Problemas sérios nos EUA. A sala onde foi gravada a conversa da demissão, a Situation Room, era considerada a mais segura na Casa Branca. Aqueles que a frequentavam não eram revistados, mas só entravam pessoas de estrita confiança dos presidentes americanos. Mesmo assim Omarosa Manigault Newman fez várias gravações na sala, e suspeita-se do próprio presidente.
Agora vamos ver como fica a situação, já que seria crime gravar o presidente americano sem sua autorização.
Os políticos e a justiça americana vão seguir as Leis, ou vão utilizar as informações conseguidas de forma irregular e ilegal para atacar o presidente, que já mostrou de várias formas que está propenso a esquecer essas mesmas leis.
E quanto a "gravadora", o que acontecerá com ela?
A chamada "maior democracia do mundo" está em cheque.
Omarosa e Trump em setembro de 2016. Omarosa era uma das aliadas do presidente, mas agora critica-o em livro
© ARQUIVO REUTERS/Carlo Allegri
Ex-conselheira de Trump não gravou só o
despedimento. E isso preocupa Washington
Omarosa divulgou este domingo o áudio da reunião com o chefe de gabinete, na Situation Room, em que foi
despedida. Muitos temem atacá-la por receio de que tenha gravações sobre eles
"Esta é uma Casa Branca em que toda a gente mente" e "se não tivesse estas gravações,
ninguém na América ia acreditar em mim", disse a antiga conselheira de Donald Trump,
Omarosa Manigault Newman, justificando o facto de ter gravado várias conversas durante
o tempo em que trabalhou na Casa Branca.
Uma das gravações, feitas no smartphone, é do momento em que foi demitida pelo chefe
de gabinete, John Kelly, na Situation Room, o local alegadamente mais seguro no número
1600 da Pennsylvania Avenue, em Washington. A conversa decorreu em dezembro de
2017, com Omarosa (como é conhecida) a deixar a Administração em janeiro.
"Chegou ao meu conhecimento nos últimos meses que houve algumas questões, na minha
opinião, significativas a nível de integridade relacionadas contigo", ouve-se Kelly dizer na
gravação, que Omarosa passou no programa Meet the Press, domingo à noite, na NBC.
Em causa o seu uso dos carros do governo e outros "assuntos de dinheiro", que compara
a ofensas que, caso fosse militar, a levariam a tribunal marcial (Kelly é um general retirado).
"Se fizermos disso uma saída amigável, podes olhar para o teu tempo aqui na Casa
Branca como um ano de serviço à nação e depois continuar sem qualquer tipo de
dificuldade no futuro em relação à tua reputação", diz o chefe de gabinete à então
conselheira de Trump. "Há alguns assuntos legais que têm sido violados e estás sujeita
a algum tipo de ação legal que esperamos, pensamos, podemos controlar", acrescenta,
numa conversa que Omarosa considerou uma ameaça.
A antiga participante do programa "O Aprendiz", que era produzido por Trump, esteve no
Meet the Press para promover o seu livro "Unhinged" ("Desvairado"), cuja saída está
prevista para 14 de agosto. No livro, a antiga encarregada do Gabinete de Relações
Públicas (a única afro-americana a trabalhar na Casa Branca ) acusa o presidente de
ser "racista, intolerante e misógino".
"Se fizermos disso uma saída amigável, podes olhar para o teu tempo aqui na Casa
Branca como um ano de serviço à nação e depois continuar sem qualquer tipo de
dificuldade no futuro em relação à tua reputação", diz o chefe de gabinete à então
conselheira de Trump. "Há alguns assuntos legais que têm sido violados e estás sujeita
a algum tipo de ação legal que esperamos, pensamos, podemos controlar", acrescenta,
numa conversa que Omarosa considerou uma ameaça.
A antiga participante do programa "O Aprendiz", que era produzido por Trump, esteve no
Meet the Press para promover o seu livro "Unhinged" ("Desvairado"), cuja saída está
prevista para 14 de agosto. No livro, a antiga encarregada do Gabinete de Relações
Públicas (a única afro-americana a trabalhar na Casa Branca ) acusa o presidente de
ser "racista, intolerante e misógino".
Resposta da Casa Branca
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, reagiu à gravação com um
comunicado: "A ideia de um funcionário infiltrar um dispositivo de gravação na Situation
Room na Casa Branca mostra um flagrante desrespeito pela nossa segurança nacional
- e depois gabar-se disso na televisão só prova ainda mais a falta de caráter e integridade
dessa descontente ex-funcionária da Casa Branca."
É na Situation Room que as principais decisões sobre política externa são tomadas e os
funcionários da Casa Branca não podem entrar no espaço com telemóveis ou gravadores.
Não são revistados à entrada, mas existem sinais com avisos.
Se a gravação na Situation Room levanta questões em relação à segurança nacional,
o facto de Omarosa ter outras gravações, incluindo do presidente, deixa várias
pessoas preocupadas. Estas gravações terão servido de base ao seu livro e a
ex-conselheira terá mostrado algumas quando andava à procura de uma editora para o
publicar.
"As pessoas agora percebem que ela tem muitas coisas", disse um antigo oficial da
Casa Branca, sob anonimato, à ABC News. "Está a impedir que as pessoas respondam",
acrescentou, dizendo que existe receio de que as suas conversas acabem por ser
divulgadas. "Se chatearam a Omarosa, preparem-se, vão ser umas semanas difíceis",
referiu.
Segundo o mesmo canal de televisão, a Casa Branca estará a estudar todas as hipóteses
legais para evitar que divulgue mais gravações, assim como para a punir por ter secretamente
gravado Kelly.
Esta não é a primeira vez que as gravações de Omarosa chamam a atenção, mas em
fevereiro de 2017 o seu alvo tinham sido os jornalistas.
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