sexta-feira, 14 de abril de 2023

Um lado do imposto, mas não o único

Eu sabia que o governo Lula seria ruim, mas não esperava que seria tão ruim. Como sempre eles mentem, inventam e tentam transformar seus devaneios em pós-verdades através da repetição maciça de sua divulgação por seus influenciadores e suas matérias destinadas a criar essa pós-verdade. É exatamente o que está acontecendo com a questão dos impostos sobre importados através de sites de internet.

Sim, porque as várias desculpas mais que esfarrapadas que espalham não sustentam a verdade, que é o fato de o governo Lula mais uma vez cobrar a conta dos mais pobres, enquanto os muito ricos no Brasil seguem sem terem seus rendimentos milionários e seus patrimônios absurdamente altos intocados. Dizer que serão as empresas as taxadas é uma grande bobagem, porque empresas repassam os custos que aumentam, e imposto para uma empresa é custo, ou então sairá de suas taxas de lucro, algo que nenhuma empresa aceita.

Mas um ponto nessa história não é mentira, que é o fato de que se devem taxar importações como forma de proteger as indústrias e a produção nacionais. A questão aqui é "quais indústrias"? E a pergunta procede, porque o Brasil se industrializou fortemente nos últimos 35 anos, e esse processo se intensificou a partir dos governos do PT.

Para completar o quadro de erro poderíamos dizer que há um plano de reindustrialização do país, o que também justificaria uma ação desse tipo, algo que foi feito, por exemplo, nos governos militares. Acontece que tal plano de reindustrialização não existe para o país, a ação do governo petista (e de todos os outros) não é algo que se possa confiar, porque não é institucionalizado no país, e por isso mesmo não é fiável, porque qualquer leve brisa de mudança política pode jogar abaixo todas as medidas que incentivassem alguém a investir num determinado setor econômico.

Sim, porque nossa Constituição é alterada como quem troca de roupa, a legislação se altera sem consulta com a sociedade ou um debate sério, e as próprias regras que são criadas não têm tempo de serem aplicadas em sua totalidade, e dificilmente temos tempo de vermos seus efeitos, ainda que algumas já tenham sido aplicadas em outras sociedades, e em todas os efeitos foram ruins, mas são justamente essas as poucas que se consolidam no país.

Num quadro desses apenas loucos investem dinheiro e tempo no setor produtivo, porque não há perspectiva alguma da tão propalada estabilidade jurídica que indique a manutenção das regras e a possibilidade de retorno do capital investido.

Com todo esse quadro o aumento de imposto servirá apenas para financiar a maior sangria do país nos últimos 35 anos, que é os cada vez maiores volumes de recursos que são direcionados para o rentismo, o setor da sociedade que mais se serve do país, e a única coisa que dá em troca é instabilidade e miséria.

Por fim sugiro entrar no link abaixo e ler o artigo de Renato Zaccaro na íntegra, já que é um ótimo complemento ao que digo aqui.

Durante a transição, entre nomeações sem nexo e comissões que só serviram pra tirar foto, um colega, jornalista da Revista Piauí e amigo de faculdade do então cotado Fernando Haddad, disse-me:

“Haddad tem a cabeça de um filho de comerciante da 25 de março, vai negociar tudo”.

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