Ontem tivemos o primeiro turno de votação da Destruição da Previdência na Câmara Baixa. Nos 27 votos do PDT, os trabalhadores, que o partido diz defender, só foram representados em 19. Ou seja, 8 de seus Deputados votaram contra os trabalhadores, e contra as decisões do partido.
O caso de Tábata Amaral me parece o mais grave de todos. Não que os outros sejam perdoáveis, mas Tábata vinha sendo alçada à condição de revelação, a esperança, a renovação, aquela que poderia levar as bandeiras trabalhistas, depois que os atuais líderes do partido tenham deixado a vida pública, ou a própria vida.
Os votos desses 8, se ainda somarmos aos votos dos 11 traíras do PSB (mas isso é problema deles), não alteraria em nada o resultado. O de Tábata sozinha, menos ainda. Mas seu voto era emblemático, pelos motivos que coloquei acima. Os dos outros também, mas eles estariam mais limitados à delimitação de campo político, e de identidade partidária.
Assim o voto de Tábata é o mais característico, e também imperdoável, mas isso não faz os dos outros 7 menos graves, ou mais perdoáveis.
Por que digo isso?
Porque quando falamos de um partido, falamos de uma série de princípios básicos, que devem ser preservados, porque perfazem a alma do partido, aquilo que explica sua existência, aquilo que, a princípio, atrai a atenção de eleitores, simpatias, antipatias. Ou seja, aquilo que o define como agrupamento político, e que o diferencia de outros.
Esses princípios, no PDT, são o trabalhismo. E o trabalhismo diz que se defendem as classes trabalhadoras, não as minorias identitárias. O princípio principal não exclui outros, mas os outros não podem se sobrepor ao principal, simplesmente porque desconfigura o partido como tal.
Tábata optou por seguir as regras de uma organização que busca se sobrepor aos objetivos partidários, em nome de um objetivo difuso, de dogmas, que ela mesma já disse não acreditar, como a meritocracia, para ficarmos num exemplo. Se alguém quiser entrar na página de internet da organização que Tábata diz seguir, verá os descalabros que lá estão. Descalabros esses, que ela diz refutar, mas que na prática segue.
Fique com sua organização difusa, Tábata. O trabalhismo não precisa de gente assim.
Quanto a Ciro e Lupi, creio que quem chegou até aqui entende o porque de ser direcionado a eles também. Eles que limpem o partido, porque não há contenção de danos se estivermos cercados de oposição interna. Quinta Coluna? Deixemos para a Guerra Civil Espanhola, porque nós não precisamos dela.
Existe uma chance de o PDT manter os Deputados através da Justiça, embora seja difícil. Mas é sempre bom tentar todos os meios. As condições existem, o princípio de fidelidade partidária está aí, mas no atual estágio de retrocesso democrático no Brasil há chance de não serem aplicadas pela Justiça. Se quiser saber mais clique aqui.
Mas se o PDT perder esses 8 Deputados, apenas irá retornar ao que era antes. A questão é que eles já mostraram não acrescentar nada ao partido, ao projeto, ao ideal do Trabalhismo. Então não farão falta.
Quanto a Tábata, na próxima oportunidade se candidate por sua ONG. Leva a candidatura ao TRE dessa forma, ou entre para um desses partidos de aluguel, porque é onde você deveria estar.
E foi ótimo que esses 8 tenham nos mostrado quem são agora, porque irão certamente nos poupar dissabores no futuro, e talvez em cargos ainda mais importantes. Imaginem, o PDT pensava em lançar essa menina a Prefeita do maior colégio eleitoral do país?
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