segunda-feira, 3 de abril de 2023

Acordo Mercosul - UE pode não sair

O acordo UE-Mercosul está arriscado de mais uma vez não sair. Não bastasse o Governo Bolsonaro já ter aceitado um acordo que não atendia aos interesses maiores do Blogo Sulamericano e o Governo Lula ter frouxamente mantido a posição, os Europeus apresentaram agora ainda mais exigências ambientais para a assinatura de um tratado que no fundo não está se justificando, principalmente por parte do bloco do Sul.

Essas exigências têm a ver com a forma como os europeus se relacionam com o mundo e como vêm sua participação num processo global. Essa forma é a exportação de sua visão, na busca de uma padronização europeia (os EUA também agem assim), que garanta a perpetuação do atual status quo de importância e privilégios no planeta.

Porque apenas isso justifica a eterna tentativa de intromissão e imposição de regras e procedimentos em outros países, principalmente naqueles onde tais procedimentos são aceitos de bom grado, mas não nos consta que os europeus tenham feito isso com a China quando os baixos salários e a alta produtividade garantidos por uma conjunção de fatores internos do país asiático com avanços produtivos e tecnológicos conquistados pelos europeus garantiram altíssimos lucros para as milhares de indústrias que o Velho Continente "exportou" para a Ásia a partir do final dos anos 80, e que vieram a gerar o gigante industrial que hoje promove um reordenamento global em conjunto com a Rússia.

Mas os europeus demonstram que podem até saber como desenvolver tecnologia, mas não conseguem entender um mundo com respeito às diferenças e com um debate inclusivo e honesto.

Parece que esse acordo será adiado mais uma vez, a não ser que os atuais governos dos países que compõem o Mercosul assumam de vez a condição de neocolônias que lhes querem impor, e que parte significativa de suas "elites" querem aceitar de bom grado.

Atitude da Europa abre 1ª crise diplomática com governo Lula

De Pequim

25/03/2023 11h31Atualizada em 25/03/2023 20h03

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva vive sua primeira crise diplomática com os europeus, depois que Bruxelas apresentou uma proposta de acordo considerada como inadequada ao Mercosul.


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