sexta-feira, 6 de maio de 2016

Paralização em defesa da Petrobrás

São tantas (e algumas tão absurdas) coisas que acontecem no Brasil, que acabamos ficando com pouco tempo para acompanhar tudo. Mesmo assim não deixamos de acompanhar o que se passa no mundo marítimo, que no Brasil acaba posicionado meio a margem de nossa sociedade. Isso mesmo considerando que é instrumento fundamental para nossa economia, seja no escoamento de nossa produção, no abastecimento de nosso mercado interno, ou até na produção de produtos de altíssimo valor agregado, como no caso do offshore.

E é por isso que não deixaremos de comentar a ação planejada pelos trabalhadores marítimos da Transpetro, que visa primeiramente salvaguardar seus empregos, e ao mesmo tempo salvaguardar o patrimônio da Petrobrás (e da Nação), assim como manter uma de suas subsidiárias mais lucrativas.

Porque a venda da estatal, se assemelha a um taxista vender sua autonomia e seu taxi para pagar uma dívida muito maior que o valor que ele arrecadaria com a venda. Além de não resolver nada para ele, ainda corta sua fonte de renda. Claro que na relação Petrobrás - Transpetro a coisa é muito mais complexa, mas a analogia não fica muito longe da verdade, porque significa o corte de uma fonte importante de ingressos no sistema da estatal, num momento em que esses ingressos precisam aumentar, não diminuir.

E para aqueles que erroneamente acreditam que greves não podem ser políticas, ou mesmo que acreditam que a greve é política, gostaria de lembrar que a venda da subsidiária de transportes influenciaria diretamente nos empregos, nas remunerações, e até mesmo na operação das embarcações operadas no sistema, o que legitima toda e qualquer ação que os trabalhadores queiram tomar para salvaguardar seus direitos.





Marítimos prometem movimento grevista

Com data marcada para 10 de maio, os profissionais da Marinha Mercante estão ameaçando realizar uma “greve gradual” contra a possibilidade de venda da Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transportes. Os profissionais alegam “que a eventual venda da companhia colocaria em risco seus postos de trabalho”. Segundo o Sindicato, SINDMAR (Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante)) a proposta será analisada em assembleia na próxima quarta-feira (4).

De acordo com a nota divulgada pelo Sindicato, a venda colocaria em risco “cerca de 2,2 mil profissionais que tripulam os seus 52 navios”. Oficialmente, a Transpetro ainda não foi incluída no plano de venda de ativos da Petrobras, mas o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, disse em janeiro que estaria avaliando possibilidades de negócio com a empresa. A empresa também não comentou sobre o assunto ainda.

De acordo com a nota trabalhadores e a empresa já chegaram a um acordo com relação ao reajuste salarial, que prevê aumento de 9,93%. “A greve, portanto, seria política”, disse o Sindmar, em nota. A entidade que representa a categoria, lembrou ainda “que a subsidiária é lucrativa. E, uma vez que o problema do Sistema Petrobras é fazer caixa, a empresa não deveria constar dos ativos a serem alienados dentro do plano de desinvestimento do grupo”.

Em comunicado para os marítimos, o Sindmar estabelece as regras para a greve, que chama de progressiva, com a adoção de novos procedimentos a cada três dias. Entre os procedimentos, estão a restrição das vazões de carga e descarga dos navios, a redução da velocidade dos navios e a suspensão de operações em período noturno.

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