segunda-feira, 16 de maio de 2016

Greve na Transpetro busca manutenção de postos de trabalho

Os argumentos contidos na reportagem abaixo são bastante parecidos com alguns que o Blog dos Mercantes já havia utilizado. Não é só por salários que os trabalhadores podem e/ou devem se mobilizar, mas também por condições de trabalho, criação de postos, e às vezes até mesmo na defesa de setores econômicos inteiros.

No caso relatado abaixo, não apenas lutam por seus postos de trabalho, mas também por um setor econômico, que corre cada vez mais riscos de ser entregue de forma covarde ao capital internacional, em detrimento dos interesses dos trabalhadores brasileiros, e até mesmo do interesse maior da Nação.

Não lutar significa simplesmente aceitar as decisões de um bando de vendilhões, que se submetem de bom grado, e muitas vezes com bom agrado, aos interesses estrangeiros que buscam sempre lucros altos e fáceis em terras "brasilis".

Fiz muitas críticas ao governo petista dos últimos 14 anos. Em prol da busca de uma afirmação precoce, perdemos grande chance de criar bases sólidas para os crescimentos econômico e social longos e duradouros. 

Entendemos que existem muitas forças nesse jogo, e nem tudo pode ser feito, mas já que o governo não faz, então os trabalhadores ao menos buscam fazer sua parte.

Se informem melhor sobre nossa gigantesca estatal, ela vem dando lucro, aumentando produção, segue liderando na criação e pesquisa de tecnologias para o setor, e é isso que  interessa ao capital internacional se apoderar. Primeiro tiram de cena um concorrente sério no setor, segundo põem a mão em tecnologia e recursos que eles não possuem. A julgar pela privataria tucana, a preço de xepa.

Todo apoio à greve na Petrobrás. Todo apoio aos Marítimos brasileiros.



Info Portos – Reportagem – 10/05/2016

Marítimos da Transpetro de 17 embarcações aprovam greve a partir de amanhã

Marítimos da Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, aprovaram movimento grevista a partir da próxima terça-feira, dia 10. Ao menos 17 embarcações já aprovaram a adesão ao movimento em assembleias realizadas desde segunda-feira nas embarcações. Nesta quarta-feira, 4, os trabalhadores realizam assembleia geral para definir as estratégias do movimento, que pleiteia recomposição salarial e questiona a venda da subsidiária dentro do plano de desinvestimento da Petrobras. Petroleiros de outras unidades também decidem nesta quarta-feira se realizam greve geral no dia 10 de maio em apoio ao governo da presidente Dilma Rouseff.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Oficiais de Marinha Mercante (Sindmar) informou que o movimento, denominado Operação Torniquete, terá paralisações alternadas a cada 72 horas nas embarcações que já realizaram assembleias. O objetivo é a "paralisação gradual" das operações em ao menos 17 navios da Transpetro, que conta com frota de 52 embarcações a serviço da estatal. "Nos demais navios, a greve ocorrerá da forma tradicional, com a paralisação das atividades até que a empresa atenda às reivindicações que estão na pauta. Em qualquer circunstância, serão resguardados a segurança, o meio ambiente e o bem-estar dos tripulantes", diz o comunicado.

A categoria se reúne nesta quarta-feira, às 14h, no Rio, para formalizar a aprovação da greve em assembleia geral extraordinária. A categoria reúne cerca de 2,2 mil trabalhadores somente em atividades embarcadas da Transpetro. Os trabalhadores estão em período de negociação de acordo coletivo de trabalho com a Petrobras e reivindicam a recomposição salarial de 9,93% dos salários, porcentual equivalente à inflação acumulada nos últimos 12 meses, de acordo com levantamento do IBGE. Além disso, os funcionários questionam a decisão da cúpula da Petrobras de colocar ativos da subsidiária à venda.

"O que está realmente em jogo para esses profissionais é a garantia de seus postos de trabalho. O Sindmar lembra que a subsidiária é lucrativa. E, uma vez que o problema do Sistema Petrobras é fazer caixa, a empresa não deveria constar dos ativos a serem alienados dentro do plano de desinvestimento do grupo", informa o sindicato. A petroleira estuda a divisão da subsidiária em duas unidades de negócio - de transporte por dutos e serviços marítimos - para atingir a meta de vender até US$ 14,4 bilhões em ativos neste ano.

Também nesta quarta-feira, lideranças da Federação Única dos Petroleiros (FUP) se reúnem para discutir adesão a um movimento nacional de apoio à presidente Dilma Rousseff. O Movimento Brasil Popular organiza, no próximo dia 10 de maio, o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Contra o Golpe, com diferentes centrais sindicais. Em nota, a FUP indicou que orienta os trabalhadores das áreas operacionais para "a gravidade da conjuntura política e as ameaças que pairam sobre a empresa e a categoria diante dos riscos de o País voltar a ser comandado por setores entreguistas e neoliberais".

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