sexta-feira, 30 de agosto de 2019

A culpa nunca é do culpado

O Brasil dos anos 90 foi destruído pelo neoliberalismo trazido por Collor, e continuado por Fernando Henrique Cardoso. Os governos petistas diminuíram o ímpeto dessas medidas destrutivas, mas por certo que não inverteram a pauta extremamente nociva a qualquer economia. Na Argentina aconteceu o mesmo.

Aí os defensores do caos gritam que isso deu certo em tal lugar, em certo país. E quem vai verificar apenas descobre que aquilo é apenas parcialmente verdade, que essas medidas não foram feitas da maneira que eles pregam para nós.

A Argentina decretou moratória esta semana, e vai precisar renegociar suas dívidas de curto e médio prazos, porque não tem condições de arcar com seus compromisso, mesmo depois do US$ 57 Bi conseguidos ano passado junto ao FMI. Por sinal, esse mesmo empréstimo será renegociado, mesmo ele tendo carência até 2021 para começar a ser pago. Aí nós temos ideia do desastre que foi criado pelo neoliberalismo no país hermano.

O Brasil é mais sólido, mesmo assim já viu sua economia regredir sensivelmente nesses últimos 3 anos, e suas bases econômicas se tornarem cada vez mais frágeis, se mostrando cada vez mais sensível a oscilações do humor do "Deus Mercado", como eles insistem em chamar os interesses de uma diminuta camada bilionária mundial.

Isso apenas significa que, se o Brasil seguir nesse ritmo de entrega e destruição de nossa economia, será muito difícil uma recuperação rápida dos indicadores econômicos e da qualidade de vida da população, que nunca foi grande coisa, mas que ainda assim piora a olhos vistos.

Enquanto isso os arautos desses interesses mesquinhos seguem dizendo que a culpa não é deles, que é porque não conseguiram impor todo seu leque de destruição, que é porque não deu tempo de as medidas surtirem efeitos, etc, etc.

Ora toda essa situação calamitosa é exatamente porque eles impõem suas políticas tortuosas, que drenam imensas quantidades de recursos do grande lado da sociedade que trabalha e produz, para um ínfima parcela que vive de sugar os recursos produzidos.

A senhora aí embaixo é uma das que propagam esse monte de asneiras, e que defendem o lado ínfimo. Ela ganha muito bem para falar essas bobagens, mas e você, ganha muito bem para se estrepar com elas?

Míriam Leitão, que viu imenso sucesso de Macri em 2017, agora diz que ele falhou completamente

Após a moratória decretada nesta quarta-feira (28), a "análise" da colunista da Globo mudou radicalmente

Em um intervalo de menos de dois anos, Míriam Leitão, uma das estrelas do jornalismo da Globo, foi vencida pela realidade e teve de mudar radicalmente de opinião em relação ao governo liberal de Maurício Macri na Argentina.
No artigo “Transição Argentina“, escrito em 2017, Miriam compara o período de “transição” e “recuperação econômica” da Argentina de Macri à fase vivida pelo Brasil, à época capitaneado pelo golpista Michel Temer.
“Macri anunciou que continuará com suas reformas e vai reduzir impostos para estimular o crescimento. Dará novos passos no seu realismo tarifário, aumentando o preço da gasolina. E diz que tentará reduzir a pobreza que chega a quase 30%. Com isso, quer diminuir a resistência a algumas de suas políticas, como a de estabelecer um teto de gastos, semelhante ao aprovado no Brasil”, relatou Miriam, celebrando a política guiada pelo Fundo Monetário Internacional no país vizinho.
Após a moratória decretada nesta quarta-feira (28), a “análise” da colunista da Globo mudou radicalmente. No título, Míriam decreta que “Macri falhou completamente na economia” com a moratória, mas não se esquece de culpar quem é – como Lula, no Brasil – seu alvo predileto.
“O anúncio de hoje confirma que o presidente Maurício Macri falhou completamente na sua tentativa de recuperar a economia, destruída nos governos anteriores, de Néstor e Cristina Kirchner”, relata.
Para a jornalista, o “grande erro” de Macri “foi ter optado pelo gradualismo no ajuste que o país precisa fazer”. “O tempo foi passando, e o melhor momento de liquidez nos mercados internacionais foi perdido sem que o governo entragasse as reformas que prometera durante campanha”, o que pode ser entendido que Macri perdeu o “timing” – como os agentes do sistema financeiro gostam de dizer – para estrangular ainda mais a economica argentina com o aprofundamento das reformas liberalizantes.
Miriam ainda coloca o “apoio do FMI” como um “socorro” aos “erros” de Macri de “volta ao populismo” com as medidas intervencionistas dos últimos meses. “O receio maior do Fundo era a vitória de um candidato da oposição, cenário que agora se tornou o mais provável”, declara.
Ao final, ela diz que a crise argentina piora a situação do Brasil. “Afetará as nossas exportações de produtos industriais e deixará os investidores estrangeiros mais cautelosos com as economias da região”.
Só faltou avisar que Jair Bolsonaro impõe ao Brasil, com o apoio da Globo, a mesma política econômica que falhou na Argentina de Macri.

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