A violinista é a russa Alena Baeve, acompanhada da Orquestra Sinfônica de Dusseldorf, e regida pelo francês Alexandre Bloch. Concerto para Violino nº 35, e na sequência a abertura de Romeu e Julieta Fantasia, ambas de Tchaikovsky.
sábado, 31 de agosto de 2019
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
A culpa nunca é do culpado
O Brasil dos anos 90 foi destruído pelo neoliberalismo trazido por Collor, e continuado por Fernando Henrique Cardoso. Os governos petistas diminuíram o ímpeto dessas medidas destrutivas, mas por certo que não inverteram a pauta extremamente nociva a qualquer economia. Na Argentina aconteceu o mesmo.
Aí os defensores do caos gritam que isso deu certo em tal lugar, em certo país. E quem vai verificar apenas descobre que aquilo é apenas parcialmente verdade, que essas medidas não foram feitas da maneira que eles pregam para nós.
A Argentina decretou moratória esta semana, e vai precisar renegociar suas dívidas de curto e médio prazos, porque não tem condições de arcar com seus compromisso, mesmo depois do US$ 57 Bi conseguidos ano passado junto ao FMI. Por sinal, esse mesmo empréstimo será renegociado, mesmo ele tendo carência até 2021 para começar a ser pago. Aí nós temos ideia do desastre que foi criado pelo neoliberalismo no país hermano.
O Brasil é mais sólido, mesmo assim já viu sua economia regredir sensivelmente nesses últimos 3 anos, e suas bases econômicas se tornarem cada vez mais frágeis, se mostrando cada vez mais sensível a oscilações do humor do "Deus Mercado", como eles insistem em chamar os interesses de uma diminuta camada bilionária mundial.
Isso apenas significa que, se o Brasil seguir nesse ritmo de entrega e destruição de nossa economia, será muito difícil uma recuperação rápida dos indicadores econômicos e da qualidade de vida da população, que nunca foi grande coisa, mas que ainda assim piora a olhos vistos.
Enquanto isso os arautos desses interesses mesquinhos seguem dizendo que a culpa não é deles, que é porque não conseguiram impor todo seu leque de destruição, que é porque não deu tempo de as medidas surtirem efeitos, etc, etc.
Ora toda essa situação calamitosa é exatamente porque eles impõem suas políticas tortuosas, que drenam imensas quantidades de recursos do grande lado da sociedade que trabalha e produz, para um ínfima parcela que vive de sugar os recursos produzidos.
A senhora aí embaixo é uma das que propagam esse monte de asneiras, e que defendem o lado ínfimo. Ela ganha muito bem para falar essas bobagens, mas e você, ganha muito bem para se estrepar com elas?
Míriam Leitão, que viu imenso sucesso de Macri em 2017, agora diz que ele falhou completamente
Após a moratória decretada nesta quarta-feira (28), a "análise" da colunista da Globo mudou radicalmente
Em um intervalo de menos de dois anos, Míriam Leitão, uma das estrelas do jornalismo da Globo, foi vencida pela realidade e teve de mudar radicalmente de opinião em relação ao governo liberal de Maurício Macri na Argentina.
No artigo “Transição Argentina“, escrito em 2017, Miriam compara o período de “transição” e “recuperação econômica” da Argentina de Macri à fase vivida pelo Brasil, à época capitaneado pelo golpista Michel Temer.
“Macri anunciou que continuará com suas reformas e vai reduzir impostos para estimular o crescimento. Dará novos passos no seu realismo tarifário, aumentando o preço da gasolina. E diz que tentará reduzir a pobreza que chega a quase 30%. Com isso, quer diminuir a resistência a algumas de suas políticas, como a de estabelecer um teto de gastos, semelhante ao aprovado no Brasil”, relatou Miriam, celebrando a política guiada pelo Fundo Monetário Internacional no país vizinho.
Após a moratória decretada nesta quarta-feira (28), a “análise” da colunista da Globo mudou radicalmente. No título, Míriam decreta que “Macri falhou completamente na economia” com a moratória, mas não se esquece de culpar quem é – como Lula, no Brasil – seu alvo predileto.
“O anúncio de hoje confirma que o presidente Maurício Macri falhou completamente na sua tentativa de recuperar a economia, destruída nos governos anteriores, de Néstor e Cristina Kirchner”, relata.
Para a jornalista, o “grande erro” de Macri “foi ter optado pelo gradualismo no ajuste que o país precisa fazer”. “O tempo foi passando, e o melhor momento de liquidez nos mercados internacionais foi perdido sem que o governo entragasse as reformas que prometera durante campanha”, o que pode ser entendido que Macri perdeu o “timing” – como os agentes do sistema financeiro gostam de dizer – para estrangular ainda mais a economica argentina com o aprofundamento das reformas liberalizantes.
Miriam ainda coloca o “apoio do FMI” como um “socorro” aos “erros” de Macri de “volta ao populismo” com as medidas intervencionistas dos últimos meses. “O receio maior do Fundo era a vitória de um candidato da oposição, cenário que agora se tornou o mais provável”, declara.
Ao final, ela diz que a crise argentina piora a situação do Brasil. “Afetará as nossas exportações de produtos industriais e deixará os investidores estrangeiros mais cautelosos com as economias da região”.
Só faltou avisar que Jair Bolsonaro impõe ao Brasil, com o apoio da Globo, a mesma política econômica que falhou na Argentina de Macri.
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
A lenda da comédia pastelão e a linda da opinião fazem suas passagens
Jerry Lewis e Fernanda Young fizeram suas passagens essa semana. Apesar do imenso sucesso, nunca fui grande fã do estilo pastelão de Lewis, mas é inegável sua importância no cinema norte-americano e mundial.
Da mesma forma nunca acompanhei atentamente a carreira de Fernanda Young. Não que tivesse nada contra ela, até porque é inegável que Fernanda tinha posições importantes na defesa das mulheres, e de pautas identitárias.
Lewis já tinha encerrado a carreira, ainda que ela não estivesse concluída, Young estava no auge, ainda em pleno período produtivo e criativo.
Ambos farão falta ao mundo, mesmo que as características fossem bastante diferentes, porque o mundo não é preto e branco, ele é colorido. E é bom que seja assim.
quarta-feira, 28 de agosto de 2019
O imbróglio com Macron
Os últimos dias foram marcados por intenso bate-boca entre membros do Governo Brasileiro e o Presidente francês Emmanuel Macron. Quando o mundo e parte dos brasileiros se solidarizaram com o francês, e os seguidores fiéis do Governo Brasileiro se uniram em retaliações ao francês. As mentes mais esclarecidas da oposição brasileira apontaram os erros dos dois lados, mas não são tão claras em dizê-lo, que é o que tentarei fazer aqui.
A confusão começou quando Macron disse que pediria ao G7 em sua reunião anual, que este ano foi na França, que fossem tomadas medidas sobre as enormes queimadas que tomam conta da amazônia nas últimas semanas. Na oportunidade o presidente francês ameaçou também com represálias, e a principal seria a França impedir a aprovação do acordo de comércio entre Mercosul-EU. Notem que Macron foi duro, mas foi exclusivamente político, inclusive no fato de provocar a sempre excessiva reação do Presidente Brasileiro.
Claro que a fala de Macron teve um tom agressivo e intervencionista, além de vir com uma foto anacônica, só que a resposta de Bolsonaro jamais poderia ter tido o exagero que mostrou, jamais poderia ter se baseado em dados e informações erradas, e ainda ter sido absolutamente rude e sem nenhuma noção de civilidade para com a esposa do francês.
Macron errar era prato cheio para o Brasil colocá-lo contra as cordas, e ainda chegar com vantagem para obter ganhos para o país e melhora na já combalida situação diplomática que o Brasil ocupa no momento.
A resposta descabida inverteu a lógica, e quem acabou nas cordas foi o Brasil.
