Envolvido na delação premiada de Delcídio, o vice-presidente Michel Temmer afirma que seu partido está pronto para resgatar o crescimento econômico.
Fica a pergunta que não quer calar:
De quem?
Fica a pergunta que não quer calar:
De quem?
Temer diz que PMDB está pronto para resgatar crescimento econômico
DANIELA LIMA
MARIANA HAUBERT
DE BRASÍLIA
MARIANA HAUBERT
DE BRASÍLIA
O vice-presidente Michel Temer apresentou sua recondução ao comando
nacional do PMDB neste sábado (12) como um símbolo de que o partido
optou pela convergência numa "ocasião em que é preciso cuidar do país".
Em discurso, o vice chegou a dizer que a sigla está pronta para
"resgatar os valores da República e reencontrar a via do crescimento
econômico e social".
O vice chegou ao local do evento, em Brasília, acompanhado dos
presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, além
de José Sarney, escolhido presidente de honra do PMDB. A presença de
Cunha e Sarney eclipsou os aplausos na entrada do vice.
Da plateia vieram gritos isolados de "Fora Cunha" e, antes de falar,
Sarney ouviu um princípio de vaia. A fala de Temer, no entanto, foi
aclamada pelos ouvintes.
Ele chegou ao microfone aos gritos de "Brasil para frente, Temer
presidente". Durante todo o ato, a militância entoou coro de "Fora
Dilma", numa referência à presidente Dilma Rousseff, e "Fora PT". Houve
até convocação para as manifestações deste domingo (13).
Temer fez questão de passar uma mensagem diferente da que vem sendo
reverberada pela cúpula do PT, que chegou a convocar protestos em prol
da sigla para o mesmo dia e local dos que estão programados em defesa do
impeachment. "Não é hora de dividir os brasileiros, de acirrar ânimos, A
hora é de construir pontes", disse.
'SAÍDA JÁ'
Apesar do acordo fechado pela cúpula do partido de adiar qualquer decisão sobre o rompimento com o governo, a liberação dos discursos contra a aliança entre o PMDB e o PT acabou marcando a convenção.
Cotado para assumir a Secretaria Especial de Aviação Civil, o deputado
Mauro Lopes (PMDB-MG) foi hostilizado nos microfones. Colegas de
parlamento chamaram a negociação da vaga de "vexame" e cobrou, em
diversos momentos, que o PMDB deliberasse imediatamente sobre a ruptura
com o governo.
"Vocês são jovens e ainda vão entender que decisão de maioria a gente
respeita", disse o ex-ministro Eliseu Padilha, aliado de Temer, ao
tentar conter os gritos de "entrega os cargos" entoados pela militância
ao final do ato.
Integrantes das alas que ainda defendem a aliança com Dilma, não subiram
no palanque para defender o governo. O líder do PMDB da Câmara,
Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que indicou ao menos quatro ministros da
petista, justificou a discrição com o discurso de que, se tentasse
discutir, acabaria expondo uma divisão na sigla.
Com isso, os defensores do desembarque do PMDB foram unânimes nos
microfones. Ex-petista, a senadora Marta Suplicy, que será candidata à
Prefeitura de São Paulo pelo PMDB, chegou a dizer que a sigla precisa se
desvincular de um governo que considera "corrupto" e "incompetente".
Os oposicionistas também cobraram que a cúpula partidária vete a entrada
de qualquer peemedebista em cargos no governo federal pelos próximos 30
dias.
A convenção vem sendo classificada como "um aviso prévio" do PMDB à
petista. A expectativa é de que, após a repercussão das manifestações
contra o governo e o fim do julgamento sobre o rito do impeachment, a
sigla finalmente deixe o governo Dilma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário