenda e do Planejamento. Cabe ressaltar que foi mantida a
estratégia adotada, desde o final de 2014, de basear as
projeções do governo em parâmetros de mercado. Nesse
ponto não houve, portanto, nem mais nem menos realismo por
parte do governo provisório.
2) A decisão de retirar das estimativas de receita e despesa
valores relacionados a projetos em tramitação no Congresso
Nacional, como a PEC da CPMF e o PL 4495/16, que
aperfeiçoa o pagamento de precatórios por parte da União, ou
medidas administrativas que poderiam ser implementadas
imediatamente pelo governo, como a melhoria de gestão na
Previdência e na concessão de benefícios assistenciais de
prestação continuada.
3) A decisão de incluir um teto para os passivos contingentes
decorrentes da renegociação das dívidas dos estados. Na
proposta apresentada em março, a iniciativa já constava
como uma das possibilidades de redução da meta fiscal, mas
não tinha sido fixado um valor máximo para o impacto fiscal
dessa renegociação devido à incerteza política e econômica
de tal processo.
Com base nos fatos acima, a nova proposta de redução da meta fiscal
dá continuidade à estratégia de flexibilização da política fiscal
anunciada pelo governo no início desse ano, por ocasião da reunião
do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em janeiro,
iniciada com a abertura do orçamento, em fevereiro, e formalizada
através do envio do PLN01/16, ao Congresso Nacional, em março.
Porém, a elevação substancial da previsão do déficit primário previsto
para 2016, sem a apresentação de medidas para reduzi-lo, acabou por
transformar a meta fiscal em um “piso fiscal”. Na prática, como dito
pelo Ministro do Planejamento na entrevista coletiva, a meta de déficit
de R$ 170,5 bilhões constitui um valor máximo para o déficit primário,
ou seja, um valor capaz de acomodar os cenários mais pessimistas de
frustração de receita e aumento de despesas.
Para facilitar a comparação entre as duas propostas de redução da
meta, a tabela 1 apresenta um resumo dos principais números
apresentados em março e maio.

(...)

A redução de R$ 196,5 bilhões da meta fiscal anunciada na sexta-feira,
20, pelo governo provisório contempla os R$ 120,7 bilhões já
incluídos na proposta de redução da meta apresentada em março.
Sobre a redução adicional de R$ 73,8 bilhões, cabe ressaltar que a
proposta apresentada em março também incluía a possibilidade de
redução da meta por passivos contingentes decorrente da
renegociação das dívidas estaduais, mas sem especificar um valor. Na
proposta anunciada ontem isso foi incorporado, mas com a definição
de um teto de R$ 19,9 bilhões.
A “novidade” da proposta atual consiste, portanto, em reduzir a meta
fiscal desse ano em mais R$ 53,9 bilhões, sendo R$ 25,9 bilhões
decorrentes da redução adicional de projeção de receita líquida e R$
28 bilhões do aumento da projeção de despesas obrigatórias, em
grande parte, decorrente da não incorporação de medidas em
tramitação no congresso nacional.
Em contraste com os R$ 170,5 bilhões de piso para o déficit primário
da União anunciados pelo governo interino, a média das expectativas
de mercado, levantadas pelo Ministério da Fazenda, aponta para um
déficit de R$ 104 bilhões nesse ano1. Esse valor é compatível com a
proposta de redução da meta apresentada ainda em março, acrescida
do impacto da renegociação das dívidas estaduais.
Independentemente das diferenças de projeções e avaliações sobre o
cenário fiscal de 2016, é significativa a opção do governo por seguir a
estratégia fiscal anunciada no início desse ano, qual seja: combinar a
flexibilização da política fiscal no curto prazo com reformas fiscais de
longo prazo que diminuam o crescimento do gasto obrigatório da
União.
As propostas de março foram apresentadas e encaminhadas ao
Congresso Nacional por meio do PLN01/16 e PLP257/16, de forma
transparente e realista, com base nos parâmetros macroeconômicos
estimados à época – cabe ressaltar que realizados com a mesma
qualidade e rigor técnico inerente às equipes que permanecem no
comando das principais secretarias do Ministério da Fazenda e do
Planejamento.
Apesar de urgente, o debate sobre a mudança da meta fiscal foi
bloqueado ao longo dos primeiros meses de 2016 pela crise política,
que não permitiu, sequer, a instalação da Comissão Mista de
Orçamento pelo Congresso.
Neste momento tudo indica que parlamentares que antes se
posicionavam contra qualquer revisão da meta fiscal e de projetos
importantes para a gestão fiscal irão abrir mão dos debates e
audiências públicas para aprovar a mudança da meta em tempo
recorde.
A aprovação da mudança da meta fiscal é necessária e urgente para
evitar o contingenciamento total das despesas discricionárias da
União, que nada ajudaria a economia brasileira nesse momento de
redução da atividade econômica e acabaria por prejudicar a prestação
de serviços públicos essenciais à população.
O que é curioso no momento atual é a mudança súbita de
interpretação política sobre a mesma estratégia fiscal apresentada no
início desse ano. Diante dessa mudança, não causa surpresa que a
atual equipe econômica tenha que relançar a mesma proposta fiscal
apresentada em março como uma "novidade", como uma nova era de
"realismo fiscal".
Na verdade, o realismo fiscal e a mudança de foco do ajuste fiscal
para a reforma fiscal já estão em prática desde o início desse ano.
A diferença, agora, é que a equipe econômica decidiu rebaixar
excessivamente as expectativas sobre o resultado fiscal para que, de
hoje em diante, a adoção de qualquer medida que melhore as finanças
públicas, mesmo aquelas já propostas pelo governo no final de 2015 e
início de 2016, sejam retratadas como “novidades” ou “avanços” por
parte do governo interino.
Independentemente da retórica política que se adote, uma análise
imparcial dos números apresentados ontem indica que a meta fiscal se
transformou num piso fiscal, uma espécie de “cheque especial” de até
R$ 170,5 bilhões que permite uma redução substancial de receitas e
um aumento também substancial de despesas, e que dificilmente
deixará de ser cumprido. (Ênfase minha - PHA)