Mas a situação diplomática brasileira não está combalida a toa. São muitas pataquadas nos últimos 3 anos, mas principalmente nos últimos 8 meses, e isso tem um preço, normalmente alto.
Claro que a fala de Macron teve um tom agressivo e intervencionista, além de vir com uma foto anacônica, só que a resposta de Bolsonaro jamais poderia ter tido o exagero que mostrou, jamais poderia ter se baseado em dados e informações erradas, e ainda ter sido absolutamente rude e sem nenhuma noção de civilidade para com a esposa do francês.
Macron errar era prato cheio para o Brasil colocá-lo contra as cordas, e ainda chegar com vantagem para obter ganhos para o país e melhora na já combalida situação diplomática que o Brasil ocupa no momento.
A resposta descabida inverteu a lógica, e quem acabou nas cordas foi o Brasil.
Mas a situação diplomática brasileira não está combalida a toa. São muitas pataquadas nos últimos 3 anos, mas principalmente nos últimos 8 meses, e isso tem um preço, normalmente alto.
terça-feira, 27 de agosto de 2019
Miriam fora do tempo
Em tempos de bombas políticas sucessivas, muitas provocadas com o auxílio e conivência da própria imprensa, a notícia abaixo acaba ficando um pouco defasada, mas serve para lembrar que Globo, por mais que pareça ter seus campeões para representarem seus interesses, está sempre pronta a abandona-los em prol desses mesmos interesses, e é o que parece estar acontecendo agora com Sérgio Moro, Ministro da Justiça.
Mas isso também escancara que a Globo começa a retomar seu trilho original, que é de defesa pura e simples do neoliberalismo cheiroso, aquele representado pelo PSDB de Fernando Henrique Cardoso, e que o ex-Presidente tão bem encarna.
O neoliberalismo cheiroso é aquele que arrebenta a população economicamente, mas levanta pautas identitárias que se perdem no mar de miséria que cria.
Com isso Miriam e a Globo apenas mostra o anacronismo de suas ações, porque a hora de atacar Moro e Bolsonaro era lá atrás, quando as atitudes de Moro e da Lava jato já eram claramente ilegais.
Só que a Globo nunca esteve só neste anacronismo, e nessa falta de senso jornalístico.
Mas não se enganem, porque parte das esquerdas embarcou de cheio nessa falácia dos novos tempos.
Mas isso também escancara que a Globo começa a retomar seu trilho original, que é de defesa pura e simples do neoliberalismo cheiroso, aquele representado pelo PSDB de Fernando Henrique Cardoso, e que o ex-Presidente tão bem encarna.
O neoliberalismo cheiroso é aquele que arrebenta a população economicamente, mas levanta pautas identitárias que se perdem no mar de miséria que cria.
Com isso Miriam e a Globo apenas mostra o anacronismo de suas ações, porque a hora de atacar Moro e Bolsonaro era lá atrás, quando as atitudes de Moro e da Lava jato já eram claramente ilegais.
Só que a Globo nunca esteve só neste anacronismo, e nessa falta de senso jornalístico.
Mas não se enganem, porque parte das esquerdas embarcou de cheio nessa falácia dos novos tempos.
Miriam Leitão detona Moro e diz que ele jamais poderia servir a Bolsonaro depois de prender Lula
247 – A jornalista Miriam Leitão finalmente reconheceu que houve uso político da Lava Jato e que essa percepção se fortaleceu depois que Sergio Moro, que determinou o resultado da eleição presidencial de 2018 ao prender o ex-presidente Lula, favorito absoluto em todas as pesquisas, decidiu trabalhar para Jair Bolsonaro – que, diz ela, está longe de ser um modelo de ética na vida pública.
"O pior erro cometido pela Lava-Jato foi deixar-se usar politicamente e parecer bolsonarista. Isso foi ótimo para o grupo que chegou ao Planalto, mas prejudicial aos objetivos da operação. O movimento anticorrupção é amplo, e o presidente Jair Bolsonaro não é um modelo de ética. A manipulação política ficou mais fácil quando o juiz Sergio Moro tirou a toga e foi para o Ministério da Justiça", diz ela, em sua coluna.
"Moro deveria saber, mas não soube, que como foi da caneta dele que saiu a sentença que acabou afastando o candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas, ele jamais poderia ir trabalhar com o que estava em segundo e acabou beneficiado, vencendo a eleição. Desde que assumiu, só se enfraqueceu", afirma ainda a jornalista.
Na sequência do artigo, ela deixa claro que Moro a cada dia se vê obrigado a defender um governo extremamente corrupto. "Quando Moro assumiu, disse que estava cansado de levar bola nas costas. É o que mais tem feito atualmente. Se foi para o governo de olho numa vaga no STF, calculou errado: o tempo de espera é longo e para ele ter o prêmio terá que sempre fechar os olhos para os inúmeros fatos que antes condenava: o laranjal do ministro do Turismo, a rachadinha no gabinete do filho do presidente, as inúmeras vezes em que o presidente feriu o princípio da impessoalidade. Para Bolsonaro, tudo é pessoal. Todas as decisões que toma, ele mesmo anuncia que têm razões pessoais: do filé mignon para os filhos ao ataque aos jornais. Para quem, como Moro, fez uma carreira combatendo a improbidade administrativa fica incoerente. Para dizer o mínimo", afirma a jornalista.
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
Maia tenta amenizar o caos
O Presidente da Câmara, Deputado Rodrigo Maia, irá a Europa em missão oficial da casa. O objetivo é tentar reverter os problemas econômicos-diplomáticos criados pelo Presidente da República e alguns de seus Ministros, que após a apressada e mal explicada assinatura do acordo Mercosul-UE, colocam em xeque não apenas o próprio acordo, como a até então desenvolvida relação entre os dois blocos, principalmente em relação ao próprio Brasil. A tarefa é árdua e, por si só, traz desdobramentos externos e internos, e eles terão maior ou menor alcance, a depender da eficácia e dos resultados alcançado pelo Deputado.
Externamente a coisa já começa mostrando rebeldia da Câmara em relação a política internacional (diplomacia) imposta pelo Planalto - lembrando que a diplomacia é responsabilidade do Planalto, mesmo que supervisionada pelo Legislativo. Como os europeus irão encarar essa ruptura é um dos desdobramentos.
Também temos uma questão importante, que é deixar ainda mais claro a divisão interna do país a potencias estrangeiras, já que os poderes digladiam em torno da briga de poder e de projeto (ou da falta dele) de país. A parte diplomática desses países pode indicar que não devem se envolver nessas cisões brasileiras, mas a parte econômica pode buscar tirar vantagens delas. Absolutamente humano.
Um terceiro desdobramento externo é a desconfiança que se pode criar quanto a acordos firmados com o Brasil, já que não há coesão interna de objetivos, e ficam nítidos que existem projetos paralelos em andamento. Isso pode já tem deixado o país numa "geladeira" diplomático-econômica, mas isso pode se aprofundar ainda mais. Ou pode ser que apostem em mais um golpe, e passem a "patrocinar" políticamente a linha de Maia.
Internamente cria mais um ponto de tensão entre o Planalto e o Congresso, e essa tensão tem se canalizado em Rodrigo Maia.
Isso tem dois desdobramentos absolutamente imediatos e imbricados. O primeiro é o aumento do isolamento político da Presidência da República, e o segundo é o aumento do apoio e do poder do Presidente da Câmara.
Na prática o Brasil caminha para um Parlamentarismo marrom. Quando digo isso tenho minhas ressalvas. Sempre fui partidário do Parlamentarismo, a princípio por um sentimento de que algo não encaixava nessa monarquia eleita que é o Presidencialismo, agora, com mais base, me fica claro que o Parlamentarismo propicia mudanças de rumo menos traumáticas. O problema todo é que, consultado, o povo votou pelo Presidencialismo, e essa mudança acaba sendo um golpe dentro do sistema político brasileiro, e na própria Constituição.
