Mais uma semana atribulada no Brasil, mas ao menos os temas mais relevantes podem ser resumidos a apenas 4 tópicos mais importantes. A aprovação em primeiro turno da Destruição da Previdência, o voto desalinhado de Tábata Amaral, a possível nomeação de Eduardo Bolsonaro para embaixador nos Estados Unidos, e Glen Greenwald no Senado e os ataques que sofre.
Começaremos com o mais importante de tudo, que foi a aprovação da Destruição da Previdência na Câmara. Muito já falamos sobre o tema, mas vale lembrar que, logo após aprovada, ela foi um pouco mais desidratada pelos Deputados, mas em nada atacaram o verdadeiro problema do sistema previdenciário brasileiro, que são os privilégios de algumas carreiras e cargos de Estado, que ganham aposentadorias absurdas. Juízes, Promotores, Militares, alguns políticos, nada disso é abrangido pela destruição proporcionada pelo texto aprovado, e já minimamente revisado, que apenas atinge duramente alguns funcionários públicos de patamar mais baixo, e o pessoal do regime geral.
Por sinal, perdeu-se a oportunidade de democratizar a Previdência, e colocá-la a servir à Nação, e não a um pequeno grupo que mais parece uma casta. Outro ponto que precisa ser revisto urgentemente é a questão das regras de transição, que fazem com que elas praticamente não existam.
O voto de Tábata vem na sequência, e está intimamente ligado à Destruição da Previdência. Em um primeiro momento os ânimos foram todos de expulsão sumária, mas claro, nossa (in)justiça tem a desagradável mania de legislar, inclusive em cima do já legislado, de forma a alterar sua essência, e atender interesses, no mais das vezes ilegítimos. Assim que ela restringe a posse do cargo de Deputado pelo partido a determinados casos, e nesse, especificamente, a expulsão não deixaria o cargo ao partido, o que desidrataria o PDT, e jogaria por terra parte importante do trabalho empreendido na eleição passada.
Nesse tocante Tábata ainda não percebeu duas coisas. Quando se entra na política, num partido político, sua lealdade é concedida a esse partido, e não a ONGs suspeitas. Também não entendeu que para entrar num partido é necessário afinidade ideológica, se não total, ao menos em pontos fundamentais do partido, e do próprio político. "O que eu posso abrir mão?", e "o em que eu me identifico com os princípios que nem eu, nem o partido não abrimos mão?" são perguntas que cada político deve fazer antes de ingressar em uma legenda. Ela seguramente não o fez, e demonstra não entender isso. Parece que a formação da moça não é tão boa assim, já que não entende um problema simples desse. A moça ficaria muito mais bem instalada numa dessas siglas do chamado centrão, onde formações e lealdades estão mais afeitos ao momento, e programa partidário é só uma desculpa para sua existência.
Nesse contexto entra também em cena a possível nomeação de Eduardo Bolsonaro à Embaixada Brasileira em Washington. Nepotismo? Por óbvio que é, e isso por mais que os Tribunais já tenham dito que não é. Mas a questão ultrapassa muito tal situação nada republicana, e cai no grotesco da mediocridade. Nenhum dos argumentos usados para avalizar a indicação de 03 a tal cargo o credencia a tal, e como já disse em postagem específica temos, em análise rápida, pelo menos alguns milhares de brasileiros mais aptos que o "garoto do papai" para assumir tal cargo. No final mais essa palhaçada de Jair Bolsonaro toma ares de Game of Thrones onde as famílias abastadas trocavam filhos como reféns, de forma a garantir vassalagem e submissão. Isso está cada vez mais medieval.
Por fim Glenn. O jornalista esteve no Senado e foi sabatinado pelos congressistas, da forma já conhecida. Da mesma maneira que os Deputados com Moro, os Senadores também tiveram mais tempo para se prepararem para arguir o jornalista, mas isso não impediu que o filme se repetisse, com defesas e ataques baseados em premissas ideológicas, e até criminosas ou inconstitucionais. Mais uma vez a esquerda se saiu melhor, mas desde o princípio parte dela troca o todo pelo objeto, buscando uma forma de libertar Lula (o que não vai ocorrer), e não de avançar na recuperação do processo democrático, o que no final libertaria Lula e vários outros.
Pobre Brasil. Mas quem sabe não melhora no futuro, algum dia?
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