quinta-feira, 5 de maio de 2016

Às Vezes, Menos é Mais

Não nego que estamos em crise, mas parece estar havendo muito estardalhaço por uma crise que não é exclusiva do Brasil. Mais uma vez alerto que aqui a coisa toma um vulto maior do que o esperado devido a deterioração da relação política, que acaba por aprofundar a situação econômica. E a balança comercial é um bom indicador disso. 

Como já disse outro dia, há um ditado no porto que diz: quer saber como anda a economia brasileira, olhe para seus portos.

E o que a balança comercial faz é nos dar o resumo do movimento em nossos portos. Os dados são bastante claros. Houve retração no comércio internacional. Os números do Brasil são um pouco superiores à média para as exportações, e bem superiores para as importações, em parte pela perda de competitividade por motivos logísticos e tecnológicos, em parte porque o Brasil teve boa parte de seu boom econômico dos últimos anos baseado no offshore, que está em grave crise (também mundial), e em parte pelo agravamento da crise brasileira, que é (mais uma vez) intensificada pelos problemas políticos.

Diferente do que muitos dizem, o país tem totais condições de sair dos problemas econômicos em que se encontra. Para isso basta um pouco mais de bom-senso, principalmente por parte da oposição, que está jogando o jogo do "quanto pior melhor".

E no final ninguém se preocupa com o país, apenas em ter o poder.



Brasil exporta mais e ganha menos

A balança comercial encerrou 2015 com superávit (exportações maiores que importações) de US$ 19,681 bilhões. O resultado superou previsão do governo e do mercado financeiro, de superávit de US$ 15 bilhões, e ficou em linha com o antecipado pelo MONITOR MERCANTIL (US$ 20 bilhões). É o melhor saldo desde 2011, quando a balança fechou o ano superavitária em US$ 29,7 bilhões. Em 2014 houve déficit de R$ 4 bilhões. Em dezembro o saldo foi de US$ 6,24 bilhões.

“Em 2015 tivemos uma redução significativa no déficit da balança de manufaturados, que passou de US$ 109,5 bilhões em 2014 para US$ 71,9 bilhões em 2015. Como resultado, os industrializados responderam por quase 52% da pauta de exportações brasileira”, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (Mdic), Daniel Godinho.
 
As exportações totais cresceram 10% em quantidade em 2015, mas houve redução de 22% nos preços internacionais. “Se a quantidade em 2015 fosse vendida pelo preço médio de 2014, teríamos receitas extras de cerca de US$ 37 bilhões”, afirmou Godinho. O volume total exportado pelo Brasil em 2015 foi de 637,6 milhões de toneladas, ante 576,7 milhões de toneladas registrados em 2014, e é a maior quantidade desde o início da série histórica do governo, em 1997.

O superávit no ano resulta de US$ 191,1 bilhões em exportações e US$ 171,4 bilhões em importações. As exportações registraram retração de 14,1% na comparação com 2014. Nas importações, a queda foi de 24,3%. O secretário manteve previsão de superávit da balança de US$ 35 bilhões em 2016.

Entre os produtos afetados pela queda de preços estão o minério de ferro, complexo soja e petróleo bruto. Segundo o secretário de Comércio Exterior, eles responderam, juntos, por cerca de 70% da queda total das exportações brasileiras em 2015.

Em 2015, o Brasil registrou queda no valor exportado para alguns de seus principais parceiros comerciais. As vendas para a China, por exemplo, recuaram 11,3% e para os Estados Unidos, 9,7%. Godinho explicou que os 70 países que representam 90% de todo o comércio internacional tiveram, em conjunto, queda de 11% nas exportações e de 13% nas importações.

Fonte: Monitor Mercantil

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