Desta forma Maia extrapola seu papel de fiscal das ações do Executivo, e interfere diretamente em um assunto que é de competência da Presidência da República e do Itamaraty. Se isso está sendo mal feito, então existem outras formas de contornar essa questão, e o impeachment é uma dessas formas.
Também temos alguns desdobramentos na correlação de forças dentro da Câmara. A chamada bancada ruralista está entre as duas maiores do Congresso, e não é a primeira vez que mostra descontentamento com o Governo de Jair Bolsonaro. Das outras vezes seu silêncio e servidão foram comprados com benesses na redução e perdão de dívidas e impostos, e como dinheiro não dá em árvore, isso veio do corte de outras áreas, já sacrificadas com o absurdo teto de gastos.
Acontece que um dia o dinheiro acaba, e o espaço para cortes também.
Além disso, alguém precisa pagar a conta, e por mais que o sistema financeiro esteja tendo um enorme protagonismo no Brasil atual, não é ele quem paga, porque ele não trabalha, ele apenas se apropria do trabalho dos outros, então, uma hora essa política entra em colapso. Já aconteceu em vários países, o Brasil ainda resiste apenas porque sua economia é maior.
Aí vem a pergunta: quando tudo isso ruir, de onde virão os benefícios injustificados, e como irão se comportar os ruralistas iludidos?
A propósito, eles não são os únicos.
Após desastre na Amazônia, Maia vai à Europa 'limpar barra' do Brasil
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), embarcará, no começo de setembro, à Europa em missão oficial pela Câmara dos Deputados. Maia aceitou ir a países da União Europeia para tentar melhorar a imagem do Brasil na área ambiental.
A viagem ficou decidida após uma reunião na Residência Oficial na última terça-feira (20) da qual participaram o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) - a chamada bancada ruralista -, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM).
Nos corredores da Câmara, o comentário é que ruralistas já começaram a sentir o peso da desconfiança europeia nas cifras e nas negociações de exportação de produtos brasileiros.
https://br.noticias.yahoo.com/amazonia-maia-europa-201917989.html?soc_src=social-sh&soc_trk=fb&guccounter=1&guce_referrer=aHR0cDovL20uZmFjZWJvb2suY29tLw&guce_referrer_sig=AQAAANGk2rAdNOJnBp0ForP4eVOUVdaIe5g8RLLIXhAE8Skj9PkS-ufJTPNQdoX4giWFKrGMThezfRuBV_htyObCptmOB5dSFrQYoB-_e3qUYd5vVhXTh9whwoq8AqgeJBG9rU8KQk3jtZ2J0shAnob2Xea4aKfLH7HchxiYoLTc54tE
domingo, 25 de agosto de 2019
Resumo político da semana 19-25/08
Mais uma semana politicamente agitada. Sequestros, queimadas generalizadas, trapalhadas mil, encabeçadas pelo governo federal, mas seguidas de perto, se não já ultrapassando, por alguns governos estaduais.
O Ministro Onyx Lorenzoni forneceu uma lista com pelo menos 16 estatais que estariam sendo privatizadas. Entre elas está os Correios. Não vou entrar nesta discussão, porque acho absolutamente desnecessário lembrar a importância das comunicações e do envio de documentos, não apenas para empresas, mas para muitas pessoas físicas também, e sei muito bem o custo abusivo que as empresas cosumam cobrar pelo envio de algumas folhas de papel.
Mas preciso lembrar que algumas empresas listadas, como a CODESP, e outras companhias docas, é o absurdo dos absurdos. Desde a década de 90 essas ex-empresas deixaram de operar os portos, e funcionam como autoridades portuárias, responsáveis por administrar tão somente os contratos de concessão das áreas privatizadas, e as regras que regem o chamado Porto Público. O que eles querem é privatizar a fiscalização, o que é um absoluto absurdo.
Nosso Presidente voltou a dar mostras da falta de visão, de conhecimentos técnicos, de bom-senso, de impessoalidade administrativa, de visão de Estado, ou mesmo de governo. Isso se evidenciou claramente nos confrontos que busca empreender contra outros governos, notadamente os europeus, nos ataques gratuitos, sem base, e também direcionados a ONGs, e a todos aqueles que se contrapõem a seus devaneios, e até na indicação de seu filho, o Deputado Eduardo Bolsonaro, à Embaixada Brasileira em Washington, fato que se dá por absoluta falta de votos para garantir a aprovação do filho no Senado.
A última de nosso Presidente foi levar um panelaço na cara enquanto fazia um pronunciamento em rede nacional, pedindo um voto de confiança dos brasileiros e da comunidade internacional, e no dia seguinte voltar a atacar todo esse imenso segmento, ao tentar distorcer a realidade em seu favor.
E como sempre terminamos com a Lava jato, em que três pontos merecem destaque: o primeiro é o fato de a Lava jato usar seus contatos com a Receita Federal para ter acesso a dados sigilosos de forma irregular, ilegal, e criminosa, o que eles chamam de informal. Isso foi divulgado logo no início da semana.
O segundo aconteceu no final da semana e foi duplo. A deflagração de mais uma atrapalhada fase da operação que deveria ser combate a corrupção, mas sempre foi claro que era uma operação política a favor de um segmento da sociedade, acumulada de um projeto de poder. Ao mesmo tempo que isso acontecia, crescia o debate das denúncias de que Paulo Guedes e os bancos foram poupados das investigações, e pior, de processos, depois de terem sido delatados e com provas de cometimentos de ilícitos. O responsável? Sérgio Moro e os Procuradores da Lava jato.
O projeto de poder se caracteriza na ideia tresloucada de Deltan Dallagnol, que queria erguer um monumento à operação, que se caracterizaria por três pilares, dois caracterizados pela queda da Justiça e da Política, e o crescimento da própria Lava jato no terceiro.
Agora me diz, um país que deixa que um projeto de poder totalmente ilegal cresça das entranhas das instituições que deveriam proteger a democracia, ao invés de destruí-la, um país que se submete a todos os absurdos que temos visto nos últimos anos, precisa de ajuda externa para se apequenar?
A última de nosso Presidente foi levar um panelaço na cara enquanto fazia um pronunciamento em rede nacional, pedindo um voto de confiança dos brasileiros e da comunidade internacional, e no dia seguinte voltar a atacar todo esse imenso segmento, ao tentar distorcer a realidade em seu favor.
E como sempre terminamos com a Lava jato, em que três pontos merecem destaque: o primeiro é o fato de a Lava jato usar seus contatos com a Receita Federal para ter acesso a dados sigilosos de forma irregular, ilegal, e criminosa, o que eles chamam de informal. Isso foi divulgado logo no início da semana.
O segundo aconteceu no final da semana e foi duplo. A deflagração de mais uma atrapalhada fase da operação que deveria ser combate a corrupção, mas sempre foi claro que era uma operação política a favor de um segmento da sociedade, acumulada de um projeto de poder. Ao mesmo tempo que isso acontecia, crescia o debate das denúncias de que Paulo Guedes e os bancos foram poupados das investigações, e pior, de processos, depois de terem sido delatados e com provas de cometimentos de ilícitos. O responsável? Sérgio Moro e os Procuradores da Lava jato.
O projeto de poder se caracteriza na ideia tresloucada de Deltan Dallagnol, que queria erguer um monumento à operação, que se caracterizaria por três pilares, dois caracterizados pela queda da Justiça e da Política, e o crescimento da própria Lava jato no terceiro.
Agora me diz, um país que deixa que um projeto de poder totalmente ilegal cresça das entranhas das instituições que deveriam proteger a democracia, ao invés de destruí-la, um país que se submete a todos os absurdos que temos visto nos últimos anos, precisa de ajuda externa para se apequenar?
sábado, 24 de agosto de 2019
Crowded House - Don't Dream It's Over (Official Video)
Da banda australiana Crowded House a ótima baladinha que fez história. A música foi lançada há 32 anos, e ainda hoje toca em algumas festas.