* Economista, foi ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff.

E as provas se multiplicam

Mas se apesar de tudo, você ainda não acredita que tivemos um golpe parlamentar no país, vejam o que disseram Romero Jucá e Sérgio Machado. 

A reportagem completa e uma parte maior do diálogo estão no site da Folha de São Paulo, que você acessa clicando no título da reportagem abaixo.






Em diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter avanço da Lava Jato


Pedro Ladeira - 5.abr.16/Folhapress
Romero Jucá, ministro do Planejamento, disse que criar novo imposto não é a primeira opção do governo
Romero Jucá (PMDB-RR), senador licenciado e ministro do Planejamento, em fala no Senado Federal
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Em conversas ocorridas em março passado, o ministro do Planejamento, senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR), sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos.
Gravados de forma oculta, os diálogos entre Machado e Jucá ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. As conversas somam 1h15min e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).
O advogado do ministro do Planejamento, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente "jamais pensaria em fazer qualquer interferência" na Lava Jato e que as conversas não contêm ilegalidades.
Machado passou a procurar líderes do PMDB porque temia que as apurações contra ele fossem enviadas de Brasília, onde tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), para a vara do juiz Sergio Moro, em Curitiba (PR).
Em um dos trechos, Machado disse a Jucá: "O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. [...] Ele acha que eu sou o caixa de vocês".
Na visão de Machado, o envio do seu caso para Curitiba seria uma estratégia para que ele fizesse uma delação e incriminasse líderes do PMDB.
Machado fez uma ameaça velada e pediu que fosse montada uma "estrutura" para protegê-lo: "Aí fodeu. Aí fodeu para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu 'desça'? Se eu 'descer'...".
Mais adiante, ele voltou a dizer: "Então eu estou preocupado com o quê? Comigo e com vocês. A gente tem que encontrar uma saída".
Machado disse que novas delações na Lava Jato não deixariam "pedra sobre pedra". Jucá concordou que o caso de Machado "não pode ficar na mão desse [Moro]".
O atual ministro afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que o caso caísse nas mãos de Moro. "Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", diz Jucá, um dos articuladores do impeachment de Dilma. Machado respondeu que era necessária "uma coisa política e rápida".
"Eu acho que a gente precisa articular uma ação política", concordou Jucá, que orientou Machado a se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).
Machado quis saber se não poderia ser feita reunião conjunta. "Não pode", disse Jucá, acrescentando que a ideia poderia ser mal interpretada.
O atual ministro concordou que o envio do processo para o juiz Moro não seria uma boa opção. "Não é um desastre porque não tem nada a ver. Mas é um desgaste, porque você, pô, vai ficar exposto de uma forma sem necessidade."
E chamou Moro de "uma 'Torre de Londres'", em referência ao castelo da Inglaterra em que ocorreram torturas e execuções entre os séculos 15 e 16. Segundo ele, os suspeitos eram enviados para lá "para o cara confessar".
Jucá acrescentou que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional "com o Supremo, com tudo". Machado disse: "aí parava tudo". "É. Delimitava onde está, pronto", respondeu Jucá, a respeito das investigações.
O senador relatou ainda que havia mantido conversas com "ministros do Supremo", os quais não nominou. Na versão de Jucá ao aliado, eles teriam relacionado a saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato.
Jucá afirmou que tem "poucos caras ali [no STF]" ao quais não tem acesso e um deles seria o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, a quem classificou de "um cara fechado".
Machado presidiu a Transpetro, subsidiária da Petrobras, por mais de dez anos (2003-2014), e foi indicado "pelo PMDB nacional", como admitiu em depoimento à Polícia Federal. No STF, é alvo de inquérito ao lado de Renan Calheiros.
Dois delatores relacionaram Machado a um esquema de pagamentos que teria Renan "remotamente, como destinatário" dos valores, segundo a PF. Um dos colaboradores, Paulo Roberto Costa disse que recebeu R$ 500 mil das mãos de Machado.
Jucá é alvo de um inquérito no STF derivado da Lava Jato por suposto recebimento de propina. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou em delação que o peemedebista o procurou para ajudar na campanha de seu filho, candidato a vice-governador de Roraima, e que por isso doou R$ 1,5 milhão.
O valor foi considerado contrapartida à obtenção da obra de Angra 3. Jucá diz que os repasses foram legais.
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LEIA TRECHOS DOS DIÁLOGOS

