Eu não sou o único que se dedica a blogs. Alguns outros amigos também o fazem, entre eles Eduardo Lamas, amigo desde os tempos de escola, e de quem tomei a liberdade de "roubar" a postagem. Desculpe aí Edu.
Eu não assisti ao filme, mas fiquei com vontade de fazê-lo, por isso compartilho com você os comentários veiculados originalmente no blog Em Questão. Até porque precisamos de um pouco mais de amor e compreensão, ainda mais nesses tempos obtusos que vivemos.
NISE DA SILVEIRA: O AFETO E A ARTE COMO PODER
Nise da Silveira |
Infelizmente, temos visto cada vez mais a nossa imprensa (mídia) e
nossos (des)governos dando mais valor aos que nada valem, do que àqueles
que mereciam uma estátua em cada esquina desta imensa terra. Nise da
Silveira enfrentou um mundo altamente machista, ególatra, frio e
indiferente ao outro, os pseudo-deuses da medicina, para fazer valer o
afeto. E com essa ferramenta poderosa fazer seus esquizofrênicos se
transformarem em grandes artistas e - muito mais do que isso -
conseguirem levar uma vida digna e serem respeitados.
Curiosamente, antes da sessão de cinema (mais uma vez tive de me
deslocar para a sempre privilegiada Zona Sul), passou o trailer de um
filme sobre um "ídolo" daquela pancadaria vale-tudo que não preciso
citar. E logo no início de "Nise" há uma cena de uma briga selvagem
entre dois loucos, incentivados por outros mais dementes enfermeiros,
funcionários e outros pacientes, ou melhor clientes, como a doutora
gostava que os chamassem. Qual a diferença entre uma selvageria e outra?
Só no cenário mais rico e arrumadinho das rinhas humanas bancadas por
empresas milionárias e televisões poderosíssimas. Todos dementes.
Um dos brigões do Engenho de Dentro, o mais violento, é Lúcio Noemann, que através do trabalho paciente e amoroso de Nise da Silveira, pôde se revelar um artista de mão cheia. Não para esmurrar adversários ou inimigos, mas para esculpir, moldar, criar obras de arte. E emocionar. Do mesmo modo, Emygdio de Barros, Adelina Gomes, Raphael Domingues, Carlos Pertuis e Octavio Ignacio.
Um dos brigões do Engenho de Dentro, o mais violento, é Lúcio Noemann, que através do trabalho paciente e amoroso de Nise da Silveira, pôde se revelar um artista de mão cheia. Não para esmurrar adversários ou inimigos, mas para esculpir, moldar, criar obras de arte. E emocionar. Do mesmo modo, Emygdio de Barros, Adelina Gomes, Raphael Domingues, Carlos Pertuis e Octavio Ignacio.
Emygdio de Barros |
Houvesse uma enquete nas ruas deste país para saber quem conhece ao
menos um pouco do legado de Nise da Silveira para o mundo, duvido que os
resultados fossem animadores. Isso é que é triste, isso é que é
loucura. Uma das muitas faces da loucura compartilhada diariamente por
aqueles que vivem no lado de cá dos muros manicomiais.
Trailer oficial do filme Nise - O Coração da Loucura
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