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
Crimes contra a humanidade?
O europeus começam a tomar ações mais duras, e a se articular contra a destruição acelerada do meio-ambiente promovida pelo governo Bolsonaro. e Noruega e Alemanha já cortaram repasses que faziam para a preservação da Amazônia.
Mas a coisa não parou por aí, porque jornais alemães já iniciam campanha por medidas mais duras, com boicotes a importações saídas do Brasil, com possibilidade de ampliação das medidas. Na Holanda, Portugal, outros países, também já vemos ações contra o Brasil. O Presidente francês, Macron, já chamou a liderança do G7 a tomarem uma ação conjunta contra o Brasil, em reunião que ocorrerá no próximo final de semana em Biarritz, na França. Bolsonaro rebateu com seu primarismo de costume, de que a Europa destruiu suas florestas, e portanto não tem autoridade moral para cobrar nada do Brasil.
A questão, mais do que moral ou imoral, é que a questão precisa ser conduzida com diplomacia e astúcia, não com truculência e falta de tato, o que apenas acirra as posições contra o Brasil. Ações e discursos como os de Bolsonaro e os de seu Ministro do Meio-ambiente apenas estimulam as ações, muitas vezes criminosas, de ocupação do espaço florestal com culturas e criação de gado, além da retirada ilegal da madeira, porque mesmo que esses discursos não sejam uma ordem explicita, evidenciam uma autorização implícita.
E o agronegócio começa a perceber a armadilha em que se meteu ao apoiar um governo tosco, e sem o menor senso de democracia e diplomacia, porque as ameaças iniciais se dirigem exatamente a eles, mesmo que a posteriori possam se estender a outros aspectos da vida econômica, social e política brasileira.
Mas como o mundo mudou muito desde a década de 60, ou do início do Séc. XIX, tempos históricos que baseiam a maior parte das ações deste governo, então as sanções podem não se limitar às econômicas e diplomáticas, e já há mobilização para o enquadramente de Bolsonaro, e na esteira alguns Ministros seus, por crimes como a humanidade. Para isso precisamos lembrar que as queimadas são a parte mais visível do problema, mas também há ataques a populações locais, e aborígenes em larga escala.
Ao mesmo tempo o Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, já foi denunciado na OEA e na ONU por seu desastrado voo de helicóptero em Angra dos Reis, e pelas ações de sua polícia, que tem feito uso de snipers contra comunidades pobres do estado do Rio de Janeiro. Além disso, as mortes causadas pelos enganos policiais vêm se acumulando.
Esse quadro pode levar o Brasil a ter algumas pessoas que não poderiam sair do território nacional, porque seriam presos imediatamente em boa parte dos países do mundo, caso condenados nessas ações, por crimes contra a humanidade.
Escuridão e morte.
Ação de Bolsonaro na Amazônia poderá ser considerada crime contra a humanidade, alertam advogados franceses
Por RFI
Expulsar populações indígenos pode ser considerado crime contra a humanidadeBARBOSA ANDERSON BARBOSA / AFP
O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta quarta-feira (14) traz um artigo assinado por dois advogados franceses, que alertam para os riscos de crime ambiental contra a humanidade se o desenvolvimento econômico da Amazônia se concretizar, como deseja o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro. Os juristas explicam que esses delitos poderão ser julgados pela Corte Penal Internacional (CPI) e que as empresas que contribuírem com os projetos serão consideradas cúmplices.
A advogada Jessica Finelle e o também advogado e ex-embaixador da França encarregado dos Direitos Humanos, François Zimeray, informam que as questões ambientais estão sendo levadas cada vez mais a sério pela CPI. E que a instituição baseada em Haia, na Holanda, já avisou que os autores dos crimes ambientais podem ser julgados no mesmo patamar que criminosos de guerra.
"Indiferente diante desses alertas, o novo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, pretende sair dos acordos de Paris e expulsar populações indígenas de suas terras na Amazônia para desenvolver atividades econômicas”, apontam os advogados. “Se forem executados, alguns de seus projetos podem ser considerados como crimes contra a humanidade, principalmente em razão das transferências forçadas de população indígenas”, continua o texto.
Além disso, os advogados alertam para a responsabilidade das multinacionais que eventualmente contribuam com essas ações na Amazônia. “A participação de empresas, direta ou indiretamente, no financiamento, concepção técnica ou implementação desses objetivos presidenciais poderia ser vista como uma cumplicidade nas violações dos direitos humanos”, ressaltam.
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
A síntese do Brasil atual
Nos últimos dois dias o Brasil viveu duas situações que aparentemente não têm nada a ver uma com a outra, mas que no fundo estão absolutamente interligadas e que resumem a sociedade brasileira nos tempos atuais: a escuridão atípica de São Paulo que, segundo os cientistas, foi fruto da conjunção do recorde de queimadas na Amazônia com massas de ar frio A outra foi a morte de um doente mental no Rio, comemorada pela pessoa que governa o estado como se fosse um gol de final de campeonato.
Morte e escuridão. A síntese do Brasil atual.
Claro que nem toda a sociedade brasileira compactua com esse estado de coisas, mas é inegável que essa corrente é hegemônica até o momento. E as coisas devem seguir nesse ritmo por um bom tempo ainda, porque parte dos que não se enquadram nesse mergulho no obscurantismo social atual nada faz de efetivo para mudar o rumo das coisas, ou por comodismo, ou porque estão tendo ganhos pessoais momentâneos. A questão é que esses ganhos podem virar perdas enormes num futuro próximo, só ainda não perceberam isso.
terça-feira, 20 de agosto de 2019
Lula fala sobre Moro, Dallagnol, Globo, militares, Bolsonaro, FHC, Queir...
Bob Fernandes fez a melhor entrevista com Lula até agora. Mais que nunca ficaram claras as deficiências e a falta de entendimento do ex-Presidente sobre os erros que foram cometidos por ele e seu partido durante os 14 anos em que estiveram a frente do Governo Brasileiro. Também ficam claras as contradições internas do próprio Lula, quando distorce acontecimentos, quando não consegue entender suas fraquezas, e demonstra entendimento apenas parcial de fenômenos e mecanismos econômicos, e até políticos.
Para não dizer que não falei das flores, Lula segue falando em democracia, segue falando em melhorias várias para a população. A questão é que isso precisa ser sedimentado, e o PT não sedimentou nada.
Mas e o frango tecnológico? Ou não entendeu, ou tenta distorcer. Depois do que fez na última campanha presidencial, aposto nas duas.
domingo, 18 de agosto de 2019
Resumo político da semana - 12-18/08
Ok, entendo perfeitamente que a política real não é, e nem pode ser, a disputa acirrada e estremada das redes sociais, mas o vídeo que Freixo gravou com Janaína Pascoal só serviu para... nada. A Musa do Impeachment mostrou apenas aquilo que ela é, um ser que não sabe exatamente aonde está no espaço, nem mesmo que espaço é este. Por sua vez, Freixo também mostrou que não entende o que está acontecendo. Como eu disse, a questão não é conversar, mas com quem conversar. Janaína apenas oscila entre a extrema direita, e uma direita mais palatável, de acordo com seus interesses políticos mais imediatos, ou seja uma política de direita tradicional no pior dos sentidos. Freixo é um dos grandes representantes do identitarismo, que acha que vai convencer essa turma com palavras - não vai. No máximo será enganado, como aconteceu nos últimos 14 anos de PT, porque na primeira oportunidade, golpe.
Bolsonaro volta a falar besteiras. Agora foi dizer que Dallagnol é de esquerda. Com uma bobagem dessas o Presidente apenas confirma, mais uma vez, que não faz a menor ideia do que é esquerda, direita, centro, ou qualquer outro conceito ligado à política. Para ele esquerdista é todo aquele que o atrapalhe em algum sentido. Um uso completamente equivocado e deturpado do termo.