Data das conversas não foi especificada
SÉRGIO MACHADO - Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ - Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO - Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ - Sim.
MACHADO - Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
JUCÁ - Eu acho que...

terça-feira, 24 de maio de 2016

Cai o primeiro?

E a pergunta acima é válida, porque ele não foi derrubado, tampouco pediu demissão, mas apenas se licenciou de seu cargo como Ministro do Planejamento do governo interino.

O problema é que, se a coisa já não andava com o governo interino golpista, com o dólar subindo e a bolsa estava em polvorosa, após a divulgação de sua conversa com Sérgio Machado, a coisa ficou ainda pior. O dólar disparou e a bolsa desabou.

Ok, tudo especulação.

Mas é tudo que o país não precisava. 

Até porque nas conversas entre os dois ficou mais que claro que o motivo do golpe não eram as "pedaladas" ficais.

E o governo interino golpista fica cada vez mais instável, cada vez mais isolado entre um grupo de políticos investigados, condenados, ou denunciados em falcatruas várias, e em uma parte mais conservadora da grande imprensa. Sim, uma parte, porque até ela já começa a rever sua posição de apoio incondicional ao absurdo antidemocrático que tentam impor ao país.

O problema é que  já perdemos uns dois anos na brincadeirinha de tentar desestabilizar e derrubar o PT. Enquanto isso o país está desgovernado, e a economia (em crise) em polvorosa.

Que Deus tenha piedade do Brasil (Eduardo Cunha).
 



Áudio de Jucá causa tensão no mercado; dólar dispara e Bolsa cai


Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro Romero Jucá (Planejamento), durante entrevista coletiva sobre áudio vazado
O ministro Romero Jucá (Planejamento) vai se licenciar do cargo a partir desta terça-feira
A primeira crise do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) causou tensão no mercado financeiro nesta segunda-feira (23). A revelação de diálogos do senador licenciado e ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), nos quais ele sugere um pacto para deter a Operação Lava Jato, fez o dólar comercial fechar em alta de 1,81% e a Bolsa em queda de 0,79%.
Os juros futuros de longo prazo e o CDS (credit default swap), indicador da percepção de risco do país, tiveram forte alta.
Diante da repercussão negativa, que tornou insustentável sua permanência no cargo, Jucá anunciou, já no fechamento do mercado, que vai se licenciar a partir desta terça-feira (24) do Ministério do Planejamento.
Também pesou sobre os negócios o cenário externo negativo, com recuo das commodities, mas profissionais do mercado apontaram o caso envolvendo Jucá como o principal fator de apreensão entre investidores neste pregão.
Reveladas pela Folha, as conversas entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, ambos investigados pela Lava Jato, ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Os diálogos, gravados de forma oculta, somam 1h15min e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Para a equipe de análise da Lerosa Investimentos, o caso "trouxe de volta ruído político quando o governo deveria estar focado na questão econômica".
"A permanência de Jucá no cargo desgastaria o governo e daria munição para o PT afirmar que o impeachment foi para barrar a Lava Jato", comenta um operador do mercado financeiro.
Outro ponto de atenção dos investidores são as medidas econômicas a serem anunciadas nesta terça-feira (24) pelo governo Temer.
CÂMBIO E JUROS
Após atingir a máxima de R$ 3,5900 durante a sessão, o dólar comercial fechou em alta de 1,81%, a R$ 3,5820. É o maior valor desde 18 de abril deste ano (R$ 3,5980).
A moeda americana à vista terminou com valorização de 1,06%, a R$ 3,5753. Durante o pregão, chegou à máxima de R$ 3,5891.
O dólar avançou frente à maior parte das moedas globais nesta segunda-feira, mas o pior desempenho foi do real, por causa da tensão no cenário político.
O Banco Central não anunciou leilão de swap cambial reverso para esta sessão. A operação equivale à compra de dólares pela autoridade monetária.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 avançou de 13,675% para 13,695%, e o DI para janeiro de 2021 subiu de de 12,360% para 12,620%.
O CDS, espécie de seguro contra calote do país, aumentou 3,16%, para 356,756 pontos, no maior nível em quase um mês.