É impressionante que a tecnologia avança, as regras e obrigações avançam (muitas vezes sobrecarregando quem trabalha a bordo, já que as tripulações seguem diminuindo), mas os acidentes marítimos seguem acontecendo e criando seríssimos problemas para muita gente. Às tripulações é desnecessário dizer todos os problemas que têm com um acidente a bordo, ainda mais quando esse acidente termina num naufrágio. Mas dependendo de onde o acidente se dá, atinge toda uma gama de pessoas, que se vêm prejudicadas em seus interesses e afazeres do dia a dia por esses acidentes.
São pescadores, portuários, importadores, exportadores, etc, etc, etc, que sofrem prejuízos, e muitas vezes vêm sua sobrevivência ameaçada devido a falta que lhes fazem, a possibilidade de exercerem suas profissões na plenitude.
O caso do navio Haidar, em Vila do Conde, é emblemático, mas não é o único. Já tivemos outros casos de naufrágios em portos brasileiros. Alguns causaram grandes transtornos a toda uma gama de trabalhadores, muitas vezes a influência desses naufrágios se estenderam por meses, ou mesmo anos.
O Congresso Brasileiro está certíssimo em debater tal fato, mas além disso, deveria tomar ações concretas para aumentar a segurança na navegação, incluindo aí a navegação dos Cruzeiros Marítimos, que causam inúmeros problemas na costa brasileira, mas seguem desregulados e sem ter um marco jurídico que os enquadre.
Segurança na navegação é importante para os tripulantes, e para uma grande gama de outros trabalhadores e até para turistas também.
O Liberal – Reportagem – 21/12/2015
Naufrágio é debatido no Congresso Nacional
AMBIENTAL - Audiência pública foi promovida por comissões do Senado e da Câmara
O
naufrágio do navio “Haidar”, no porto de Vila do Conde, em Barcarena,
que causou um desastre ambiental na região, prejudicando comerciantes e
comunidades ribeirinhas daquele município e de Abaetetuba, foi debatido
em audiência pública promovida pela Comissão de Integração Nacional,
Desenvolvimento Regional e da Amazônia, no Congresso Nacional, em
Brasília. O Ministério Público do Estado do Pará, por meio do Centro de
Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma), participou da reunião. Uma
das comissões permanentes da Câmara dos Deputados, a de Integração
Nacional tem como objetivo a discussão de políticas públicas e de
problemas relacionados ao desenvolvimento das regiões brasileiras, em
especial aquelas diretamente ligadas à região amazônica. Essa audiência
pública foi pauta integrada à Comissão de Meio Ambiente da Câmara
Federal. Como expositores, representantes do Ministério Público do
Estado do Pará, por meio do promotor de Justiça José Godofredo Pires dos
Santos (auxiliar do Caoma), da Defensoria Pública da União, da
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e,
ainda, da Companhia Docas do Pará, que administra o porto de Vila do
Conde. O ponto de partida foram as discussões dos impactos causados pelo
naufrágio do navio cargueiro “Haidar”. O acidente ocorreu no dia 6 de
outubro deste ano. Os parlamentares da comissão questionaram o
Ministério Público do Estado sobre as providências adotadas em relação
ao acidente. O promotor de Justiça José Godofredo destacou a atuação
imediata do Ministério Público Estadual em Barcarena, especialmente
quanto ao trabalho dos promotores de Justiça Viviane Sobral, Gerson
Daniel Silveira e Antônio Lopes Maurício. Segundo ele, esses promotores
“acionaram os órgãos responsáveis, tanto pela operação portuária quanto
pela Semas, Prefeitura Municipal de Barcarena e Secretaria de Saúde,
dentre outros, visando minimizar os impactos em relação ao meio ambiente
e à saúde dos moradores”. Ainda em sua exposição, o promotor de Justiça
também destacou a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público
do Estado, em conjunto com o Ministério Público Federal, Estado do Pará e
Defensoria Pública do Estado, visando o acionamento de todos os
responsáveis pela desastrosa operação. A comissão também discutiu o
impacto perverso dos grandes projetos implantados na Amazônia e suas
repercussões negativas no âmbito ambiental, tributário e social. Na
oportunidade, deputados integrantes da comissão destacaram positivamente
o trabalho do Ministério Público Estadual em relação ao evento danoso,
em especial a atuação da promotora de Justiça Viviane Sobral. A
audiência ocorreu no último dia 15. E, no dia seguinte, 16, o MPF/PA, o
MP/PA, a Procuradoria Geral do Estado e a Defensoria Pública do Estado
do Pará ajuizaram, na Justiça Federal, em Belém, ação civil pública que
pede, além do pagamento das indenizações, seja dado um prazo máximo de
48 horas para que os responsáveis pelo naufrágio apresentem uma solução
definitiva para a retirada das carcaças. Segundo o MPF, vários laudos
comprovam danos sociais e ambientais provocados pelo desastre em
Barcarena que geram um valor mínimo de R$ 71 milhões em indenizações.
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