Em mais um capítulo da Vaza-jato, o Chefe da Lava-jato, Deltan Dallagnol tentou interferir na escolha do novo relator do processo do Petrolão. O Vem Pra Rua e o Instituto Mude-Chega de Corrupção foram usados para tentar influenciar na escolha do Ministro do Supremo que seria o novo relator da Lava-jato. Para isso foi usada a também procuradora Thamea Danelon, que várias vezes intermediou o contato com esses grupos. É um procurador da república tentando interferir em um processo interno do STF. Além de absolutamente anti-ético, também é absolutamente criminoso, porque tenta influenciar em um assunto interno da mais alta corte brasileira. Não é permitido ao MPF agir politicamente, mas tão somente dentro da legalidade e de suas atribuições, como este tipo de influência é política, a ação da Lava-jato se torna criminosa.
E o The Intercept tem mais um site colaborador, o Buzzfeed, que iniciou sua participação com tudo, com uma matéria que mostra que Moro teria instruído a Lava-jato a não apreender os celulares de Eduardo Cunha. Com isso uma série de provas e indícios, que poderiam levar a novas linhas de investigação podem ter sido evitados, protegendo assim muitas pessoas e políticos do relacionamento do ex-Deputado. Mais uma interferência mais do que indevida do ex-Juiz.
E o The Intercept tem mais um site colaborador, o Buzzfeed, que iniciou sua participação com tudo, com uma matéria que mostra que Moro teria instruído a Lava-jato a não apreender os celulares de Eduardo Cunha. Com isso uma série de provas e indícios, que poderiam levar a novas linhas de investigação podem ter sido evitados, protegendo assim muitas pessoas e políticos do relacionamento do ex-Deputado. Mais uma interferência mais do que indevida do ex-Juiz.
sábado, 17 de agosto de 2019
Pink Floyd - Comfortably numb
Uma falha imperdoável que corrigimos agora. A icônica banda Pink Floyd ainda não tinha sido homenageada em nosso Blog dos Mercantes. Bem esse equívoco está sendo corrigido agora, e como Comfortably Numb é apenas 1 entre os grandes sucessos da banda, ela certamente retornará nos nossos sábados.
sexta-feira, 16 de agosto de 2019
Há muito não via uma entrevista tão boa de Ciro Gomes
Não é de hoje que Ciro Gomes defende uma posição nacionalista e desenvolvimentista. Nos últimos anos foram muitas as oportunidades em que o político 3 vezes candidato a Presidência da República defendeu suas ideias, mas há muito não conseguia uma explanação tão clara e tão assertiva quanto ao que pensa e propõe para o Brasil.
Até na questão de Tábata Amaral ele foi feliz. A Deputada está no lugar errado, defendendo pautas erradas, ou de forma errada, porque ainda que a Educação seja central em seus discursos e em seu trabalho, ela encara a Educação de forma errada, porque a Educação para ela não é para formar cidadãos e dar oportunidades, mas apenas pelo segundo objetivo, o que acaba minando muito as potencialidades da Educação na construção de uma Nação. E o que ele finalmente entendeu que a moça está no lugar errado. Não é uma questão de discurso vazio de que partido político está ultrapassado, é uma questão de que se ela defende isso, que vá a um partido que aceite isso. Um partido do centrão da vida, onde o interesse não é o país, a população, mas o que eles podem gerar de negócios a si mesmos.
Vale a pena ler a entrevista de Ciro.
Ciro Gomes: “O País está indo para o brejo porque a inteligência foi banida”
12 de agosto de 2019
Ciro Gomes (PDT) dispensa apresentações. Terceiro lugar nas últimas eleições para a presidência, o ex-governador cearense, tido como uma terceira via em meio à polarização que crescia em 2018, continua um forte concorrente ao cargo e não nega a pretensão de disputar novamente em 2022.
Mais ainda diante do cenário atual, onde, segundo ele, o Brasil “é governado por um canalha, despreparado”, avalia. “E mais cedo ou mais tarde todo brasileiro vai perceber”, completa Ciro sobre o presidente Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista exclusiva para o colunista Adriano Nogueira.
Durante o encontro, o líder político comentou a sua recente reaproximação com Tasso Jereissati, seu padrinho político com quem esteve rompido nos últimos anos; a sua relação com o PT; a necessidade de avaliar as alianças políticas com as forças que apoiam o governo federal sob uma perspectiva local e, claro, os rumos do atual governo.
O senhor acredita que perdeu potenciais eleitores em 2020 ao não se engajar na campanha de Fernando Haddad no segundo turno?
Não. Essas coisas a gente calcula o que é certo ser feito, e o efeito eleitoral disso pouca importância tem naquela data. Na minha opinião, Bolsonoro, pelo que tem de pior, representa o preço que a sociedade brasileira amargamente está pagando pela inexplicável contradição do PT em dois campos. A corrupção generalizada (porque o pecado do pecador todo mundo desculpa, mas o do pregador, é indesculpável), e o que é mais grave, a crise econômica sem precedentes que o PT produziu no Brasil. Passar a mão por cima disso seria ineficiente e faria ser conivente com um conjunto de práticas que eu abominei a vida inteira.
O senhor se arrepende desta decisão?
Evidente que não me arrependo. Não há nenhum arrependimento e, cada dia que passa, as pessoas vêem com mais clareza que quem produziu Bolsonaro foram as contradições do PT.
As Eleições 2020 devem ser um teste para o bolsonarismo. O senhor acha que esse movimento deve ganhar força?
O bolsonarismo é um fenômeno mais grave e mais complexo do que representa o Bolsonaro. Você tem no Brasil 25% de uma população marcada pela ideologia do egoísmo, pelo absoluto descompromisso com o outro, com o politicamente correto. E isso existe apesar do Bolsonaro. Eu acredito que nas eleições, nas grandes cidades, o toque do Bolsonaro será negativo. Mas o bolsonarismo, ou seja, esse direitismo despudorado, preconceito, estigma, isso é uma força que saiu do armário pela primeira vez desde 1964, e é uma força importante no Brasil. É minoritário, mas existe. Ou seja: o bolsonarismo sem Bolsonaro tem força, mas Bolsonaro será uma companhia inconveniente em 2020.
Nas atuais condições, o PDT está mais próximo de fechar coligação para disputar a prefeitura com o PT, com o PSDB ou com ambos?
Com nenhum dos dois. O PSDB virou o velho PRB do Ademar de Barros, é um gueto dessa direita de mocassim e botox do Dória, que é um grande farsante e exatamente o representante desse grupo de interesses que o Bolsonaro interpreta sem fidelidade. O Bolsonaro é um imbecil. O Dória não, é um cara que faz a maldade de forma consciente e lúcida. Dessa maneira, com o PSDB, nenhuma chance. E, com o PT, cada dia que passa nós temos maior distância. O que não quer dizer que, eventualmente, a gente possa estar junto aqui ou ali. No Ceará, todo mundo conhece a nossa proximidade com o governador Camilo Santana, embora nós tenhamos antagonismos insuperáveis com uma ala do PT. Vamos ver como vai acontecer, mas nacionalmente nós vamos buscar uma participação autônoma nas grandes cidades, especialmente.
O DEM ganhou espaço na Prefeitura de Fortaleza com Moroni, mas é um dos principais parceiros do governo Bolsonaro (apesar de não integrar a base oficialmente), e especula-se que vá acompanhar Capitão Wagner ou o candidato do PSL. Essa parceria com o DEM na capital está de fato perto do fim?
