terça-feira, 30 de julho de 2019

Previdência: Repartição ou Capitalização?

A discussão sobre a Previdência não acabou. Na prática, o texto aprovado  em primeiro turno na Câmara, acaba com a Previdência para a maior parte da população brasileira, deixando quase toda a população dependente do chamado BPC, e/ou com vencimentos que, às vezes, será menor que um salário mínimo. Isso num país onde o salário mínimo é baixo, e está sendo achatado.

A opção para essa imensa massa de trabalhadores e trabalhadoras seria migrar para a previdência privada, mas isso não ocorrerá, porque os salários são baixos, e aqueles que os recebe têm, se não todo, praticamente todo o vencimento comprometido com sua própria sobrevivência e manutenção, com extensão a sua família. Se pensarmos que Saúde e Educação também estão sendo absurdamente ainda mais sucateados, isso significa que, mesmo quem tem acesso a salários um pouco mais altos, terão seus vencimentos ainda mais comprometidos por essas necessidades básicas.

Claro que, um ou outro, seguirá o caminho dos bancos e corretoras na busca de um futuro um pouco menos ruim, mas eles serão a exceção, jamais a regra, e justamente porque seus ganhos estarão comprometidos com necessidades mais imediatas.

a grande imprensa vem falar que em alguns países, que já haviam tentado a capitalização, aconteceram reformas que retornaram, ou ao regime de repartição, ou a um regime híbrido, onde a parte que cabe a repartição é capaz de manter as necessidades dos aposentados.

O que essa mesma grande imprensa não te diz é que essas reformas que deram certo foram amplas, elas se aplicam a todos os trabalhadores, incluindo os que têm funções de Estado, e que daqueles que tinham optado pela capitalização pura, a imensa maioria retornou à esse ponto intermediário.

O que eles também não te dizem é que o Brasil também já está nesse ponto intermediário, mas apenas para os trabalhadores da inciativa privada, e agora para os novos ingressos no setor público de gerencial, excluindo ainda aqueles que têm as chamadas funções de Estado.

E nenhuma reforma que siga excluindo esses que têm as funções de Estado dará certo, porque são exatamente eles os que recebem salários e aposentadorias mais altas, e são os que provocam o grande rombo no sistema, e é com eles que o texto aprovado em primeiro turno na Câmara não mexe. Por isso pouco mais de 83% da economia que essa destruição da Previdência irá gerar, virá daquela parcela da população que já tinha pouco, e não irá se virar em novos planos de capitalização populares, porque os que perdem seus direitos à aposentadoria não têm renda para pagar planos privados.

Isso é tiro no pé, e irá gerar uma pobreza, uma miséria jamais vista ou imaginada no Brasil.

Mas ainda há tempo de retornar, porque ainda temos um segundo turno na Cãmara, e dois no Senado.

Pressionem seus parlamentares, porque é a única forma que teremos de reverter esse desastre. Não adianta seu Deputado arrumar dinheiro para asfaltar sua rua, se você irá morrer por total falta de assistência do Estado, e por impossibilidade de pagar por ela.

Pense bem.



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