Abaixo coloquei o resumo, e bate exatamente com o que tenho dito, com a única exceção do "direito ao protagonismo". Isso não existe, e os próprios argumentos de Nassif deixam isso claro, da mesma forma que Ciro o coloca. Quem teria esse direito era Lula, o PT não.
O problema é que, depois que escreveu esse artigo, a situação se agudizou, e o PT tem trocado os pés pelas mãos na política de alianças e eleitoral, e isso o descredenciou ainda mais a não ser o líder de chapa de nenhuma aliança de esquerda.
Quem quiser ler o texto todo de Nassif, é só clicar no título aí embaixo. É interessante porque relembra passos e atualiza possíveis situações.
Xadrez da maior aposta de Lula, por Luis Nassif
Peça 4 – a revisão da estratégia
Com o auxílio do tapetão, as possibilidades de um 2º turno com Alckmin e Bolsonaro é real. Há que se analisar, então, o segundo tempo da estratégia. Esse é o busílis da questão.
Na luta contra a droga, adota-se a política de redução de danos.
Lula está fazendo a maior aposta da sua vida.
Não se pode dizer que Judiciário, Ministério Público, a própria Polícia Federal, sejam organizações homogêneas. Os abusos antidemocráticos cometidos contra Lula, as negociatas com o serviço público, a incapacidade de recuperação da economia, a volta do país ao mapa da fome, decorrem de uma aliança pontual cimentada pelo antipetismo, com um poder de represália capaz de demover as reações individuais internas em cada setor. Repito: o único fator de coesão desse banquete bárbaro é o anti-petismo.
Só se recuperará o caminho democrático se se romper essa aliança. E, aí, exigirá uma articulação que vá além do PT, que seja multipartidária, e, mais que isso, suprapartidária.
Mais quatro anos do estilo Temer, aprofundado com a eleição de Alckmin, significará jogar definitivamente as forças democráticas no gueto, os movimentos populares na clandestinidade e os direitos sociais no lixo.
Prosseguirá a demolição de qualquer ponto de resistência, o próprio PT, sindicatos, governadores de oposição, imprensa independente, juízes independentes, procuradores que defendam direitos humanos e, especialmente, uma certa convicção democrática que começa a florescer internamente nesses poderes, fruto dos abusos reiterados de Temer e companhia.
O que está em jogo é o legado de Lula e seu próprio futuro político e seu papel na história. Se falhar nessa aposta de tudo-ou-nada, esquerda, centro-esquerda, forças democráticas estarão definitivamente fora do jogo. E Lula se tornará apenas um retrato na parede, lembrando os tempos em que o país parecia ter encontrado o seu destino.
Daí a importância de se analisar a política de redução de danos e compor a frente democrática antes que seja tarde. Mesmo que signifique o PT abdicar de um protagonismo que, por direito, deveria ser seu.
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