A nossa aliança no Ceará obedece muito especificamente às nossas questões no Ceará. Isso não tem incoerência nenhuma com a nossa história. O Ceará foi, por exemplo, o único lugar onde a UDN velha e o PSD velho fizeram um acordo que escandalizou o Brasil na época, e que foi muito útil para o Ceará porque produziu a liderança do Virgílio Távora, que é o fundador do Ceará moderno. A gente precisa entender essas alianças de uma maneira fora da imprensa nacional e entender as questões locais. O Moroni é um bom companheiro, outras lideranças como Chiquinho Feitosa também, de maneira que vai ser uma surpresa se eles não caminharem conosco.
O senhor foi apadrinhado por Tasso Jereissati há quase 40 anos e, posteriormente, houve uma ruptura nos seus grupos políticos. Quais são as semelhanças nos contextos históricos desta época e de agora, quando houve a reconciliação?
Eu e Tasso nunca nos desentendemos pessoalmente. Eu tenho por ele mais que uma admiração e respeito, uma afeição enorme, e reconheço nele outra figura fundadora desse Ceará de progresso. Dessa geração que eu ajudei também a treinar e hoje é representada pelo Cid, pelo Roberto Cláudio, pelo Camilo, pelo Sarto, Salmito, enfim, são muitos bons
quadros que nós produzimos, que eu ajudei a treinar e que começaram lá atrás, com o Tasso. Tenho por ele o mesmo respeito e a mesma admiração. Nossa divergência começou basicamente porque ele concordou com a violência que o PSDB de São Paulo fez contra ele, Tasso Jereissati, que era naturalmente o candidato à Presidência da República do PSDB em 1994 e levou uma rasteira do Fernando Henrique. Aí eu rompo e brigo com o Fernando Henrique, e ele continua lá. Nosso entendimento no Ceará continuou. Nacionalmente, passamos a não nos entender mais e a razão foi a sacanagem que o PSDB fez com ele, Tasso. Na sequência, houve uma desinteligência pela primeira vez na política local. Nós sempre marchamos juntos, até a sucessão do Cid. O Cid lutou muito para que a segunda vaga ao Senado fosse do Tasso, mas um houve um veto do Lula. Nós estávamos negociando esse veto quando o Tasso perdeu a paciência e rompeu com o Cid. Hoje, os dois são bons amigos de novo. Eu sofri muito com isso e hoje estou muito feliz, não porque voltamos a nos entender na política, nem sequer tratamos disso. Apenas reencontrei um velho e querido amigo, e isso me faz uma pessoa muito feliz.
No nível pessoal, o que essa reconciliação representa para você?
Como eu disse, é o reencontro com um velho e queridíssimo amigo. Pra mim, Tasso sempre foi uma referência, mais do que de político, mas de ser humano, de gente, de administrador. É um cara que eu quero muito bem e de quem eu sentia muita falta. São muitas memórias, de luta conjunta, e eu estou muito feliz com a reaproximação.
Muito se falou em união da esquerda quando Bolsonaro foi eleito. Esse movimento parece ter sido abortado. O que pode ser feito para retomar esse caminho?
União da esquerda é conversa fiada do PT pra obrigar todo o pensamento progressista brasileiro a balançar a cabeça para as contradições deles. A união agora é na luta. Não existe unidade guiada por uma quadrilha. Infelizmente, a atual burocracia do PT é composta por quadrilheiros. Essa gente é que fica falando em unidade da esquerda para subjugar e obrigar todo mundo que não tem nada a ver com essa bandalheira, nem com a contradição de ter gerado a mais aguda crise econômica da história, de ter pago os juros mais graves da história da humanidade, de não ter feito em 13 anos de poder nenhuma mudança estrutural no sistema injusto da tributação brasileira, na distribuição dos recursos públicos, enfim. E essa contradição o povo brasileiro está repudiando e eu espero que seja de forma definitiva, até que o PT mude de direção, faça uma autocrítica e busque se reconciliar com a opinião pública brasileira. Qualquer organização pode fazer, mas eles não fizeram, continuam com a mesma arrogância. O país caindo aos pedaços e eles com uma agenda de apologia ao culto de uma personalidade, uma única pessoa. Está lá porque quis estar, teve todas as chances de se rebelar contra tudo isso e não quis.
O senhor tem um irmão prefeito, indicou o prefeito da capital e o atual governador, que é petista. Teme boicote por parte do governo federal, ainda mais depois da polêmica declaração do presidente sobre “governadores de paraíba”?
Esse Bolsonaro, como eu já disse, é um canalha, um despreparado, e mais cedo ou mais tarde todo brasileiro vai ver. Agora, ele precisa saber que não foi eleito dono de uma fazenda onde ele manda e desmanda, faz e acontece. Ele foi eleito presidente da República. Eu respeito a legitimidade do seu mandato, mas isso o obriga a se portar dentro das regras do estado de direito democrático. Uma delas é o respeito à integridade da federeção. Eu disse ao Camilo que fui governador em dura oposição ao presidente, que era o Collor, e nunca permiti que ele fizesse qualquer tipo de discriminação contra o Ceará. E em dever de justiça, devo dizer que o Ceará foi tratado com total dignidade pelo governo Collor, não nos faltou recursos para nenhuma das nossas tarefas. O Ceará não deixou de ter acesso a nenhum programa. Isso a gente tem que exigir e o Bolsonaro cumprir isso com o Ceará, de um jeito ou de outro.
O PDT apresentou o plano de reforma da previdência idealizado por Mauro Filho para o governo federal. Nada foi aproveitado?
Absolutamente nada foi aproveitado, porque essas coisas são um organismo. Mal comparando, você apresenta um corpo com cabeça, tronco, barriga, perna direita, perna esquerda, braço esquerdo, braço direito. O nosso projeto é um corpo orgânico, organizado, e eles apresentaram um monstrengo, que tem duas pernas direitas e não tem perna esquerda, que basicamente persegue os mais pobres e deixa os privilégios intocados. Isso são números. 83 de cada 100 reais de sacrifício imposto por essa reforma da previdência, recaem sobre os segurados do regime geral de previdência social, que é onde estão as menores aposentadorias. Enquanto isso, só para dar um exemplo, os militares custam R$ 47 bilhões por ano aos cofres da previdência social e contribuem com apenas R$ 3 bilhões. Se você tirar a DRU, o déficit da Previdência é de R$ 50 bilhões. Ou seja, os militares contribuem com R$ 43 bilhões do déficit da previdência e não foi feito absolutamente nada para alterar esse privilégio, por exemplo. Bolsonaro pagou uma propaganda mentirosa, dizendo que os deputados doravante teriam aposentadoria exclusivamente no teto de R$ 5,8 mil. Isso é uma mentira deslavada! A reforma da previdência até aqui aprovada garante que todos os atuais deputados têm direito a aposentadoria integral, sem direito a nenhum teto, e que esse teto só vai valer para os deputados que entrarem na próxima legislatura e quando eles completarem 35 anos de contribuição. Ou seja: vai valer daqui a 39 anos contados de hoje.
A nossa proposta tem três pilares. Um social, que garante um benefício universal, de um salário mínimo, para quem pode e para quem não pode contribuir, com a responsabilidade de ser fora do orçamento da seguridade social, contabilizado de forma transparente pelo Tesouro Nacional; um regime de repartição até R$ 4 mil para todo mundo, e um regime de capitalização público, com contribuição patronal, para os que quisessem e pudessem contribuir para ter uma aposentadoria superior ao teto. Todo esse esboço foi apresentado a pedido deles, foi apresentado um substitutivo e eles não aproveitaram nada.
O governo Bolsonaro tem sido pior do que as suas expectativas?
