Sim, mas como toda disputa econômica ela deriva para outros campos também, e culminam sempre em guerras, ainda mais quando essas disputas se dão por hegemonia global, ou por aquilo que se conhece como "global" em sua época. Por isso o conflito ucraniano, por isso as disputas em torno de Taiwan, por isso o novo aumento de tensão no Oriente Médio, por isso temos intensas movimentações e declarações geopolíticas pelo Globo afora.
Vejamos que os americanos seguem com sua estúpida política, herdada dos ingleses, de submeter a tudo e a todos, pela arrogância, pelas ameaças, e se preciso pela força das armas. Isso fica patente em declarações como as do embaixador americano Thomas Shannon, que chega ao ponto de distorcer a História para tentar basear o valor do dólar à pujança da economia americana, e faz uma ameaça velada ao BRICS e mais especificamente ao Brasil. Sim, eles até já tiveram essa pujança há algumas décadas, hoje já foram ultrapassados pela China, e ao invés de buscarem negócios e parcerias estratégicas para voltarem a crescer, tentam a todo custo espoliar aqueles que insistem em permanecer a seu lado. Basta ver o programa que empregam de tentativa de levar parte significativa da indústria de ponta europeia para a América. É a política que eles expressam tão bem em seus filmes, e que se resume em "winners and losers" (vencedores e perdedores).
Por outro lado a China constrói pontes e laços que buscam negócios, não espoliação. Claro que ela ganha, mas os outros também ganham. E nesse jogo ela não hesita em entregar investimentos e até mesmo tecnologias, desde que ela também seja atendida em suas pretensões. Claro que não podemos afirmar de forma alguma que essa seguirá sendo a forma chinesa de se expandir e crescer, mas ela o é até o momento, e isso tem atraído outros países a aderir ao processo econômico-políitco dos BRICS, e se os americanos não retrocederem, sim, ele poderá evoluir para um processo militar também.
Quanto a ser uma disputa econômica, ora meus caros, toda disputa em alto nível o é. As Cruzadas na Idade Média o foram, a Guerra dos Cem Anos, dos Sete Anos, as Napoleônicas, as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, Vietnan, Coreia, etc, etc. Sim, todas elas foram revestidas de ideologias, religiosidades e honras. Esses predicados serviram para "legitimá-las", dar ao povo um argumento palatável para matarem-se em nome de bens maiores, mas quem conduziu as matanças o faziam por terras, ouro, petróleo, ou mercados.
Até agora o confronto se dá entre dois polos, um decadente, que se caracterizou por acumular riquezas espoliada de outros, e por um ascendente, que tem se caracterizado por gerar riquezas para melhorar vidas, e não apenas as deles. É muito cedo para dizer que um sucederá o outro, ainda mais no curto prazo, mas existe sim a tendência de que os espoliadores percam muito de seu poder. Mas perder muito de seu poder não é estar fora do jogo, nem significa que isso será rápido como alguns preveem.
Países do Brics movimentam-se como alternativa ao G7
De início, a sigla servia como um termo otimista para descrever as economias de crescimento rápido do mundo e tentar estimular investidores externos. Hoje em dia, porém, o grupo das nações do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – busca estabelecer-se como alternativa aos fóruns financeiros e políticos globais existentes.
"A lenda fundadora das economias emergentes esvaneceu", afirma Günther Maihold, vice-diretor do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança (SWP). "Os países do Brics estão vivendo seu momento geopolítico."
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