Muito pior, porque eu imaginava que o Bolsonaro, uma vez eleito, fosse entrar como engrenagem de uma estrutura institucional, porque o presidencialismo permite isso. Um presidente como o Lula, que não tinha experiência, nunca tinha administrado um pé de bodega, compensou imediatamente a sua falta de experiência e de projeto com uma equipe de altíssimo nível. Respeitada por qualquer crítico, mesmo de oposição. Todo mundo sabia que havia ali um nível. Depois parte disso apodreceu. Bolsonaro, não. Entrega a economia, que é o que importa, pra uma pessoa que tinha nenhuma vivência com o serviço público, como é o Paulo Guedes. Não digo nem que seja mal intencionado, mas não compreende a vida complexa do Brasil, não compreende a nossa geografia econômica, não conhece as especificidades da economia brasileira vis a vis os manuais de Chicago que ele parou de ler desde os anos 1980. Pontilhou o governo com militares despreparados e, pelo que se vê hoje, deslumbrados com o poder, que inclusive violentam tradições centenárias das Forças Armadas Brasileiras quando aceitam a desnacionalização da economia brasileira com toques requintados de corrupção e safadeza, como foi a recente privatização do controle da BR Distribuidora, vendida a preço de varejo. Em qualquer operação o preço de varejo é um, quando você vende o controle a ação dobra de preço, às vezes. Você só pode chegar ao valor final em uma espécie de leilão. A disputa pelo controle aumenta o valor e eles venderam o controle a preço de varejo. Ou seja: aí tem corrupção grossa, alguém levou. E os militares podem estar comprometidos com isso. E outra banda do governo é de loucos, só lunáticos, pirados. Se pegar os ministros da educação, das relações exteriores, do meio ambiente e das mulheres e direitos humanos, são quatro aloprados que não seriam secretários nem em município pequeno, quanto mais ministros de uma das maiores economias do mundo.
As suspeitas de orientação da Lava Jato e parcialidade de Sergio Moro como juiz não o enfraqueceram no governo até agora. Inclusive, o mesmo editou uma norma sobre deportação de suspeitos, o que foi interpretado como uma ameaça a Glenn Greenwald. Qual a sua leitura disso?
Sérgio Moro, fazia muto tempo que dava pra ver, não era um juiz. É um politiqueiro sem qualquer tipo de escrúpulo, que usou a oportunidade que teve como juiz em cima de uma indignação do povo brasileiro com relação à impunidade como prêmio da corrupção, especialmente a corrupção dos grandes, e ele navegou com isso. Vivia em homenagem, confraternizando com réis potenciais, de gravatinha borboleta. E eu já tinha denunciado isso muitas vezes. Agora, fica flagrante que na verdade não era um juiz, mas um político acertando por fora decisões gravíssimas para repercussão histórica no Brasil, malversando essa justa queixa do povo brasileiro com relação à punição que deveria ter para a corrupção. Em troca de cargo no STF prometido a ele antes, pra quem não quiser raciocinar muito. É como se ele tivesse recebido a promessa de um saco de dinheiro para o fazer o que fez, mas ele não recebeu um saco de dinheiro, recebeu a promessa de um cargo vitalício no Supremo. Por quê ele não é corrputo? É um corrupto, sem nenhuma dúvida!
Quando a deputada Tabata Amaral votou a favor da reforma, o senhor criticou os movimentos de renovação política por orientar seus membros eleitos segundo interesses que não são tão claros. O senhor já fazia essa avaliação antes, ou foi uma percepção recente?
Se tem alguém no Brasil comprometido com a renovação, sou eu. Veja o quadro que existe hoje no Ceará: Roberto Cláudio, era desconhecido, phd em Saúde Pública, primeira experiência executiva como prefeito de Fortaleza. Camilo Santana, governador, mestre em Meio Ambiente, também desconhecido, governador reeleito do Ceará. O Cid, que revelou o talento extraordinário que tem. Tem ainda Salmito, Guilherme Landim, um conjunto enorme de pessoas, e a Tábata Amaral, que pouca gente sabe, mas eu que a recrutei. Eu que a convenci a fazer política, a se candidatar, e eu que abonei a ficha de filiação dela ao PDT. E fiz a campanha dela pessoalmente. Essa história de renovação política é um compromisso de vida meu, mas a Tábata votou junto com o DEM, com o PTB do Roberto Jefferson, com o PP do Maluf. Nós é que não somos renovação, que votamos contra? Essas coisas não se sustentam. Quem foi que liderou o embate da reforma da previdência no Congresso Nacional? Foi o Rodrigo Maia e a Tábata votou com ele. Quem postulou contra esta reforma, tendo oferecido outra reforma, com começo, meio e fim? Não foi o PT que quer ver o circo pegar fogo, pra rir da cara do palhaço. Nós fomos lá e metemos a mão, mostramos os números e demos a cara pra bater. E eu fui o único candidato à presidência que apresentou a proposta antes antes da eleição. Se você olhar o histórico do Bolsonaro, votou contra todas as reformas da Previdência, esculhambou a do Temer e votou contra essa agora, durante a campanha eleitoral. Então, o Bolsonaro é só um mentiroso e a Tábata votou com o Bolsonaro. Então, se Bolsonaro, Rodrigo Maia, o PP e o PTB são renovação e nós não somos, alguma coisa está errada.
O macrotema meio ambiente, sustentabilidade e resiliência foi mais uma vez relegado a segundo plano em 2018, mesmo sendo o Brasil o país com maior potencial para sediar uma indústria verde e incentivar o cultivo em regime de agrofloresta. Coincidentemente, está em curso o desmonte do setor ambiental. O PDT pretende adotar essa bandeira em 2022?
Toda a minha concepção de desenvolvimento procura dar conteúdo prático ao conceito de desenvolvimento sustentável. Porque esse também é um assunto que foi mal versado por um lado e pelo outro no Brasil. Você tem um certo grupo identitário que transformou a questão ambiental em um centro que desconsidera todas as complexíssimas questões envolvidas no fato de que o primeiro elemento do meio ambiente é o ser humano. Saindo da teoria pra prática: o Brasil é o país que tem a matriz energética mais limpa e barata do mundo, porque ainda é predominantemente hidráulica. O projeto de Belo Monte seguiu os mais altos padrões, a área de inundação não ultrapassa o limite das cheias naturais e se criou uma falsa verdade de que não houve debate, que as populações seriam deslocadas, e só afetou as populações que naturalmente migravam com as cheias. E a energia, além de limpa, tem que ser módica. Você pode tirar isso do hidrogênio que o único rejeito é água, mas o custo disso é impagável para 99% da população. Então, tem que achar um ponto de equilíbrio. Isso se revolve com uma série de pontos que estavam no meu programa de governo. Por exemplo:, floresta e agricultura. Tem que fazer o novo zoneamento econômico e ecológico de 100% do território brasileiro. Isso é uma ferramenta, técnica e de planejamento. Você chega no Pará e tem áreas completamente degradadas que podem ser recuperadas se zonear. O Brasil tem 1% do mercado de celulose do mundo, enquanto a Finlândia, com um território menor que o Piauí e ao lado do Polo Norte, onde as árvores passam 60 anos pra chegar ao ponto de corte, tem 8% da celulose do mundo. O Brasil, infelizmente, é governador por idiotas e, infelizmente, algumas pessoas saem da compreensão geral dos problemas complexos do país e ficam atirando nessas questões identitárias. O meio ambiente já não é mais uma variável do desenvolvimento, mas uma tese em si mesma, e isso o país não aguenta. Resultado: deu na laje, porque o Bolsonaro chega na Amazônia, bane os Viana do Acre, tira 70%, liquidou os políticos do Amazonas, porque chega lá defendendo matar índio, acabar com reserva florestal, que é o lado oposto desse identitarismo estúpido. Idiotas de um lado, imbecis do outro, e o país indo pro brejo, porque a inteligência que deveria nos governar, foi banida.
quinta-feira, 15 de agosto de 2019
Novidade do Blog dos Mercantes
O Blog dos Mercantes agora está também no Instagram. A ideia é trazer nossas publicações, e de vez em quando um pequeno vídeo próprio, ou imagens exclusivas. É bom também para eu me familiarizar melhor com a mídia.
O nome é blogdosmercantes.
O nome é blogdosmercantes.
Veremos a repercussão.
Como eu disse, não para no Judiciário
Ontem terminei minha postagem dizendo que os desmandos da Lava-jato, todos devidamente endossados por instâncias superiores da Justiça e do MPF, não terminariam em si mesmos, e se expandiriam para outros espaços da vida brasileira.
Pois bem, basta ver que tudo isso levou a uma apatia de parte considerável da população, que se eximiu de participar do último processo eleitoral, o que levou a eleição de Jair Bolsonaro.
E como tudo acaba tendo consequências, tivemos também o a entrevista de Kátia Abreu ao Estadão, e que pegamos aqui um resumo feito pelo DCM.
Como eu disse a coisa não se resume aos rincões de Têmis, Zeus já foi atingido fortemente, Hefesto vem sendo atacado há anos, e agora Kátia Abreu mostra que a coisa ameaça Deméter e Pan, Atena está a cargo de Weintraub...
Felizes seremos se a coisa ficar apenas nisso, mas ou invertemos essa tendência, ou ela apenas irá se espalhar e aprofundar mais, e mais.
Kátia Abreu: Produtores rurais que estão alegres hoje vão chorar amanhã
Publicado em 13 agosto, 2019 6:50 am
Do Estadão:
Uma das líderes da bancada ruralista no Senado, Katia Abreu (PDT-TO) disse que a política do presidente Jair Bolsonaro para o meio ambiente pode fechar o acesso de produtos brasileiros no exterior e causar prejuízos ao agronegócio.
“Os agricultores que estão alegres hoje vão chorar amanhã.” Ex-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ex-ministra da Agricultura, a senadora, que era símbolo da retórica antiambiental, afirmou que “evoluiu”. Esse discurso, na avaliação dela, é “antimercado” e representa atraso. Para ela, cabe ao Congresso atuar como um “aceiro”
O discurso do governo pode prejudicar o agronegócio?
Bolsonaro está se comportando como antimercado. Hoje, as empresas mais valorizadas na bolsa tem um componente fortíssimo tecnológico e de sustentabilidade. Todo mundo já incorporou isso como necessidade, e não como uma coisa de politicamente correto. Quem é que não está vendo, mais do que nós, agricultores, que as chuvas mudaram, a temperatura mudou, rios que não secavam antes, que eram perenes, e hoje secam? Quem nega isso está fora da realidade. O presidente precisa entender que meio ambiente e agronegócio não são uma questão gastrointestinal. Agora, dizer que não há exageros, principalmente de alguns membros do Ministério Público Federal ligados à área ambiental? Tem sim, preconceitos, ideologias. ONGs mal intencionadas que fazem do assunto um negócio, uma corporação, são empresas, com milhares de empregos, não são anjos da natureza. Mas dizer que todas as ONGs são empresas e corporações? Não, tem muita gente fazendo trabalho sério. Não dá para dizer que todos os produtores são iguais, todas as ONGs são iguais, todos os parlamentares são iguais
Por que o agronegócio apoia esse discurso?
Os produtores estão enganados. Os produtores estão alegres hoje e poderão chorar amanhã. Temos o agro que produz na roça, que apoia o Bolsonaro. Mas o agro tem outras cadeias: a produção de insumos (adubos, fertilizantes e agroquímicos), o processamento (frigoríficos, esmagadores de soja) e industrialização e os transportadores. Esses três últimos estão desesperados, porque quem vai bater na porta com a cara e a coragem para vender são eles. Isso tudo é agronegócio também. Bolsonaro está transferindo toda a sua visão reacionária para o agro. Não está preocupado com o agro, mas com os eleitores do agro. Se ele estivesse preocupado com o agro, ele diria: ‘meus amigos, vamos ter cautela’. Isso seria a postura de um presidente da República que se preocupa com o setor, com a economia.
quarta-feira, 14 de agosto de 2019
Juristas estrangeiros atacam Lava-jato e pedem libertação de Lula
Em manifesto enviado ao STF, juristas estrangeiros pedem a libertação do ex-Presidente Lula e atacam a operação Lava-jato, devido a falta de existência de um juiz imparcial, e aos excessos cometidos pela operação. Os nomes de Suzam Rose-Ackerman , considerada por Dallagnol como a maior especialista do mundo no combate a corrupção, e de Luigi Ferrajoli considerado o maior garantista do mundo. Além desses vários ex-Ministros da Justiça de vários países, e vários juízes de Supremas Cortes e juristas extrangeiros assinaram a carta.
Era muito nítido que o devido processo legal não seria seguido desde o início. Sérgio Moro aceitou uma acusação inicial sem base, sem uma única prova, o que é por si só um absurdo, e disse que as provas viriam durante o processo. Não, outras provas podem aparecer durante o processo, mas só se aceita um processo se houver ao menos uma prova inicial.
Isso por si só já deixaria claro que não seria seguido o devido processo legal, mas também ficava claro que isso não aconteceria quando as cortes superiores referendavam, e muitas vezes participavam dos desmandos da Lava-jato, ou contra o último governo petista, dando liminares inconstitucionais que prejudicavam o governo, ou aceitando os desvios cometidos pelos membros da Lava-jato, ou de Sérgio Moro, como nos vários vazamentos oportunamente políticos que ocorreram durante o processo. Os casos dos grampo e vazamento da conversa entre os ex-presidentes Lula e Dilma são os mais emblemáticos, mas nem de longe foram os únicos.
Mas se alguém acha que isso é apenas uma questão de Justiça está muito enganado. Isso é uma questão que afeta muito diretamente a economia do país. Milhões de pessoas desempregadas devido a destruição das grandes empreiteiras nacionais (quase 350.000 diretamente), desinvestimento em diversas áreas, não investimentos internos e externos devido a insegurança jurídica criada, e ainda interferiu de forma irregular e ilegal na vida política do país.
E não pensem que os protestos são apenas articulações petistas com intelectuais simpatizantes, porque alguns países já se movimentam para iniciar sanções ao Brasil. Começam com o corte de algumas ajudas econômicas menores, mas elas podem muito bem chegar a sérios prejuízos ao comércio internacional brasileiro.
Então isso não se limita aos rincões comandados por Têmis, mas se alastra também pelas searas de Zeus, Hefesto, e até Deméter e Pan, prejudicando o país como um todo.
Indignados, juristas estrangeiros pedem que STF liberte Lula
Carta é intitulada "Lula não foi julgado, foi vítima de uma perseguição política", e cita as revelações de Glenn Greenwald e do site The Intercept
Por Estadão Conteúdo
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12 ago 2019, 11h58 - Publicado em 11 ago 2019, 12h11
Lula não foi julgado, foi vítima de uma perseguição política
Nós, advogados, juristas, ex-ministros da Justiça e ex-membros de Cortes Superiores de Justiça de vários países, queremos chamar à reflexão os juízes do Supremo Tribunal Federal e, mais amplamente, a opinião pública do Brasil para os graves vícios dos processos movidos contra Lula.
As recentes revelações do jornalista Glenn Greenwald e da equipe do site de notícias The Intercept, em parceria com os jornais Folha de São Paulo e El País, a revista Veja e outros veículos, estarreceram todos os profissionais do Direito. Ficamos chocados ao ver como as regras fundamentais do devido processo legal brasileiro foram violadas sem qualquer pudor. Num país onde a Justiça é a mesma para todos, um juiz não pode ser simultaneamente juiz e parte num processo.
Sérgio Moro não só conduziu o processo de forma parcial, como comandou a acusação desde o início. Manipulou os mecanismos da delação premiada, orientou o trabalho do Ministério Público, exigiu a substituição de uma procuradora com a qual não estava satisfeito e dirigiu a estratégia de comunicação da acusação.
Além disso, colocou sob escuta telefônica os advogados de Lula e decidiu não cumprir a decisão de um desembargador que ordenou a liberação de Lula, violando assim a lei de forma grosseira.
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